Sistema Confea/Crea precisa agir com responsabilidade
Promover eleições presenciais é colocar em risco a saúde dos profissionais e prejudicar o esforço nacional para superar a pandemia
As eleições para o Sistema Confea/Crea e Mútua, marcadas para o próximo dia 15 de julho, são objeto de preocupação a todos que estão comprometidos com a defesa da saúde pública e, ao mesmo tempo, com a garantia de um pleito amplo que tenha resultado representativo. A razão para isso é a insistência dos responsáveis por esse processo em manter a votação de forma presencial, apesar da necessidade de se tomarem precauções relativas ao possível contágio pelo novo coronavírus.
Tal decisão nos causa verdadeira perplexidade por dois motivos principais. O primeiro deles é que essa eleição não precisa ser realizada neste período, já que os mandatos a serem renovados vão até o final do ano. Por isso mesmo, tradicionalmente, a escolha dos presidentes dos Conselhos Regionais e Federal acontecem no mês de novembro. O segundo é que, há muitos anos, discute-se a necessidade e total possibilidade de se realizarem as eleições, com segurança e transparência, de forma virtual. Há inclusive resolução do próprio Confea reconhecendo essa possibilidade.
Sendo assim, perguntam-se os profissionais de todo o Brasil: por que a recusa intransigente em tomar medidas que garantam uma votação maciça e preservem os participantes de riscos desnecessários? Enquanto empresas e instituições em todo o País se esforçam para tomar medidas que permitam a retomada de atividades econômicas de forma segura, lançando mão das ferramentas digitais para assegurar o distanciamento social o mais possível, o conselho que reúne os profissionais da área tecnológica vai inacreditavelmente na direção contrária, o que é lamentável.
Em maio último, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) mandou ofício ao Confea e à Comissão Eleitoral Federal alertando para a situação, propondo o adiamento da eleição para novembro e sua realização pela internet. Infelizmente, a manifestação de uma entidade que representa mais de 500 mil profissionais em todo o País não mereceu sequer resposta protocolar.
O tema, contudo, segue em pauta e em disputa, agora levado à Justiça. Em decisão no dia 23 de junho, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Nery da Costa Junior, concedeu liminar determinando que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP) viabilize a realização pela internet das eleições. À autarquia foi dado o prazo de 72 horas para tomar providências que garantam o cumprimento efetivo da ordem judicial, sob pena de multa pelo descumprimento. Uma tentativa do órgão de derrubá-la foi malsucedida, conforme decisão do mesmo tribunal, na sexta-feira (26/6).
Estejamos atentos a esse processo e esperemos que a correta decisão judicial seja plenamente acatada, e não só no Estado de São Paulo. Os profissionais em todo o Brasil merecem respeito ao seu voto e à sua saúde.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente
O Confea e Crea deveriam agir na verdade com responsabilidad e é na questão de sobre-guardar seus profissionais registrados, inicialmente os engenheiros mecânicos que foram atingidos por uma resolução inescrupulosa do CFT (Conselho dos Técnicos) através da Resolução 101, que oferece aos técnicos todos os tipos de responsabilidad es técnicas, e atribuições das mais variadas, sem terem preparo educacional e conhecimentos científicos, físicos e matemáticos para essas atribuições. Um verdadeiro abuso desse CFT, que influenciara, de maneira drástica a sociedade brasileira.
Sera o fim da Engenharia no Brasil? Pelo andar da "carruagem" creio que sim!
Atenciosamente
Eng. Adilson Gutierrez Ensina
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Assim se terá uma maior visão de toda a Engenharia; e não somente de pequenos grupos eleitorais. Situação esta que não representa a vontade da maioria dos Engenheiros.