No dia 3 de abril de 2007, Luiz Marinho, ao passar o cargo de ministro para Carlos Lupi fez um discurso longo e monótono, mas muito denso em que, prestando contas de seu mandato, apresentou um inventário minucioso da situação do ministério do Trabalho e Emprego.
Esse discurso pode ser considerado o marco para se analisar a decadência da instituição, como as réguas graduadas que medem a baixa do nível das águas da Cantareira.
O movimento sindical, exceto em situações de interferências pontuais na escolha do mandatário, jamais se preocupou seriamente com a perda de protagonismo do ministério que já foi, em muitas décadas, um dos mais importantes na administração pública do Brasil.
Chegou a hora de mudar essa escrita e em duas direções: começar a se preocupar seriamente e propor, com urgência, um programa unitário e exequível de medidas tendentes a valorizar o ministério.
O engenheiro Murilo Pinheiro, presidente da CNTU (Confederação Nacional de Trabalhadores Universitários), realizou em São Paulo dois importantes eventos que contaram com a presença de inúmeros ex-ministros e do atual.
Nestas reuniões, prestigiadas por grandes centrais, houve unanimidade pela recuperação do protagonismo do ministério, com um elenco de sugestões que, a médio prazo, a isto favoreçam.
As centrais sindicais que valorizam a unidade de ação precisam estabelecer, com urgência, seu programa mínimo de fortalecimento do ministério.
Com esse programa unitário estabelecido é legítimo que se preocupem com a escolha e indicação do nome do ministro. Mas insisto, além do papel fundamental das centrais no estabelecimento da pauta a ser cumprida é preciso que elas se articulem com as direções e lideranças dos partidos políticos para garantir a escolha e indicação mais compatível com nossa plataforma e com as corelações de forças partidárias.
* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical