Em reunião de pesquisadores realizada em junho de 2012, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) comemorava a conclusão dos seus quatro primeiros projetos internos. O então diretor de Inovação e hoje diretor-presidente, Fernando Landgraf, foi o responsável pela abertura do encontro. A ideia era promover uma apresentação formal para provocar a reflexão coletiva sobre os cumprimentos das metas e discutir as perspectivas negociais dos projetos internos. “O objetivo maior desse processo é que todos nós aprendamos juntos a maximizar os ganhos de nossa variedade de projetos”, afirmou ele.
Em um processo dinâmico, muito se avançou desde aquela época. Zehbour Panossian, atual diretora de Inovação do IPT, revela um novo formato de avaliação para os projetos de capacitação que está se mostrando eficaz, com benefícios à comunidade de pesquisa do Instituto. Cada projeto encerrado gera um relatório final e uma cópia, explica ela, é enviada a um pesquisador de área diferente: “Este pesquisador preenche um formulário de avaliação na qualidade de avaliador, de modo similar ao procedimento da maioria das agências de fomento. Recebo e leio cada relatório, depois faço uma reunião com o gerente do projeto e discuto em detalhes o conteúdo técnico, apresentando também a avaliação do par em questão”.
Curiosamente, segundo ela, todos os avaliadores verificam se os objetivos e as metas apresentados na proposta original foram alcançados: “Os avaliadores fazem sugestões, apontam melhorias, solicitam justificativas e muitas vezes sugerem a revisão do relatório”. Na discussão com o gerente, ela explica que acrescenta os seus comentários incluindo problemas relativos à forma, como erros gramaticais e uso inadequado de unidades: “Todos os gerentes acatam as sugestões, discutem e se prontificam a revisar o documento. Avaliadores e avaliados gostam e elogiam o processo. Interajo de perto com os pesquisadores e ainda aprendo muito sobre diversos assuntos. Dá trabalho, mas compensa”.
Para Landgraf, este procedimento é fundamental para que o IPT conheça a si mesmo: “O fato de o revisor ler relatórios que não são da sua área dá uma chance de ampliar a visão sobre o Instituto, aumentando as possibilidades para a multidisciplinaridade”.
Ampliação de competências
Segundo Alex Fedozzi Vallone, assistente técnico da Diretoria de Inovação e da Presidência, o conceito de projeto de capacitação mira a ampliação de competências nas diversas áreas técnicas a partir de necessidades identificadas no desenvolvimento de estudos e pesquisas. “Mais do que ensaios, análises e projetos, o IPT oferece aos clientes as competências individuais e coletivas desenvolvidas ao longo do tempo. Os projetos de capacitação constituem uma das formas encontradas pela diretoria de investir na busca, criação e melhoria destas competências que preparam o Instituto para responder às demandas atuais e futuras”.
Os primeiros editais dos projetos de capacitação foram lançados em 2011, pouco depois da criação da Diretoria de Inovação e em um formato bastante diferente do atual. “Em termos práticos, estes editais facilitam a criação de novas capacitações nos centros e núcleos, já que utilizamos a dotação do Governo do Estado para subsidiar atividades que não geram receita em curto prazo”, explica Vallone. “Em cada edital buscamos também incentivar iniciativas que consideramos importantes para o Instituto, como projetos multidisciplinares que envolvem diferentes centros técnicos, modelagem matemática e cooperação internacional. Estes projetos servem também como ‘laboratórios’ para testar novas ferramentas, como as de gestão de projetos, e novos conceitos, como as metas técnicas quantitativas.”
Fonte: IPT