Uma das armadilhas em que o movimento sindical deve evitar cair em 2014 – ano eleitoral – é a da divisão.
Para que aconteça a tragédia basta que ele despreze a lição dos últimos anos vitoriosos, em que a unidade de ação garantiu seu protagonismo, o reconhecimento das centrais, a política de reajuste do salário mínimo, o estabelecimento da pauta unitária da Conclat do Pacaembu, os 1º de maio concorridos em São Paulo e em todo Brasil e um conjunto continuado de campanhas salariais com ganhos reais efetivos para os trabalhadores.
Sendo 2014, além de ano eleitoral, ano da Copa do Mundo, é bom que comparemos o nosso movimento à torcida para a seleção brasileira e não à tal ou qual torcida de um clube qualquer.
É impossível passar por 2014 sem a divisão partidária e eleitoral do movimento?
Não, desde que prevaleçam em nossa preocupação estratégica os interesses da pauta trabalhista unitária e que as disputas acomodem as diferentes movimentações e direções sindicais.
Vejamos, por exemplo, a política de reajuste do salário mínimo. Em janeiro de 2015 será a sua última aplicação decorrente da lei vigente, obtida por nossa articulação unitária. Qualquer que seja a candidatura pela qual se empenhe tal o qual entidade (e isto, mesmo sem mencionar o caráter plural do movimento), salta aos olhos que o movimento precisa ter durante a campanha de 2014 uma posição firme que se exercerá sobre os deputados, senadores, governadores e presidente que serão eleitos ou reeleitos, para garantir a continuidade dos reajustes ou sua ampliação.
E assim por diante.
Qualquer problema causado pelo empenho eleitoral partidário deve ser enfrentado de maneira a que não caiamos no alçapão do divisionismo e nos beneficiemos de nossa dinâmica unitária e do nosso protagonismo.
* por João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical do SEESP e de outras entidades sindicais