O candidato do PDT à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, lançou o seu programa de governo para a cidade no ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, do SEESP, nesta quinta-feira (23/08), na Capital paulista. Elogiando a contribuição dos engenheiros na elaboração do trabalho, Paulinho destacou a ideia de reestruturação da cidade com a descentralização da administração municipal.
* Veja aqui as fotos do debate com o Paulinho
“Hoje somos uma cidade com 11,3 milhões de habitantes governadas por uma pessoa só no viaduto do Chá [referindo-se à sede atual da prefeitura de São Paulo], que hoje é o [Gilberto] Kassab.” Para mudar esse quadro, ele propõe a criação de conselhos de representantes para ampliar a participação popular nas subprefeituras. Essas, por sua vez, teriam mais recursos e um dirigente eleito pela população. “Aí sim teremos uma administração partindo dos bairros mais importantes de São Paulo”, afirmou.
Outra ideia central de Paulinho é fazer com que o emprego fique mais próximo do local de residência das pessoas. “São Paulo tem 6,5 milhões de trabalhadores, sem contar os da economia informal ou por conta própria. E 75% dos empregos estão no centro da cidade, basicamente nas subprefeituras da Lapa, Barra Funda, Sé, Vila Mariana e Pinheiros. Ou seja, são mais ou menos 4,5 milhões de pessoas todos os dias se locomovendo para a região central. Nem na China tem um deslocamento humano tão grande como esse”, observou. A proposta, para mudar esse fluxo, é dar incentivo fiscal à atividade econômica nas áreas mais distantes. “Vamos manter os 5% do ISS (Imposto sobre Serviço) e os patamares atuais do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) no Centro e reduzir para 2% nas regiões periféricas.” A medida melhoria ainda os problemas relativos à mobilidade: “Resolve boa parte do problema do trânsito.”
A área de saúde é outro ponto no qual o deputado federal pretende mexer caso assuma a administração da cidade. “Quem precisa de um médico, de um exame ou de uma internação corre o risco muito grande de morrer em São Paulo. Por isso vamos dobrar a equipe médica para 2.400 profissionais, que atenderão as famílias que não têm plano de saúde.” Ele propõe, ainda, comprar 3 mil leitos de hospitais privados, o que equivaleria, segundo Paulinho, à construção de 15 novas unidades hospitalares. As atuais 16 AMAs (unidades de Atendimento Médico Ambulatorial) de especialidades e 116 de emergência passariam, respectivamente, para 96 e 200.
O candidato do PDT criticou o método educacional de progressão continuada, no qual “os filhos dos pobres passam de ano sem fazer prova”. “Isso é um crime. As escolas privadas dos filhos dos ricos têm prova. Para entrar na USP [Universidade de São Paulo] tem prova. No segundo dia do meu mandato vou assinar um decreto acabando com a progressão continuada.” Implantar tempo integral nos CEUs (Centros Educacionais Unificados) é outra proposta, com ênfase na área esportiva, que contaria com o trabalho de atletas veteranos.
O debate reuniu lideranças sindicais dos metalúrgicos e de outras categorias profissionais de São Paulo, vários candidatos a vereador e o ex-ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP