Acompanho, como milhares de brasileiros, as peripécias da campanha eleitoral. Mas nossa atenção volta-se indiscutivelmente para a disputa presidencial.Aqui em São Paulo o embate nacional ocupa todo o cenário local. Quase não se fala da disputa ao governo (disputa com gosto de chuchu devido à série de pesquisas que têm confirmado um primeiro lugar inamovível) e quase nunca do embate senatorial ou das eleições de deputados federais e estaduais.
E, no entanto, nunca é demais frisar a importância das eleições para os cargos legislativos porque elas compõem a estrutura de um dos poderes, o mais suscetível de encarnar a diversidade democrática.
Vejamos: enquanto a presidência é exercida por um só representante de um partido (mesmo levando-se em conta as alianças), todos os governos estaduais são exercidos por governadores pertencentes a apenas cinco partidos e mesmo os prefeitos, em 90% dos casos, pertencem apenas a dez partidos, os vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores abrigam-se em todos os partidos (com uma única exceção para cada uma das casas legislativas estaduais e federais). Esses dados aparecem na reportagem especial do Estadão de 15 de setembro.
A contradição entre o acirramento da disputa grande e o desconhecimento das candidaturas aos cargos legislativos me preocupa.
E como estamos na reta final em que 88% dos eleitores ainda não escolheram seus candidatos a esses cargos, faço um apelo – a começar para mim mesmo –, a que escolhamos bem, com critérios partidários, pessoais e em defesa da pauta sindical, os nomes – com seus números de 3, 4 e 5 casas decimais- que nos representarão.
* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical