A proposta dos trabalhadores para se contrapor às duras medidas contidas no ajuste neoliberal e recessivo do governo é taxar as grandes fortunas. Em artigo no jornal Valor, o professor Paulo Feldmann da USP (Universidade de São Paulo), com base nos estudos de Piketty, demonstra que os impostos diretos no Brasil equivalem a 2% do PIB enquanto nos EUA são de 8%. E vejam, a alíquota do IR (Imposto de Renda) aqui é de 27% e lá é de 50%. A injustiça é que no Brasil os impostos indiretos, ICMS, ISS, Cofins etc, incidem e oneram ricos e pobres da mesma forma. Ou seja, é um sistema tributário muito injusto com a grande maioria do povo.
Foto: Site CTB
Trabalhadores querem a taxação das grandes fortunas no Brasil
Outra medida que poderia ser tomada, para ampliar a arrecadação do governo sem penalizar a classe trabalhadora seria aumentar o imposto sobre a herança. Este imposto é arrecadado pelos governos estaduais, hoje é de 4%. Um décimo do que se cobra no Reino Unido. Segundo o estudo, os governos estaduais arrecadaram em 2013, R$ 4,5 bilhões, se fosse igual ao Reino Unido, a arrecadação seria de R$ 45 bilhões. Metade do total que o ministro Joaquim Levy quer arrecadar com seu ajuste neste ano, estimado em R$ 81 bilhões.
No Brasil, existem 225 pessoas que têm patrimônio pessoal de mais de US$ 1 milhão. Supondo que em média tenham esses milionários, US$ 1,5 milhão – daria um total de US$ 900 bilhões. Se cobrássemos 4% de imposto apenas sobre esta riqueza o governo teria uma arrecadação de R$ 36 bilhões. Está aí a outra metade que o ministro Levy precisa.
Além disso, pode-se pensar em taxar o extraordinário lucro dos bancos. Mesmo com o baixo crescimento da economia apenas o Bradesco, Itaú e Santander lucraram R$ 27,4 bilhões de janeiro a setembro de 2014.
Outra medida seria taxar as remessas de lucro das transnacionais para suas matrizes. Aqui têm incentivos fiscais mil, exploram a classe trabalhadora e simplesmente levam o dinheiro da riqueza extraída. É justo que sejam taxadas.
Segundo o presidente da CTB, Adilson Araújo, a proposta de Obama é taxar as grandes fortunas em 14% o que lhe daria uma arrecadação de US$ 238 bilhões. No que nos alerta Umberto Martins: “evidente que esta medida de Obama vai exigir das transnacionais o aumento das remessas de lucro para suas matrizes, em detrimento de investimentos nos países em que estão instaladas.”
Finalizamos dizendo: Governo Dilma, não precisa arrecadar a custa do sofrimento do povo!
Fonte: Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná