O presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiros, o vice João Carlos Gonçalves Bibbo e o diretor Edílson Reis participam de reunião do movimento sindical, nesta quinta-feira (4/02), às 14h, na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na Capital paulista. Na pauta: preparar a reunião do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social convocada pelo ministro Miguel Rossetto (do Trabalho e Previdência), para o dia 17 próximo; e outros encaminhamentos relacionados ao movimento Compromisso pelo Desenvolvimento, do qual o sindicato é signatário.
Foto: MTE
Primeira reunião do fórum que ocorreu em 2 de setembro do ano passado, em Brasília
O fórum é integrado pelo movimento sindical e entidades empresariais e tem como objetivo discutir propostas para a retomada do crescimento econômico e desenvolvimento do País. “Esse é um debate fundamental. É preciso recuperar nossa capacidade de crescer e preservar o emprego e a renda”, observa Rossetto.
Compromisso pelo desenvolvimento
Lançado em ato no dia 3 de dezembro, em São Paulo, o manifesto “Compromisso pelo desenvolvimento” foi entregue por sindicalistas e representantes do setor produtivo à presidente Dilma Rousseff no dia 15 do mesmo mês, no Palácio do Planalto, em Brasília. O presidente do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) participou da agenda com a mandatária do País, ao lado de outros dirigentes dessas entidades – ambas são signatárias do documento, que conta hoje com a adesão de cerca de 70 organizações.
Os engenheiros do País, integrantes da FNE, inclusive, em 2006, lançaram o projeto "Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento"; desde então atualizam o debate sobre propostas que signifiquem o crescimento sustentável e o bem-estar da sociedade brasileira.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
A máxima do famoso apresentador de televisão José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como Chacrinha (1917-1988), está mais atual do que nunca. Nos dias de hoje, saber se comunicar é fundamental. Pode fazer a diferença em uma negociação de venda, reunião com gestores, entrevista de emprego, para influenciar as pessoas ou apenas garantir que ouçam a sua opinião. Os profissionais precisam ver o ato de se comunicar como uma estratégia para agregar valor a sua imagem, trabalho, produto ou serviço, utilizando-a como uma ferramenta de marketing pessoal.
Existem diversas formas de desenvolver uma comunicação mais assertiva, ampliando o vocabulário, melhorando a autoestima, aprimorando a dicção e oratória, mantendo-se informado, aceitando as pessoas e suas diferenças, entendendo suas dificuldades. Também há treinamentos voltados à comunicação, cursos de teatro, coaching, tratamento psicológico etc.. O importante é agir diante do problema, já que se relacionar com o outro depende essencialmente da comunicação em suas diversas formas.
* por Mariles Carvalho, coordenadora do Departamento de Oportunidades e Desenvolvimento do SEESP. Contato: telefone (11) 3105-4302 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Foto Jéssica Silva.
A Delegacia Sindical do SEESP de Taubaté realiza sua primeira palestra de 2016 no próximo dia 18 de fevereiro, às 19h, na sua sede (Rua Venezuela, 271, Jardim das Nações). O engenheiro Greco Tusset de Moura falará sobre “Higra: Bombas Anfíbias e Aeradores Submersos”. Inscrições e mais informações pelos telefones (12) 3633-5411 e 3633-7371 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Imprensa SEESP
Dos mais de 205 milhões de habitantes do País, 22,2% têm algum tipo de deficiência. É o que aponta o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010. A esses cerca de 45,6 milhões de brasileiros, a tecnologia assistiva pode ser uma valiosa porta para inclusão na sociedade. Um exemplo é o projeto de uma cadeira de rodas com comando de voz, a única no Brasil, coordenado por Gustavo Peglow Kuhn, aluno do segundo semestre de Engenharia Elétrica no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul).
O equipamento começou a ser desenvolvido em 2008, sob a supervisão do professor Rafael Galli, com a implantação do reconhecimento de voz e, em 2015, teve o aprimoramento feito por Kuhn. “O meu trabalho foi tornar o controle vocal rápido e fácil para o usuário, preocupando-me principalmente com a segurança”, conta o estudante. No protótipo, foi utilizado o sistema de leitura TalkBack, do Google, possibilitando que o usuário dê os comandos remotamente por meio de um smartphone com Bluetooth (a uma distância de até 50 metros, sem obstáculos), ou apenas com a fala, estando na cadeira. Segundo Kuhn, o objetivo do reconhecimento de voz é a não necessidade da utilização das mãos, possibilitando o uso nos casos de tetraplegia. O mecanismo, que teve um custo de produção por volta de R$ 275,00, ainda precisa ser adaptado aos padrões do mercado, mas o estudante aposta na venda como “um upgrade para qualquer cadeira de rodas”.
Foto: Arquivo pessoal Gustavo Peglow Kuhn
Projeto de uma cadeira de rodas com comando de voz, a única no Brasil, coordenado por Gustavo Peglow Kuhn
Para substituir as pranchas de papel usadas por pessoas com paralisia cerebral ou qualquer dificuldade que impossibilite a comunicação oral, a Métodos Soluções Inteligentes desenvolveu o aplicativo “Que Fala!”. Daniel Barbosa, engenheiro eletricista e um dos criadores, viu a oportunidade com a eclosão dos tablets, quando cursava a pós-graduação em tecnologia assistiva. “O que nós possibilitamos é que o paciente utilize algo que fale por ele, sem que o receptor da mensagem tenha que adivinhar, como acontece com as pranchas de papel”, explica.
O “Que Fala!” foi desenvolvido em 2011 e, no ano seguinte, já estava no mercado. O usuário baixa o aplicativo gratuitamente, depois cria uma conta no site da plataforma e paga por pacotes de edição da prancha digital, podendo colocar palavras, frases e imagens como quiser.
Feita a edição, o uso do programa independe do acesso à Internet. Barbosa indica que o ideal é fazer a edição com um profissional de terapia ocupacional ou fonoaudiólogo. Hoje, o aplicativo tem mais de 20 mil downloads e de 6 mil contas no site e acima de 800 pagantes fixos em todo o País.
A ONG Mais Diferenças, focada em educação e culturas inclusivas desde 2005, pensou principalmente na possibilidade de lazer ao criar o WhatsCine, um facilitador com audiodescrição, legenda em libras para acessibilidade em cinemas e teatros. É necessário que a pessoa com deficiência tenha o aplicativo em um smartphone ou tablet e que a sala de cinema transmita o filme com o conversor também desenvolvido pela ONG. O conversor precisa apenas de um notebook e um roteador de sinal para sincronizar o filme com as janelas do software.
Para Luis Henrique Mauch, coordenador da instituição, a estrutura do aplicativo é simples, “mas o resultado na vida do usuário é imensurável”.
Necessidade de avanços
Apesar dos vários bons projetos, a demanda por inovações que propiciem inclusão ainda está longe de ser atendida. Estudo realizado em 2013 pelo Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) apontou as instituições acadêmicas como as principais responsáveis (81,7%) pelo desenvolvimento de tecnologia assistiva, cuja oferta ainda é muito reduzida. Nos anos de 2007 e 2008, havia apenas110 projetos do gênero em todo o País e concentrados nos estados do Rio Grande do Sul (33%), São Paulo (24,8%) e Rio de Janeiro (15,6%).
Com base nesses dados, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI) tem como programa de pesquisa de iniciativas na área o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Tecnologia Assistiva (Dtita), que conta com uma equipe desenvolvedora de projetos patrocinados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Uma das ideias geradas pelo incentivo é o estudo de uma lousa digital com caneta sensor com resposta motora, que tem o objetivo de possibilitar a escrita e leitura por pessoas com deficiência visual pela sensação tátil.
Em vigor desde 2 de janeiro último, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146/2015) deve trazer estímulos às tecnologias para acessibilidade, já que determina sua obrigatoriedade e também estabelece incentivos à contratação pelas empresas de funcionários com deficiência. “Com a lei, o deficiente terá auxílio financeiro, ingressando no mercado de trabalho, um dinheiro que é utilizado na compra de cadeiras motorizadas, próteses ou qualquer outra solução tecnológica que ajude na vida dele”, aposta a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP).
Para Barbosa, que desenvolveu o “Que Fala!”, a nova legislação significa investimento para mais projetos e pesquisas, o que é mais que necessário. “No Brasil, a pessoa que quiser uma cadeira motorizada tem que estar disposta a pagar até R$ 12 mil ou aguardar (doação) em uma fila de uma instituição”, critica.
O professor Galli, do IFSul, aponta também a necessidade de reduzir os entraves burocráticos para que haja avanços e as novas ideias cheguem ao mercado. “O projeto chega a ficar um ano esperando pela patente. Há uma demora excessiva para entrar em processo de testes também”, atesta.
* Por Jéssica Silva. Matéria, originalmente, publicada no jornal Engenheiro, da FNE, nº 165, de fevereiro de 2016
Agora que foi montado o Conselhão, com pleno sucesso para os seus organizadores, já que não houve nenhuma recusa pública (que seria trombeteada pela mídia como indicador de fracasso) constato que minha sugestão de incorporar os autores do “Compromisso pelo Desenvolvimento” foi aceita em grande parte.
Até mesmo o nome de fantasia do Conselhão – Caminhos do Desenvolvimento – ecoa o nome do “Compromisso”.
Completando os acertos e coincidências, atrevo-me a propor ainda mais: a reunião autônoma, sob a égide do Conselhão, da bancada sindical.
Embora saiba que sua composição é o somatório de individualidades, qualquer um constata que os indivíduos carregam suas marcas e as das entidades representativas em que exercem suas atividades. Assim, pode-se falar de “bancada sindical”, com, pelo menos, duas dezenas de participantes dos 92 que compõem o pleno do Conselhão.
Nada mais natural, portanto, que este subconjunto homogêneo (apesar de sua diversidade) procure estabelecer no âmbito do Conselhão, sua própria pauta que enriquece, aprofunda e orienta a do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Em se tratando da bancada sindical, com nomes representativos e de peso, esta dinâmica unitária se impõe contrariando quaisquer visões parciais partidárias, sectárias ou mandonistas, que não reconhecem a autonomia sindical e o fato de contarmos com o “mapa da mina” da Conclat do Pacaembu.
Acresce a isso a necessidade de ativarmos também o conjunto das entidades signatárias do “Compromisso pelo Desenvolvimento”, tarefa que está sendo executada, com êxito, pelo Clemente Ganz Lúcio do Dieese (recebendo também as novas entidades que aderem ao compromisso).
É melhor, sempre, andar com duas pernas. No caso, a bancada sindical do Conselhão e o pleno do “Compromisso pelo Desenvolvimento” porque, como diz o poeta Antonio Machado, “se hace camino al andar”.
* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical
As futuras regras de parcelamento, uso e ocupação do solo de São José dos Campos, definidas pela nova Lei de Zoneamento, serão novamente debatidas com a população. A discussão começou no dia 2 de fevereiro último. Essa nova rodada de audiências públicas vai atender todas as regiões da cidade, conforme determina a Lei Orgânica do Município. As reuniões serão conduzidas pela Secretaria de Planejamento Urbano, com apresentação técnica dos principais estudos utilizados para a formatação da nova lei de zoneamento e que estão disponíveis para consulta o no site oficial da Prefeitura.
As audiências vão tratar, entre outras coisas, sobre os limites e conceitos para a verticalização da cidade, zonas de calor, as diretrizes para a instalação de atividades geradoras de ruídos noturnos, a ampliação de atividades de comércio e serviço no Jardim Esplanada, núcleos especiais de regularização fundiária (Zeis). Mais informações sobre as datas das atividades no site da prefeitura.
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Campos
Dentro do contexto do Ano Internacional da Luz, instituído em 2015 pela Unesco, a Agência Ciência Web, um projeto desenvolvido no Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), lançou mais um jogo em seu portal, o Dedaluz. Além de disponibilizar informações sobre os diferentes tipos de lâmpadas existentes, ele ainda conscientiza sobre economia de energia. O jogo foi desenvolvido pelo bolsista de iniciação científica e aluno de Sistemas de Informação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da instituição de ensino, Juliano de Paula Leite Battisti. “Para criá-lo, me baseei em ideias dadas pelos demais integrantes da equipe da Agência Ciência Web, desde o tema até o nome do jogo. O meu maior desafio foi a edição e criação das artes, pois eu não possuía muitos conhecimentos sobre as ferramentas utilizadas. Esse projeto teve muita importância para minha formação, pois foi a primeira experiência nessa área de desenvolvimento de jogos e pode abrir muitas portas futuramente”, conta ele.
O nome Dedaluz é uma junção de “Dédalo”, personagem da mitologia grega que foi o arquiteto responsável pela construção de um labirinto na ilha de Creta, e “luz”, o principal tema do jogo. Nele, o personagem principal, uma bateria, deve atravessar um labirinto para encontrar a chave que dá acesso à fase seguinte. No total, são cinco fases.
Para auxiliá-lo na jornada, existem quatro tipos de lâmpadas (incandescente, fluorescente, LED e luz negra) que podem ser capturadas ao longo do caminho e aumentam a visão do labirinto. Porém, cada uma delas possui um nível de consumo de energia da vida da bateria. O desafio, portanto, não é apenas chegar ao fim do jogo, mas, principalmente, ter energia suficiente para completar a tarefa.
Emissores de luz
“O jogo mostra de uma maneira divertida diferentes emissores de luz e as suas características. Assim, os jogadores podem perceber, por exemplo, que uma lâmpada incandescente ilumina menos que uma fluorescente e esta ilumina menos que uma de LED”, diz o bolsista de iniciação científica e aluno de Licenciatura em Ciências Exatas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP Gevair Norberto de Souza, que também colaborou na criação do jogo com outros dois estudantes de Licenciatura integrantes do projeto, Paulo Henrique Chiari e Rafaela Masson.
Ao destravar a fase seguinte, o jogador é direcionado a um mini-labirinto, no qual é preciso levar o laser até o vidro sem tocar nas paredes. Somente ao colocar a coordenação motora em teste e completar esse jogo intermediário, o internauta é levado à próxima fase.
Dedaluz pode ser jogado por pessoas de todas as idades, mas o teste foi feito com estudantes de ensino médio, que atuam como bolsistas de iniciação científica júnior na Agência Ciência Web. “O jogo me divertiu bastante e o sistema de pontuação me instigou a jogar mais vezes, prendendo minha atenção por mais tempo. A jogabilidade é boa e a resposta aos comandos é bem precisa. A arte pixelada também me agradou bastante pelo fator nostalgia”, afirma o estudante Vitor Hugo Chaves Cambui.
A estudante Giovanna Maia também aprovou o game. “É muito interessante porque além de ensinar o consumo de energia de cada lâmpada, há um objetivo a ser cumprido, o que torna o jogo muito atrativo. Particularmente achei viciante e estou adorando”, diz ela. O jogo Dedaluz está disponível no Portal Ciência Web, no endereço http://www.cienciaweb.org.br/site/jogos/dedaluz.
Fonte: Agência USP de Notícias
Em 27 de janeiro último, novo vazamento de rejeitos acendeu sinal vermelho na já castigada Mariana (MG). Como conclui laudo técnico preliminar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o desastre ocorrido 2,5 meses antes – de grandes proporções (confira em http://goo.gl/YSLB4e) – continua em curso. Pertencente à Samarco Minerações e parte do Complexo Germano-Alegria, a barragem do Fundão era classificada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) como de dano potencial alto, mas risco baixo. Segundo o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a investigação sobre as causas de sua ruptura deve ser concluída em dois meses. Os indícios são de que houve falhas técnicas e omissão do Estado.
Fotos: Soraya Misleh
“Houve uma série de erros, desde a implantação da barragem (em 2008). O órgão ambiental concedeu licença de instalação sem que fosse apresentado projeto executivo. Significa dar um cheque em branco ao empreendedor. A fiscalização da obra também não funcionou, por falta de estrutura. São mais de 700 barragens em Minas Gerais e apenas dois técnicos para fiscalizar, situação que se repete em todo o País. Também não havia um plano de emergência”, afirma o promotor. Essas ações estão previstas na Lei Federal nº 12.334/2010, que instituiu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
Em 2013, a Samarco requereu renovação da licença de operação (LO) do complexo, que incluiria a ampliação da capacidade da barragem (alteamento). O MPMG solicitou então ao Instituto Prístino laudo técnico. Apresentado em 18 de outubro daquele ano, esse alertava para a possibilidade de colapso da estrutura. Uma das razões era a proximidade entre a barragem do Fundão, para disposição de rejeitos de minério de ferro da Samarco, e área pertencente à Pilha de Estéril União, da Mina de Fábrica Nova da Vale S/A – em que se acumulavam rochas sem minério. “Notam-se áreas de contato entre a pilha e a barragem. Esta situação é inadequada para o contexto de ambas estruturas, devido à possibilidade de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos (...).” O laudo fundamentou parecer do MPMG, datado de 24 do mesmo mês, que recomendou uma série de condicionantes relativas à garantia da segurança da obra para revalidação da LO. Questionada a respeito, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou: “A barragem do Fundão estava com o licenciamento em dia e todas as condicionantes foram cumpridas.”
Omissão e equívocos
Para Carlos Barreira Martinez, coordenador do Centro de Pesquisas Hidráulicas e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “se o esquema construtivo fosse outro, existe a possibilidade de que esse evento catastrófico não acontecesse.” A referência é à técnica adotada pela Samarco para ampliação da capacidade da barragem, denominada “alteamento a montante”. Embora prevista em norma, na sua visão, não deveria ter sido utilizada nessa obra. “Como engenheiro, eu não recomendaria.” Especialista em segurança de barragens, o engenheiro civil Daniel Prenda de Oliveira Aguiar explica: “Nesse processo, a barragem original recebe um novo aterro, avançando para dentro do reservatório em relação ao dique de partida. É utilizado como base de suporte o próprio rejeito, após um processo de drenagem e compactação. Mesmo tomando todas as medidas de controle e segurança durante a obra, esse processo não é recomendado devido ao risco que oferece. As chances de ocorrer percolação (infiltração) de água pela interface entre os sucessivos alteamentos é alta.
Com isso, pode ocorrer desestabilização do maciço e perda da capacidade de suporte da fundação.” Aguiar assevera que “o alteamento a jusante é considerado mais seguro, porém, por ser também mais caro, raramente é aplicado.”
Também especialista em segurança de barragens, o engenheiro civil Euclydes Cestari Junior informa que a economia com o método adotado é da ordem de 70%. Mas pondera: “A engenharia utiliza essa técnica com sucesso. O problema é que tem que ter gestão da operação da barragem.” E compara: “É como levantar um prédio de dez andares. Se fizer com critérios técnicos, não vai acontecer nada.”
Para ele, os abalos sísmicos registrados no local, por si só, não representam riscos. “Nas barragens em que há gestão de segurança, nada acontece.” De acordo com boletim do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) identificou seis tremores de terra de baixa magnitude (de aproximadamente 2,5 graus na Escala Richter) próximos à mineração Samarco na data. Segundo o comunicado, esses abalos “não são incomuns no Brasil e mesmo em Minas Gerais (...). Normalmente, tremores de magnitude três ou menores não causam danos diretamente em estruturas e construções e são sentidos apenas levemente”. Engenheiro de segurança do trabalho, o vice-presidente do Seesp, Celso Atienza, enfatiza: “Com certeza, já havia sinais de problemas na estrutura. Um rompimento não ocorre de uma hora para outra, dá avisos.”
A barragem de Germano, parte do complexo, pode ter sido afetada e estar em risco. A imprensa divulgou imagens aéreas de trincas profundas no empreendimento. A Semad afirma que “estão sendo monitoradas e não comprometem sua estrutura de imediato”.
O mar de lama atingiu até o momento cerca de 40 cidades entre Minas Gerais e Espírito Santo.
A reportagem do Engenheiro visitou em 17 de dezembro último um dos locais mais afetados – o subdistrito de Mariana, Bento Rodrigues, onde morreram 17 pessoas e 82% das edificações foram destruídas. O cenário era de “terra arrasada”.
* Por Soraya Misleh. Reportagem publicada, originalmente, no Jornal Engenheiro, da FNE, nº 165, de fevereiro de 2016
O Ministério da Educação (MEC) está com inscrições abertas para novas turmas dos cursos de inglês gratuitos e presenciais do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF - Inglês) em 2016. O período de inscrição inicia às 12h do dia 15 de fevereiro e segue aberto até às 12h do dia 29 de fevereiro, no horário oficial de Brasília (DF).
Os cursos são voltados para alunos de graduação, mestrado e doutorado stricto sensu de universidades cadastradas ao IsF - Inglês como Núcleos de Línguas (NucLi), além de servidores (técnicos administrativos e professores) de universidades federais. Confira aqui as instituições participantes.
Fonte: Catraca Livre
A situação da Usiminas vai de mal a pior, mas isso não foi uma grande surpresa para quem vem acompanhando o decorrer dos fatos, principalmente em 2015.
No início do ano passado, houve o abafamento do alto-forno nº 1 das usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão. Na campanha salarial (data-base em 1º de maio), a empresa procurou os sindicatos para propor um acordo de redução de jornada com redução de salário. Em setembro último, foi desligado o laminador de chapas grossas da usina de Cubatão. Como consequência, em 29 de outubro, a Usiminas anunciou o resultado do terceiro trimestre de 2015: um prejuízo de R$ 1 bilhão (acumulando no ano quase R$ 2 bilhões). Se não bastasse isso, a companhia informou sobre o desligamento dos equipamentos e setores da metalurgia primária da usina de Cubatão, ocasionando demissão em massa de trabalhadores, próprios e terceirizados. Tudo isso sob a justificativa de que o mercado está estagnado – o que já se observava em 2014. Sindicatos se mobilizaram, fizeram protestos contra as dispensas e manifestação pacífica foi reprimida pela polícia militar aquartelada na usina. O Poder Executivo da cidade de Cubatão caçou alvarás de funcionamento da usina, mas a companhia obteve liminar para manter a operação. E por aí vai.
Como efeito cascata, fábricas e empresas do polo de Cubatão que dependiam da usina anunciaram o encerramento de suas atividades. A Usiminas, “ponta de lança”, emprega mais de 40% da mão de obra da região.
Quem gera o lucro também paga pelo prejuízo, ou seja, o trabalhador. Por mais que a empresa e os sindicatos procurem medidas mitigatórias do impacto que vão causar as demissões – iniciadas em 19 de janeiro –, o ônus à Região Metropolitana da Baixada Santista será elevado.
Procuradas, as autoridades legislativas e executivas de São Paulo pouco fizeram ou estão fazendo para resolver a situação (com exceção da Prefeitura de Cubatão). Diferentemente do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que teve a iniciativa de convocar a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com problemas semelhantes, e articulou reunião com as entidades sindicais. O Ministério Público do Trabalho não pode impedir que a empresa encerre as suas atividades, mas atua como mediador nas ações para mitigar o impacto das demissões em massa.
É muito triste ver que São Paulo, verdadeira locomotiva desta nação, não vai mais produzir aço, ficando agora dependente de outros estados ou de aquisições do exterior.
Necessitamos de uma nova realidade para a Baixada Santista, com alternativas que gerem emprego na nossa região e não caminhos para fora do País, do Estado ou da cidade, podendo ser até o caminho dos “fretados”.
* por Newton Guenaga Filho, presidente da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista. Artigo publicado, originalmente, no Jornal do Engenheiro, nº 488, de fevereiro de 2016