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Geólogo acredita que o aumento da temperatura será benéfico inclusive para a produção de alimentos

        Abordando esse tema, o professor Kenitiro Suguio, da Universidade de Guarulhos, fez um panorama dos últimos milhares de anos da terra, onde ocorreram diversos eventos de mudança climática. “O clima sempre variou na terra. Na época proterozóica ocorreram episódios glaciais em que a água chegou a ser sólida. Por outro lado, há cerca de oito mil anos, houve a idade hipsitérmica em que a temperatura subiu mais que a atual”, informou. 
        Suguio explicou que a teoria do aquecimento global afirma que o aumento da temperatura na terra é provocado pelas ações humanas, tendo como grande inimigo o CO2 (Gás Carbônico) que acelera o chamado efeito estufa. Ainda segundo ele, dados do IPCC apontam aumento da temperatura no futuro de 2 a 4,5ºC devido a crescente emissão de CO2 pelo homem. 
        Na ótica Suguio, essa teoria é uma contradição e se tornou um grande negócio. “Não estou dizendo que não houve aquecimento global, mas sim que a explicação para ele que não é correta. Não acredito que o ser humano e o CO2 são os causadores do aumento da temperatura. Até porque antes do homem existir a terra vivia bem e já havia passado por mudanças climáticas”, explicou.
        Para o geólogo, o aquecimento global é benéfico inclusive para a produção de alimentos. Ele mencionou a história da China lembrando que as grandes crises econômicas de alimentação e as guerras aconteceram nos períodos frios. “O aquecimento global aumenta a biodiversidade, a fartura e a alimentação. No entanto, haverá naturalmente um deslocamento desses pólos de produção dos alimentos”, disse Suguio que finalizou a apresentação dizendo que o maior problema da terra é a superpopulação. “Devemos nos preocupar com o nosso ambiente de vida. Na verdade estamos em perigo de começar a entrar num resfriamento global, o que seria muito pior.”

 

 

 

 

É preciso lançar mão da fonte limpa de energia fartamente disponível no Brasil; escassez de recursos hídricos nas áreas mais populosas do Estado de São Paulo é preocupação.

        Questões fundamentais quando se aborda meio ambiente e desenvolvimento, a inserção da biomassa na matriz elétrica brasileira e os recursos hídricos do Estado de São Paulo foram tema na manhã desta sexta-feira (19), durante o IV EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo). Cassiano Augusto Agapito, do banco BTG Pactual, falou sobre a viabilidade econômica e ambiental da fonte alternativa de energia, que pode ser resultante de “qualquer matéria orgânica existente numa região ou planeta”. Entre os tipos de biomassa, ele elencou as florestas nativas ou plantadas, o bagaço da cana-de-açúcar, outros resíduos agrícolas, além dos urbanos, como o lixo.
        Bastante propalada como solução energética hoje, a matéria-prima à eletricidade resultante da produção do setor sucroalcooleiro tende a crescer ainda mais, como observou Agapito. “As usinas que moem mais de 1 milhão de toneladas/ano são as que têm condições de gerar energia para o mercado e exportar. Temos sete que superam os 5 milhões, 24 até 3 milhões e umas 40 acima de 2 milhões.” O País tem ainda a grande vantagem competitiva de contar com 500 milhões de hectares de florestas nativas, completou.
        O representante do BTG Pactual informou também que hoje se planta biomassa. Exemplo são o carvão vegetal, casca de arroz e capim-elefante, além de outras gramíneas. “Com relação à própria cana, há estudos para produzi-la sem açúcar, somente para gerar energia.” Na sua ótica, a inserção na matriz elétrica depende de o processo ser viável economicamente. Caso da biomassa, que tem ganho espaço e incentivo governamental, o que tem lhe agregado valor.

Recursos hídricos
        Amauri Luiz Pastorello, superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), abordou a situação das águas em território paulista. Segundo ele, o Estado apresenta problemas de disponibilidade. Mundialmente, é considerada ideal uma bacia que conte com 2.500m3/ano por habitante. “Nas do Alto Tietê e do Rio Piracicaba, temos uma situação bastante crítica, de menos de 1.500m3. Nessa região, já há disputa a tapa por um copo d´água.”
        Ele enfatizou que esse cenário tem a ver com a forma como as cidades se desenvolveram. “Mais ou menos 20% dos recursos hídricos estão alocados na área leste, em que está concentrada 80% da população. A ideia é tentar implementar política de incentivo ao adensamento populacional um pouco maior do lado oeste do Estado”, frisou. 
        Outro ponto fora da curva refere-se à qualidade da água, “muito ruim nas bacias do Alto Tietê e do Rio Piracicaba, assim como no norte paulista, no Pontal do Paranapanema e na região de Marília”. Ainda de acordo com sua explanação, o lançamento de esgoto ocorre in natura. “O Governo do Estado quer atingir até 2015 a totalidade dos municípios com tratamento. Essa é uma meta exequível.”
        Também é fundamental resolver questões causadas pela impermeabilização excessiva nas áreas urbanas, o que, somado ao descarte de lixo nos rios, tem culminado em enchentes. “Atuamos na criação de piscinões, canalização, desassoreamento.” Nessas iniciativas, foram alçados investimentos de quase R$ 260 milhões, como aduziu Pastorello. Iniciativa estatal nesse sentido, com prazo de maturação de nove anos e inversão de R$ 1,7 bilhão, é o desenvolvimento do Parque Várzeas do Rio Tietê, na zona leste da Capital até o município de Salesópolis. “O objetivo é resgatar a várzea do rio, devolvendo-lhe sua casa.” Aos 8.500 moradores irregulares do local, a promessa é de solução habitacional.

 

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Em fase de regulamentação, lei que institui política nacional acerca do tema traz avanços importantes, como responsabilidade compartilhada e gestão integrada do lixo, informou deputado.

       Elogiando a iniciativa do SEESP e da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) de realização do IV EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS/SP) destacou em sua preleção na manhã desta sexta-feira (19) o papel cidadão das entidades: “O sindicato luta pela categoria, mas tem essa visão. E o movimento ‘Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento’ tem garantido postura permanente de se discutir temas estratégicos para o País, como sustentabilidade.” 
       Entre os aspectos a serem tratados nesse sentido, o parlamentar explicitou aos participantes do EcoSP a política nacional de resíduos sólidos. Tal foi instituída pela Lei 12.305/2010 - aprovada no Congresso Nacional após quase 20 anos desde que o primeiro projeto acerca da questão deu entrada no Legislativo -, o que gerou “atenção maior em relação ao tema”. A nova norma, cuja regulamentação está em debate, como informou Jardim, define pontos importantes. Entre eles, a gestão integrada dos resíduos sólidos entre municípios e estados e o estabelecimento da responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. De acordo com o deputado, já havia o princípio do poluidor-pagador, e esse foi mantido no texto da lei, mas avançou-se ao determinar que todos têm atribuições sobre o que é produzido, inclusive o poder público. Ademais, agregaram-se medidas de estímulo a boas práticas, não obstante Jardim pondere que falta avançar em incentivos tributários a esses casos, por exemplo.
       A lei traz evolução ainda ao definir diferenças cruciais, como entre rejeitos e resíduos. Os últimos, como ensinou o parlamentar, seriam o que sobra para reaproveitamento e reinserção na estrutura produtiva. Os primeiros seriam o que não poderia ser reciclado. “Com isso, não vai mais ser permitido o despejo inadequado em aterros. E vamos acabar com os lixões de forma geral no País”, salientou. Sob essa ótica, afirmou Jardim, a nova política traz oportunidades de geração de renda, ao instituir a obrigatoriedade da coleta seletiva e fortalecer o papel das cooperativas de catadores nesse sentido. Possibilita ainda o aproveitamento para geração de energia, impedindo que o gás metano gerado em aterros vá para a atmosfera. Tais questões são urgentes, pois, como destacou o palestrante, somente na cidade de São Paulo, são produzidas 13 mil toneladas diárias de resíduos urbanos, sendo 6 mil pela construção civil. “Se se avançar na racionalização, esse volume vai diminuir.”
       Outra novidade trazida ao EcoSP por Jardim é que, com a norma, todos os municípios terão que fazer seus planos de gestão do lixo. Ele alertou: “Os que não cuidarem bem dos seus resíduos não terão acesso aos recursos da União. É a forma de fazer com que a sensibilização possa contaminar positivamente as cidades.” Serão ainda efetuados acordos com os setores empresariais. A lei institui também o conceito de logística reversa, com a implantação de sistema mediante “o retorno dos produtos após o consumo para que seja dada destinação adequada”.

 

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        A discussão sobre desoneração da folha de pagamento para empresas privadas é preocupante pela forma como está colocada, avalia Carlindo Rodrigues de Oliveira, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomicos (Dieese). O debate está direcionado a encargos sociais, com eventual redução da contribuição previdenciária patronal e do salário-educação.
        Os objetivos da medida seriam gerar empregos e incentivar a formalização de contratações, mas isso não é consensual entre especialistas, diz Oliveira.
        A redução dos tributos e encargos pagos pelas empresas sobre o salário dos trabalhadores foi uma promessa de campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou no início da semana que há estudos nesse sentido feitos pelo governo atual.
        O Ministério da Fazenda teria dados sobre os efeitos de medidas propostas como parte de uma reforma tributária mais ampla, mas que não foi executada.
        Entre as propostas, está a redução de 20% para 14% do salário a contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O salário-educação, equivalente a 2,5% também poderia ser eliminado, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Não há informações sobre formas de compensação das perdas.
        As medidas ajudariam a reduzir o chamado "custo Brasil" - termo cunhado para se referir a encargos e exigências de legislação do país - e que poderia até atenuar a "guerra cambial" instalada no país. Com preços mais baixos, as exportações poderiam ser mais competitivas, dizem os defensores da alteração.
        "É preocupante o debate. Se for haver redução da contribuição do INSS, é preciso dizer qual será a nova fonte de financiamento para suprir isso", alerta Carlindo Rodrigues de Oliveira, em entrevista à Rede Brasil Atual. "Não se pode deixar o impacto negativo por conta da Previdência", contesta.
        Para o economista do escritório regional de Minas Gerais do Dieese, a ideia de que a medida é positiva para a geração de empregos não é consensual entre estudiosos do mundo do trabalho. Ele avalia que tende a haver impacto maior sobre a formalização, mas mesmo assim a proposta pode não ser o fator mais decisivo.
        "Simplesmente o fato de a economia voltar a crescer com certa pujança nos últimos anos já significou aumento das contratações com carteira assinada", lembra Oliveira. Em 2008 e 2010, anos de mais aceleração econômica, o país registrou recordes de contratações em diversos meses.
        O acumulado no ano era de 932 mil postos formais criados até setembro, o que indica que, até o fim de 2010, o número deve ultrapassar 1 milhão, segundo o Ministério do Trabalho.
        "Ainda assim, desde que não signifique redução de direitos, a medida pode ser interessante. A incidência poderia ser sobre o lucro líquido ou sobre o faturamento das empresas", aponta. A avaliação de Oliveira é que, por ter sido explicada genericamente e sem detalhes, a possibilidade de prejuízos para a Previdência é tão preocupante.
        A avaliação é de que a desoneração da folha de pagamento poderia funcionar se não colocasse em risco os recursos da Previdência Social nem parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) - destino dos recursos advindos da contribuição social salário-educação, se a mudança fosse outra.

 

(Fonte: Brasil Atual)
www.cntu.org.br

 

 

Grupo da Unicamp desenvolve tecnologia que melhora a gestão de resíduos sólidos, recupera os produtos recicláveis e gera eletricidade

        Essa foi a solução encontrada pelos pesquisadores do Nipe (Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético), da Unicamp (Universidade de Campinas).
        Em palestra na quarta edição do EcoSP, os professores Carlos Alberto Mariotoni, Sergio Augusto Lucke e Mauro Berni falaram da importância do projeto.
        Durante a apresentação, Lucke destacou que o lixo é uma alternativa que não tem custo. “Outra vantagem é a disponibilidade do material presente em todo lugar e a tendência futura de maior volume. Sem falar que a sua utilização melhora o meio ambiente”, afirmou. 
        Para o palestrante, um dos problemas da atualidade é a cultura do descartável onde tudo vira lixo. “Infelizmente a melhora de renda das pessoas leva ao aumento no consumo que consequentemente resulta na geração de mais lixo”, citou.
        Em São Paulo, são produzidas 16 mil toneladas de lixo por dia. Já no Brasil, esse número chega a 180 mil t/dia. Desse total, 56% vão para aterros sanitários, 23,9% para os controlados e 19,3% para lixões, que em breve estarão escassos.
        Para resolver o problema da produção do lixo, Lucke acredita que a solução está na aplicação dos quatro R: redução do consumo que dever ser feita por conscientização da própria sociedade, reutilização da água extraída do lixo, reciclagem dos componentes encontrados no processo que devem ser enviados aos fabricante e recuperação da energia da massa seca restante que será combustível no processo de geração de energia. 
        Levando em conta essa teoria, o Nipe montou um projeto de geração de energia a partir da massa seca separada. “Tudo começa no processo de combustão onde essa massa é queimada. Depois, o calor gerado é utilizado para esquentar a água numa fornalha que se transforma em vapor e em seguida vai para uma turbina que move o gerador e resulta em energia elétrica”, explicou Lucke. 
        Para ele, são inúmeros os benefícios da ação. “O lixo desaparece, melhora a gestão de resíduos sólidos, minimiza o transporte e recupera os produtos recicláveis e a energia.”
        Entre os motivos que induz o Nipe a realizar esse projeto, o crescimento do País, desenvolvimento de alternativas renováveis, melhoria na saúde pública e o cumprimento da legislação brasileira estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
        Para finalizar, o professor Berni ressaltou que a atuação do grupo que envolve vários projetos de tecnologias da biomassa, inovação, eficiência energética, planejamento e regulação, mercado de petróleo e gás natural, setor elétrico, produção de hidrogênio e células a combustível, e outras fontes renováveis de energia, como solar e eólica. “O nosso objetivo é ser um centro interdisciplinar de referência nacional na área de energia e suas múltiplas relações com a sustentabilidade, para a produção de conhecimentos visando ao desenvolvimento científico e tecnológico, para a formulação de diretrizes e políticas públicas e para o planejamento e regulação”, concluiu.

 

foto: Beatriz Arruda

 

 Com investimentos de R$ 253 milhões, empreendimento abastecerá o Polo Petroquímico do ABC paulista. Água economizada é suficiente para abastecer continuamente uma população de 350 mil habitantes.

        Giancarlo Ronconi, da Foz do Brasil empresa de engenharia ambiental da Organização Odebrecht, falou do projeto Aquapolo, realizado em parceria com a Sabesp. Dedicado à produção de água de reúso para fins industriais, a iniciativa terá como insumo o esgoto tratado.
        Com investimentos de R$ 253 milhões, o projeto abastecerá o Pólo Petroquímico do ABC paulista e o principal cliente será a Braskem/Quattor.
        Para levar a água de reuso gerada para o Pólo Petroquímico, será construída uma adutora de aço com 17 km de extensão, que passará pelos municípios de São Caetano do Sul e Santo André até chegar ao Pólo em Mauá.
        De acordo com Ronconi, o Aquapolo terá capacidade para produzir 650 litros por segundo de água de reuso podendo se expandir para 1.000 l/s. Como a produção não será totalmente absorvida pelo Pólo Petroquímico poderá ser vendida para outras indústrias e municípios da região a partir de derivações que podem ser realizadas ao longo dos 17 km de sua adutora.
        Segundo o palestrante, o volume de água de primeiro uso que deixará de ser consumido pelas indústrias é suficiente para abastecer continuamente uma população de 350 mil habitantes. "A água de reúso precisa ser melhor explorada no País porque é um produto fundamental para a preservação dos recursos hídricos”, ponderou Ronconi.
        Para ele, reciclar e reaproveitar o esgoto das estações de tratamento permite atender à crescente demanda da indústria por água e, ao mesmo tempo, pode suprir a população com água potável, sem a necessidade de aumento da utilização dos escassos recursos hídricos disponíveis. "É o maior projeto do gênero na América Latina e que envolve uma tecnologia nunca antes adotada em grande escala no país”, concluiu.

 

foto: Beatriz Arruda

 

Projeto da pista descendente foi realizado seguindo os padrões ambientais e vencendo o desafio de projetar e construir uma rodovia que atravessasse o Parque Estadual da Serra do Mar.

        Esse foi o tema da palestra ministrada na tarde desta quinta-feira (18), por João Antonio Del Nero, da Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projetos S.A.
        Em seu discurso, Del Nero fez um apanhado sobre o projeto e o acompanhamento técnico da pista descendente da Imigrantes realizado pela Figueiredo Ferraz. Segundo ele, a segunda pista foi executada entre 1998 e 2002 dentro da legislação ambiental brasileira, diferente da ascendente construída entre 1969 e 1972 e que não teve esse respaldo. 
        Conforme relatou, na época foi criado um conceito novo para minimizar os impactos na natureza. “Foi um imenso desafio de trazer progresso e ao mesmo tempo preservar um patrimônio natural do planeta terra”, enfatizou Del Nero. 
        Para cumprir o desafio de projetar e construir uma rodovia que atravessasse o Parque Estadual da Serra do Mar, sem agredir a natureza, foi feita alteração do traçado original e as obras utilizaram métodos construtivos de viadutos industrializados.
        Foram projetados túneis mais longos e viadutos com vãos maiores com menor número de pilares, reduzindo assim os elementos agressivos ao meio ambiente.
        Outro aspecto relevante foi o aproveitamento da rocha para concretagem dos viadutos, revestimento dos túneis e pavimentação das pistas. Além disso, foi feita toda a captação de águas turvas durante construção, tratamento de esgotos do pessoal da obra e coleta de águas pluviais para evitar poluição de mananciais. “É uma das maiores obras de engenharia rodoviária na América Latina neste século, com investimentos de mais de US$ 352 milhões”, informou Del Nero. 
        Outro ponto favorável da obra foi a recuperação das áreas de intervenção com o replantio de 10 mudas de árvores nativas para cada unidade removida do solo. “Foram feitas inúmeras ações para não agredir o meio ambiente. E o resultado foi a garantia da natureza preservada, obra entregue seis meses antes do prazo contratual, ampliação da capacidade de tráfego da rodovia em 70%”, destacou.
        Inaugurada em 2002, a pista descendente recebeu em 2004 o prêmio internacional “Panamericano de Desenvolvimento Sustentável Engenheiro Luis Wanonni Lander”.

 

foto: Beatriz Arruda

 

 

        Esse foi o tema de palestra ministrada pelo professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Antonio Thomaz Gonzaga da Matta Machado, como parte da programação desta quinta-feira (18) do IV EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo). Ele apresentou rapidamente iniciativa desenvolvida na instituição com o objetivo de recuperar a Bacia do Rio das Velhas, afluente na região do Rio São Francisco. Batizado como “Manuelzão”, em homenagem a personagem do escritor Guimarães Rosa, o projeto iniciado em 1997 ganhou corpo e transdisciplinaridade. “A partir daí, entramos na política das águas”, informou, o que significou inclusive, para Machado, presidir o comitê local de bacias de 2007 a agosto de 2010.
        Para explicitar as questões colocadas em relação ao São Francisco, ele deu sua dimensão: “A bacia tem 634km2, o que corresponde a 8% do território nacional. O rio atravessa cinco estados e alcança os territórios também de Goiás e Distrito Federal. Atende 503 municípios, o que dá cerca de 12 milhões de habitantes.” Entre seus principais usos estão geração de energia elétrica – “a mais importante e que equivale ao maior impacto, são oito barragens”, agricultura irrigada, industrial, saneamento, pesca, turismo, lazer e navegação, essa última “mantendo-se somente num pequeno trecho da Bahia, transportando principalmente soja”. Os conflitos centrais se dão em relação aos dois primeiros com os demais, os quais geram a “degradação”.
        Na análise do professor, como tem havido investimentos em saneamento em toda a extensão da bacia - uma das que seriam as grandes questões a serem resolvidas -, o grande desafio está em garantir a sazonalidade do rio. Essa estaria comprometida pelo seu uso de forma invertida, em função da operação pelo setor elétrico. Assim, quando deveria haver cheia, o que se tem de fato é escassez de água, o que afeta a biodiversidade. Machado apontou estudo que mostra que é possível “definir melhor a vazão, com critérios mais consistentes”. Dessa forma, concluiu: “É perfeitamente factível produzir energia sem inverter a sazonalidade, desde que se internalize a questão da crise ambiental e ecológica.”

 

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        Atualmente apenas 0,4% do resíduo é aproveitado para produção de biodiesel, o que significa que a grande maioria é despejada inadequadamente no esgoto. A informação foi dada pelo professor Jorge Hori, durante sua palestra no IV EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), na tarde desta quinta-feira (18). Representante do Programa Bióleo Duplamente Sustentável, ele lembrou que esse é desenvolvido pelo Instituto PNBE (Plano Nacional das Bases Empresariais) e insere-se no Projeto Brasil 2022, que visa dar um salto em relaçao ao desenvolvimento nacional até o ano do bicentenário da Independência.
        O aproveitamento do óleo de cozinha usado de forma “duplamente sustentável” – como destacou Hori, viabilizando substituição do diesel e reduzindo os níveis de poluição decorrentes da queima daquele combustível e atenuando o impacto ao meio do descarte impróprio – depende da sustentabilidade do projeto. “Não se resolve o problema simplesmente apelando para a consciência ambiental. Se o resíduo não tiver valor econômico, não se sustenta. E se não atender a dimensão social, não há justiça.”
        Com essa visão, o Programa Bióleo fundamenta-se na chamada “logística reversa social”. Ele detalhou: “Uma rede de entidades serve de ponto de recepção do óleo da vizinhança e o transforma, o qual tem um mercado e pode gerar renda.” Essa teia recebe pelo serviço e assegura, com boa logística, o atendimento ao mercado doméstico – no qual concentra-se o descarte do produto (70% do total), sobretudo à baixa renda. Como afirmou Hori, o conceito fundamental é de tornar um “passivo com grande custo ambiental em um ativo que tem valor”.

 

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        O primeiro tema abordado na manhã desta quinta-feira (18), no IV EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), foi o projeto “Veículo Elétrico” da Usina Hidrelétrica de Itaipu em parceria com a empresa suíça KWO.
        Conforme Marcio Massakiti Kubo, membro da coordenação-geral brasileira do projeto, o objetivo é contribuir com o desenvolvimento de tecnologia de veículos movidos a eletricidade que sejam técnica e economicamente viáveis promovendo o uso racional e eficiente da energia, bem como a preservação do meio ambiente. 
        O projeto teve início em 2006 e hoje possui parceria com diversas empresas do setor elétrico e da iniciativa privada.
        O modelo utilizado foi o Pálio Weekend, da Fiat, que acomodou perfeitamente o sistema e a bateria. Com foco no uso urbano, o carro possui uma autonomia de 120 quilômetros, velocidade máxima de 130 km e uma bateria de sódio com tempo de recarga de oito horas. Além de não poluir, o veículo elétrico é silencioso e pode ser abastecido em casa. “As baterias são praticamente 100% recicláveis. Os metais são facilmente utilizados na indústria, a matéria-prima é abundante no planeta e não possui efeito memória, isto é, não vicia”, explicou Kubo. 
        Outra novidade é que um projeto paralelo da Itaipu utiliza painéis solares para abastecer as baterias. 
        De acordo com o palestrante, estudos mostram que o carro elétrico representará um impacto mínimo para o consumo de energia. “Considerando a tecnologia atual em que em média o motorista brasileiro não roda mais do que 60 km por dia, o veículo elétrico consumiria apenas 10 kWh / dia hora por dia”, citou Kubo.
        Segundo ele, o projeto avançou tanto que para atender a demanda do setor rural, a Itaipu em parceria com a empresa Iveco, fabricaram o primeiro protótipo de caminhão elétrico em 2009 e de mini-ônibus em 2010. “A ideia é incentivar a capacitação profissional, pesquisa e desenvolvimento e principalmente a inovação tecnológica, aspecto estratégico para o futuro do sustentável do Brasil”, mencionou Kubo. 
        Para finalizar, ele falou da necessidade de postos de abastecimento para recargas rápidas e mencionou a tecnologia Smart Grid, um conceito que envolve três tipos de conhecimento, sistema de potência e de comunicação e tecnologia da informação. “Com essa inovação o veículo elétrico deixa de ser um elemento passivo e passa a interagir com a rede elétrica.”

Poluição
        Falando sobre os benefícios ambientais da inspeção veicular, Marcos Brandão, diretor de operações da Controlar Inspeção Veicular de São Paulo, afirmou que o procedimento contribui para a melhoria da qualidade do ar, redução dos problemas de saúde, conscientização do uso racional do automóvel, cultura de manutenção preventiva e regularização da frota. “São Paulo é a quinta metrópole mais poluída do mundo e 97% de todo monóxido de carbono emitido vem do escapamento de veículos. Daí a importância de realizar a inspeção ambiental veicular”, destacou.
        Seguindo as normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), outra vantagem do procedimento é a redução dos ruídos emitidos pelos veículos desregulados. “Apenas 24% dos motoristas tem o hábito de fazer revisão nas oficinas. Por outro lado, 54% dos condutores só procuram as oficinas após serem reprovados”, citou Brandão.
        Outro dado alarmante é que a poluição mata 20 pessoas por dia em São Paulo e a expectativa de vida dos paulistanos é reduzida em um ano e meio. A inspeção segue as normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). “O ar de São Paulo é três vezes mais poluído que o permitido pela OMS (Organização Mundial da Saúde)”, disse.
        Para ele, é fundamental mudar a cultura. “Temos que dar importância a manutenção do veículo só assim vamos diminuir a poluição. A experiência internacional mostra que em cinco anos de inspeção é possível reduzir 40% da emissão de gases poluentes”, concluiu. 
        Ainda sobre o tema, Paulo Hilário Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP (Universidade de São Paulo), falou dos problemas de saúde provenientes da poluição atmosférica. 
        Conforme relatou, os gases originários da queima de combustíveis derivados do petróleo são considerados os mais danosos a saúde. “Pagamos uma fortuna para manter um carro e não ganhamos nada com mobilidade, que hoje é pior que no século XVII. Infelizmente temos que viver com o dano da poluição a saúde face as necessidades que temos hoje”, criticou Hilário. 
        Segundo o palestrante, a porcentagem de mortes atribuídas ao excesso de poluição do ar em São Paulo é 11%. E que em dias de alta contaminação do ar, o risco de morte por doenças respiratórias e cardiovasculares é maior e atinge principalmente crianças e idosos. 
        Outro fator determinante nesse cenário é a condição socioeconômica. Conforme explicou Hilário, os pobres convivem mais perto com principais agentes causadores da poluição como terminais de transporte urbano, avenidas onde circulam mais veículos, queima de lixo a céu aberto, casas com padrão construtivo mais permeáveis a poluição, além de passar mais tempo no tráfego para chegar ao local de trabalho. “Em São Paulo, o risco de morte de idosos que moram no bairro Cerqueira César é de 2%, contra 12% dos que moram em São Miguel Paulista”, destacou.
        Para ele, ninguém se impressiona mais com pilhas de corpos e o único jeito de sensibilizar as autoridades para a implementação de políticas públicas é calcular custos. “É preciso criar um mecanismo de incentivo macroeconômico para diminuir a emissão e o número de mortes. Trilho ou pneu, transporte coletivo ou individual, gasolina, etanol, diesel, gás ou eletricidade, cada decisão envolve interesses econômicos gigantescos que necessitam de gestão”, concluiu.

 

 

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