Quando se diz que a conjuntura brasileira é favorável à luta dos trabalhadores e ao movimento sindical não se quer dizer que não há problemas a serem enfrentados; a boa conjuntura (apesar da crise mundial) garante as melhores condições para a luta.
O retrato mais perfeito da vantajosa conjuntura para os interesses dos trabalhadores foi dado na página inteira de economia em O Globo do dia 1º de fevereiro, assinada por Henrique Gomes Batista, com a colaboração de Fabiana Ribeiro.
Basta citar a linha fina, a manchete e o lead: Apesar do pibinho – Recordes no Trabalho – Desemprego de 5,5% em 2012 é o menor em dez anos. Renda subiu 4,1%, maior alta na década.
Todas as matérias da página, que merecem ser lidas, confirmam o aparente paradoxo do baixo crescimento econômico e vantagens para os trabalhadores.
É que estamos aqui no Brasil na contramão do que acontece no capitalismo avançado onde os ajustes são feitos contra os trabalhadores. O grande esforço que tem sido feito aqui é o de crescer a economia com distribuição de renda, mais emprego, mais salário e garantia de direitos.
Estas são, exatamente, as âncoras da conjuntura sob a ótica dos trabalhadores e do movimento sindical.
Com a responsabilidade que o seu protagonismo social exige e buscando o reconhecimento pleno de seu ativo papel desenvolvimentista, o movimento sindical deve perseverar na linha unitária que vem seguindo, hierarquizando seu apoio às medidas positivas que contemplem seus interesses, suas exigências de novos avanços e da eliminação dos erros que, às vezes, as arbitragens sucessivas podem cometer.
Amadurece na sociedade e no meio sindical – com reflexos nas mais altas esferas de governo – a necessidade de diálogo permanente, formal, criativo e respeitoso, maduro, que reforce a luta decisiva do País contra o rentismo e a agiotagem.
* por João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores
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