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16/12/2014

Artigo - Produtividade e qualificação

Um dos grandes esforços da sociedade brasileira é o de aumentar a qualificação dos trabalhadores. Para aumentar a qualificação é preciso aumentar a escolaridade formal e melhorar a composição da mão de obra empregada que exerce a atividade produtiva.

Uma pesquisa encomendada ao DIEESE pelo sindicato dos Engenheiros em São Paulo ajuda a compreender o que está acontecendo com a categoria em sua inserção no mundo produtivo.

Baseada em uma análise criteriosa da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) ela informa que, de 2003 a 2013, o número de engenheiros contratados com carteira assinada em São Paulo foi de aproximadamente 41 mil, com um aumento em relação a 2003 de 80% (para comparação, no período, o aumento do emprego no Brasil foi de 20% e do emprego em São Paulo foi de 60%), embora tenha havido uma redução porcentual do emprego de engenheiros na indústria e a rotatividade também seja alta na categoria.

Além destes dados, que foram disponibilizados pela publicação de um folheto do sindicato, muitas outras evidências confirmam a qualificação crescente, embora lenta, da mão de obra, apesar da desindustrialização e da rotatividade.

Em matéria assinada por Mariana Sanches, o jornal O Globo informou em 7/12 que “se nos anos 1980 a maior parte dos metalúrgicos tinha pouco mais de quatro anos de escolaridade, (...) hoje, um em cada dez, já cursa faculdade”.

Chego a suspeitar que, dependendo do setor e do Estado, a porcentagem de universitários pode ser bem maior.

Todos sabemos que a qualificação melhora a produtividade e que esta tem que ser medida levando-se em conta todos os fatores da produção e não apenas a mão de obra.

Assim, começaremos a valorizar na luta pela produtividade, a volta dos engenheiros ao mundo produtivo e o aumento da escolaridade formal dos metalúrgicos.

Enquanto isto acontece, pergunto quantos dos gerentes ou executivos nas empresas brasileiras aprenderam mais que um idioma, ferramenta indispensável para garantir bons negócios no mundo e despertar o “espírito animal” do empresário.

 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

 

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