A ocupação de aproximadamente 65% do solo do Estado de São Paulo deu-se a partir das franjas pioneiras a Oeste do estado pelas cidades fundadas graças às ferrovias. Projeto de professor da Unesp de Bauru discute justamente a problemática histórica da formação e conformação da rede ferroviária do Oeste paulista, que apresenta, segundo ele, semelhanças grandes com a ocupação do Oeste dos EUA.
Com essa pesquisa, Adalberto da Silva Retto Jr., professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Unesp, passou em concurso de professor visitante do projeto Cinque Terre da Université Pantheón-Sorbonne Paris I, no Master Erasmus Mundus Techniques, Patrimoine, Territoire de l'Industrie: Histoire. Ele representa o continente americano no projeto.
O escopo comparativo da pesquisa seguiu dois movimentos como forma de explicitar a dinâmica e/ou o descompasso da implantação do sistema ferroviário paulista na sua totalidade. O primeiro pôs em relevo a estratégia político-econômica de cada ramal na sua individualidade, e o segundo, o agrupamento de cidades por décadas, à luz da conjuntura econômica e política mais ampla.
Enriquecida por materiais de arquivos nacionais e internacionais, a ferrovia paulista, na pesquisa, aparece como modalidade de transporte que propiciaria o aparelhamento técnico do país a partir da construção de várias obras de engenharia que causaram uma integração parcial do território brasileiro polarizado por São Paulo.
Neste cenário, o café figura como suporte econômico para a construção de um projeto que previra a ligação não somente entre os dois oceanos Atlântico e Pacífico, mas de um projeto mundial tendo como suporte o sistema ferroviário', explica o professor da Faac.
Apesar de os engenheiros serem os artífices de transformações no universo urbano, no caso do Estado de São Paulo, para Retto Jr., diversas outras figuras técnico-profissionais, como agrimensores, medidores, hidráulicos, arquitetos, peritos, topógrafos, cartógrafos e mestres de obras, constituíram-se em agentes da aplicação de um conhecimento analítico e científico do território e de seus recursos.
Os sinais da tomada de consciência da importância do território não só do ponto de vista fiscal, mas também econômico e da mobilidade, seriam evidentes no território brasileiro, com a presença de grandes levantamentos cartográficos e cadastrais e a coleta sistemática de dados, notícias, informações, com notável grau de detalhamento, principalmente sobre o Estado de São Paulo.
'Essa mudança radical das velhas concepções, enriquecida por meio da penetração de livros ou pelo intercâmbio de profissionais, levou à necessidade de sistematizar os novos conhecimentos da natureza, fazendo reconhecer a urgência de uma reformulação do ensino preenchendo a lacuna deixada com a expulsão dos jesuítas, o que viria a fundar as bases do regime das Escolas Politécnicas, já bastante difundido no resto da Europa', aponta Retto Jr.
A pesquisa sobre o avanço da franja pioneira com a implantação do sistema ferroviário realiza uma abordagem morfológica, histórica, geográfica e arquitetônica. Inventaria, sistematiza e analisa comparativamente a formação e transformação de cidades paulistas a partir da implantação dos quatro ramais ferroviários: Alta Paulista, Alta Sorocabana, Alta Araraquarense e Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, até a década de 1950, quando o transporte pelas ferrovias é quase totalmente substituído.
'Os diversos temas que compõem a pesquisa abordam problemáticas distintas que remontam tempos e escalas diferenciadas permitindo indagações sobre os fatores que determinaram o desenho da ocupação do próprio território, o florescimento ou definhamento de uma ou mais cidades, a prosperidade ou estagnação de outras, a presença dosedifícios e suas relações urbanas, assim como a própria noção de Oeste', comenta o pesquisador.
Imprensa – SEESP
Fonte: Assessoria de Comunicação da Unesp
Por Manuel Castells, no The Guardian | Transcrição e tradução: Gabriela Leite
Estamos testemunhando o aparecimento de um novo tipo de movimento social, que ainda é embrionário, por isso ainda não foi capaz de alterar fundamentalmente a política. Mas foi assim em muitos momentos da História. Este pode ser o começo de um longo processo de mobilização.
O que caracteriza todos estes movimentos é que, por um lado, são sempre criados na internet, aproveitando-se da autonomia do ciberespaço para promover debates e interagir. Mas passam frequentemente, no momento seguinte, ao espaço urbano — e constroem redes sociais físicas de interação. A combinação do ciberespaço e do espaço público com alguma contestação ao sistema institucional é o que caracteriza estes movimentos. Eles aparecem e desaparecem. E estão sempre na internet. Eu chamo suas dinâmicas de rizomáticas.
Nos últimos tempos, vemos, particularmente na Europa, o surgimento de alguns esforços para exercer influência sobre o próprio sistema político. Sempre que há uma nova eleição, aparecem novas formas de expressão política, com as quais não necessariamente concordo ou apoio, mas estão mostrando um claro descontentamento com sistema político.
O padrão comum fundamental é o uso da internet, a ocupação do espaço urbano (mas não apenas) e a possibilidade de recriar uma nova forma de representação democrática. Por fim, estes movimentos não tratam de causas específicas que estão relacionadas apenas com seu próprio país. São, até certo ponto, iguais em seu objetivo, que é reconstruir a democracia de baixo para cima.
O que muitas pessoas se perguntam é “então, qual é o resultado desses movimentos?” Para a maioria dos participantes dos movimentos, eles estão começando um processo. Isso é o que dizem: que precisamos fugir da lógica produtivista do capitalismo. Eles acreditam que há um novo processo de crescimento de consciência e mobilização das pessoas. Os movimentos estão encorajando as pessoas a acreditar que não precisam necessariamente delegar seu poder aos políticos e seu dinheiro aos bancos, em que não confiam. Estamos em um ponto em que a falta de confiança é esmagadora. Então, surge a noção de que as pessoas estão sendo empoderadas por estes movimentos — e não apenas as que participam diretamente deles. Em países como a Espanha, 70% da população apoia os movimentos, apesar de pensar que eles não podem mudar nada a curto prazo. Então esta é a primeira coisa, os movimentos tem que ampliar a consciência e estimular o empoderamento das pessoas.
É possível, até agora, alguns exemplos de impacto dos movimentos sobre a política. É o caso da Islândia. Lá, a sociedade inteira envolveu-se, via internet, na redação de uma nova Constituição. Os bancos foram nacionalizados e depois reprivatizados sem favores; o país preservou direitos e vai muito bem. Bem, é um país pequeno, mas o Chipre também é. Um é exemplo dos impactos negativos da crise; o outro, de como, a partir da crise, pode-se transformar o sistema político e resgatar a democracia e a sociedade. É assim que pensam, atualmente, as pessoas que participam dos movimentos. Veem-se plantando a semente do que será, em algum momento, uma transformação inclusive das relações de poder e das relações sociais.
A alternativa é a emergência de movimentos populistas de direita. Isso está particularmente claro na Finlândia, na Grécia e mesmo no Reino Unido. Por isso, os novos movimentos têm também o papel de canalizar o protesto popular para sentimentos positivos e esperança, ao invés das atitudes reacionárias e destrutivas do nacionalismo xenófobo.
Imprensa – SEESP
Fonte: Outras Palavras
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público realiza audiência pública nesta terça-feira (9/04), às 14h30, sobre a atuação de engenheiros estrangeiros e empresas de engenharia de outros países no Brasil. O debate será realizado no Plenário 10.
Os deputados Eli Corrêa Filho (DEM-SP) e Augusto Coutinho (DEM-PE), que sugeriram a audiência, apontam uma “invasão crescente” de estrangeiros no mercado de trabalho. Eles defendem que as empresas de engenharia priorizem a contratação de profissionais brasileiros.
Foram convidados para o debate:
- o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), José Tadeu da Silva;
- o presidente do Conselho de Imigração do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio de Almeida;
- o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), Francisco Yutaka Kurimori;
- o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco-SP), José Roberto Bernasconi; e
- um representante da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Imprensa – SEESP
Fonte: Agência Câmara de Notícias
O Movimento Saúde+10 realizará um Ato em Defesa da Saúde Pública no dia 10 de abril, a partir das 9h, em frente ao Congresso Nacional. A iniciativa, que tem como objetivo reafirmar a necessidade de fortalecer o SUS público, universal e integral, deverá mobilizar e levar à capital federal cidadãos de diversos estados brasileiros.
Durante a realização do Ato, será também anunciada a primeira contagem oficial de assinaturas alcançadas até o momento pelo Projeto de Emenda Popular que assegura 10% do PIB para o orçamento da União na Saúde.
Criado há um ano, o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública tem como objetivo a coleta de 1,500 milhões de assinaturas em prol de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira, alterando, dessa forma, a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012.
A iniciativa visa agregar, de maneira contínua e crescente, entidades organizadas e as diversas instituições, abrangendo toda a sociedade, nas cidades e no campo, no esforço cívico de encaminhar à Câmara Federal tal quantidade de assinaturas para a execução do citado projeto.
Entende-se que a justeza dessa proposição alcançará milhões de mentes e consciências, em uma ampla mobilização nacional, de caráter suprapartidário, exigindo a definitiva priorização da saúde como bem maior de uma nação soberana, que cuida do seu povo e garante os seus direitos constitucionais.
Imprensa – SEESP
Fonte : Movimento Saúde+10
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, tanto por tempo de contribuição, como por idade ou aposentadoria especial, poderá renunciar ao benefício, a qualquer tempo, voltar a trabalhar e, requerer nova aposentadoria quando achar conveniente. É o que estabelece projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS), aprovado na quarta-feira (3/04) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
De acordo com o projeto de lei do Senado (PLS 91/2010), é assegurada a contagem do tempo de contribuição e recálculo do benefício para uma nova aposentadoria. Pelo substitutivo, ao renunciar à aposentadoria, o segurado não precisa devolver os valores recebidos, uma vez que, conforme explicou Paulo Davim, fez jus aos proventos recebidos. O senador ressaltou que a proposta vai garantir ao aposentado o direito de renunciar à aposentadoria, continuar trabalhando e aproveitar o tempo de contribuição no cálculo de nova aposentadoria mais vantajosa.
A medida já é assegurada aos servidores públicos pelo Regime Jurídico Único (lei 8112/90), informou o autor, ao justificar a proposta. Assim, observou Paim, faz-se necessária a alteração da lei que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social (lei 8.213/1991) para permitir a renúncia à aposentadoria também aos demais trabalhadores, o que o senador considera “tratamento mais igualitário”.
Como a atual legislação previdenciária não prevê tal possibilidade e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não processa os pedidos de renúncia de aposentadoria, observou o relator, os segurados precisam recorrer à Justiça. São milhares de ações, informou Davim, que tramitam nos estados e algumas já chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O entendimento, ressaltou, tem sido favorável aos aposentados.
Paulo Davim disse que a desaposentadoria, como é denominada, é buscada tanto pelos trabalhadores que se aposentam mais jovens por terem começado a contribuir cedo, como pelos que optaram pela aposentadoria proporcional. A renúncia à aposentadoria, observou o senador, aumentou depois de 1999, em razão da implementação do fator previdenciário, criado para inibir aposentadorias precoces ao reduzir o valor do benefício de quem se aposenta com menos idade.
“Sendo a aposentadoria um direito patrimonial disponível, é possível a renúncia desse benefício, não havendo, ainda, impedimento para que o segurado que continue a contribuir para o sistema formule requerimento de nova aposentadoria, que lhe seja mais vantajosa”, disse Paulo Davim.
Imprensa – SEESP
Fonte: Agência Senado
Os engenheiros da Emae e da Elektro, representados pelo SEESP, iniciam a campanha salarial de 2012 em assembleias extraordinárias nos dias 8 e 10, respectivamente. Na pauta os seguintes itens:
a) Discussão e aprovação da Pauta de Reivindicações da categoria para o ano de 2013, visando ao início das negociações da data-base de 1º de maio de 2013;
b) Delegar poderes para a direção do SEESP para início das negociações coletivas de trabalho, assinar Acordo Coletivo de Trabalho ou instaurar Dissídio Coletivo;
c) Fixar e autorizar o desconto da Contribuição Assistencial e/ou Confederativa e/ou Profissional e/ou Negocial; e
d) Declarar a Assembleia aberta em caráter permanente até o final do processo de negociação coletiva.
As negociações salariais do sindicato envolvem mais de 100 mil profissionais em todo o Estado de São Paulo e são distribuídas em cinco datas-bases distintas: janeiro, março, maio, junho e setembro. A que concentra o maior número de profissionais é a de maio.
* Veja aqui o horário e o local da assembleia da Emae
* Veja aqui o horário e o local da assembleia da Elektro
Já realizaram assembleias os engenheiros da Usiminas e da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), na Baixada Santista.
Seminário de abertura
No dia 10 próximo, a partir das 15h, o SEESP realiza o já tradicional seminário de abertura das campanhas, na sede da Capital paulista (rua Genebra, 25 – Bela Vista).
“O objetivo do seminário é traçar um panorama do cenário socioeconômico e político no qual as negociações acontecerão e, principalmente, reforçar a disposição ao diálogo como meio de superação dos desafios existentes”, observa o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP
Neste ano, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) completa 120 anos de existência totalmente dedicados à boa formação de engenheiros no País. No dia 8 de abril (segunda-feira), às 19h, o vereador Mario Covas Neto (PSDB) realiza sessão solene dando início às homenagens à escola. O evento vai ser no Plenário 1º de Maio, na Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista). No dia 15 de maio, o SEESP também prestará sua homenagem.
Fundada em 1893, a então denominada Escola Politécnica de São Paulo foi incorporada à USP em 1934; hoje ela é referência nacional e considerada a mais completa faculdade de Engenharia da América Latina.
A Poli/USP, em mais de um século de história, vem formando gerações de engenheiros que têm se destacado não só em suas especialidades profissionais, mas também na vida política do País e na administração de empresas e de órgãos públicos.
A Poli ocupa nove prédios na Cidade Universitária, em São Paulo, num total de 141.500 metros quadrados de área construída. Ali trabalham ou estudam 457 professores, 478 funcionários, 4.500 alunos de graduação e 2.500 alunos de pós-graduação. A Escola está organizada em 15 departamentos, responsáveis pelas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão de serviços à comunidade.
Na graduação, são oferecidos 17 cursos, agrupados em quatro grandes áreas da engenharia: Civil, Elétrica, Mecânica e Química. Desses cursos, 15 são semestrais e dois – Engenharia de Computação e Engenharia Química – têm características que os diferenciam dos demais: eles são organizados em períodos quadrimestrais e realizados em cooperação com empresas.
Na pós-graduação, a Poli oferece dez cursos de mestrado, nove de doutorado e um de mestrado profissionalizante. De 1970 a 2006 foram outorgados cerca de 7.000 títulos, entre mestrado e doutorado, o que coloca a Escola como um dos maiores centros de pós-graduação do País e o maior na área de Engenharia.
A Poli também se destaca na realização de pesquisas científicas e tecnológicas, com as quais contribui para o progresso social e econômico do País e para a modernização, competitividade e qualidade dos produtos e processos das empresas.
Imprensa – SEESP
Com informação do site da Poli-USP
Para quem mira uma oportunidade de trainee ou estágio, confira as oportunidades profissionais disponíveis nos programas com inscrições abertas em ordem crescente de término do prazo.
Sabesp – estágio
São 1030 oportunidades de estágio que contemplam 48 modalidades de cursos. As oportunidades são para estudantes de nível superior, médio e médio/técnico. Os estagiários serão selecionados por meio de concurso e a prova acontece no dia 5 de maio nas cidades de São Paulo, Botucatu, Caraguatatuba, Franca, Itapetininga, Itatiba, Lins, Presidente Prudente, Registro, Santos e São José dos Campos.
Salário: bolsa-auxílio de 936,86 reais para quem é do ensino superior
Inscrições: até 3 de abril pelo site Concursos FCC
Cielo - estágio
São 25 oportunidades para universitários com formação prevista para o período entre dezembro de 2014 e junho de 2015 nas áreas de Engenharia da Computação, Ciência da Computação, Tecnologia em Informática, Sistemas de Informação, Processamento de Dados, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Produção, Administração, Economia, Ciência Contábeis, Matemática, Psicologia e Marketing.
Inscrições: até 5 de abril pelo site da Cielo Jovens Talentos
Bolsa salário: R$ 1.300
Leroy Merlin- trainee
Para se candidatar ao Programa Jovens Profissionais 2013, é preciso ter concluído curso superior em qualquer área entre dezembro de 2008 e dezembro de 2012. As oportunidades são para trabalhar na área comercial na Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Grande Porto Alegre, e para trabalhar na área de gestão (administrativo-financeira) em São Paulo (capital) e Brasília. A duração do programa é de 18 meses.
Salário: não informado
Inscrições: até 8 de abril pelo site da Across
* Veja aqui as demais vagas
* Veja também o serviço Engenheiroonline - Relacionamento profissional do SEESP
Imprensa – SEESP
Fonte: Revista Exame
Buscar um novo modelo de desenvolvimento socioeconômico nas regiões de extração de minérios. Essa ideia foi alvo de um estudo de caso elaborado pela geógrafa Maria Rita Borba na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, baseado em um projeto de desenvolvimento sustentável implantado no município de Juriti, no estado do Pará.
A pesquisa propôs uma reflexão sobre o projeto Juruti Sustentável, uma iniciativa da mineradora Alcoa em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces). O projeto Juriti Sustentável tem como objetivo fornecer suporte para a elaboração de um plano de desenvolvimento local de longo prazo para o município de Juruti e região. Ele é composto por linhas gerais de atuação e ações específicas que se operacionalizam por meio de quatro argumentos e um chamado tripé de intervenção.
Os quatro argumentos seriam a participação ampla e efetiva de toda a sociedade na construção da agenda de desenvolvimento local; abordagem de território; dialogo com a realidade, contextualizando a agenda com base em discussões globais sobre desenvolvimento, e a internalização dos princípios e valores da sustentabilidade, tal qual proposto pela empresa. “No tripé de intervenção temos um fórum de desenvolvimento local, denominado Conselho Juruti Sustentável (Conjus); indicadores de monitoramento do desenvolvimento do município e região, os Indicadores de Juruti, e um fundo para financiamento de projetos locais, o Fundo Juruti Sustentável (Funjus)”, acrescenta Maria Rita.
Como base das análises, Maria Rita contextualizou pontos do campo de estudos do desenvolvimento e conflitos ambientais, situando geográfica e historicamente o estudo de caso a partir do debate do conceito de desenvolvimento, das principais dinâmicas incidentes na Amazônia brasileira e do debate acerca da participação social e conflitos ambientais. “É importante ressaltar que a reflexão também se apoiou nos levantamentos de campo e na percepção dos entrevistados sobre os processos empreendidos pela empresa no município e arredores, assim com sobre o projeto Juruti Sustentável em si, em sua concepção, aplicação e efetividade”, conta.
Resultados conflitantes
A pesquisa foi dividida em duas fases. A primeira buscava um aprofundamento dos temas “desenvolvimento”, formação territorial da Amazônia brasileira , conflitos ambientais e participação social. “Nesse caso foi feita uma pesquisa de gabinete com levantamento bibliográfico e revisão da literatura, considerando fontes nacionais e internacionais”, afirma a pesquisadora. O segundo momento se baseou em um trabalho de campo cujo objetivo é avaliar a interação entre os diferentes atores sociais e setores locais. Nessa fase foram realizadas entrevistas individuais ou em pequenos grupos, seguida por um processo de validação das informações levantadas, em grupos expandidos. Ao final do processo foi feita a divulgação das informações levantadas e validadas a todos os envolvidos.
De acordo com a análise das informações levantadas em campo, observou-se que o projeto vem sendo apropriado pela sociedade local de acordo com o nível de participação nos espaços de discussão promovidos por cada parte do tripé de intervenção. “Os três elementos não são reconhecidos em sua totalidade, e sim em partes. Por exemplo, quando perguntados sobre o Funjus, Conjus e Indicadores separadamente, os entrevistados dizem ter conhecimento de cada um, porém não reconhecem o Juruti Sustentável como um todo”, afirma a pesquisadora.
Com relação ao processo, constatou-se que a iniciativa da empresa poderia amenizar os conflitos com os que atuam no local, assegurando o acesso aos recursos naturais e condições necessárias para manutenção de sua atividade exploradora. No entanto, a pesquisa também revelou que a implementação do projeto possibilitou aos atores da região se apropriarem de tal territorialidade. Esse resultado expõe a contradição posta pelo dilema da participação social diante de conflitos ambientais. “Ao mesmo tempo que a participação pode ser encarada como uma ferramenta de construção de consenso para eliminação de conflitos, ela também desencadeia novos conflitos e conflitualidades, o que fortalece a atuação dos atores locais no diálogo com a empresa”, relata a pesquisadora.
Maria Rita ressaltou também a importância do projeto para a região e para o País, como exemplo para futuros projetos da área que busquem um desenvolvimento de fato, inclusive nos processos de exploração. “Acredito que a implementação do Juruti Sustentável contribui para a reflexão de uma série de processos relacionados ao desafio de se pensar um novo modelo de desenvolvimento. Investir no aprofundamento acadêmico de temas como conflitos ambientais e participação social contribui para a reflexão sobre o padrão de desenvolvimento que vem sendo aplicado”, finaliza.
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Fonte: Agência USP de Notícias
DiverSampa é uma caminhada pelos pontos mais interessantes da região central de São Paulo. A atividade, coordenada Paulo Castagna, Fernando Lacerda S. Duarte e Jô Domingas, da Unesp, estimula reflexões sobre sua diversidade humana, econômica, histórica, cultural, religiosa e urbanística da cidade e ajuda a formular novas questões sobre esta complexa realidade.
O primeiro roteiro, inspirada no trabalho do Prof. Dr. Eduardo Yázigi (USP), ocorre dia 7 de abril, das 8 às 16h30, e inclui as regiões do Paraíso/Liberdade/Centro/Luz.
Entre os locais visitados, estão Museu Anchieta, Mosteiro de São bento, Solar da Marquesa de Santos, catedral Ortodoxa Antioquina, Eparquia Greco-Melquita, Igreja santa Generosa, Centro Cultural Vergueiro, Escola Municipal de Música, Grande Loja maçônica do Estado de São Paulo, Assembléia de Deus Nipo-Brasileira, Catedral Metodista, Casa de Portugal de São Paulo, Torre Santander/Banespa, Parque da Luz, Viaduto Boa Vista, Becos dos Aflitos e Catedral da Sé.
O ponto de partida do projeto é que o centro da metrópole convivem os paradoxos. O que parece irreconciliável encontra as mais variadas formas de coexistir. Passados muito distantes estão no cotidiano: o modo de vida recluso e a musicalidade do Mosteiro de São Bento harmonizam-se discretamente ao comércio e às movimentadas avenidas que os cercam.
Aqui e ali cidadãos de diferentes culturas, que talvez sequer se cumprimentassem em seus países de origem, são vistos conversando com os mais variados sotaques e os mais diversos interesses.
A partir de critérios complexos, porém muito naturais, se estabelecem relações entre pessoas e destas com instituições, fazendo a metrópole funcionar. Músicos de rua, instrumentistas das orquestras, funcionários das lojas, vendedores de equipamentos eletrônicos e os próprios moradores, cada um à sua maneira, criam o ambiente sonoro da cidade, muitas vezes sem se dar conta disso.
Todas as atividades são gratuitas, exceto a visitação do Museu Anchieta (R$ 3,00), o deslocamento por metrô (R$ 3,00) e o almoço (de R$ 15,00 a R$ 30,00), com despesas por conta dos participantes. Detalhes da programação em http://paulocastagna.com/diversampa/. Informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Imprensa – SEESP
Fonte: Unesp Agência de Notícias