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        A contratação de mulheres está em alta no mercado de trabalho. Elas são as preferidas das empresas, principalmente quando o nível de exigência implica em ter grau de instrução superior. O motivo, no entanto, não está relacionado ao bom desempenho na atividade. As mulheres, simplesmente, custam menos que os homens. 
        O salário médio de trabalhadoras com curso superior completo é de R$ 2.919,99. Já o ganho do sexo oposto, na mesma condição, chega a R$ 5.019,49 - uma diferença de 72%. Nessa situação, uma empresa pode contratar três mulheres em vez de dois homens e ainda ter troco.
        "As empresas estão contratando mais mulheres porque é mais barato", reconheceu o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ao divulgar na última quinta-feira (5) os dados de 2009 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) - a mais completa radiografia do mercado de trabalho brasileiro. 
        Mas isso não significa que todas as mulheres, mesmo comprovadamente competentes, estão em condições salariais inferiores. 
        Há, ainda que minoritariamente, empresas remunerando suas funcionárias bem acima da média de renda masculina. É o caso da Primavera Enxovais, que conta com dez lojas no Distrito Federal. Segundo a proprietária da rede, Sueli Ribeiro, todas as 60 vendedoras são mulheres. 
        "Em muitos casos, elas ganham mais que os maridos", disse. Segundo Sueli, a preferência pelas moças leva em consideração a própria cultura feminina, que está mais alinhada com o tipo de produto que vende. "Desde criança elas já brincavam de casinha. É natural terem bom conhecimento de decoração. E a resposta dos clientes é muito boa quando são atendidos por elas", ressaltou.

Disparidades
        Como um retrato do país no mercado de trabalho, a Rais comprova a desigualdade. Homens em geral ganham mais do que as mulheres, independentemente do nível de escolaridade. Quanto mais baixa a escolaridade, mais baixo é o salário e mais alta é a rotatividade no emprego. 
        A cor também é determinante. Mesmo entre as pessoas do mesmo sexo, os negros ganham menos que os brancos. A maior disparidade ocorre entre os rendimentos médios de negros e brancos com nível superior completo. Os salários médios dos negros representam 70,68% do rendimento dos brancos.
        Outro dado relevante é a disparidade dos rendimento. Pela Rais, é no Distrito Federal onde se paga o maior salário médio do país. O brasiliense ganha R$ 3.445,06 - três vezes mais que a renda de R$ 1.130,31, na Paraíba, e mais do que o dobro da média nacional, de R$ 1.595,22. O motivo, segundo o ministro do Trabalho, é o funcionalismo público da capital do país, que puxa a rendimento para cima.
        Mas há um boa notícia. A Rais mostrou que vem crescendo a participação no mercado de trabalhadores mais velhos, portanto mais experientes. Embora em números absolutos eles estejam longe de ser o maior número, o crescimento de vagas foi superior a 7% (quase o dobro da média) entre os que têm mais de 50 anos no mercado de trabalho. Só no ano passado, 372.783 pessoas de 50 a 64 anos acharam emprego. 
        A Rais provou ainda que poucos jovens vêm conseguindo ingressar no mercado de trabalho. Eles podem estar optando por permanecer mais tempo na escola - mas também são vítimas do preconceito das empresas porque não possuem experiência e, no geral, têm baixa qualificação.

Pior ano
        Pelos dados da Rais, o Brasil criou, no ano passado, 1,766 milhão de empregos - só entre os empregos formais do setor privado foram 995 mil. Trata-se de uma variação de 4,48% em relação ao estoque de trabalhadores existentes em 2008. 
        Foi o pior resultado desde 2003, bem inferior a 2007, quando o mercado de trabalho (incluindo o setor público) foi capaz de gerar 2,452 milhões postos com carteira assinada. 
        Lupi explicou que o resultado menor de 2009 decorreu da crise econômica mundial, que começou no final de 2008 e se estendeu para o ano seguinte. 
        Com os dados do ano passado, o número de trabalhadores com vínculos formais no país atingiu 41,207 milhões. Cerca de 7,4 milhões de empresas declararam a Rais, das quais 3,224 milhões com empregados e 4,209 milhões sem empregados. 
        O setor de serviços é o maior empregador do país. Ao final de 2009 contava com 13,235 milhões de funcionários. Em segundo lugar vem a administração pública, com 8,763 milhões de servidores e, em terceiro, o comércio com 7,692 milhões de empregados.

 

Fonte: Correio Braziliense
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       Em palestra aos engenheiros, na terça-feira (10), Fabio Feldmann, candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PV (Partido Verde), apresentou as diretrizes do seu plano de governo.
        O evento, que aconteceu no auditório do SEESP, abriu o ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, que contará com a participação de todos os candidatos aos cargos majoritários – senador, governador e presidente.
        Na ocasião, Feldmann falou sobre a necessidade de incentivar uma economia de baixa intensidade de carbono, uma de suas propostas. 
        Conforme ele, com o aquecimento global a perspectiva é que até o final deste século haja um aumento de temperatura de 2º C. “O mundo todo terá que fazer uma transição para outro tipo de economia que o PV chama de baixa intensidade de carbono. Aqueles que tiverem a capacidade de se antecipar terão mais condições de competitividade. Portanto, é um item importante para São Paulo que deve incluí-lo na sua agenda”, propôs. 
        Segundo Feldmann, já existe uma legislação aprovada no Estado que estabelece uma meta de 20% na redução de gases do efeito estufa até 2020. “Basta agora cumpri-la.”


        Na área de transporte público, Feldmann falou da necessidade de melhorar a qualidade e se de tornar sustentável. “Tem que ser barato, eficiente e não poluidor para incentivar a diminuição do grande fluxo de carros no sistema rodoviário.”
        Ele propôs também a navegação comercial dos rios Pinheiros e Tietê para desafogar as avenidas por onde hoje trafegam caminhões altamente poluidores. "Hoje, 46% dos caminhões circulam vazios no estado", afirmou Feldmann, que frisou a ineficácia desse tipo de transporte tanto do ponto de vista financeiro como ambiental.
        A segunda proposta enfatizada pelo candidato foi a economia criativa. Segundo ele, a inovação tecnológica deve estar presente em todos os setores da sociedade para agregar valor e alcançar uma economia competitiva. “Em São Paulo é crucial. Temos grande preocupação com a invasão da China no estado que é o principal parceiro comercial do Brasil. Portanto, é preciso investir mais na formação profissional de diferentes áreas para que o Estado possa ter uma economia mais competitiva”, mencionou. 
        Outra proposta de Feldmann é a economia da biodiversidade. “O Brasil é o país mais rico em espécies animal e vegetal. Precisamos aprofundar o conhecimento para gerar novos alimentos e medicamentos e com isso conservar o patrimônio ambiental brasileiro gerando uma nova economia”, sugeriu. 
        O candidato mencionou ainda a necessidade de uma nova geração de políticas sociais. “Não basta o indivíduo ter o Bolsa Família e permanecer nele a vida toda. É preciso passar do assistencialismo à inclusão produtiva dos beneficiários desses programas. E isso pode ser feito através da capacitação e apoio econômico criando condições para que as famílias sejam autossustentáveis e com o tempo possam sair desses programas e se inserir na economia”, acredita. 
        Para finalizar, o candidato do PV propôs uma nova gestão do poder público. “Para ser mais eficiente, é necessário fixar metas e criar mecanismos de monitoramento para a sociedade. Na era digital é perfeitamente possível acompanhar diariamente as ações do governo”, concluiu. 

 

 

Propostas deverão ser voltadas ao fomento da infraestrutura laboratorial na área de construção civil. Inscrições até 16 de setembro

       Podem participar da chamada da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) institutos tecnológicos e de pesquisa (ITPs), públicos ou privados, sem fins lucrativos, que atuem de acordo com as normas do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat).
       Serão disponibilizados R$ 15 milhões em recursos não reembolsáveis provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnoógico (FNDCT). O prazo para o envio eletrônico da proposta é 16/9.
       Um dos objetivos específicos da chamada é formar um conjunto de instituições técnicas avaliadoras (ITAs) para ampliar a operação descentralizada do Sinat. Responsável pela avaliação e concessão do DAT (Documento de Avaliação Técnica) para produtos e sistemas construtivos inovadores, o Sinat serve de instrumento para produtores e agentes financeiros.
       Seu principal objetivo é harmonizar procedimentos para a avaliação de novos produtos para a construção, quando não existem normas técnicas prescritivas específicas aplicáveis ao produto.
       Cada instituição executora principal poderá participar com apenas uma proposta, exceto no caso de instituição composta por unidades localizadas em diferentes regiões do País. Nesse caso, essas instituições poderão apresentar uma proposta por região. Outras ICTs poderão associar-se à instituição executora principal, devendo assumir compromisso de atuar de forma complementar, disponibilizando a infraestrutura laboratorial para atendimento às demandas do Sinat.
       As instituições executoras devem dispor de infraestrutura de laboratórios de ensaio, de avaliação e de controle tecnológico de produtos da construção civil (materiais componentes, elementos ou sistemas construtivos). As instituições privadas sem fins lucrativos somente poderão participar se tiverem, no mínimo, três anos de existência.

Veja o edital em http://www.finep.gov.br//fundos_setoriais/acao_transversal/editais/SINAT%2006ago.pdf

 

Assessoria de Comunicação da Finep
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Depois de investir pesadamente em universidades de elite, país lança plano focado em educação técnica

       Depois de criar universidades de elite e de se tornar o país com mais estudantes de ensino superior do mundo, a China lançou no mês passado um plano de educação para a próxima década focado no ensino profissionalizante e na descentralização como forma de atender melhor o mercado de trabalho.
       "A revolução agora é criar condições de trabalho aos estudantes", disse à Folha Dongmao Wen, pró-reitor da Escola de Educação da Universidade de Pequim.
       As novas orientações foram formalizadas no documento Programa de Reforma e Desenvolvimento da Educação Nacional 2010-2020, resultado de um encontro do dia 13 de julho, em Pequim, com as 200 maiores autoridades educacionais do país.
       Entre as principais metas está o "desenvolvimento vigoroso da escola vocacional", o equivalente ao ensino profissionalizante, com duração média de dois anos.
       "É o canal mais importante para (...) aliviar as contradições da estrutura de oferta e demanda do mercado de trabalho", diz o documento.
       "O principal objetivo é a capacitação para o mercado de trabalho. É por isso que a massificação das escolas vocacionais ocupou o lugar da educação universitária em massa [no programa]", disse, Liu Chengbo, diretor associado do Centro Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento Educacional do Ministério da Educação.
       Segundo o diretor do centro, Zhang Li, o ensino superior já passou por grandes transformações desde o início dos anos 1990. Para os próximos anos, as mudanças incluem descentralizar o ensino superior e aproximá-lo do mercado de trabalho.
       Zhang cita números para demonstrar o salto do ensino superior da China: de 7,86 milhões de estudantes, em 1998 (9,8% dos recém-formados no ensino médio), saltou para 29 milhões (24,2%) em 2009, ultrapassando os EUA como a maior população universitária mundial.
       O grande problema para o governo é que, nos últimos três anos, os recém-formados encontram cada vez menos vagas no mercado de trabalho. Neste ano, só 72,2% dos 6,3 milhões que concluíram o curso acharam emprego.
       Já as universidades de elite foram contempladas pelo Projeto 985, em 1998, com a criação de 39 universidades de alto nível. Dessas, nove foram escolhidas como principais centros de excelência.
       Segundo Zhang, o novo plano educacional prevê aprofundar o Projeto 985. Como exemplo, o diretor menciona que atualmente o programa espacial chinês emprega cerca de 10 mil pesquisadores de nível universitário com menos de 30 anos.
       Levantamento feito pelo jornal "Financial Times" mostra que a China é o segundo país em número de artigos em publicações acadêmicas, e que deve ultrapassar os EUA em 2020.
       Por outro lado, no ranking das melhores universidades asiáticas feito pela consultoria QS, a mais bem colocada é a Universidade de Pequim, num distante 12º posto.
       "As universidades chinesas não alcançaram o topo, mas estão subindo rapidamente", disse o americano Philip Altbach, do Centro para Educação Superior Internacional do Boston College.
       Altbach disse que o sistema de ensino chinês ainda sofre com problemas sérios, como corrupção, plágio e falta de orientação para pesquisa, descontrole na qualidade de instituições privadas, além da falta de democracia, no caso das ciências sociais.
       "Muitos estudantes e professores estão mais interessados em fazer dinheiro do que em fazer ciência. O maior problema para atingir um nível mundial é construir uma meritocracia baseada em transparência acadêmica."

 

Fabiano Maisonnave, Folha de SP
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Pesquisadores da UFRJ desenvolvem versão nacional mais barata e sofisticada do luminol, substância que reage ao contato com sangue e pode ajudar em investigações criminais, além de servir para aplicações em áreas como a saúde


       Quem acompanha os seriados policiais, nos quais peritos forenses borrifam um produto capaz de revelar a presença de sangue oculto em cenas de crime aparentemente limpas, certamente já ouviu falar em luminol. 
       Recentemente, o produto também foi personagem no noticiário policial em casos de grande repercussão, como o da alegada morte de Eliza Samudio, amante do ex-goleiro do Flamengo Bruno. Superfícies como tapetes, interiores de automóveis, tecidos ou piso cerâmicos, mesmo depois de lavadas, não impedem a ação do luminol, substância capaz de reagir a minúsculas partículas de sangue invisíveis a olho nu.
       No Brasil, pesquisadores do Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape) do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um produto 100% nacional, que apresenta vantagens sobre o concorrente importado. O reagente brasileiro tem luminescência três vezes maior, não é tóxico e é capaz de detectar partículas de sangue na proporção que pode chegar a uma parte por milhão.
       Sua eficiência foi comprovada em testes na unidade CSI (Crime Scene Investigation) da polícia de Miami, nos Estados Unidos. O produto, lançado no mercado há menos de um mês, com o nome comercial de Alfa-Luminox, é fabricado pela empresa Alfa Rio Química e já está em uso nas polícias de Minas Gerais, do Rio Grande do Norte, de São Paulo e do Paraná, e custa 50% menos que o luminol importado.
       O produto, um composto em pó feito de nitrogênio, hidrogênio, oxigênio e carbono misturado a um líquido contendo um perióxido (água oxigenada, por exemplo) que, em contato com um catalisador, provoca uma reação química concluída com o surgimento de uma luz, normalmente azulada. No caso do sangue, o catalisador é o ferro contido na hemoglobina, proteína do sangue responsável pelo transporte do oxigênio no organismo.
       O fenômeno, chamado quimiluminescência, ocorre porque, durante a reação, as moléculas se quebram e os átomos se reagrupam formando novas moléculas. As moléculas originais dos reagentes têm mais energia que as moléculas resultantes da reação, e a energia excedente é liberada sob a forma de fótons. Os fótons emitidos pela quimiluminescência são o que produzem o brilho azulado do luminol.

Acidentes aéreos
       Já consagrado no universo da ciência forense, o produto ainda mobiliza os pesquisadores, que buscam, além de outras aplicações para a substância, aumentar o tempo em que o reagente é capaz de emitir luz. O professor Claudio Cerqueira Lopes, coordenador do Lasape, conta que, usando corantes antracênicos, capazes de aprisionar os fótons resultantes da reação química, já é possível prolongar a durabilidade da quimiluminescência de 30 segundos para 10 minutos. A meta é atingir 24 horas de emissão de luz.
       Cerqueira conta que um estranho fenômeno ocorrido na costa da Somália forneceu a inspiração para a pesquisa de um novo uso para o produto: a localização de aeronaves desaparecidas. Na costa africana, o fato curioso foi provocado por grande concentração da bactéria marinha Vibrio harveyi, que emitiu radiação bioluminescente forte o suficiente para que fosse captada pelas lentes de satélites em órbita sobre a Terra.
       Levando em conta as propriedades quimiluminescentes do Alfa-Luminox, os pesquisadores começaram a desenvolver uma forma de reproduzir o fenômeno artificialmente e obter uma forma viável para seu uso como ferramenta de localização em caso de acidentes. A solução não poderia ser mais simples e barata.
       A ideia foi acondicionar o produto em vários sacos de propilopileno transparente e de alta densidade, contendo um frasco de vidro com um composto ferroso, que poderiam ser dispostos em aeronaves, principalmente na cauda e no bico.
       Em caso de acidente, o frasco de vidro se quebraria e, ao se misturar com o conteúdo do saco, produziria uma reação quimiluminescente azulada por tempo suficiente para que fosse detectada por satélites. Cada saco de 10cm x 10cm pesa apenas 100 miligramas, o que permitiria a instalação de grande quantidade deles sem comprometer a capacidade de carga da aeronave. Os dados capturados pelo satélite permitiriam calcular com sucesso a posição dos destroços. É um recurso valioso em acidentes aéreos que ocorrem em regiões remotas ou de difícil acesso, como a selva amazônica e os oceanos.
       Casos como o do voo 447 da Air France que caiu no meio do Oceano Atlântico em junho do ano passado, mostram a grande dificuldade e a ineficiência dos métodos tradicionais de busca. A caixa-preta da aeronave emite um sinal de rádio que dura cerca de 30 dias. Além de tentar captar esse sinal, o que pode ser feito é cobrir áreas enormes em buscas visuais que frequentemente são prejudicadas por condições climáticas e ambientais desfavoráveis.
       As buscas pelos destroços do Airbus acidentado mobilizaram por muito tempo uma quantidade enorme de aeronaves, navios e até submarinos. O projeto do Lasape tornaria o processo de localização de destroços muito mais rápido e barato, reduzindo também a espera angustiada das famílias das vítimas por respostas.
       O brilho químico de centenas de saquinhos de Alfa-Luminox seria detectado por satélites, permitindo calcular com sucesso as coordenadas do local do acidente. A luz poderia ser percebida mesmo em caso de queda na selva e, em acidentes no mar, eles flutuariam, reduzindo significativamente o perímetro das buscas.

Infecção hospitalar
       O Alfa-Luminox ainda pode ser usado em outras áreas, como a de saúde, na prevenção de infecções hospitalares. O produto poderia detectar vestígios ocultos de sangue em materiais e equipamentos cirúrgicos, roupas e utensílios submetidos aos processos clássicos de esterilização.
       Uma arma eficiente contra cepas mutantes e resistentes de micro-organismos que usam o sangue como meio de cultura. Em exames de laboratório, o produto pode auxiliar a determinar com maior eficiência e menor risco a presença de sangue oculto nas fezes. Versatilidade, baixo custo e grande eficiência são atributos que dão ao Alfa-Luminox o potencial necessário para alcançar grande sucesso comercial no Brasil e no mundo, calculam os especialistas.

 

Janey Costa, Correio Braziliense
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A quarta edição do FSA, que vai até 15 de agosto no Paraguai, debaterá temas como a resistência à militarização do continente, a luta por soberania alimentar e o direito das mulheres sobre seu corpo.

       O Fórum Social das Américas reunirá mais de quinze mil pessoas do Hemisfério Sul, com forte presença de organizações da Bolívia, Uruguai, Argentina, Chile, Brasil e Paraguai, assim como integrentes de organizações da França, Francia, Italia, Espanha, Alemanha e do Líbano. A quarta edição do encontro transcorrerá nas instalações do Consejo Nacional de Deportes, em Assunção, de quarta, 11 de agosto, até domingo, 15. com iniciativas de mais de 500 organizações que farão oficinas, fóruns, assembléias e outras atividades, com os principais assuntos que afetam movimentos e organizações sociais.
       Participação de atividades do Fórum personalidades como Boaventura de Sousa Santos, Adolfo Pérez Esquivel e Joao Pedro Stedile. No sábado, 14, pela tarde haverá uma conferência dos presidentes do Paraguai, Fernando Lugo e da Bolivia, Evo Morales, junto a Francisca Rodríguez, da Asociação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas –Anamuri- do Chile y Camille Chalmers, de Jubileo Sur y COMPA. A moderação será de Magdalena León, de la Red de Mujeres Transformando la Economía (REMTE).
       O encerramento do Fórum, no domingo, será feito com uma assembléia dos Movimentos Sociais pela manhã e um ato em solidariedade ao processo paraguaio.
       Um dos eixos centrais que as organizações camponesas do Paraguai e do continente debaterão será o problema da terra. Será analisado o modelo agro-exportador vigente em vários países latino-americanos e suas consequências para o meio ambiente, as comunidade, e como desenvolver estratégias de resistência.
       As organizações camponesas também trabalharão o tema da soberania alimentar, o controle do campo sobre as sementes, a reforma agrária, assim como será feito o lançamento oficial do Congreso de la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo (CLOC), que se realizará em outubro no Equador.
       Também no fórum será realizada a plenária da campanha continental “Fora as Bases Militares Estrangeiras”. Na tarde de 14 de agosto será feito um encontro para avançar na articulação de atividades contra a militarização na região.
       As mulheres terão papel central durante o Fórum. A Marcha Mundial das Mulheres promoverá ações culturais, com o lançamento de um documentário e uma exposição de fotos. Também haverá debates conjuntos das mulheres para uma análise da conjuntura continental e a construção de uma agenda de ações para as Américas. Na ocasião será apresentado o processo do Encontro Internacional de Mulheres e Povos das Américas contra a Militarização, que será realizado na Colômbia, e cujo objetivo é tornar conhecida a situação critica do conflito armado e social que hoje afeta este povo.
       Uma oficina e mostra audiovisual chamada “Memoria y rebeldía” será promovida nos dias 12, 13, e 14 de agosto, convidando a compartilhar produções, experiências e metodologias dentro da comunicação audiovisual. realizada "pelos, a partir, com e sobre os movimentos sociais do continente". A oficina será organizada pelo Centro Memorial Martin Luther King (CMLK), ALBA TV, Vive TV, Catia TV, Nuestra América e Colectivo de Liberación de Información y Producción (CLIP).
       Por otro lado, las organizações que foram a articulação dos movimentos sociais rumo a ALBA na Argentina (Frente Popular Darío Santillán, Movimiento Nacional Campesino Indígena, Pañuelos en Rebeldía, Juventud Rebelde 20 de diciembre, Geal, Redher e CTA) farão uma atividade denominada “Soberania dos corpos”, con o objetivo de vincular a soberania popular com a decisão das mulheres sobre seus corpos.

Traduzido por Ciranda
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Fonte: Prensa de Frente
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Depois do fracasso de Copenhague em 2009, cerca de 190 governos participam agora das negociações para tentar aprovar esse tratado na próxima conferência, em dezembro, no balneário mexicano de Cancún

       Um pacto climático da ONU para prorrogar ou substituir o Protocolo de Kyoto pode se constituir de três instrumentos jurídicos de cumprimento obrigatório, em vez de um só, disse na quinta-feira (5/8) o negociador mexicano para questões climáticas.
       Depois do fracasso da conferência climática de Copenhague em 2009, que terminou sem a adoção do tratado vinculante, cerca de 190 governos participam agora das negociações para tentar aprovar esse tratado na próxima conferência, em dezembro, no balneário mexicano de Cancún.
       Luis Alfonso de Alba, representante especial do México para a mudança climática, disse à Reuters que podem surgir até três tratados estabelecendo obrigações dos países quanto à redução das emissões de gases do efeito estufa e apoio às nações mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.
       "Não estamos falando apenas de um só instrumento juridicamente vinculante, mas de um conjunto deles", afirmou o delegado durante uma reunião da ONU em Bonn. "Um instrumento vai abranger (as partes do) Protocolo de Kyoto, mas também é possível ter alguma coisa para os EUA, e um terceiro para os países em desenvolvimento."
       O Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, só prevê obrigações para os países desenvolvidos. Os EUA, embora sejam o segundo maior emissor global de gases do efeito estufa, não participam do tratado.
       Divergências entre países ricos e pobres foram decisivas para impedir a adoção do tratado em Copenhague.
       Um representante da União Europeia disse na terça-feira à Reuters que o bloco está aberto à ideia de dois tratados em vez de um só, caso isso ajude a resolver as diferenças entre países ricos e pobres.
       De Alba afirmou que o México espera "o máximo, não o mínimo" da reunião de Cancún, mas admitiu que serão necessários "vários anos e vários instrumentos" para colocar em vigor o documento vinculante.
       Ele também manifestou preocupação com os poucos avanços dos dois primeiros dias de reunião em Bonn, já que os delegados gastaram muito tempo discutindo o próprio processo de negociação, em vez das questões principais.
       "Os grupos agora ganharam velocidade, mas precisam se concentrar na substância e identificar as principais questões para que possamos construir um pacote abrangente de decisões em Cancún", disse ele.
       É improvável que um novo texto-base para a negociação saia da reunião na Alemanha, que vai até sexta-feira. Os principais entraves continuam em torno das reduções de emissões, financiamento, medidas de adaptação e resolução de lacunas existentes no Protocolo de Kyoto, que podem afetar as promessas dos países ricos.

 

Reuters, 5/8
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Anunciado com pompa pelos dois presidentes, o acordo remete às origens do Mercosul, criado como resultado da distensão entre Brasil e Argentina nos anos 80, após uma minicorrida nuclear na década anterior

       Os governos do Brasil e da Argentina assinaram dia 3 um acordo para aumentar a cooperação na área nuclear e trabalhar em conjunto na engenharia de construção de dois reatores atômicos de multipropósito. À margem da 39ª reunião de cúpula do Mercosul, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner prometeram transferir mutuamente tecnologia no setor e fazer o desenho dos reatores em parceria - será construído um em cada país. 
       Anunciado com pompa pelos dois presidentes, o acordo remeteu às origens do Mercosul, criado como resultado da distensão entre Brasil e Argentina nos anos 80, após uma minicorrida nuclear na década anterior. O novo reator não tem relação com o projeto da Marinha brasileira para construir um reator em Iperó (SP), voltado ao desenvolvimento de tecnologia para o futuro submarino nuclear.
       O objetivo dos dois novos reatores não será gerar energia elétrica. No caso brasileiro, o que se quer é ter produção local de radioisótopos, hoje inexistente. Trata-se da matéria-prima para medicamentos, usados principalmente com fins de diagnóstico em exames clínicos que envolvem tecnologia nuclear, como tomografias. O maior problema diz respeito ao fornecimento do isótopo molibdênio-99, que era importado pelo Brasil do Canadá.
       A redução das atividades do reator canadense, nos últimos anos, gerou uma crise no abastecimento do insumo e o Brasil foi salvo graças ao envio de radiofármacos da Argentina, que hoje atende 30% das necessidades brasileiras, segundo um diplomata envolvido nas negociações. Outro uso dos radioisótopos foi no mapeamento do aquífero Guarani, quando eles foram injetados no leito subterrâneo para medir a extensão e a capacidade do reservatório de água.
       O novo acordo de cooperação prevê troca de peças e de conhecimento tecnológico. Brasil e Argentina são os dois únicos países da América do Sul que já têm reatores nucleares para produzir energia, mas usam tecnologias completamente diferentes.
       Em Angra, o urânio é enriquecido e a água usada no processo é natural. Na Argentina, que está atualmente construindo seu terceiro reator para geração de eletricidade, o urânio é natural e a água é pesada. O país vizinho está bem mais adiantado, no entanto, na produção de radioisótopos. Já vendeu, inclusive, reatores multipropósito para a Austrália, Argélia e Peru.
       À primeira vista, o Brasil parece ganhar mais na cooperação, mas há benefícios mútuos. "Queremos aprender o que for possível sobre enriquecimento de urânio", disse o embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé. "Não se trata de ser fabricado, mas desenhado em conjunto", afirmou o chanceler Celso Amorim. Ele lembrou que a área nuclear é "pilar" das relações estratégicas entre os dois países.
       Não foram divulgadas estimativas de custos dos reatores. Fala-se apenas em algo perto de US$ 500 milhões por unidade. Também não houve menção ao financiamento. O Ministério de Ciência e Tecnologia, no Brasil, já havia liberado recursos do orçamento próprio e de fundos à pesquisa para o projeto.
       O acordo também prevê o fortalecimento da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc). A entidade é responsável por verificar o uso pacífico dos materiais nucleares. Foi a primeira organização conjunta entre Brasil e Argentina e é a única entidade bilateral do mundo a cuidar de salvaguardas nucleares. Nasceu em 1991, justamente o ano em que foi assinado o Tratado de Assunção, documento de criação do Mercosul.

 

Daniel Rittner, Valor Econômico
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Em nota com título "Uma grande entrevista", consultor sindical da FNE, João Guilerme Vargas Neto, elogia matéria com o deputado Aldo Rebelo publicada em revista semanal

 

Uma grande entrevista

João Guilherme Vargas Netto

       Tive uma agradável surpresa com a entrevista do deputado Aldo Rebelo ao jornalista Fábio Portela nas páginas amarelas de Veja, uma das melhores que li nos últimos tempos. Recomendo a todos, com pressa, já que a “duração” da revista é semanal.
       Como não podia deixar de ser o centro da entrevista é o relatório feito por ele sobre seu projeto de revisão do Código Florestal Brasileiro, em discussão no Congresso Nacional. Aldo realizou até agora 64 audiências públicas em 18 estados e enfrentou com garra a tarefa que seus colegas de quase todos os partidos lhe deram. O relatório foi aprovado por 13 votos a 5, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, no início de julho em uma sessão tumultuada e com votos em separado do PT, PV, PSOL e de dois deputados. Nele foram incorporadas alterações feitas pelo próprio relator. Pode ser lido em www.aldorebelo6565.com.br.
        A discussão sobre o relatório está em aberto e continua. No dia 13, por exemplo, o deputado debaterá o assunto com a FETAESP e a CONTAG na feira de agricultura familiar – AGRIFAM 2010 em Agudos (SP). Recentemente, a SBPC aprovou moção em sua defesa e a FAPESP o atacou. Os dois principais candidatos à presidência declararam, coincidentemente, que este é um assunto importante cuja discussão, pelo Congresso, vai ser feita na próxima legislatura.
       Nada pode ofuscar o empenho e o mérito do deputado Aldo Rebelo. Ele fez, para mim, um raciocínio bem fundamentado (que compartilho com meus leitores) para explicar sua iniciativa: “Depois da derrocada da União Soviética uma onda de globalização neo-liberal varreu o mundo. Países importantes, como o Brasil, que resistem a ela e procuram alternativas próprias para fazer avançar a democracia, realizar justiça social e eliminar desigualdades, começam a se preocupar com os temas nacionais, de integração. O meu trabalho sobre o Código Florestal procura enfrentar as contradições reais e exacerbadas que existem e apresentar alternativas viáveis, que garantam eficácia e abrangência à legislação. O tema agrário faz parte do tema nacional, além de fazer parte do tema democrático e de justiça social. Dei, com honra e seriedade, minha contribuição”.

 

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       O Senado Federal aprovou em segundo turno, ontem (3), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 64/07, da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), que amplia a licença à gestante de 120 para 180 dias. A PEC, que recebeu 62 votos favoráveis e nenhum voto contrário, vai agora à Câmara dos Deputados.
       A proposta altera a redação do inciso XVIII do artigo 7º da Constituição. Na prática, estende a todas as trabalhadoras o benefício que havia sido concedido pela Lei 11.770/08 às funcionárias das empresas que aderissem ao Programa Empresa Cidadã. Por essa lei, originada de projeto da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), as empresas que aderissem ao programa teriam benefícios fiscais.
       A PEC foi aprovada em primeiro turno no esforço concentrado do dia 7 de julho. O resultado foi comemorado pelos senadores e pelo público presente nas galerias do Plenário.
       A autora da proposta, senadora Rosalba Ciarlini, disse que a PEC foi a primeira proposição que apresentou no Senado, fruto de suas observações quando atuava como médica pediatra.
       Via a angústia das mães quando tinham que voltar ao trabalho. Agora, a mãe vai voltar ao trabalho muito mais produtiva e tranquila, ao passo que a criança terá um desenvolvimento psíquico mais equilibrado e será um cidadão de paz - disse a senadora.

Diferença
       O que difere a proposta ora em discussão da Lei 11.770/08, que criou o Programa Empresa Cidadã, é que, no caso da legislação em vigor, a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses vale para as funcionárias das empresas que aderirem ao programa, mediante incentivo fiscal. A PEC de Rosalba Ciarlini, por sua vez, torna a norma obrigatória para todas as empresas e instituições.
       A autora enfatizou, na justificação da PEC, os benefícios que poderão advir para a saúde da mãe e do recém-nascido. Disse ainda que a proposta visa garantir a segurança da mulher no mercado de trabalho.

 

Raíssa Abreu, Agência Senado
www.cntu.org.br

 

 

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