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19/05/2015

Opinião - Nova conjuntura

Durante os últimos anos o movimento sindical brasileiro, aproveitando-se de uma conjuntura favorável, com ganho real do salário mínimo, ganhos significativos nas negociações coletivas e campanhas salariais, crescimento do emprego com formalização dos vínculos, diminuição das jornadas efetivamente trabalhadas, aproximação entre os salários de admissão e os salários de demissão (embora com a rotatividade em alta), taxas de sindicalização estáveis e com a unidade de ação programática das centrais (pauta do Pacaembu), viu crescer seu protagonismo social, apesar da relativa incompreensão de seu papel por grande parte da mídia e de muitos governantes e com o desprezo mal disfarçado de setores empresariais e de alguns analistas de mercado.

Afirmava-se como mais o importante movimento sindical do mundo inteiro e, nossas conquistas, na contramão da conjuntura mundial, apareciam como exemplo a ser seguido, no conteúdo e na forma.

Atualmente, com a deterioração da situação econômica, com os ataques ferozes dos adversários e com o desesperado pacote de ajuste governamental, estamos passando de uma fase boa para outra muito ruim, bem conhecida dos dirigentes e dos trabalhadores, que é uma fase de resistência.

Com efeito, acumulam-se notícias negativas sobre a situação do emprego, nas condições dos salários e em quase todos os outros indicadores relativos.

Apenas o terceiro trilho letal dos direitos conquistados comparece hoje como barreira ao desmanche social.

Mas para tanto é preciso, com urgência, mesmo adotando uma pauta defensiva, reforçar os elementos de unidade de ação e tomar iniciativas capazes de defender os demitidos, criar alternativas às demissões, garantir ganhos salariais ou evitar perdas (a começar pelo salário mínimo), enfrentando a recessão e todos os seus malfeitos.

E é preciso habilidade dos dirigentes para conduzirem, nessa conjuntura difícil, as ações sindicais com determinação e responsabilidade, sem os arreganhos inconsequentes que, às vezes, são tentadores, mas ineficazes.


 

* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical







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