A Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista protocolou, nesta terça-feira (24/11), junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), denúncia contra a Usiminas em razão da prática de demissão em massa sem prévia negociação coletiva junto ao sindicato da categoria. “A empresa não pode simplesmente anunciar demissões sem ter um plano para minimizar o impacto social, pois afinal a empresa tem função social”, avalia Newton Guenaga Filho, presidente da delegacia sindical. Ficou definido, no encontro, que reuniu, ainda, o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista e representante da siderúrgica, uma negociação no dia 3 próximo, às 14h, na sede da empresa, em Cubatão.
Foto: Beatriz Arruda/Arte Jéssica Silva
De acordo com a denúncia, em outubro deste ano, a empresa passou a emitir notas à imprensa informando o desligamento de mais de quatro mil empregados diretos e indiretos na usina de Cubatão (SP). No entanto, estima-se que com a desativação de parte das atividades da usina as demissões poderão alcançar oito mil empregados (diretos e indiretos), acarretando assombroso impacto negativo econômico e social na região.
Em comunicado divulgado pela imprensa, a siderúrgica esclareceu que as demissões se intensificarão no início de 2016, acompanhando o cronograma de desligamento dos equipamentos da usina, que deverá ser concluído em três ou quatro meses. Mas, até o momento, critica Guenaga, a Usiminas não apresentou um plano detalhado sobre as demissões, tampouco houve qualquer iniciativa de negociação junto aos sindicatos das categorias atingidas.
“Salienta-se que é orientação pacificada de que as demissões em massa geram a obrigação de pagamento de verbas rescisórias que vão além daquelas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A tese é baseada em princípios constitucionais como a proteção ao trabalhador e sua dignidade, continuidade da relação de emprego e duplo controle social”, especifica a denúncia.
Com a denúncia, o sindicato pretende que o MPT intervenha para garantir a negociação coletiva prévia às demissões anunciadas e, caso inexista o interesse da empresa em uma composição amigável entre as partes, que seja deferida a instauração de inquérito civil para apuração da irregularidade apresentada.
Imprensa SEESP
Trabalhadores e empresários se unem para lançar um compromisso pela retomada do crescimento econômico. A elaboração de um documento de propostas das centrais sindicais e do setor produtivo, que demarque as bases de um “Compromisso Permanente pelo Desenvolvimento”, foi alinhavada, em reunião na segunda-feira (23/11), na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre sindicalistas e representantes empresariais, na Capital paulista.
Foto: imagem captada do site da Agência Sindical
Clemente Ganz, diretor técnico do Dieese, coordena o encontro
A reunião teve dirigentes da CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CTB e CSB e representantes da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos), Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Sindipeças (Sindicato da Industria de Componentes para Veículos), Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada). Também participaram integrantes do Clube de Engenharia, além do presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), avalia que a reunião foi positiva. “Realizamos um encontro onde trabalhadores e empresários aprofundaram o debate sobre uma pauta que leve em conta o desenvolvimento do País e a geração de empregos”, afirma. O líder forcista lembra que as representações trabalhistas e empresariais serão ampliadas até o lançamento do documento comum dia 3 de dezembro.
Juruna ressalta que o “Compromisso Permanente pelo Desenvolvimento” será entregue à presidente Dilma Rousseff dia 9 de dezembro, durante reunião do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, órgão tripartite coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Segundo o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea, o documento de propostas será formatado em reunião nesta quarta (25) com técnicos indicados pelas bancadas trabalhista e empresarial. “Ontem, fechamos as ideias gerais de um compromisso pelo desenvolvimento, que devolva a confiança necessária aos agentes econômicos e ao povo para a retomada do crescimento”, diz.
O sindicalista registra que o clima da reunião foi marcado pelo otimismo, “com todos os presentes apostando na capacidade do País de superar a recessão e construir uma agenda positiva”.
Imprensa SEESP
Com informação da Agência Sindical
Como dizem os portugueses, o pior das consequências é que elas vêm depois. Com o rompimento da barragem de contenção que servia à mineradora Samarco e acumulava os restos das operações para extração de minério, em Mariana, uma avassaladora onda de lama e de sujeira tóxica invadiu os lugarejos e cidades da região e contaminou toda a bacia, já degradada, do rio Doce. Hoje ele está um rio morto.
A lameira espalhada, que a cartunista Laerte tão bem desenhou, explicitando a metáfora para a situação nacional, além de matar pessoas, exterminou a fauna e a flora e vai prejudicar por três décadas toda uma região. É a maior catástrofe ecológica no Brasil (superior às queimadas e à seca no Nordeste) e, infelizmente, não tem provocado nos verdes, nos ambientalistas e na opinião pública a comoção que se esperava.
As responsabilidades da Vale (que foi, diga-se pró memória, Vale do Rio Doce até a privatização) e da anglo-australiana BHP, controladoras da Samarco, são evidentes. Com a legislação frouxa, os lenientes controles governamentais e o olhar cúmplice e vesgo de prefeitos, de deputados, de vereadores, da mídia e dos fiscais, a precária situação produziu o que tinha que produzir: desolação.
Além de socorrer as vítimas e o meio ambiente, de modo emergencial, é preciso que algumas medidas mais efetivas sejam tomadas.
Levando-se em conta que, só em Minas Gerais, há centenas de barragens de minas como a que estourou (algumas, confessadamente, em situação crítica), é necessário reforçar a fiscalização e garantir a segurança delas. É preciso, com urgência, produzir um “estado da arte” das barragens.
Torna-se imperiosa a aprovação do novo código de mineração sem os retardos e relaxamentos que a comissão da Câmara dos Deputados, leniente e submissa às empresas, vem empurrando com a barriga.
E, sobretudo, deve-se constituir um fundo, como o fotógrafo Sebastião Salgado vem propondo, sob responsabilidade do governo e com a participação de entidades sociais, financiado pelo ativo das empresas causadoras do desastre (além das multas, que são irrisórias e têm destinação certa e imediata) para garantir, com projetos exequíveis e a engenharia necessária, a recuperação de todo o Vale do Rio Doce. As centrais sindicais unidas devem exigir isso e estarem dispostas a participar de sua gestão.
* João Guilherme Vargas Netto é assessor sindical
O diretor Cezar José Sant’Anna, da Delegacia Sindical do SEESP em Bauru, vem realizando palestras nas escolas de engenharia, falando sobre as entidades ligadas à área. No dia 20 de novembro último, inclusive, ele ministrou um minicurso na Semana do Empreendedor, promovida pelas Faculdades Integradas de Bauru (FIB), explicando as atividades e ações do sindicato, a experiência pioneira do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) e o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvido”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).
Fotos: Divulgação
Diretor da Delegacia Sindical de Bauru em atividade nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB)
Ele discorreu, ainda, sobre as atribuições do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), as atividades da Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag) e traçou um panorama da engenharia no País, as possíveis obras, e o que está por acontecer como as obras programadas pelo governo estadual, como a linha Lilás do Metrô, concessão de mais de 2.000km de rodovias, entre outros temas pertinentes à profissão.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Em solenidade no dia 19 de novembro último, em Florianópolis, tomou posse a nova diretoria do Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge-SC), eleita em agosto para o triênio 2015/2018. O novo presidente, Fábio Ritzmann, assume com o compromisso de seguir sem trégua na luta pela valorização da engenharia e pela implantação do Salário Mínimo Profissional, principal bandeira da categoria em todo o País, batalhando para que seja garantido o todo o funcionalismo, e não apenas aos empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Fotos: Paula Bortolini
Pinheiro destacou o importante trabalho da diretoria que deixa o sindicato e parabenizou
o novo presidente Fábio Ritzmann da entidade, na posse do dia 19 de novembro
Presente ao evento, o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso de Campos Pinheiro, parabenizou José Carlos Ferreira Rauen e toda a diretoria pelo trabalho que realizaram à frente da entidade até o momento e saudou os novos dirigentes, desejando sucesso no trabalho e na gestão, no melhor caminho para conduzir o sindicato que vem crescendo a cada dia e que tem uma força muito grande e presente dentro da nossa federação. “Os engenheiros têm obrigação, principalmente em um ano com crise e um próximo que também não será fácil, de fazer propostas factíveis, discutir as questões da sociedade e defender o crescimento e desenvolvimento do País.” E acrescentou que a “engenharia unida” estava representada na mesa de posse do Senge-SC. “Buscamos um Brasil melhor, com mais dignidade, alegria e igualdade, com qualidade de vida para seus cidadãos”, defendeu Pinheiro.
Novo presidente do Senge-SC, Fábio Ritzmann, em discurso de posse
Juntamente com Ritzmann, integra a diretoria Carlos Bastos Abraham, vice-presidente; José Carlos Ferreira Rauen, diretor financeiro; Carlos Eduardo Marcussi Gomes, diretor financeiro adjunto; Aloísio Pereira da Silva, diretor administrativo; José Antônio Latrônico Filho, diretor de formação sindical; e Alexandre Back Trevisan, diretor de comunicação.
Edição Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações do site do Senge-SC
Pesquisa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolve um sistema que permitirá a escolha da melhor rota de ônibus considerando, além do tempo e custo, o conforto do passageiro durante a viagem. Futuramente, o sistema poderá ser utilizado pelos usuários de transporte por meio de um aplicativo para celulares. O estudo é realizado pelo engenheiro de computação Bruno Pimentel Machado, aluno de mestrado do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli.
Segundo o pesquisador, o sistema proposto é diferente do que já existe no site da SPTrans (empresa que supervisiona a operação dos ônibus na cidade de São Paulo), por exemplo. “Além de levar em conta as rotas, a disponibilidade de linhas para um trajeto, o sistema fará a seleção baseado também na sensação geral de conforto do passageiro”, explica Machado. Ou seja, ele poderá indicar ao usuário uma rota na qual o ônibus não esteja lotado, ou uma opção na qual o veículo produza pouco barulho ou não sacuda demais, ou que esteja mais frio em dias de calor etc.
No mestrado, o pesquisador montou um algoritmo que trabalha com esse tipo de informação e permite ao usuário tomar uma decisão orientada sobre a percepção do que é melhor para ele. “É como o Waze [aplicativo que define rotas de ônibus], mas levando em conta fatores mais pessoais”, explica André Hirakawa, professor que está orientando Machado na pesquisa.
O estudo usa alguns recursos de Matemática ou Lógica Nebulosa, método que permite aos pesquisadores lidar com incertezas e fatores menos objetivos ou quantificáveis — por exemplo, para uma pessoa um ônibus pode ser barulhento ou quente e para outra não. Machado criou, então, perfis. O Perfil A, por exemplo, vai dizer que velocidade é mais importante do que barulho. Um Perfil B vai pensar que conforto dos assentos é mais importante do que temperatura. “Em cima desses perfis, atribuí pesos para essas diferentes características para definir qual a melhor opção a ser sinalizada para o usuário quando ele consultar o sistema”, detalha.
Cidades inteligentes
Esse sistema foi concebido para ser operado em um contexto de uma cidade inteligente, onde as informações sobre os trajetos e ônibus (lotação, tempo de viagem, percurso, temperatura interna, ruído dentro do veículo, entre outros) são colhidos por sensores e estão disponíveis para que o sistema os acesse em tempo real, oferecendo ao usuário as melhores opções para naquele momento (o ônibus mais vazio, o menos barulhento, as possibilidades de baldeações para trem, metrô ou outro ônibus etc.).
“Nesse momento, a pesquisa está mais focada no desenvolvimento do conceito, da lógica que vai permitir que o usuário consiga demonstrar a sua preferência e receber sugestões. Futuramente, o sistema pode ser usado para criar aplicativos”, destaca o professor Hirakawa.
A pesquisa está quase concluída. No momento, Machado está fazendo testes para consolidar o modelo. “Quando se cria um modelo, é preciso estressá-lo, ou seja, testá-lo para várias condições para comprovar que ele realmente representa de forma adequada o processo como um todo”, explica o pesquisador. Ele criou várias situações extremas — como manter o ônibus muito tempo parado num ponto do trajeto, ou o ônibus estar sempre lotado — para ver se o modelo realmente vai trazer como resultado o que o usuário precisa.
Ele também utiliza dados de pesquisa sobre o trânsito na Suécia, de outras pesquisas correlatas e alguns dados da SPTrans para fazer os testes dos modelos. “Planejamos enviar os resultados do projeto para a SPTrans, que poderá utilizar o sistema para desenvolver um aplicativo no futuro”, conclui Hirakawa.
Imprensa SEESP
Fonte: Agência USP de Notícias
Como tradicionalmente ocorre desde 1987, o SEESP celebra o Dia do Engenheiro – 11 de dezembro – agraciando os profissionais que se destacaram em suas áreas de atuação com o prêmio Personalidade da Tecnologia. Uma homenagem àqueles que, com ousadia e criatividade, colocam o seu saber e dedicação a serviço do avanço-científico, do desenvolvimento e do bem-estar da população brasileira. Passos importantes que fortalecem a batalha cotidiana por valorização profissional – marca da trajetória do sindicato ao longo de mais de oitenta anos de existência.
O justo reconhecimento a quem faz a diferença mesmo em conjuntura complexa vai ao encontro da defesa do SEESP de que atuar pelo desenvolvimento sustentável com inclusão social, garantindo-se a continuidade e ampliação de investimentos em infraestrutura, é a resposta aos desafios que se apresentam – como propugna o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).
Em meio à celebração, o chamado é pela Engenharia Unida rumo à retomada do necessário crescimento socioeconômico.
A entrega do prêmio Personalidade da Tecnologia, portanto, será no dia 11 de dezembro próximo, às 19h, na sede do SEESP, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista), aos seguintes profissionais: Ruy Ohtake (Desenvolvimento urbano), Yaro Burian Júnior (Educação), Valter Pieracciani (Inovação), Miro Teixeira (TI e comunicação), Rodrigo Otaviano Vilaça (Transporte, mobilidade urbana e logística) e o senador Paulo Renato Paim (Valorização profissional).
Imprensa SEESP
No dia 28 de setembro último, foi assinado o Termo de Reciprocidade entre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e a Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP). Pelo documento, os profissionais passam a ter mobilidade para exercer a profissão tanto no Brasil como em Portugal, alterando a realidade do fluxo profissional entre esses países.
Conforme reportagem do Confea, o conselheiro da Divisão de Negociação e Serviços do Itamaraty, George Marques, que acompanhou a assinatura do termo, na sede do conselho em Brasília, que passa a vigorar no dia 1º de janeiro de 2016, disse que tal entendimento profissional bilateral é inédito e histórico. “É a primeira vez desde que estou lidando com esse tema de comércio de serviços que vejo entendimento entre instituições em prol da abertura de mercado de serviços profissionais, com reconhecimento da autorização para exercer a profissão de um Estado no território de outro Estado”, afirmou. Para ele, outras associações profissionais devem ter o mesmo entendimento.
Ainda segundo a reportagem, Marques disse que, para o governo, a engenharia é uma das profissões-chave do desenvolvimento nacional. “No momento em que o Brasil tem sérios problemas de infraestrutura, gargalo de logística, a engenharia é o componente fundamental para superar esses entraves.”
Confira os documentos
Termo de Reciprocidade entre Confea e OEP assinado em setembro no Brasil
Termo de Reciprocidade entre Confea e OEP ratificado em outubro em Portugal
Edição Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informação do site do Confea
Comemora-se no Brasil em 23 de novembro o Dia do Engenheiro Eletricista, data em que, no ano de 1913, foi fundado o Instituto Eletrotécnico de Itajubá por Theodomiro Santiago. O início da atuação se deu no dia 16 de março de 1913. No entanto, a inauguração oficial, que contou com a presença do presidente Hermes da Fonseca se deu no dia 23, sendo a 10ª escola de engenharia a se instalar no Brasil.
Como na maioria das modalidades da área, entre os profissionais da Elétrica o campo é muito vasto. Existem três submodalidades pelas quais os engenheiros eletricistas podem optar: eletrotécnica, eletrônica e telecomunicações.
O campo é vasto para os formados na área não só no Brasil como no mundo, pois telecomunicações e eletrônica já são campos globais, não mais cercados pelas fronteiras dos países.
O engenheiro eletricista possui seu principal foco em sistemas de energia, contando também com formação nas áreas de eletrônica e automação. Os profissionais formados nesta área podem atuar em sistemas industriais complexos e em concessionárias de serviços públicos. Também é sua atribuição elaborar projetos de sistemas de medição e de instrumentação eletroeletrônica, de acionamentos de máquinas, de iluminação, de proteção contra descargas atmosféricas e de aterramento.
O mercado de trabalho é amplo e promissor, pois inclui todas as empresas que fazem uso da energia nos seus processos de trabalho.
Imprensa SEESP
Com informações do Sistema Confea e da Universidade Sagrado Coração (USC)
Além do sentimento de indignação causa perplexidade o uso brutal e exagerado da força, pela polícia militar de São Paulo, a serviço (polícia mineira) da Cosipa [atual Usiminas] para reprimir os trabalhadores e dirigentes sindicais que manifestavam na portaria da empresa, em Cubatão, na madrugada da quarta-feira, dia 11/11.
Há tempos vem se desenvolvendo na Baixada Santista um movimento que agrega meia centena de entidades sindicais que, a exemplo da experiência da Federação Nacional dos Engenheiros, tem o nome de Cresce Baixada. Sua reivindicação fundamental é a retomada do crescimento econômico e, portanto, insurge-se contra a demissão de trabalhadores e de quaisquer profissionais. Os prefeitos das principais cidades têm sido sensíveis ao movimento e até mesmo o vice-governador paulista, Márcio França, que é da Baixada, apoia o movimento.
Nada mais natural que, ao tomarem conhecimento da intenção da Usiminas, premida por dificuldades internas e internacionais em seus negócios com o aço, de demitir quatro mil trabalhadores e de até mesmo fechar a planta industrial da Cosipa, o Cresce Baixada tenha se mobilizado contra tal tragédia, local, regional e nacional.
Reuniões preparatórias foram realizadas e marcou-se o 11 de novembro como uma jornada de mobilização; a prefeita de Cubatão, por exemplo, decretou para este dia ponto facultativo. Mesmo tendo sido estupidamente reprimida no começo do dia, a manifestação prosseguiu durante a jornada e de tarde milhares de trabalhadores ocuparam o Paço Municipal.
A brutal e estúpida repressão policial (que deve macular, pelo seus efeitos, o próprio governador Geraldo Alckmin às voltas já com a repressão à estudantada) foi manipulada pela empresa sob a desculpa de reprimir o sindicato dos metalúrgicos, considerado por ela como “instransigente”. Tudo foi, no entanto, a bom juízo, destituído de racionalidade.
Se a empresa, com seu anúncio aterrorizante pretendia criar comoção sobre suas dificuldades e sensibilizar os poderes públicos visando a diminuição do ICMS ou o aumento da sobretaxa sobre a importação do aço estrangeiro deveria, manda a razão, procurar reforçar o próprio movimento Cresce Baixada, convencê-lo da justeza de tais pretensões e evitar o terrorismo.
Em 2009, quando era presidente do Grupo Usiminas Marco Antonio Castello Branco e a produção siderúrgica nacional estava às voltas com a revisão das tarifas de importação do aço, ele teve a sensibilidade e a habilidade de granjear o apoio do movimento sindical e depois, em carta pessoal, agradecer o empenho vitorioso, afirmando que “este episódio demonstrou que capital e trabalho juntos podem colaborar na construção de um país melhor”.
Muito diferente da porradaria da quarta-feira!
* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical