Levantamento do MEC (Ministério da Educação), segundo notícia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, no dia 14 último, revela que o número de ingressantes no curso de engenharia, no País, dobrou em cinco anos, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas. Em 2011, foram 227 mil novos estudantes ante 95 mil de 2006. Ainda segundo dados do ministério referentes ao ano passado, 24% dos alunos optaram por engenharia civil; 18,6%, de produção; 11,5%, mecânica; e 11,3%, elétrica.
Foi exatamente no ano de 2006, que a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) lançou o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, como uma contribuição da categoria a um plano nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social. Apontava-se que o País enfrentava uma nova realidade contrária ao crescimento econômico pífio desde os anos 1980, que fez com que a infraestrutura nacional ficasse precária, defasada e sem planejamento para o futuro. Com isso, faltavam postos de trabalho e oportunidades, sobretudo para os jovens que saíam das escolas, inclusive e principalmente as de engenharia.
A matéria do jornal mostra que, “pela primeira vez na história do ensino superior brasileiro, o número de calouros em engenharia superou o de direito. A área agora só fica atrás de administração”. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, observa que a expansão do número de ingressantes em engenharia é um avanço, porém, ainda segundo ele, insuficiente para resolver a carência da área no país.
Se antes a área de interesse maior era a de direito, em razão dos grandes conflitos existentes num cenário de hiperinflação e baixo crescimento, observa o ministro, hoje, com o investimento público – com o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento – e também privado, houve um crescimento da construção civil, de obras de infraestrutura e de desenvolvimento tecnológico.
Isitec
O SEESP, de forma pioneira, elaborou um projeto ousado na área de ensino superior, o Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), concebido a partir de estudos sobre sociedade e mercado de trabalho, no Brasil e no mundo. O projeto diagnostica a premência por haver engenheiros especializados em processos de inovação. Esse engenheiro, que pode ser até um especialista, terá como foco uma estruturada “capacidade de caminhar em meio às mudanças” (National Science Foundation, sobre o futuro das engenharias). A instituição conquistou, recentemente, credenciamento junto ao MEC, e entrará em atividade no primeiro semestre de 2014.
O presidente do sindicato e da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, destaca que esse engenheiro da inovação será um novo profissional, articulador de processos de criação e transformação em segmentos diversos. “Ele atuará nesse sentido, valendo-se de formação sólida e abrangente nas ciências básicas, formação integral humanista e técnica, destacando-se na capacitação em diagnósticos e metodologias de gestão e produção de inovação”, analisa.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP