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        Uma em cada três mulheres no mundo já foi forçada a manter relações sexuais ou sofreu algum tipo de agressão e abuso íntimo. A constatação é da vice-presidente do Comitê das Nações Unidas sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher, Xiaoqaio Zou. Segundo ela, a estimativa é que cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes com menos de 15 anos viram alvos de exploração sexual todos os anos.
        As informações são da agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU). Preocupada com esses dados, a vice-presidente fez o alerta durante discussões nas Nações Unidas. De acordo com ela, é fundamental ampliar o sistema de vigilância e monitoramento no setor. “As mulheres continuam a ser violadas impunemente e sujeitas a outras formas de violência sexual em todo o mundo”, disse.
        Xiaoqaio Zou alertou que há casos em que as mulheres não denunciam por vergonha e medo. "Muitos estupros não são denunciados por causa do estigma ou da vergonha. Em alguns países, as acusações contra o estuprador ficam sem efeito, se o suspeito casar com a vítima", disse ela.
        O relatório da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, de 1979, contou com o apoio de 186 países, inclusive do Brasil. Mas, de acordo com Xiaoqaio, a preocupação é que há “poucos exemplos de governos que de fato implementaram medidas” para ajudar as mulheres. Os Estados Unidos, o Irã e o Sudão estão entre os países que ainda não assinaram a convenção.

 

(Renata Giraldi, Agência Brasil)
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O evento reúne especialistas, lideranças de movimentos populares urbanos e organizações não governamentais (ONGs) para debater o impacto das mudanças climáticas em tragédias ambientais, como enchentes e secas.

       No Dia Internacional de Redução dos Desastres Naturais, comemorado na segunda quarta-feira do mês de outubro, a capital de Pernambuco, Recife, é sede de um seminário que vai discutir, até amanhã (14), o impacto das mudanças climáticas em tragédias ambientais, como enchentes e secas. O evento reúne especialistas, lideranças de movimentos populares urbanos e organizações não governamentais (ONGs) da região.

       ”Nós também vamos debater a resposta emergencial aos desastres, o sistema nacional e municipal da Defesa Civil e a participação do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática”, disse Victor Aria, oficial de projetos da Oxfam GB, entidade sem fins lucrativos e uma das organizadoras do seminário. A conferência está marcada para ocorrer entre 29 de novembro e 10 de dezembro, em Cancun, no México.

       Segundo Aria, as tragédias naturais e as mudanças do clima estão correlacionadas. “Não há uma afirmação categórica, mas a gente percebe, por exemplo, que a seca agora dura mais tempo e que as chuvas acontecem com uma intensidade maior e num período mais curto”, completou.

       Ele destaca ainda que é preciso considerar questões como o processo de ocupação do solo e a vulnerabilidade das populações. “As mudanças no clima aumentam os problemas causados por essas condições que já existem, como a falta de saneamento básico”, explicou o representante da Oxfam GB.

       Para o especialista em gestão de risco e vulnerabilidade Pedro Fernando Caballero, o Brasil tem que aliar desenvolvimento sustentável a ações de adaptação. “Morar à beira de um lago hoje não é o mesmo que há 40 anos, não só por causa das doenças, mas também pela chuva que altera o nível da água de rios e lagos”, disse o especialista paraguaio.

       Amanhã (14) à tarde, os organizadores vão elaborar um documento que será encaminhado à Defesa Civil Nacional e à de Pernambuco com as conclusões do seminário. “Também vamos enviar para representantes da sociedade civil que fazem parte da delegação brasileira que vai à conferência em Cancun”, afirmou Victor Aria.

       O evento faz parte de uma série de seminários que serão realizados no país ao longo deste ano. O próximo seminário também será em Recife, no dia 26 de outubro, com o tema Mudanças Climáticas e Desenvolvimento da Mata Sul de Pernambuco. Os demais encontros ocorrem em Brasília (17 e 18 de novembro) e em São Paulo, ainda sem data definida.

 

(Lílian Beraldo, Agência Brasil)
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Realizado a cada dois anos, evento reunira pesquisadores, técnicos, estudantes e gestores para discutir a solução de problemas decorrentes dos processos de erosão, transporte e deposição de sedimentos

        O tema central desta edição do IX Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos é a busca de soluções para problemas de erosão e assoreamento. O evento ira de 25 a 29 de outubro As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site http://ixenes.cpac.embrapa.br
        Os interessados também poderão se inscrever na hora, no local do evento, que ocorrerá no auditório da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB).
       O encontro, realizado a cada dois anos, pretende reunir pesquisadores, técnicos, estudantes e gestores para discutir temas relevantes para a solução de problemas decorrentes dos processos de erosão, transporte e deposição de sedimentos.
        O evento é promovido pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) e organizado pela Embrapa Cerrados e pela UnB.
        Mais informações pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

(Assessoria de Comunicação da Embrapa)
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       O ministro chileno da Mineração, Laurence Golborne, estimou que a operação de resgate dos 33 mineiros presos na Mina de San José, no Chile, deva durar até 48 horas. Hoje (10), a equipe que trabalha na perfuração do acesso ao local onde estão os trabalhadores começou o trabalho de revestimento do duto de 622 metros.
       Segundo Golborne, esse trabalho estará concluído amanhã (11), até as 9h. As informações são da rede pública de televisão chilena TVN. Inicialmente, a estimativa é que os trabalhadores da mina comecem a ser retirados na parte da tarde da quarta-feira (13). Mas o ministro disse que, dependendo das condições do duto depois do revestimento, é possível começar o resgate na manhã de quarta. O revestimento é feito com uma espécie de material metálico para dar estabilidade ao túnel e não haver desmoronamentos.
       Segundo a agência oficial de notícias do Paraguai, IP Paraguay, serão revestidos 96 metros do duto, o suficiente para dar estabilidade à descida da cápsula especial desenvolvida pela Marinha do Chile para o resgate e também à subida dos 33 mineiros. Uma pessoa por vez subirá pela cápsula, que descerá inicialmente levando um médico para atendimento emergencial ainda debaixo da superfície. O duto tem 65 centímetros de diâmetro, segundo a TV chilena.
       De acordo com o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich, os mineiros foram comunicados que será discutida com eles a ordem de retirada. Ontem, quando foi feita a primeira teleconferência depois da máquina perfuradora ter alcançado os mineiros, os trabalhadores se mostraram animados apesar do estresse psicológico a que estão submetidos há mais de dois meses. “Eles disseram: ministro, eu quero ir por último. E isso foi se repetindo entre todos os outros. É uma prova de que eles mantêm o ânimo e um espírito de solidariedade, o que é totalmente admirável para pessoas que passaram pelo teste de esforço e sobrevivência ao qual talvez, aqui, alguns de nós não resistiríamos”, relatou Mañalich.
       O ministro da Saúde informou que a dieta dos mineiros soterrados permanecerá a mesma até horas antes do resgate. Desde que comprovou-se que estavam vivos e estabeleceu-se o contato com os mineiros, eles se alimentam normalmente, tendo as três refeições principais, intercaladas por lanches.
       Mas, horas do resgate, para enfrentar a subida de 622 metros, eles terão apenas uma dieta líquida, segundo Mañalich. “Para que estejam fortes o suficiente e não tenham enjoo ou queda de pressão”, explicou o ministro. A dieta será enriquecida com carboidratos, proteínas e vitaminas para dar aos mineiros “uma reserva calórica e energética que os permitam dar conta do estresse psicológico que certamente vão sofrer durante a subida”.
       Mañalich explicou ainda que os riscos para os mineiros enquanto estiverem na cápsula são: queda de pressão arterial, o que poderia levar a um desmaio, e também o desenvolvimento de uma trombose, já que estão sem muito espaço para movimentar-se debaixo da terra. Por isso, os mineiros vão tomar uma dose de aspirina e terão um suporte de oxigênio durante a subida e terão as pernas enfaixadas.
       Assim que saírem do túnel, eles serão levados a um hospital de campanha montado na área da mina, que fica em Copiapó, a cerca de 800 quilômetros ao norte da capital, Santiago. Depois, encontrarão seus parentes e serão levados de helicóptero a outro hospital, onde, segundo o ministro, passarão, no mínimo, dois dias para se restabelecerem completamente.
       A Mina de San José tem uma jazida de cobre e está situada no Deserto de Atacama. A mina é explorada pela companhia mineradora San Esteban, de capital norte-americano.

 

(Lana Cristina, Agência Brasil)
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Até 12 de novembro estarão abertas as inscrições no processo seletivo do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Construção Civil (PPGCiv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

        Até 12 de novembro estarão abertas as inscrições no processo seletivo do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Construção Civil (PPGCiv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 
        As inscrições devem ser feitas na secretaria do programa, localizada no departamento de engenharia civil, na área norte do campus São Carlos.
        O curso tem como objetivo atuar na formação de profissionais e pesquisadores capacitados a assumir os novos desafios enfrentados pela indústria da construção civil, pois a atual situação do setor apresenta a necessidade de redução de custos com elevação dos níveis de qualidade de processos e produtos.
        O PPGCiv atua em duas linhas de pesquisa "racionalização, avaliação e gestão de processos e sistemas construtivos" e "sistemas estruturais e tecnologia de sistemas construtivos".
        O processo seletivo acontece em 19 de novembro e será composto por provas escrita e de proficiência em inglês, análise do plano de intenção de pesquisa e entrevista. Os resultados serão divulgados em 19 de dezembro.
        O edital de seleção, a relação de documentos necessários e formulários para inscrição podem ser obtidos no site www.ppgciv.ufscar.br. Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelos telefones (16) 3351-9660 ou 3351-8261.

 

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       Encerradas as eleições de outubro e retomada a atividade regular no Congresso Nacional, o movimento sindical terá de suar a camisa se quiser ver votadas ainda neste ano matérias de suma importância para os trabalhadores. A opinião é do diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho. Segundo ele, os principais temas pendentes – a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a estabilidade de dirigentes sindicais, o custeio das entidades e o fator previdenciário – exigirão mobilização. “O movimento terá que fazer uma ofensiva muito grande, porque as forças contrárias vão trabalhar para que o Michel Temer (presidente da Câmara dos Deputados, PMDB/SP) não paute. Minha opinião é que haverá uma grande dificuldade para que isso aconteça”, pondera.
       Principal objeto da mobilização sindical desde o ano passado, a PEC 231/95, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Paulo Paim (PT/RS), reduz a jornada máxima de trabalho para 40 horas semanais e eleva o pagamento da hora extra normal de 50% para 75%. A proposta foi aprovada na comissão especial em 30 de junho de 2009 e está pronta para votação em plenário, mas não saiu da gaveta desde então, devido à forte resistência do empresariado, que não vê vantagem em termos de avanços sociais, conforme foi manifestado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
       A ela, já se contrapôs o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para a instituição, a jornada de 40 horas, associada à restrição de horas extras, pode criar mais de 2,5 milhões de empregos. Em nota sobre o tema, lembra os diversos benefícios que seriam gerados pela mudança: “A combinação de todos os fatores desencadeados pela redução de jornada sem redução de salários provoca a geração de um círculo virtuoso na economia, combinando a ampliação do emprego, o aumento do consumo interno, a elevação dos níveis de produtividade do trabalho, a melhoria da competitividade do setor produtivo, a redução dos acidentes e doenças do trabalho, a maior qualificação do trabalhador, a elevação da arrecadação tributária, enfim, um maior crescimento econômico com melhoria da distribuição de renda.”
       Outro ponto a demandar grande esforço é o fator previdenciário, cujo fim já foi aprovado pelo Congresso, mas recebeu veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 15 de junho último. De acordo com Toninho, uma alternativa viável para reduzir os danos causados pelo coeficiente que diminui o valor da aposentadoria levando em conta a expectativa de vida seria a sua flexibilização por meio do projeto substitutivo de autoria do deputado Pepe Vargas (PT/RS). Esse mantém a redução do benefício para quem deseja se aposentar sem a idade mínima, mas institui como alternativa as fórmulas 95 e 85, que somam a idade ao tempo de serviço, respectivamente para homens e mulheres, e eliminam o redutor. Além disso, segundo Toninho, o projeto traz outras vantagens aos trabalhadores, como a inclusão na contagem do tempo de serviço de períodos referentes a avisos prévios e seguro-desemprego, a garantia de emprego nos 12 meses anteriores à aposentadoria e não aplicação do fator previdenciário ao segurado deficiente. Também congelar a expectativa de sobrevida quando se atinge 35 anos de contribuição, se homem, ou 30, se mulher, permitindo uma redução da incidência do fator, caso o trabalhador resolva se aposentar antes de contemplar as exigências das fórmulas 95 e 85.

Organização
       Ainda considerado fundamental à organização dos trabalhadores é o Projeto de Lei 6.706/09, de autoria de Paim, que veda a dispensa do empregado que concorrer ao cargo de direção ou conselho fiscal de entidade sindical ou de representação, incluindo os suplentes, desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato. A matéria, que já foi aprovada no Senado em 16 de dezembro de 2009, está em discussão na Comissão do Trabalho, onde aguarda parecer do relator. O PL é importante para deixar claro o direito à estabilidade dos dirigentes sindicais, eliminando o poder de pressão das empresas contra a sua atuação. Outro assunto que sofre forte oposição, conforme Toninho, e precisará tramitar em regime de urgência para avançar.
       Do mesmo autor e tendo passado por iguais trâmites está o PL 6.708/09, que acrescenta um capítulo à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para dispor sobre a contribuição assistencial. O projeto, que tem o objetivo de estabelecer regras mais claras para o custeio das entidades sindicais, também exige pressão para que seja examinado.

 

(Rita Casaro, FNE)
ilustração: Maringoni
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        Começou nesta sexta-feira (8) a propaganda eleitoral gratuita dos candidatos que disputam o segundo turno para a Presidência da República. No rádio, a programação foi transmitida às 7h e retorna ao meio-dia. Cada coligação tem direito a dois blocos de dez minutos de exposição que, no caso da TV, ainda serão veiculados: às 13h e às 20h30. O primeiro programa foi o da candidata petista Dilma Rousseff, que teve mais votos no primeiro turno. Em seguida, foi exibido o programa de José Serra (PSDB).
        No primeiro turno, o tempo de propaganda foi distribuído segundo as coligações dos candidatos. Agora, os dois candidatos têm o mesmo tempo para divulgar seu programa, que vai ao ar também aos domingos.
        Além do horário eleitoral, a legislação prevê sete minutos e meio de inserções de, no máximo, 30 segundos para serem exibidas ao longo da programação diária das emissoras.
        Em oito estados e no Distrito Federal, onde vai haver segundo turno na disputa para governador, também haverá horário eleitoral gratuito. O tempo de televisão e rádio previsto para os candidatos será o mesmo concedido aos candidatos à Presidência.
        A propaganda eleitoral termina no dia 29, dois dias antes do segundo turno das eleições, e deve ser transmitida pelas emissoras de rádio e televisão abertas e os canais por assinatura do Senado, da Câmara, das assembleias legislativas e da Câmara Legislativa.

 

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        O Brasil transforma apenas 30% de sua cadeia produtiva, que é destinada ao exterior, enquanto outros países, como a China, exportam até 98% de seus produtos com alto valor agregado. Isso leva o país a exportar os grãos in natura a um valor muito abaixo do que se o produto recebesse beneficiamento.
        Para discutir esse tema, pesquisadores estão reunidos no 4º Congresso Internacional de Bioprocessos na Indústria de Alimentos (ICBF), que começou terça-feira (5) em Curitiba. Eles concordam que essa situação ocorre em função da falta de investimento em pesquisas.
        No ICBF 2010 - que pela primeira vez é realizado em um país da América Latina -, organizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Paraná (SBCTA), cerca de 1,3 mil participantes debatem estudos que vão trazer impacto para o consumidor final.
        Segundo o presidente do ICBF, Carlos Ricardo Soccol, o Brasil tem a possibilidade de se tornar celeiro do mundo desde que haja condições propícias de investimentos em pesquisa e inovação no setor agroalimentar. "Para se ter uma ideia, o quilo de soja exportado por meio dos portos brasileiros é vendido a R$ 0,20, enquanto o quilo da mesma soja enriquecido com hormônios bioativos, com amplos benefícios para saúde humana, alcança R$ 1 mil", afirmou.
        Ele disse que há consenso entre os cientistas participantes de que o país dá prioridade "à exportação de produtos primários, deixando de gerar empregos, arrecadar impostos e colocando em risco a soberania tecnológica. Só em importações no setor farmacêutico, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 5 bilhões ao ano", alerta.
        De acordo com Soccol, os cientistas trazem patentes que poderão ser transferidas ao setor produtivo. "Nessa aproximação entre pesquisadores e indústria, somente os cientistas da UFPR vão disponibilizar cerca de 20 pesquisas patenteadas pela instituição, que podem representar melhorias para a saúde da humanidade, além de ajudar a combater a fome mundial".
        Ao insistir que o Brasil ainda investe muito pouco em pesquisa científica e inovação tecnológica quando comparado aos países desenvolvidos, o presidente do ICBF lembra que as principais fontes de pesquisa no país são o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e mais recentemente as fundações de pesquisas estaduais.
        "As empresas brasileiras não têm o hábito de investir parte de seu faturamento em pesquisa", concluiu.

 

(Lúcia Nórcio, Agência Brasil)
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Em 2009, o Brasil colheu 650 milhões de toneladas de cana, uma das principais fontes de biomassa. Cada tonelada gera 210 quilos.

        A procura de novas fontes energéticas é uma preocupação da maioria dos países em desenvolvimento. Quando o tema é aproveitamento da biomassa a gaseificação é vista como uma ferramenta para diminuir a emissão de gases de efeito estufa e garantir a produção de energia limpa. 
        Uma das principais fontes de biomassa no Brasil é a cana-de-açúcar. Em 2009, foram colhidas 650 milhões de toneladas de cana. Cada tonelada gera 210 quilos de biomassa.
        Só com a biomassa produzida pela cana em 2009 seria possível gerar cerca de R$ 24 bilhões em energia. A gaseificação é feita por reações termoquímicas que resultam em um combustível que pode ser utilizado de diversas maneiras. Um exemplo dessa versatilidade é o seu uso em motores de combustão interna e turbinas a gás.
        O Brasil domina a tecnologia de gaseificação, no entanto, essa técnica, aplicada na conversão da biomassa em combustível, ainda precisa ser desenvolvida. Desde 1973, quando estourou a crise do petróleo, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT) desenvolve projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, principalmente na conversão de combustíveis sólidos em gás.
        O IPT tem um projeto para a construção de uma usina, em Piracicaba, no interior de São Paulo, para incrementar essa técnica. A intenção é que o projeto integre as principais iniciativas do IPT, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de universidades e de institutos de pesquisas.
        De acordo com o IPT, o projeto custa cerca de R$ 110 milhões e deve ser construído em cinco anos. A proposta está em analise pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Além de pretender contar com a participação federal, o IPT tem o apoio de empresas privadas como a Braskem, Cosan e Oxiteno.

 

(Felipe Linhares, Comunicação MCT)
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Garantia de terras para quilombolas foi fundamental para que o governo ucraniano não voltasse atrás na parceria com os brasileiros

        Para tornar viável economicamente o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e resolver o problema da disputa de terras com os quilombolas, o governo tomou duas decisões. Além de ampliar de 8,7 mil hectares para 20 mil hectares a área destinada à construção de um corredor de lançamentos de foguetes e equipamentos espaciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a Advocacia-Geral da União (AGU) faça um parecer técnico e jurídico consolidando a nova destinação das terras da região.
        Depois do parecer da AGU, os quilombolas residentes na área de Alcântara ainda ficarão com 42 mil novos hectares de terra. Essa definição, mesmo com a AGU ainda trabalhando no documento, foi fundamental para que o governo ucraniano não voltasse atrás na parceria com os brasileiros para construir dentro da base de Alcântara um sítio de lançamento do foguete Cyclone-4.
        Brasil e Ucrânia criaram em agosto de 2006 a Alcântara Cyclone Space (ACS). A empresa binacional serve para incrementar a cooperação com o Brasil - para trabalhar no programa do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) - e, ao mesmo tempo, usar a base maranhense como plataforma de lançamento de satélites comerciais.
        Por causa da disputa de terras envolvendo a Aeronáutica e cerca de 2 mil quilombolas, o início da obra da sede da empresa chegou a ser ameaçado.
        A pedra fundamental da obra da Cyclone Space foi lançada em 10 de setembro passado e a expectativa da binacional é lançar o primeiro foguete em 2012. A ACS é responsável pela comercialização e operação de serviços de lançamento utilizando o veículo lançador Cyclone-4.
        O governo decidiu ceder parte da área para os moradores da região e a expectativa é de que, depois do parecer da AGU, seja selado o acordo final para encerra a disputa.
        O importante para o Planalto e os sócios do programa especial brasileiro é que o Centro de Lançamento de Alcântara tenha pelo menos 20 mil hectares de área contínua e correndo junto à costa - o que aumenta a segurança dos lançamentos.
        Para fugir da disputa, a Cyclone Space chegou a pensar em se instalar fora da base de Alcântara, mas acabou optando pela fixação na área militar, pagando um aluguel de R$ 113 mil.
        A parceria entre Brasil e Ucrânia previa investimentos de US$ 105 milhões de cada país, montante que já foi ampliado para US$ 475 milhões.
        O presidente da ACS, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, procurou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atual candidata ao Palácio do Planalto pelo PT, para que incluísse o projeto no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A demanda está feita, mas o governo ainda não decidiu sobre a inclusão dos investimentos de Alcântara no PAC.
        O espaço definido para o CLA permitirá a ampliação imediata de 3 para 15 das áreas de lançamento em Alcântara - mais adiante, pode chegar a 23, revertendo um período de dificuldades orçamentárias e técnicas que culminaram, em agosto de 2003, com a tragédia do incêndio e explosão da torre de lançamento, quando morreram 21 técnicos.
        Por ser próximo da linha do Equador, o centro permite uma economia de 30% no gasto de combustível para o lançamento de foguetes. Isso permite ainda a ampliação em 30% da carga a ser transportada pelo equipamento, tornando o local muito atrativo e competitivo.
        A cadeia de atividades espaciais no mundo movimenta US$ 250 bilhões. Cada lançamento pode render ao país de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões.

Agência fala em 'proteger vida dos cidadãos'
        O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, defendeu a ampliação da área em Alcântara, alegando que os 8,7 mil hectares disponíveis hoje são "insuficientes" para a execução de todas as tarefas atribuídas ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) - como o lançamento de foguetes e rastreamento e previsão de condições meteorológicas.
        Para Ganem, a atividade espacial tem de ser caracterizada como "atividade de Estado", para que os recursos não fiquem estritamente dependentes das decisões dos governos.
        "Ficar sem dados meteorológicos pode ser a diferença entre uma colheita virtuosa e uma completamente perdida, causando prejuízo de milhões aos agricultores e ao País. Além disso, as 108 mortes de Santa Catarina (em 2008), que tanto nos assustaram, poderiam ter sido evitadas ou minimizadas, se tivéssemos satélites desenvolvidos e lançados que nos repassassem essas informações preventivas", justificou Carlos Ganem.
        "Proteger a vida de cidadãos que estão à mercê de condições previsíveis é questão de segurança nacional", acrescentou.
        Segundo Ganem, a população de Alcântara está se beneficiando com a atividade econômica gerada pelo projeto.
        A região, diz, poderá se tornar um polo de desenvolvimento, como é hoje São José dos Campos, no interior de São Paulo, que virou um centro da indústria aeronáutica brasileira.
        A própria Aeronáutica, que ocupa a região desde a década de 80, lembra que tem executado diversos projetos de apoio à população. O Centro de Lançamento foi responsável pela construção do porto flutuante de embarque e desembarque de passageiros na sede do município de Alcântara, em 2002.
        Além disso, informa, gerou empregos diretos e indiretos com a operação do centro, incrementando a economia local em cerca de R$ 5 milhões anualmente. A prefeitura de Alcântara, por exemplo, recolheu R$ 350 mil com o ISS pago pelo centro.
        Ao defender a adoção completa do projeto, o presidente da agência lembrou que, para cada dólar investido em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), são gerados outros US$ 4 na economia da região. Ele citou ainda que em Kourou, na Guiana Francesa, que é responsável por 52% dos lançamentos de veículos para cargas, como satélites e outros, a realidade da região mudou com os investimentos na preservação da cultura local.

 

(Tânia Monteiro e Rui Nogueira, O Estado de S. Paulo)
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