Que situação difícil passam os trabalhadores na Europa, coração histórico dos direitos sindicais.
Na Suíça, país rico e estável, os eleitores rejeitaram com plebiscito o estabelecimento de um salário mínimo legal. Deve ter pesado na decisão o sentimento anti-imigração porque os imigrantes seriam os grandes beneficiados, já que se situam nos 10% mais pobres da mão de obra que seriam cobertos pelo piso.
Nas eleições legislativas da União Europeia, os representantes da extrema direita, xenófobos e anti-imigrantes avançaram com força; na França, por exemplo, passaram a ter a maior votação do país. Em outros países, com muitos votos, a plataforma antieuropeia coincidiu com propostas contra os trabalhadores.
A grande tragédia europeia é o emaranhamento de políticas sociais regressivas de quebra de direitos, arrocho salarial e desemprego, praticadas por quase todos os governos e criticadas, para pior, pela direita.
A situação é grave e o recém-eleito presidente da Confederação Internacional de Sindicatos, João Felício, em entrevista a Leonardo Severo, afirma que “estamos vivendo um dos piores momentos da nossa história, onde os trabalhadores, na maioria dos países estão sendo afetados por reformas neoliberais que representam precarização, arrocho salarial e desemprego. (...) Esta unidade permanente entre governos neoliberais e o capital tem afetado a democracia, provocando o crescimento de grupos fascistas e de extrema direita em muitos países. Por isso a CFI terá de estar atenta a esta disputa estimulando campanhas para colocar em movimento a classe trabalhadora.”
* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical