Na palestra da sessão plenária 6, do VII EcoSP, na tarde do dia 24 de abril, o cônsul geral adjunto do Reino dos Países Baixos em São Paulo, Rogier van Tooren, falou sobre como se constitui o setor de água da Holanda, país da Europa com cerca de 27% de sua área e 60% de sua população situados abaixo do nível do mar. Por isso, a nação desenvolveu tecnologias avançadas para utilização do recurso hídrico e para evitar o avanço da água em boa parte da sua superfície. “Somos uma nação construída sobre a água. Convertemos os nossos problemas numa poderosa vantagem competitiva, criando sofisticadas estruturas contra inundações e de purificação de água.”
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Holanda converteu problemas de água e inundação em poderosas
vantagens competitivas, disse Rogier van Tooren
A necessidade de evitar a inundação de mais de 60% do seu território, fez com que os holandeses, ressaltou, desenvolvessem uma sofisticada abordagem para a solução do problema da água. Isso foi possível com o trabalho conjunto entre governo e comunidades de pesquisa. O país, informou, construiu grandes barreiras para evitar o avanço da água do mar, como o projeto Delta e a barreira Oosterschelde. Ao mesmo tempo, ressaltou, o país virou especialista em tratamento de esgoto e água, “com tecnologias, estratégias e políticas para enfrentar os desafios atuais e futuros”.
O setor de água holandês tem, aproximadamente, 100 mil trabalhadores, 1.450 organizações, dez empresas de abastecimento que fornecem 1 bilhão de m³ de água e utiliza recursos na ordem de 10 bilhões de euros por ano, o que significam 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Desenvolvemos expertise em água subterrânea e experiência internacional em gerenciamento de reservatórios”, informou, relatando que 95% dos consumidores bebem água de torneira de alta qualidade e que a Holanda é o quinto país, no mundo, em patentes na área de purificação de água. Além disso, continuou, 97% das águas residuais são tratadas.
Tooren observou que se desperdiça menos de 4% de água na Holanda. O cônsul adjunto ressaltou que o país está aperfeiçoando o sistema de esgoto também e conseguiu produzir várias qualidades de água para a sua reutilização.
* Apresentação de Rogier van Tooren
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Colaboração Jéssica Silva