O Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), de forma pioneira, elaborou um projeto ousado na área de ensino superior, o ISITEC (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), concebido a partir de estudos sobre sociedade e mercado de trabalho, no Brasil e no mundo. O projeto diagnostica a premência por haver engenheiros especializados em processos de inovação. Esse engenheiro, que pode ser até um especialista, terá como foco uma estruturada “capacidade de caminhar em meio às mudanças” (National Science Foundation, sobre o futuro das engenharias). A instituição conquistou, recentemente, credenciamento junto ao MEC (Ministério da Educação), e entrará em atividade no primeiro semestre de 2014.
O presidente do sindicato e da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, destaca que esse engenheiro da inovação será um novo profissional, articulador de processos de criação e transformação em segmentos diversos. “Ele atuará nesse sentido, valendo-se de formação sólida e abrangente nas ciências básicas, formação integral humanista e técnica, destacando-se na capacitação em diagnósticos e metodologias de gestão e produção de inovação”, analisa.
Mercado de engenharia
Reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, de 30 de abril último, aponta os desafios da educação, no País, para atender ao mercado de engenharia. “Hoje, precisamos de um engenheiro que entenda de gestão, uma raridade”, afirmou o diretor de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol. Já o presidente do sistema Confea (Confederação Nacional de Engenharia), José Tadeu da Silva, “a expectativa do mercado mundial é de que as dez engenharias que serão essenciais daqui a dez anos ainda não foram criadas”.
Os dois entrevistados concordam com a proposta de um curso de matriz única, que pode ser complementada por uma eleição de disciplinas feitas pelo próprio aluno, de acordo com a área de interesse e as competências que deseja obter. O jornal citou algumas opiniões na área acadêmica. A vice-diretora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Sheyla Mara Baptista Serra, diz que todos os cursos de engenharia do País foram revisados em 2005, para redistribuição das disciplinas básicas e inclusão de programas práticos nos primeiros anos. “Atendemos à sugestão dos próprios alunos, mas alguns professores acham que falta maturidade de aprendizado”, afirmou.
A Escola Politécnica da USP também passa por mudanças profundas no currículo de seus cursos, que deverão facilitar o trânsito dos alunos pelas diversas modalidades da engenharia, formando profissionais mais generalistas e um pouco menos especialistas. A nova grade valerá a partir do próximo ano e será implementada aos poucos.
Fontes: OESP e SEESP