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11/05/2015

IPT lança manual sobre captação de água de chuva

A captação da água de chuva hoje é realidade para muitos moradores de cidades como São Paulo, que vêm enfrentando uma crise hídrica que já afeta o abastecimento de diversos domicílios. Levando em conta este cenário, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) lança agora um manual (leia aqui) que busca oferecer à população orientações para melhorar a qualidade dessa água, apresentando as boas práticas para a sua captação, armazenamento e utilização doméstica.

O manual, lançado em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, é direcionado a famílias que vivem situações emergenciais e dissemina uma técnica relativamente simples, mas que respeita os requisitos que garantem o funcionamento do sistema e, principalmente, assegura a qualidade da água coletada.

De acordo com o pesquisador e autor do manual Luciano Zanella, do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, o projeto nasceu da constatação de que não apenas a captação da água de chuva, mas também seu tratamento e armazenagem, muitas vezes são feitos de maneira equivocada. “Embora a melhor água seja aquela oferecida pela concessionária, não podemos fechar os olhos ao fato de que muitas famílias hoje convivem com abastecimento irregular e têm se valido dessa solução. É preciso, no entanto, oferecer condições para que a captação seja feita de maneira mais segura, lacuna que o IPT pretende preencher com este manual”.

O trabalho do IPT mostra como requisitos fundamentais a captação da água pelo telhado, e não pelo piso, além da filtragem que será responsável pela primeira limpeza, separando o líquido dos objetos sólidos como as folhas das árvores que acabam entrando no captador. Outro passo essencial no processo, geralmente desconhecido, é o descarte da água da primeira chuva, que carrega a poluição atmosférica e os contaminantes presentes no telhado. O recomendado é que sejam descartados dois litros de água para cada metro quadrado de área do telhado utilizado na captação, o que corresponde aos dois primeiros milímetros de precipitação.

O sistema proposto no manual é de fácil instalação. Foi pensado para situações emergenciais e não está integrado ao sistema hidráulico predial. “Os usuários podem fazer adaptações ao material, desde que sigam os parâmetros fundamentais. Essa água poderá ser usada para descarga de bacias sanitárias, limpeza de pisos e veículos e rega de jardins e áreas verdes”, explica Zanella. Numa situação extrema, caso falte água de qualidade superior, a água de chuva – desde que captada, tratada e armazenada adequadamente – também pode ser utilizada para ingestão e preparo de alimentos. Para esse uso, além das etapas anteriores, recomenda-se ainda a fervura por um tempo superior a três minutos, melhorando a segurança sanitária.


 

Fonte: IPT








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