Do dia 2 último até 1º de junho, será realizada a quarta edição do Orçamento Participativo (OP) de São Bernardo do Campo. “Esta forma de planejamento envolvendo nas decisões do Poder Público a sociedade civil organizada tornou-se referência nacional e um modelo a ser seguido por uma administração interessada em definir as estratégias e diretrizes do presente e futuro de uma cidade”, analisa Tarcisio Secoli, economista e secretário de Coordenação Governamental e de Serviços Urbanos da Prefeitura local.
O processo de gestão participativa, informa Secoli, teve início em 2009 a partir da elaboração do Plano Plurianual Participativo (PPA), válido para o período de 2010 a 2013. “Naquele ano, o nosso primeiro no governo de São Bernardo do Campo ao lado do prefeito Luiz Marinho, teve início uma mudança cultural da gestão dos recursos públicos”, relata.
O primeiro OP da cidade foi iniciado em 2010, com o planejamento válido para o período de 2011-2012. O secretário explica como se dá o processo: “Nessa plenária, que classificamos de deliberativa, o morador tem direito a voz e voto.” Para tanto, prossegue, ele precisa se credenciar, seguindo os seguintes critérios: ter mais de 16 anos, portar documento com foto e ser morador daquela região. Durante a plenária deliberativa também são eleitos conselheiros e representantes regionais. Nesses casos, os moradores precisam ter mais de 18 anos.
É grande a lista de melhorias eleitas pela população por meio do OP e executas pela Prefeitura. Entre elas estão reforma de Emebs, revitalização de ginásio esportivo, execução de obras de combate a enchentes, canalização de córregos, regularização fundiária, duplicação de vias, reforma de velórios, construção de creches, revitalização de praças com áreas para esporte e lazer, construção de Centro Educacional Unificado (CEU), construção de UBS etc.
A primeira plenária deliberativa (Região R) do OP 2017-2018 foi realizada no dia 2 último. O calendário do OP 2017-2018, com as datas das plenárias deliberativas e os locais, pode ser consultado no site da Prefeitura de São Bernardo do Campo, no link www.saobernardo.sp.gov.br/op2016.
Fonte: Blog do Tarcísio
Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), o Decreto 8.732/2016, da Presidência da República, que cria o Conselho Nacional do Trabalho (CNT), órgão colegiado de natureza consultiva, composto de forma tripartite e paritária, integrante da estrutura básica do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Tem por finalidade promover primado da justiça social e o tripartismo no âmbito da legislação trabalhista, com vistas à democratização das relações de trabalho e também fomentar a negociação coletiva e o diálogo social como mecanismos de solução de conflitos.
Também cabe promover o entendimento entre trabalhadores, empregadores e Governo federal e buscar soluções acordadas sobre temas estratégicos relativos às relações de trabalho e propor diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos, dos programas e das normas sobre políticas públicas voltadas ao mundo do trabalho, de competência do Ministério do Trabalho e Previdência Social, com base em informações conjunturais e prospectivas das situações política, econômica e social do País, dentre outras competências.
O conselho será composto por trinta membros titulares e igual número de suplentes. Além de integrado pelos ministérios participa as confederações patronais e centrais sindicais com registro no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais.
Leia íntegra do Decreto 8.732/2016
Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
Além de diversas espécies já conhecidas, o desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, pode ter afetado uma enorme variedade de outros organismos marinhos ainda pouco estudados que ocorriam em regiões atingidas pela lama tóxica vazada da barragem de rejeitos de minério de ferro, que rompeu no início de novembro.
Foto: Lucilia Miranda
Lama tóxica vazada de barragem de rejeitos de minério de ferro pode
ter causado desapareciment
de espécies como água-viva rara, apontam pesquisadores da USP
Um desses organismos é a extremamente rara água-viva Kishinouyea corbini Larson, cuja única população estabelecida e conhecida no Atlântico Sul Ocidental ocorria na Praia dos Padres, em Aracruz, no Espírito Santo, atingida pela pluma de lama. “Essa espécie é emblemática da perda de informação sobre diversos animais da fauna marinha ainda pouco estudados, ou até mesmo totalmente desconhecidos, que um evento catastrófico como o desastre ambiental de Mariana pode ter causado”, disse Antonio Carlos Marques, professor do Instituto de Biociências (IB) e diretor do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da Universidade de São Paulo (USP), à Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Marques e Lucília Souza Miranda, pós-doutoranda no IB-USP com Bolsa da FAPESP, publicaram artigo na revista BIOTA Neotropica em que chamam a atenção para os impactos ocultos do desastre ambiental de Mariana sobre a fauna marinha brasileira, destacando o exemplo da K. corbini.
Essa água-viva muito peculiar vive com a boca para cima capturando alimento, enquanto a maioria das águas-vivas tem a boca para baixo. Ela também não nada, vivendo presa ao assoalho marinho ou a algum outro organismo por meio de um pedúnculo. A K. corbini foi a primeira espécie da classe Staurozoa registrada no Brasil, exatamente na costa do Espírito Santo.
A classe Staurozoa, proposta por Marques há mais de 10 anos, é considerada muito importante na evolução do filo Cnidária – que inclui as medusas, anêmonas-do-mar, caravelas-do-mar, coraismoles e duros e hidras de água doce –e um dos primeiros grupos de animais marinhos a surgir nos oceanos.
Segundo Marques, um animal semelhante à K. corbini pode ter sido o primeiro tipo de medusa dos cnidários. “A classe Staurozoa é relativamente pequena, composta por cerca de 50 espécies com distribuição muito concentrada em águas polares e temperadas.”
“Há duas espécies dessa classe de animais marinhos que ocorrem em áreas tropicais do Atlântico Sul Ocidental, uma das quais é aK.corbini”, disse.
Há registros no Caribe dessa espécie de água-viva difícil de encontrar e que muitas vezes se camufla em algas marinhas, mais especificamente em Porto Rico e no México.
No Brasil, há um registro de K.corbini no arquipélago de Abrolhos, na Bahia, mas que nunca mais foi encontrado. E há suspeitas de que parte daquela área também pode ter sido igualmente impactada pelo desastre ambiental de Mariana.
A única população dessa espécie de água-viva conhecida no Atlântico Sul Ocidental estava situada no litoral do Espírito Santo.
“Por ser parte de um grupo que vive majoritariamente em águas frias, com raríssimas espécies em águas tropicais, a população dessa espécie de água-viva encontrada no litoral do Espírito Santo teria uma história evolutiva ímpar, relacionada a sua fisiologia, ecologia e interações com outros organismos em um ambiente tropical, diferente do ambiente ancestral onde se originou e se desenvolveu”, disse Marques.
“Todas essas particularidades dessa população de água-viva, que poderiam trazer informações importantes e únicas sobre a química, a morfologia e o contexto ecológico de todo o grupo e nos auxiliar a aumentar a compreensão sobre a vida em ambientes com diferenciação ecológica afetados pelas mudanças climáticas, podem ter sido perdidas”, estimou.
A identidade molecular desses animais encontrados no litoral do Espírito Santo foi recém-estudada por Miranda em sua pesquisa de doutorado, também realizada com Bolsa da FAPESP. Mas ainda não havia informações sobre suas relações tróficas (entre presa e predadores).
Além disso, ainda não se sabia se as populações eram isoladas ou interdependentes, o que torna ainda mais difícil estimar os efeitos sobre os animais de um evento da magnitude do desastre ambiental de Mariana, apontam os pesquisadores.
“É como se diversas páginas cruciais para a compreensão de um livro tivessem sido arrancadas e seremos obrigados, a partir de agora, a lê-lo sem ter acesso a esses trechos essenciais”, comparou Marques.
Levantamento de danos
De acordo com Marques, que realizou um estudo em parceria com colegas da Argentina, apoiado pela FAPESP, e coordena umProjeto Temático sobre padrões e processos de diversificação de cnidários, ainda não é possível estimar os impactos do desastre ambiental de Mariana na população de água-viva K.corbini encontrada no litoral capixaba.
Isso porque ainda continuam ocorrendo derramamentos esporádicos de lama, que já percorreu 650 quilômetros ao longo da bacia do rio Doce – considerada uma das mais importantes bacias hidrográficas da América do Sul –, causando uma enorme mortalidade de sua biota, em sua maioria enterrada e sufocada pelos sedimentos, apontam os pesquisadores.
“É evidente que muitos animais, algas e plantas vão desaparecer em razão da formação de depósitos espessos de sedimentos porque não estavam preparados para lidar com catástrofes dessa magnitude. O desastre ambiental de Mariana equivaleria a catástrofes como erupções de vulcões em pequenas ilhas, que dizimam uma extensa gama de habitantes das vizinhanças”, comparou Marques.
Segundo ele, ainda não é possível avaliar a real magnitude do desastre ambiental de Mariana porque o processo ainda não foi concluído. Por isso, será necessário fazer um acompanhamento da região atingida por muitos anos e fazer buscas e comparações ao longo do tempo para compreender a resiliência e a recuperação não só de processos e do ambiente marinho, mas também do ambiente continental.
“A região do litoral do Espírito Santo atingida pela lama de Mariana apresentava uma grande diversidade de cnidários, com grandes populações de diferentes espécies”, disse o diretor do CEBIMar.
“O substrato marinho da região era tomado por algumas espécies chamadas de construtoras – como coraismoles, algas e coralíneas, como os rodolitos [algas calcárias] –, que acabam por criar ambientes peculiares para a existência de outras espécies”, explicou.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a lama já atingiu uma área total de quase 7 mil quilômetros quadrados do litoral capixaba e já pode ter chegado ao arquipélago de Abrolhos.
“Vínhamos acompanhando os cnidários naquela região e realizando estudos de genômica e transcriptômica do grupo para analisar como o DNA desses animais estava respondendo àquele ambiente em comparação com os animais de águas frias. Mas por ora todas essas possibilidades de estudo foram perdidas talvez permanentemente”, lamentou Marques.
Na avaliação dele, o desastre ambiental de Mariana não é um fato isolado, mas uma consequência de como a sociedade brasileira vem tratando o ambiente e a conservação marinha. “O desastre ambiental de Mariana demonstra uma desconsideração com a sustentabilidade e a conservação de ambientes que serão vitais no futuro e é decorrente de uma política ambiental que precisa ser muito melhorada em todos os níveis”, afirmou.
Fonte: Agência Fapesp
Até o dia 18 de maio, estão abertas inscrições para participar do concurso público para ingresso no Corpo de Engenheiros da Marinha (CEM). São 61 vagas para diversas áreas da engenharia (cartográfica, civil, de materiais, de produção, telecomunicações, elétrica, naval, química etc.) e três para arquitetura e urbanismo. O candidato deve ter menos de 36 anos de idade no primeiro dia do mês de janeiro de 2017. Nesta entrevista, o almirante Aguiar Freire fala sobre o trabalho do profissional na Marinha do Brasil.
Jornal do Engenheiro – Como o profissional de engenharia pode entrar na Marinha e quantos já estão atuando?
Almirante Aguiar Freire – A captação é feita nas seguintes modalidades: concursos públicos para ingresso no Corpo de Engenheiros da Marinha e de admissão para o CEM de oficiais formados na Escola Naval. Os engenheiros aprovados no concurso público realizam um curso de nove meses no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk , na Ilha das Enxadas, na cidade do Rio de Janeiro. Como Guarda-Marinha (GM), o futuro oficial recebe a formação militar-naval e profissional, bem como participa de uma parte prática (estágio de aplicação) realizada a bordo de navios, bases e outras organizações militares. Após a aprovação nessa etapa, os GMs serão nomeados oficiais, no posto de primeiro-tenente, sendo indicados para o exercício de funções em organizações militares industriais, de ciência e tecnologia e de controle e supervisão técnica. Já o oficial formado na Escola Naval, que é aprovado no concurso de admissão, realiza um curso de engenharia em universidades ou instituições de ensino. Após a graduação, ele é transferido para o CEM, em que seguirá a mesma carreira que o pessoal oriundo do concurso público. Graças à formação acadêmica e ao desempenho nas suas atividades, esses profissionais poderão alcançar até o posto de vice-almirante, o mais alto do CEM. Atualmente, o corpo conta com um efetivo da ordem de 800 oficiais de carreira.
Jornal do Engenheiro – Como a engenharia ajuda a Marinha?
Almirante Aguiar Freire – Essa força de trabalho encontra-se distribuída por organizações militares de todos os setores da Marinha, em especial na área de material, que concentra 68% desse contingente, atuando em atividades de apoio técnico e gerencial, projeto, manutenção e reparo, pesquisa e desenvolvimento de ciência e tecnologia. Trabalham ainda em atividades que impõem, usualmente, a busca de soluções exequíveis e aceitáveis para os diversos problemas da nossa Marinha que requeiram o concurso de inúmeras áreas de conhecimento de engenharia e arquitetura.
Confira o edital da Marinha em https://goo.gl/mhXakR
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Matéria publicada, originalmente, na seção Engenheiro XXI do Jornal do Engenheiro, nº 491, maio de 2016.
Em 2015, fui eleito pelos trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para compor a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). A Embraer é hoje uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, com mais de 45 anos de existência. Atua nas etapas de projeto, desenvolvimento, fabricação, venda e suporte pós-venda de aeronaves para os segmentos de aviação comercial e executiva, além de oferecer soluções integradas para defesa e segurança e sistemas.
Com escritórios e fábricas em várias partes do mundo e mais de 5 mil aeronaves vendidas em todos os continentes, é líder no mercado de jatos comerciais com até 130 assentos, a quinta maior fabricante de jatos executivos no mundo e a maior empresa de soluções de defesa e segurança no Brasil. Na planta de São José dos Campos, unidade Faria Lima, trabalham atualmente cerca de 15 mil funcionários, dos quais 5 mil engenheiros.
Durante a gestão 2015-2016, já como vice-presidente da Cipa, em atuação baseada no diálogo e cooperação, trabalhei juntamente com toda a comissão de modo que várias melhorias e avanços em prol dos trabalhadores foram priorizados pela empresa. A companhia segue todas as normas referentes a segurança do trabalhador. O fornecimento de EPIs é sempre fiscalizado pela comissão, e pode-se dizer que quanto a isso, a empresa pode ser referência na preocupação com a segurança. Várias obras e ações relacionadas à questão foram incorporadas pela companhia no Plano de Mobilidade, seja adequando as passagens e vias de circulação de pedestres para portadores de necessidades especiais, seja adequando-as à melhoria na segurança.
As reuniões da Cipa ocorrem uma vez ao mês. Discute-se a ocorrência de acidentes e se necessário, tomam-se ações de prevenção. Neste mês de maio, termina a gestão atual e serão realizadas eleições para a nova comissão, que toma posse em junho, com mandato de um ano.
Podem votar todos os trabalhadores diretamente ligados à Embraer. Para que a eleição seja válida, são necessários 50% dos votos mais um, o que em 2015 mobilizou mais de 5 mil eleitores. A participação da engenharia nas eleições tem aumentado ano a ano, o que fez com que os candidatos mais votados nos últimos anos fossem oriundos da área. Isso mostra a preocupação dos engenheiros não só com a segurança do produto desenvolvido, mas com a segurança, saúde e bem-estar no trabalho, o que é fundamental.
Ao fim desse mandato, o balanço é positivo. Desejo aos que virão uma boa gestão. Agradeço aos trabalhadores que me delegaram essa tarefa. Encerro com o sentimento de ter cumprido e honrado seus votos e sobretudo ter atuado de modo cooperativo com todos os membros da Cipa.
* Edmilson Saes é engenheiro de desenvolvimento do produto, vice-presidente da Cipa Embraer na gestão 2015-2016 e diretor da Delegacia Sindical do SEESP em São José dos Campos. Artigo publicado, originalmente, no Jornal do Engenheiro, nº 491, de maio de 2016. Foto da home: Divulgação Embraer
Atualização dessa notícia no dia 04 de maio de 2016, às 15h.
O Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP realizará uma visita técnica ao bairro Itaim Paulista, em São Paulo, no dia 7 de maio próximo, com os estudantes e profissionais de engenharia. As inscrições já estão encerradas.
A atividade, informa a coordenadora do núcleo, Marcellie Dessimoni, fará parte do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento - Itaim Paulista” e terá como objetivo iniciar uma discussão a respeito das condições de saneamento e recursos hídricos no bairro que todos os anos é afetado por alagamentos. “A ideia é os jovens engenheiros contribuírem com a sociedade para que este cenário possa ser melhorado ou revisto por meio de soluções pertinentes à engenharia”, observa.
Na visita técnica serão feitas análises no local e contato com a população residente. O sindicato vai disponibilizar um ônibus para o transporte dos inscritos até o bairro. A saída será às 8h, da sede do SEESP, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista). O retorno está previsto às 12h.
Fotos: Núcleo Jovem Engenheiro
Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP vem se reunindo regularmente na sede do sindicato
Bairro Itaim Paulista sofre com alagamentos constantes
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
A comemoração do 1º de maio e a largada das Campanhas Salariais dos engenheiros neste ano dão-se em cenário que inegavelmente apresenta dificuldades. A recessão econômica e o desemprego agravam-se e os sinais de recuperação tardam a surgir.
Contudo, é preciso ter clareza que a nossa tarefa neste momento é enfrentar os desafios e superá-los, e não mergulhar no pessimismo que imobiliza. Precisaremos redobrar nosso esforço de organização, mobilização, capacidade de negociação e de buscar meios de garantir a preservação dos empregos e direitos e também reivindicar ganhos legítimos e necessários a título de reajuste e aumento real.
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Pinheiro: "A tarefa nada tem de simples, mas deve ser empreendida em todo o País."
Para tanto, é urgente que saiamos da armadilha de arrocho e estagnação que prejudica forte e diretamente o trabalhador, mas que também em nada interessa ao setor produtivo, ao Estado e ao conjunto da sociedade. A lógica precisa ser invertida. Vamos abandonar o discurso da derrota e buscar o caminho para a retomada do desenvolvimento e de valorização do trabalho. A tarefa nada tem de simples, mas deve ser empreendida o quanto antes para o bem de todos e do País.
Com a mesma determinação, há que se combater as ameaças diversas aos direitos dos trabalhadores e à sua capacidade de organização e luta que surgem em forma de propostas de alteração na legislação. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) fez um levantamento no qual constam nada menos que 55 ataques a direitos hoje em tramitação no Congresso Nacional (http://goo.gl/vSI7Fm). Entre esses, estão terceirização sem limites, com a consequente precarização das relações do trabalho; impedimento de demitido de reclamar na Justiça; eliminação de normas regulamentadoras referentes a segurança do trabalho; redução da idade mínima para atividade laboral; afronta a vários direitos das mulheres; privatização de todas as empresas públicas; jornada de trabalho flexível e intermitente; e até a permissão ao trabalho degradante e com jornada exaustiva, que deixariam de caracterizar escravidão.
Ou seja, existe claramente um forte avanço sobre direitos históricos da população brasileira. A aprovação dessas proposições significaria a perda de conquistas alcançadas em décadas de luta e seria um retrocesso inimaginável que prejudicaria a imensa maioria dos brasileiros. Por isso mesmo, não é possível que o conjunto da sociedade cruze os braços e permita que tais intentos se consolidem.
É preciso acompanhar com atenção e seriedade o que está em debate e em disputa no âmbito da Câmara dos Deputados e do Senado e fazer com que os parlamentares compreendam os reais anseios da sociedade. Nosso propósito não é retroagir ao século XIX, mas, pelo contrário, avançar definitivamente ao XXI, deixando para trás o atraso e as nossas mazelas sociais.
Portanto, a hora é de agir, não de se abater. Vamos ao bom combate!
* Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP. Editorial publicado, originalmente, no Jornal do Engenheiro, número 491, de maio de 2016.
Em 2015, os cinco maiores bancos do país tiveram resultados significativos, a despeito do adverso cenário econômico, com destaque para os dois maiores bancos privados – Itaú e Bradesco –, cujos lucros alcançaram os mais elevados patamares da história do Sistema Financeiro Nacional. A análise do desempenho do sistema financeiro nacional consta da 9ª edição do estudo “Desempenho dos Bancos”, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - Rede Bancários.
Esse resultado deveu-se, entre outros fatores, à expansão das receitas com operações de crédito e aplicações em Títulos e Valores Mobiliários (principalmente, títulos da dívida pública federal), em virtude das elevações da taxa Selic, dos índices de preços e da taxa de câmbio. Entretanto, houve queda no resultado de intermediação financeira decorrente do aumento das despesas de intermediação financeira, provocada, principalmente, pela desvalorização cambial. Essa queda foi compensada com a utilização de créditos tributários.
Pelo lado do emprego, ocorreu a implementação de planos de incentivo à aposentadoria na Caixa e no Banco do Brasil, no 1º semestre de 2015. Juntamente com as demissões feitas pelo Bradesco e pelo Itaú Unibanco, esses planos resultaram na redução do número de postos de trabalho nessas instituições. Apenas o Santander apresentou saldo positivo de contratações.
Por fim, no 2º semestre de 2015, o HSBC confirmou o encerramento de suas atividades no Brasil. Mas, continua em curso o processo de aquisição do banco pelo Bradesco, que aguarda parecer final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
No dia 4 de abril, o Cade remeteu, para análise do tribunal do órgão, o ato de concentração referente à aquisição do HSBC pelo Bradesco. O parecer recomenda que a operação seja aprovada, mas condiciona a medida à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações – ACC - entre o Bradesco e o Cade. Com essa aquisição, a concentração bancária no Brasil se elevará. A participação de mercado dos cinco maiores bancos corresponde, atualmente, a 80% dos ativos totais e 84% da carteira de crédito e, após a aquisição, será de 83% e 86%, respectivamente.
* Confira o documento, na íntegra, aqui.
A data universal de comemoração do Dia do Trabalhador levou tempo a ser estabelecida. Reverenciando os ritos pagãos de chegada da primavera no Hemisfério Norte e respeitando a data costumeira de renegociação de acordos nos Estados Unidos, o massacre dos trabalhadores em Chicago (depois de uma provocação policial) tingiu de sangue a comemoração e fixou a data para o mundo inteiro (exceto para os Estados Unidos, mas isso é outra história).
Independentemente de seu caráter oficialista ou de seu caráter contestatório, com conflito ou com festa, a comemoração do 1º de Maio foi objetivamente a ocasião de uma luta unitária e secular do movimento operário: a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.
Essa luta foi vitoriosa e é hoje um marco do processo civilizatório.
Este ano aqui no Brasil, dadas as condições anormais pelas quais passam a sociedade, o mundo político e as instituições, o 1º de maio será igual aos anteriores e muito diferente.
Será igual porque as pautas sindicais apresentadas em todos os eventos comemorativos serão unitárias, de denúncia, de resistência e de reivindicações.
Será diferente porque, dadas as condições, os eventos além de divididos geograficamente (o que tem sido costumeiro), marcarão a curto prazo a divisão do movimento sindical em dois grandes blocos aguerridos em suas linhas políticas.
Devemos nos inspirar na própria trajetória dos 130 anos de comemorações do 1º de Maio e trabalhar com paciência e com sagacidade para recompor a unidade de ação do movimento sindical brasileiro. A Argentina de hoje pode nos servir de lição.
A emoção tática não pode predominar sobre a razão estratégica, o imediato não pode vencer o permanente.
* João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical
Jornalistas e pesquisadores que buscam fontes documentais, como correspondências, resoluções, manifestos, panfletos, textos, fotografias, cartazes, audiovisuais, revistas, boletins, informativos e folhetos para a produção de reportagens, artigos, textos acadêmicos ou mesmo de obras literárias que possam ajudar a contar fatos envolvendo, por exemplo, o Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, têm no Centro de Documentação e Memória (Cedem) da Unesp, em São Paulo, um excelente ponto de partida. O centro é especializado na prestação de apoio informativo à pesquisa social e responsável pela preservação e guarda de acervos documentais relacionados à história política e aos movimentos sociais contemporâneos do Brasil.
Surgido em 1987, com uma linha de pesquisa fundamentada no projeto Memória da Universidade, em decorrência de sua preocupação com a preservação da memória política e social, o Cedem, a partir de 1984, passou a receber a custódia de importantes acervos documentais sobre a história brasileira do último século. Daí em diante, tornou-se um centro aglutinador de arquivos e coleções, de informações, referências, estudos e pesquisas sobre a história política do Brasil contemporâneo, privilegiando a memória da esquerda e dos movimentos sociais.
Como espaço voltado para a reflexão e produção de estudos interdisciplinares no campo das ciências humanas, também, se constituiu como laboratório de aprendizagem e de trabalho para estudantes e profissionais das ciências sociais aplicadas que na realização de pesquisas, cumprindo estágios ou participando de projetos voltados para a organização de nosso acervo, acabam recebendo uma formação importante para atuar no mercado de trabalho, seja pela prática de pesquisa em arquivos ou pelo conhecimento das metodologias e técnicas utilizadas na área da documentação e da arquivologia.
Considerando a potencialidade desses acervos para a pesquisa, a informação e a difusão do conhecimento sobre a história política contemporânea do Brasil, o Cedem vem movendo esforços para difundi-los amplamente, tanto divulgando seus instrumentos de pesquisa quanto atuando junto à comunidade por meio de debates abertos ao público promovidos mensalmente, participando de projetos de pesquisa em parceria com a comunidade acadêmica, colaborando, assim, para a democratização da memória coletiva.
Além disso, o Cedem recebe anualmente a visita de centenas de pessoas atraídas por eventos realizados pela própria equipe técnica ou por entidades e associações parceiras, e divulgados na imprensa. Com uma média considerável de pesquisadores e visitantes por mês, o perfil profissional do público freqüentador do Cedem é composto por: historiadores (profissionais ou estudantes), cientistas sociais (profissionais ou estudantes) e diletantes. Clique aqui para consultar.
Fonte: Agência Unesp de Notícias