Um projeto de pesquisadores da Unesp de Botucatu monitora impactos da ação do homem sobre a fauna e outras condições ambientais do rio Paranapanema, especificamente na represa de Jumirim. O reservatório de 449 km² de extensão é um dos poucos do Estado que não apresenta alto volume de cianobactérias (aquela camada verde semelhante à algas e que indica alto índice de contaminação). Mas o declínio da população de peixes se tornou um alerta para os cientistas.
“A palavra ‘jurumirim’ significa ‘foz pequena’ em tupi-guarani, que era sua formatação original, mas o alargamento das bocas do rio para a formação da represa desde o começo já acarretou impactos ambientais”, explica o biólogo Edmir Carvalho, professor do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) e coordenador do projeto. Além dele, participam do estudo dez pesquisadores, entre professores e alunos de mestrado e doutorado.
As margens da represa contemplam dez cidades, entre elas o município de Avaré. Em todos os parâmetros avaliados, os estudiosos levam em conta variações em função de cada época do ano.
Os pesquisadores observam os modelos de agricultura praticados na região; erosão das margens; tipos de ocupação dessas bordas; e a retirada da mata ciliar, que protege as águas. Os indícios preliminares já apontam para uma degradação do ambiente nesses quesitos, como por exemplo, com um maior acúmulo de sedimentos nas áreas de limite das barragens.
Para verificar a quantidade e a diversidade de peixes, os estudiosos elegeram onzes pontos de coleta. Esses locais ficam distribuídos entre os limites dos reservatórios, as áreas externas próximas à barragem e as regiões mais afastadas do curso do rio Paranapanema. Nos três pontos internos da represa, a população de peixes apresentou um declínio claro, não só em quantidade como na variedade de espécies.
Esse trabalho de coleta de animais para amostra continuará até abril de 2013. Um dos responsáveis por essa etapa é o doutorando do IBB Sandro Geraldo de Castro Britto. Ele apresentou seus resultados preliminares em congressos científicos em Portugal, no ano passado.
Outra preocupação dos pesquisadores foi verificar os parasitas nos organismo dos peixes. A quantidade e variedade de espécies de parasitas podem indicar os níveis contaminação na água.
O projeto iniciado em 2011 tem duração de dois anos. Parte dos recursos foi disponibilizada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e parte pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Imprensa – SEESP
* Informação da Unesp/Botucatu