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14/04/2014

Cresce Brasil debate Copa 2014 com autoridades e especialistas

Apontar o legado do mundial de futebol que será entregue ao país e enfrentar as dificuldades com a expertise brasileira. Esses foram alguns dos destaques do seminário “Copa 2014 – Perspectivas para realização do mundial de futebol no Brasil”, que reuniu autoridades e especialistas, como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, na sexta-feira (11/4).


Foto: Beatriz Arruda
Aldo Rebelo Ministro do Esporte está confiante no sucesso da realização da Copa 2014


Aberto ao público, o evento faz parte das ações previstas para a Copa 2014 no projeto “Cresce Brasil”, criado em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Em 2012, a entidade firmou um convênio com a pasta para analisar os projetos, obras e serviços de engenharia para a realização do mundial. “O Cresce Brasil é uma experiência vitoriosa, de apoio ao desenvolvimento do País e da engenharia nacional”, destacou Rebelo.

O ministro também enfatizou que todo o conjunto do megaevento é, antes de tudo, uma grande obra de engenharia, em todas as suas especificidades. “A nossa engenharia social tropicalizou o esporte europeu”, disse, lembrando que o fortalecimento do futebol se deu a partir do apoio das camadas mais pobres da população brasileira.

Já o legado ao país atribuído à Copa, Rebelo elencou alguns deles: geração de cerca de três milhões e 600 mil empregos, segundo consultorias independentes; viadutos, metrôs, VLTs (Veículos Leves sobre trilhos), construção de estádios, reformas em aeroportos. “Temos, portanto, um grande legado. Quando cheguei ao ministério, em dezembro de 2011, entregamos obras já do legado da Copa, em Belo Horizonte, que foram batizadas com o nome do ex-vice presidente José Alencar, com acesso para o estádio do Mineirão e para a Universidade de Minas Gerais.”

Com relação às críticas que a organização do evento vem recebendo na grande mídia hegemônica, Rebelo citou Nelson Rodrigues para definir o “sentimento” demonstrado na imprensa: “Temos esses dois grandes eventos [Copa e Olimpíadas] e uma parte da nossa imprensa projeta uma campanha infame, de deformação, de desinformação, como se esses eventos só fizessem sentido em outros países. Como se para o Brasil fosse um estorvo. Nelson Rodrigues qualificou esse sentimento de complexo de vira-latas.”

Rebatendo a torcida contra o mundial, enfatizou que o país “não vai se atrapalhar com a Copa do Mundo”, lembrando que o “Brasil já fez coisas mais importantes do que a Copa do Mundo” e comportou um grande público. “Três cidades brasileiras no último carnaval, Recife, Salvador e Rio de Janeiro, receberam mais de seis milhões de turistas. Ou seja, quase o dobro do que vamos receber durante toda a Copa do Mundo”, comparou.

O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, que também preside a CNTU, concordou que o país já fez eventos grandiosos e está preparado para receber o mundial. “Não acho que teremos tudo terminado até a Copa do Mundo. Mas estaremos prontos para recebermos as delegações e os turistas e para fazer a melhor Copa do Mundo”, garantiu.

Rebelo também enfatizou a importância em optar em realizar a competição em 12 cidades-sede com o objetivo de integrar todas as regiões do País. “Interligamos a Amazônia aos centros de pesquisa de todo o mundo, utilizando a engenharia logística, por exemplo”, comentou.

A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, lembrou que a escolha por tantas cidades-sede foi “um desafio imenso”. “É uma ousadia o Brasil seguir essa escolha. Em minha opinião uma decisão correta, de quem pensa o país em sua amplitude, na integração de todas as regiões, que têm o mesmo direito de usufruir o desenvolvimento nacional”, reforçou a vice-prefeita, que coordena a organização do evento na capital paulista.

Ela lembrou que todos os esforços para superar as dificuldades naturais de um evento com essa magnitude, enfrentadas pela cidade, é mérito dos trabalhadores brasileiros. “Aqui em São Paulo, se você procurar entre os profissionais envolvidos, não temos uma consultoria externa. Temos enfrentado as dificuldades, os problemas com os nossos técnicos, os nossos recursos humanos, os nossos engenheiros, os nossos arquitetos, os nossos trabalhadores”, disse orgulhosa.

Estádios
O consultor do Cresce Brasil, Artur Araújo, lembrou que o desafio maior do País para realizar a Copa era a construção dos estádios que atendessem ao padrão da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). E que, segundo ele, o país equacionou essa deficiência que havia. Ele atribuiu o “excelente desempenho” na execução das obras à aprovação do regime regulatório para a contratação de obras e a pressão natural da execução das mesmas por conta da realização da Copa.

No entanto, Araújo avalia que é preciso refletir sobre o porquê as demais ações previstas ainda não foram concluídas. Algumas sequer começaram, como as obras de mobilidade urbana: “Temos que refletir essa situação que é inusitada no Brasil. As obras não foram realizadas por falta de verba nos estados e municípios. É preciso entender se os governos locais não têm demandado ou têm demandado muito lentamente.”

Com relação aos aeroportos, também lembrou que a circulação de brasileiros durante a Copa será reduzida e que, como tem dito a presidente Dilma Rousseff, os terminais de embarque e desembarque aéreo precisam acompanhar o crescimento do número de passageiros. Segundo estudo realizado pela International Air Transport Association (Iata), neste ano, o país será, até 2016, o terceiro maior mercado de transporte de passageiros domésticos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China. Um levantamento do Movimento Operacional da Rede Infraero (de 2012) mostra que houve um crescimento de 25,2%, entre 2010 e 2012, no número de passageiros domésticos.

Outro palestrante, o engenheiro e contabilista Richard Dubois, consultor do Ministério do Esporte, ressaltou a integração de estados, municípios e governo federal na execução de planos operacionais, para garantir o evento, como legado: “O setor público está aprendendo a ter uma celeridade inédita.”



Deborah Moreira
Imprensa - SEESP












 

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