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       Economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e consultor do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” da Federação Nacional dos Engenheiros, Sérgio Mendonça aposta no País. Na sua avaliação, se por um lado os obstáculos são tão complexos quanto desmontar o rentismo reinante e implantar uma política industrial eficiente, por outro a oportunidade é real. “Se o Brasil crescer 5,5% durante 20 anos, terá quadruplicado a renda per capita em 2030, chegando a US$ 40 mil, equivalente à dos Estados Unidos”, prevê. Em entrevista, ele falou sobre o que esperar de 2011 e dos próximos anos.

Qual a situação da economia brasileira hoje?
        Apesar do PIB do terceiro trimestre de 2010, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro último, ter mostrado uma desaceleração, tudo indica que teremos crescimento em torno de 7,5% no ano, o maior desde 1986. Salvo uma situação internacional catastrófica como a de setembro de 2008, que não deve acontecer, o Brasil vai crescer em 2011 algo perto de 5%. A perspectiva com a Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), tudo isso cria um clima de que o País está andando para a frente. No entanto, há dificuldades e uma é elevar a taxa de investimento, que em 2010 pode ter chegado a 20% do PIB (Produto Interno Bruto), o que é bom para a história recente, mas insuficiente para sustentar mais uma década de crescimento. Para isso, tem que elevar para algo em torno de 25%. Os outros dois problemas são os juros e o câmbio. Os juros muito altos atraem capital e fazem o real se valorizar, o que complica o desempenho da indústria, como se vê na expansão das importações. Isso agrava o déficit externo, que neste ano será da ordem de 2,5% do PIB. Há quem estime que em 2011 passará de 3%.

Como resolver o problema do câmbio? 
        A moeda de um País que cresce tende a se valorizar com o câmbio flutuante. A China, que cresce sem parar, faz uma política cambial diferente para se manter competitiva na exportação. Há o processo de desvalorização do dólar conduzido pelos Estados Unidos, que não param de emitir dinheiro e querem aumentar as exportações e dinamizar sua economia. O Brasil terá de ver em que lugar fica. Deixar valorizar, enquanto outros fazem diferente? Temos que ter um câmbio competitivo. Primeiro, temos que fazer a desmontagem da entrada e saída de dinheiro no Brasil. O governo tentou dar uma travada com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e estabilizou o dólar, que até então não parava de cair, em R$ 1,70 (em meados de dezembro de 2010). O Brasil já tomou medidas, mas não estão sendo suficientes, e estão em risco a indústria, o turismo, os serviços. Eventualmente, terá de tomar medidas mais drásticas com relação aos fluxos financeiros de capital. A questão cambial é delicada, e não haverá saída para o próximo governo que não seja atuar cotidianamente no câmbio. Fazer os juros caírem pode ajudar, mas outras medidas também precisam ser tomadas, até porque hoje as taxas externas estão muito baixas, é zero nos Estados Unidos. Mesmo que se reduza dos atuais 10,75% para 6%, continua sendo atraente vir para o Brasil.

A taxa de juros poderia ser menor?
       Poderia estar mais baixa, sem dúvida, mas há alguns problemas para isso. Um deles é como resolver o imbróglio da caderneta de poupança. Existe uma lei que garante 6,19% ao ano de remuneração, faça chuva ou faça sol. Sem rever isso, a Selic não consegue ir para baixo porque as outras aplicações, fundos de investimentos etc., vão render menos e todo o mundo vai correr para a poupança. Com isso, o governo terá problemas para financiar a dívida pública, terá de emitir moeda, o que põe em risco as metas de inflação. Como mexer na poupança é muito impopular, serão necessárias medidas criativas, como proteção aos pequenos investidores. Outro ponto é uma lógica financeira estranha, que premia quem aplica no curto prazo. É importante desmontar isso porque, a partir daí, os juros podem subir sem contaminar a dívida pública e sem criar essa atratividade para os títulos brasileiros. Nós vamos caminhar para isso, mas não se sabe quanto tempo vai levar. É preciso estimular a captação de recursos de longo prazo. Basicamente, é a desmontagem do rentismo, que é atávico no Brasil.

O País avançou em questões sociais como a distribuição de renda nos últimos anos, mas ainda não tem um projeto de desenvolvimento nacional.
        Nos dois governos Lula, foi fortalecido o mercado interno, lançando mão de políticas como a valorização do salário mínimo, que considero a mais fundamental. Isso é um enorme ativo na negociação do Brasil com o mundo. Se no ano que vem o câmbio ficar em R$ 1,8 em média, teremos um PIB de US$ 2,160 trilhões, é quase o da Itália em dólar corrente. Isso mostra um país grande e que continua crescendo. Mas falta um olhar de longo prazo, que implica discutir uma política industrial. Isso significa arbitrar investimentos. Hoje, somos bons em agricultura, aeronáutica e extração de petróleo, porque investimos durante anos. Nada caiu do céu. Então, o que mais? Queremos produzir chips e ter uma indústria eletrônica forte? Vamos ter que investir em C&T, formar engenheiros. Quando se diz que a Petrobras vai fazer o investimento todo do pré-sal com 70% de nacionalização, isso é uma baita política industrial, porém exige contratar engenheiro, formar um monte de gente e investir em infraestrutura. Mas tem que fazer isso com outros setores. No automobilístico, por exemplo, ou a indústria multinacional trará parte dos centros de decisão e tecnologia para cá ou teremos que criar uma nacional. Isso voltou a estar na pauta. Por que não? O Brasil é o maior mercado de automóveis do mundo que não tem uma empresa nacional. Além disso, educação é central nesse processo. A construção civil já está dizendo que vai crescer muito menos em 2011 porque não tem mão de obra. Não tem mágica, vamos ter que investir muito mais em educação, pagar melhor os professores, cuja profissão tem que voltar a ser valorizada. Outra questão é resolver o déficit habitacional. O Brasil caminha para ser a sexta economia mundial, quiçá a quinta, precisa ter um projeto próprio. Estamos vivendo o momento de fazer escolhas claras para dar um salto. Se o Brasil crescer 5,5% durante 20 anos, terá quadruplicado a renda per capita em 2030, chegando a US$ 40 mil, equivalente à dos Estados Unidos. De alguma maneira, a história está na nossa mão. Com tudo isso, vamos conseguir articular um projeto nacional, não contra os outros, mas a favor do Brasil.

 

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Diap organiza encarte com breve perfil e trajetória política e profissional dos e das ministras que iniciam a gestão no governo da Presidência Dilma Rousseff

        No rápido perfil da equipe ministerial do Governo da presidente Dilma Rousseff é possível conhecer a trajetória política e profissional dos novos ministros, o orçamento de cada ministério para 2011, bem como os contatos de cada Pasta.
        O levantamento está organizado por área de atuação do Governo. A área econômica tem oito ministérios, a área social sete, a área de infra-estrutura seis e a área de governo quatro, além das secretarias e demais órgãos com status de ministério.
        Dos 37 auxiliares, 17 são filiados ao PT, seis ao PMDB e dois ao PSB. O PP, PDT, PR e PCdoB ficaram com um ministério cada. Há nove mulheres na equipe ministerial. Acesse!

 

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Objetivo do governo é garantir domínio territorial de região cobiçada por grande potencial de reservas minerais

        O Brasil tem uma ambiciosa proposta de fincar um laboratório oceanográfico na mais remota fronteira marítima do país e, com isso, garantir o domínio territorial sobre uma área em que as riquezas naturais escondidas vão além do petróleo na camada do pré-sal.
        No limite da plataforma continental, a 350 milhas náuticas (648 quilômetros) da costa, o potencial de reservas minerais é imensurável, segundo uma fonte militar revelou ao Globo.
        Com a implantação de um centro de pesquisas em alto-mar e o investimento em satélites, embarcações de patrulhamento e submarinos, a estratégia que vem sendo esboçada reservadamente pelo governo Dilma Rousseff é no sentido de afastar investidas de estrangeiros, como americanos, russos, alemães e japoneses, nos cobiçados mares do Atlântico Sul.
        O instrumento de pesquisa, cujo projeto envolve os ministérios da Defesa, da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e investidores privados brasileiros, passará a ser usado para marcar a presença do Brasil dentro e fora das 200 milhas (370 quilômetros) hoje delimitadas.
        É o mesmo espírito que move a ocupação de pesquisadores do minúsculo arquipélago de São Pedro e São Paulo, a 1.010 quilômetros de Natal (RN). Os cientistas atualmente se revezam a cada 15 dias no arquipélago.
        A localização e o projeto da plataforma fixa que dará suporte ao laboratório ainda estão em fase de elaboração. A determinação de custos e de prazo para a construção do equipamento é a próxima etapa,e a ideia é formalizar um consórcio com a participação do governo, da Petrobras e de parceiros da industrial nacional para custear o projeto.
        Além das pesquisas direcionadas à segurança ambiental, ao desenvolvimento de tecnologia naval e à biotecnologia, já há entendimento para que o laboratório tenha um observatório submarino, cujas imagens estariam disponíveis ao público pela internet.

Exploração brasileira tem respaldo das Nações Unidas
        No limite de 200 milhas mar a dentro, entra na pauta de prioridades a descoberta de petróleo no pré-sal. Os mais preocupados citam a volta da Quarta Frota dos Estados Unidos, país atento ao fortalecimento de uma frota militar na região. Um oficial da Marinha lembra a "incrível coincidência" entre o anúncio do petróleo na camada pré-sal e a decisão dos americanos de deslocar para o Caribe a Quarta Frota - divisão da Marinha americana responsável por operações no Atlântico Sul.
        O faturamento potencial das reservas do pré-sal, considerando as atuais estimativas de 40 bilhões de barris, com o preço médio unitário de US$ 100, alcançaria US$ 4 trilhões.
        A ideia, segundo revelou ao GLOBO alto funcionário do governo, é "cravar os pés brasileiros" em um eldorado cuja soberania nacional pode ser questionada no futuro. A autoridade lembra que, nos limites oceânicos, prevalece a ocupação permanente para fins de domínio territorial.
        - Vamos pegar o limite da área de disputa, antes de outros. Eles vêm aqui com a Quarta Frota e nós vamos com o laboratório marítimo, muito mais simpático - afirma.
        O Brasil já conquistou, junto às Nações Unidas, respaldo para explorar científica e comercialmente uma vasta área oceânica, que alcança 350 milhas náuticas, entre a fronteira com a Guiana Francesa e a divisa com o Uruguai. E disputa outros três trechos estratégicos, um ao sul e outro ao norte das reservas do pré-sal, inclusive na ainda misteriosa costa do extremo sul do país. O terceiro ponto segue em direção ao Mar do Caribe.
        A questão é que, quando o pré-sal estiver a pleno vapor, o Brasil estará entre os maiores fornecedores de petróleo do mundo, podendo chegar ao nível do Oriente Médio. Passará também a ser um ator relevante no setor de energia.
        Assim, exercerá influência sobre as nações produtoras e terá de negociar pesadamente com os grandes consumidores, onde se inserem os americanos.
        - Estamos trabalhando sobre um cenário de 30, 40 anos. Nossa preocupação, no caso do pré-sal, não é com uma ameaça imediata. Não importa o que aconteça no futuro, temos de estar preparados para a adversidade - esclareceu uma fonte da área militar.
        Em outra frente, o Brasil se prepara para disputar novos espaços para entrar firme em mineração no solo oceânico, na área fora do pré-sal e após as 200 milhas, entre a África e a América do Sul.
        As Nações Unidas trabalham em uma normatização para a exploração dos solos marinhos na faixa entre os dois continentes, hoje ocupada por embarcações da Rússia, do Japão e da Alemanha.
        - A América do Sul e a África podem interferir nas decisões da ONU sobre o Atlântico Sul - diz essa fonte.
        Um das preocupações é que, com a autorização dada aos países para explorar minérios, serão montadas estruturas no caminho das rotas marítimas comerciais brasileiras, o que provocará aumento de custo e obrigará navios a desviarem o curso. Mais um item a encarecer o frete.
        - O Atlântico Sul é a região do oceano menos estudada do planeta e 92% do nosso comércio exterior passam por lá. Essa base científica é fundamental e vale a pena, não importa o custo - avalia Jorge Ramalho, especialista em relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB).

Plataforma será patrulhada por submarino nuclear
        No ano passado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, iniciou uma ofensiva junto aos países da Costa Oeste da África, para que seja deslanchada uma ação conjunta que beneficie os dois continentes na negociação no âmbito da ONU.
        Jobim ofereceu a Marinha brasileira para ajudar os africanos a mapearem sua plataforma continental e estabelecer seus próprios limites.
        Para assegurar o controle da plataforma brasileira, serão usados um submarino convencional e um submarino nuclear, que pode ficar meses submerso com uma velocidade maior. Também serão comprados mais navios de patrulha oceânica e construído um sistema de satélite para monitorar a chamada Amazônia Azul.

 

(Roberto Maltchik e Eliane Oliveira, O Globo)
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Centro de Estudos da Metrópole da USP oferece curso com o software livre TerraView, que permite usar dados geográficos para pesquisa ou para políticas públicas

        Possibilitar a produção de análises espaciais a partir de dados sociais, econômicos e demográficos, para pesquisadores e gestores públicos, é o objetivo do curso de geoprocessamento com software livre TerraView Política Social. O curso é oferecido desde 2008 pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
        O treinamento é destinado a usuários não especialistas ligados principalmente à área de políticas sociais, como educação, saúde, transferência de renda e habitação. O programa - que utiliza o software TerraView Política Social - foi desenvolvido pelo CEM em parceria com a Divisão de Processamento de Imagens (DPI) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
        O software é um aplicativo construído a partir da biblioteca de geoprocessamento TerraLib para visualização e exploração de dados geográficos e pode ser baixado gratuitamente pela internet.
        De acordo com Daniel Waldvogel Thomé da Silva, pesquisador do CEM e coordenador do curso, o programa possibilita que gestores públicos de muitas cidades brasileiras utilizem a ferramenta para o planejamento de políticas em áreas prioritárias.
        "O geoprocessamento propicia uma análise dos dados de maneira local e espacial, ou seja, é possível localizar onde os problemas realmente acontecem. Nosso interesse ao desenvolver o curso foi democratizar esse recurso", disse à Agência Fapesp.
        O treinamento pode ser feito em casa. "Além do software, o usuário baixa o manual e as bases de dados utilizadas no curso, a partir do preenchimento de um cadastro. O treinamento que damos é só uma forma de facilitar o processo de aprendizagem", explicou.
        Pesquisadores, técnicos de administração municipal, alunos de graduação e pós-graduação, entre outros, podem participar. Ter um domínio básico da informática (de planilhas como Excel) é o único pré-requisito.
        O curso tem custo de R$ 400. Anualmente, são realizados de quatro a oito cursos, conforme a procura. Mais de 680 profissionais de diferentes áreas já fizeram o treinamento, que deverá ter nova turma em março.
        O perfil dos interessados também é muito variado. "Funcionários de secretarias de educação que querem mapear escolas, arqueólogos que precisam gerar mapas para sítios arqueológicos ou arquitetos que desenvolvem pesquisas em habitação de interesse social, por exemplo", contou Waldvogel.
        O TerraView Política Social é baseado no Terra View, software desenvolvido pelo Programa Espaço e Sociedade, uma iniciativa do Inpe para aproximar as inovações derivadas do Programa Espacial Brasileiro às necessidades para a elaboração de políticas públicas sociais no país.
        "Para gerar mapas é preciso construir uma base de dados para que sejam possíveis estabelecer relações, gerar hipóteses e, partir daí, inferir novos dados georreferenciados", disse Waldvogel.
        Se algum gestor público quiser descobrir áreas com maior demanda para a construção de uma nova escola, por exemplo, um dos caminhos é identificar os locais com muitas crianças e poucos estabelecimentos de ensino. "Com o geoprocessamento podemos inserir diferentes tipos de indicadores a fim de cruzar os dados e formar várias camadas sobrepostas de informações", explicou.
        Para isso são usados dados de população dos setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para serem cruzados com informações de uma área específica de planejamento das secretarias de educação, possibilitando a identificação do número de vagas e de alunos a ser atendidos em determinada região.
        "A partir daí, é possível saber onde há locais com muitas crianças e poucas escolas e definir qual demanda será prioritária para a construção de uma nova estrutura escolar", afirmou.

Mapeamento imobiliário
        Outro exemplo de uso é o mapeamento de empreendimentos imobiliários (comerciais e residenciais) do município de São Paulo, que será lançado pelo CEM no fim de janeiro.
        "Será possível saber quando o imóvel foi planejado e construído, a quantidade de dormitórios, o tamanho das habitações e onde ocorreram as maiores mudanças ano a ano, entre outras informações", disse Waldvogel. A base compreende dados de 1985 a 2009.
        A ferramenta representa um avanço nos estudos em políticas públicas no país, segundo o pesquisador do CEM. "Desenvolver pesquisas com geoprocessamento no Brasil há 15 anos era muito difícil devido ao alto custo dos softwares e à falta de profissionais especializados. Infelizmente, muitos pesquisadores individuais só conseguiam trabalhar com software pirata", disse.
        O TerraView Política Social, por ser gratuito, tem permitido ampliar a produção de análises de dados georreferenciados em espaços urbanos. "Mas no Brasil ainda temos pouca base cartográfica digitalizada, quando comparado a outros países", disse Waldvogel. A região metropolitana de São Paulo é exceção e dispõe de uma boa base digitalizada.
        No curso ministrado no CEM, com carga horária de 20 horas, os participantes conhecem os fundamentos de geoprocessamento e são habilitados a explorar as possibilidades de apresentação e de análise espacial de dados coletados. Ao fim do treinamento, podem visualizar, pesquisar e analisar dados geográficos e tabulares, além de gerar mapas e gráficos com qualidade cartográfica.

Mais informações sobre o curso em www.centrodametropole.org.br
Para baixar o software gratuitamente: www.centrodametropole.org.br/v3/terraview.php

 

(Alex Sander Alcântara, Agência Fapesp)
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        A presidenta Dilma Rousseff começa a preparar as primeiras medidas a serem tomadas visando a cumprir sua principal promessa de campanha: erradicar a pobreza extrema no país. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, será montado um programa que adotará modelo de gestão similar ao de Aceleração do Crescimento (PAC), com transparência e metas claras.
        Ela aponta como principais frentes a inclusão produtiva, a ampliação da rede de serviços e a transferência de renda. “Vamos construir um modelo de gestão, como fizemos para o PAC, com metas e condições de monitoramento claras, para prestar contas à sociedade e à imprensa sobre o andamento dessa metas”, disse a ministra.
        Ela acrescentou que um comitê gestor foi criado no centro do governo, coordenado pelo MDS, com a participação dos ministérios do Planejamento, da Fazenda e da Casa Civil. Ao todo, o ministério terá a colaboração de oito pastas.
        “Vamos organizar, no próximo período, essas metas e trabalhar em reuniões bilaterais. No comitê gestor, vamos organizar o desenho do programa e apresentá-lo à sociedade e aos parceiros estratégicos, entre eles os governos estaduais e municipais”, afirmou.
        A exemplo do PAC, o programa deverá agrupar outras ações implantadas por governo anteriores. “Não se trata apenas de uma soma de programas”, disse a ministra ao caracterizar a iniciativa como um modelo de gestão
        Com a reunião de hoje, iniciou-se o período de coleta de sugestões dos integrantes do novo governo. A expectativa é que uma nova reunião ocorra na próxima semana e que, a partir daí, elas sejam realizadas com mais regularidade.
        Apesar de não ter um nome definido para o programa, o governo decidiu que ele terá como secretária executiva Ana Fonseca, umas das organizadoras do Bolsa Família.
        “Estamos trabalhando no sentido de universalizar a rede de serviços. Essa é uma expectativa do governo. Não vamos atacar a agenda da pobreza apenas com políticas de transferência de renda. Nossa agenda é de inclusão social e produtiva, de ampliação da rede de serviços públicos, de saneamento, oferta de água, saúde, educação e qualificação profissional”, disse a secretária.

 

(Yara Aquino e Pedro Peduzzi, Agência Brasil)
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Recursos apoiarão projetos em "cloud computing". Propostas deverão ser enviadas até 8 de março de 2011

        O edital é fruto de parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a multinacional brasileira de tecnologia da informação Ci&T. Ao todo, serão destinados R$ 2 milhões para as propostas aprovadas.
        "Cloud computing" (ou computação em nuvem) é um conceito novo que se refere à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da internet. Em outras palavras, o armazenamento de dados é feito em servidores que poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, por meio da internet.
        Ele está dividido em duas linhas temáticas: programa de residência em plataformas maduras de "cloud computing" e estudo e desenvolvimento de "frameworks" e arquitetura de referência para plataformas de "cloud computing". O edital está disponível em http://www.fapemig.br/admin/editais/upload/Edital_%2025-10_Cloud_Computing.pdf

 

(Com informações da Assessoria de Comunicação Social da Fapemig)
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       O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em parceria com a Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom), acaba que concluir uma pesquisa sobre o "Panorama da comunicação e das telecomunicações". Em três volumes, o estudo inédito no país apresenta um amplo paínel sobre o setor e visa ajudar na construção de futuras políticas públicas. Sua publicação coincide a vontade expressa do novo governo de elaborar um novo marco regulatório da comunicação.
        Com o objetivo de conhecer e discutir o seu conteúdo, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé realizará na próxima terça-feira, dia 11, a partir das 19 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São P aulo, o debate "Panorama da comunicação e das telecomunicações no Brasil". Marcio Pochmann, presidente do IPEA, fará a apresentação dos resultados da pesquisas. E o jurista Fábio Konder Comparato e o jornalista Paulo Henrique Amorim debaterão o tema.

Contatos:
Danielle Penha
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
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Eletrobras terá recursos necessários para dar continuidade a obras com empréstimo de R$ 6,1 bilhões aprovados pelo BNDES para a Eletronuclear

        A aprovação de um empréstimo de R$ 6,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Eletronuclear – subsidiária da Eletrobras para o setor de energia nuclear – permitirá a continuidade das obras de Angra 3. Segundo o superintendente de gerenciamento empresarial da Eletronuclear, Luiz Manuel Messias, o orçamento para a construção de Angra 3 prevê para 2011 investimentos de R$ 1,7 bilhão, dos quais até R$ 1,4 bilhão podem vir a ser desembolsados pelo banco de fomento do Brasil.
        “Se essa meta vai ser alcançada isso vai depender dos processos de renegociação de contratos e também dos processos licitatórios. Se correr tudo bem, temos como executar esse programa.”
        Os R$ 6,1 bilhões aprovados pelo BNDES para a Eletronuclear, considerando os custos incorridos, correspondem a 58,6% do investimento total do projeto, que vai criar 9 mil empregos diretos e mais 15 mil indiretos durante a fase de construção da usina, além de mais 500 quando a usina entrar em operação.
        A Eletrobras financiará R$ 890 milhões com recursos provenientes da RGR – Reserva Global de Reversão e 1,6 bilhão de euros serão captados no mercado externo. Os investimentos diretos ainda a realizar chegam a R$ 9,9 bilhões.

 

(Edição: Talita Cavalcante)
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        Um grupo internacional de cientistas quer desenvolver um simulador para recriar tudo o que acontece na Terra --desde os padrões de clima global à disseminação de doenças, passando por transações financeiras internacionais ou os congestionamentos nas ruas de uma cidade
        Batizado de LES (Living Earth Simulator, ou Simulador da Terra Viva), o projeto tem como objetivo ampliar o entendimento científico sobre o que acontece no planeta, encapsulando as ações humanas que moldam as sociedades e as forças ambientais que definem o mundo físico.
        "Muitos problemas que temos hoje, incluindo as instabilidades sociais e econômicas, as guerras, a disseminação de doenças, estão relacionadas ao comportamento humano, mas há aparentemente uma falta de entendimento sobre como a sociedade e a economia funcionam", afirma Dirk Helbing, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, diretor do projeto FuturICT que pretende criar o simulador.
        Graças a projetos como o Grande Colisor de Hádrons, o acelerador de partículas construído na Suíça pela Cern (sigla francesa de Organização Européia de Pesquisa Nuclear), os cientistas sabem mais sobre o início do Universo do que sobre nosso próprio planeta, diz Helbing.
        Segundo ele, necessita-se agora de um "acelerador de conhecimento", o LES, para agregar diferentes ramos do conhecimento. "A revelação das leis e dos processos ocultos pelas sociedades constitui o grande desafio mais urgente de nosso século", afirma.
        Esse sistema colossal funcionaria com grandes quantidades de dados, cobrindo toda gama de atividades no planeta, explica Helbing. Ele também teria que ser movido pela montagem de supercomputadores que ainda não existem, mas seriam capazes de fazer cálculos em uma escala monumental.
        Apesar de os equipamentos para o LES ainda não terem sido construídos, muitos dos dados para alimentá-lo já estão sendo gerados, diz Helbing --o projeto Planetary Skin (Pele Planetária), da Nasa (agência espacial americana), prevê a criação de uma vasta rede de sensores para coletar informações climáticas sobre o ar, da terra, do mar e do espaço.
        Para completar, Helbing e sua equipe já começaram a identificar mais de 70 fontes de dados on-line que que possam ser usadas pelo sistema, incluindo Wikipedia, Google Maps e bases de dados governamentais.
        O próximo passo seria criar uma base para transformar esse banco de dados em modelos que recriam com precisão o que está ocorrendo hoje na Terra. Isso só será possível com a coordenação de cientistas sociais, especialistas em computação e engenheiros para estabelecer as regras que definirão como o LES vai operar.
        Segundo Helbing, esse trabalho não pode ser deixado para pesquisadores de ciências sociais tradicionais, que tipicamente trabalham por anos para produzir um volume limitado de dados. Também não é algo que possa surgir nos próximos anos --a tecnologia necessária para fazer funcionar o LES somente estará disponível na próxima década, observa Helbing.
        O LES seria capaz de assimilar vasta quantidade de dados e, ao mesmo tempo, entender o que eles significam. Isso poderia ser possível com a maturação da chamada tecnologia de web semântica, diz Helbing.
        Hoje, uma base de dados sobre poluição do ar seria percebida por um computador da mesma maneira que uma base de dados sobre transações bancárias globais --essencialmente apenas uma grande quantidade de números. Mas a tecnologia de web semântica será capaz de trazer um código de descrição dos dados junto com os próprios dados, permitindo aos computadores entendê-los dentro de seu contexto.
        "Além disso, nossa abordagem sobre a coleta de dados deve enfatizar a necessidade de limpá-los de qualquer informação que se relacione diretamente a um indivíduo", explica Helbing.
        Segundo ele, isso permitirá que o LES incorpore grandes quantidades de dados relacionados à atividade humana sem comprometer a privacidade das pessoas.
        Uma vez que uma abordagem para lidar com dados sociais e econômicos em larga escala seja acertada, será necessário construir centros com supercomputadores necessários para processar os dados e produzir a simulação da Terra, diz Helbing.
        A geração de capacidade de processamento para lidar com a quantidade de dados necessários para alimentar o LES representa um desafio significativo, mas está longe de ser um impedimento.
        Para Peter Walden, fundador do projeto OpenHeatMap e especialista em análise de dados, se olharmos a capacidade de processamento de dados do Google, fica claro que isso não será um problema para o LES.
        Apesar de o Google manter segredo sobre a quantidade de dados que é capaz de processar, acredita-se que em maio de 2010 o site usava cerca de 39 mil servidores para processar um exabyte (um quintilhão de bytes) de dados por mês --suficientes para encher dois bilhões de CDs por mês.
        "[Se aceitarmos que apenas uma fração das] várias centenas de exabytes de dados sendo produzidos no mundo a cada ano seriam úteis para uma simulação do mundo, o gargalo do sistema não deverá ser sua capacidade de processamento", diz Warden.
        Warden argumenta que simplesmente ter grandes quantidades de dados não é suficiente para criar uma simulação factível do planeta.
        "A economia e a sociologia falharam consistentemente em produzir teorias com fortes poderes de previsão no último século, apesar da coleta de muitos dados. Eu sou cético de que grandes bases de dados farão uma grande mudança", diz. "Não é que não sabemos o suficiente sobre muitos dos problemas que o mundo enfrenta, mas é que não tomamos nenhuma medida a partir das informações que temos", argumenta.
        Independentemente dos desafios que o projeto enfrenta, o maior perigo não é tentar usar as ferramentas computacionais que temos hoje e que teremos no futuro para melhorar nosso entendimento das tendências socioeconômicas, explica Helbing. "Nos últimos anos, tem ficado óbvio, por exemplo, que necessitamos de indicadores melhores que o Produto Interno Bruto (PIB) para julgar o desenvolvimento social e o bem-estar."
        Helbing diz que o objetivo do LES é usar métodos melhores para medir o estado da sociedade, o que poderia então explicar as questões de saúde, educação e ambiente. "E por último, mas não menos importante, (as questões) de felicidade", acrescenta.

 

(BBC Brasil, Folha Online, JC Online)
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         Vivemos cercados de material plástico por todos os lados. Eles fazem parte do nosso cotidiano e representam componente importante da atividade industrial, sobretudo na área da petroquímica. A produção mundial é da ordem de 150 milhões de toneladas por ano, sendo que cerca de 95% do total terminam criando problemas ambientais, já que são lançados em aterros.
         A matéria prima para produção de plásticos é, sobretudo, o etileno e o eteno, provenientes do petróleo e do gás natural. Entre os principais plásticos temos, hoje, o polietileno (usado na produção de frascos e sacos plásticos), o polipropileno (frascos e tampas), PET (garrafas para refrigerantes), PVC (tubos e conexões) e o poliestireno (copos de plástico, isopor).
         Consciente da importância do plástico no mundo moderno, várias tentativas vêm sendo feitas no sentido de produzi-lo a partir de fontes renováveis e torná-lo biodegradável, minimizando assim os problemas ambientais. Entre estas tentativas, merece destaque a produção a partir de etanol.
         Neste campo, é importante mencionar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela área tecnológica da Braskem, empresa localizada em Triunfo, Rio Grande do Sul, que já está produzindo cerca de 200 mil toneladas por ano de material plástico derivado de etileno formado a partir de um processo de desidratação do etanol oriundo da cana-de-açúcar, na presença de catalisadores.
         Outras iniciativas importantes têm surgido com a obtenção de plásticos a partir do amido de mandioca, da soja e da celulose vegetal de um modo geral. Surge assim o chamado bioplástico, que pode ser puro ou misturado com plástico de origem petroquímica.
         Uma das características da moderna biotecnologia é procurar os microorganismos abundantes na natureza para, de forma espontânea, ou com a ajuda de métodos modernos oferecidos pela chamada engenharia genética, produzir metabólitos que possam vir a ser utilizados em processos industriais na fabricação de produtos de interesse.
         Vários microorganismos de natureza bacteriana, sobretudo os que vivem no solo, desenvolveram a capacidade de sintetizar e acumular dentro da célula reservas de carbono para utilização futura, quando em condições adversas. Afinal, sendo o carbono um elemento básico para a formação de milhares de compostos fundamentais à sobrevivência, bem como à multiplicação microbiana, nada mais inteligente do que desenvolver um meio de produzi-lo e estocá-lo em grandes quantidades e utilizá-los quando necessário.
         Este é apenas mais um exemplo de processos bioquímicos básicos que explicam o êxito do processo evolutivo ao longo de milhões de anos. Em certas condições experimentais, as bactérias podem sintetizar e armazenar polihidroxialconoatos (PHA) em quantidades que correspondem à cerca de 90% do peso seco da célula. Ao se visualizar estas bactérias com o microscópio eletrônico, têm-se a impressão de que representam um saco de material polimérico.
         Cabe esclarecer que o PHA é um polímero do ácido hidroxilalconeico e que pode ser utilizado para a produção de vários produtos, alguns de grande interesse na área médica. Cito apenas a produção de cápsulas para veiculação de medicamentos, implantes ortopédicos, stents, entre outros. O PHA já é também utilizado por algumas empresas na fabricação de embalagens para xampu.
         Levando em consideração, (a) o potencial representado pelas bactérias na produção de bioplástico, (b) a crescente necessidade do uso de material plástico produzido a partir de material renovável e biodegradável, e (c) a significativa biodiversidade brasileira aliada à existência de grupos de pesquisa atuantes em microbiologia do solo, é fundamental o estímulo à atividade de pesquisa científica, tecnológica e de inovação neste campo.

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Wanderley de Souza é professor titular da UFRJ, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Medicina. Ex-secretário executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia e ex-secretário de estado de Ciência e Tecnologia do RJ. Artigo publicado no "Jornal do Brasil" e reproduzido no JC Online

 

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