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        O péssimo resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre de 2011, divulgado em dezembro, pode ter sido um banho de água fria naqueles que torcem pela manutenção da expansão econômica nacional, apesar dos desafios internos e do fantasma da crise internacional. O crescimento zero do período reduziu as expectativas para o conjunto do ano de 3,8% para 3,2%. Obviamente distante dos 6% almejados – e propostos no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” –, o patamar de incremento não deve servir ao desânimo, mas ao esforço de obter melhores resultados em 2012.

        Excetuando-se aqueles que lucram com a especulação e não têm qualquer compromisso com o País, é consenso a necessidade de o Brasil crescer, não para simplesmente figurar entre as maiores nações do mundo, mas para propiciar condições de vida digna a todos os seus 200 milhões de habitantes. Atingir tal meta exige que as providências adequadas sejam tomadas.

        Como objetivo central, é preciso que o Brasil derrote o rentismo. A mobilização que já conta com adesão do movimento sindical pela queda dos juros deve agregar de forma definitiva o setor produtivo e envolver a sociedade, que na sua maioria nada tem a ganhar com o privilégio dado ao setor financeiro.

        Essencial também a manutenção da política de valorização do salário mínimo, que nos últimos anos tem sido o principal instrumento de distribuição de renda, funcionando como meio de fortalecer o mercado interno, além de valioso antídoto contra a crise em 2009.

        Desafio mais complexo, mas que precisa ser encarado de frente caso o objetivo seja alcançar o desenvolvimento de fato, é a implantação de uma política industrial que ajude a impulsionar a área. País de dimensões continentais, enorme população e complexa teia social, o Brasil não poderá viver decentemente da exportação de commodities. Para dar o salto que se espera, é necessário não só fortalecer o setor mais avançado da economia, como investir fortemente em ciência, tecnologia e inovação, aproveitando as vocações e recursos disponíveis.

        É mais que tempo de avançarmos nos segmentos da tecnologia da informação e da biotecnologia, que são a tônica deste século XXI. É preciso que haja projetos feitos por engenheiros brasileiros e equipamentos fabricados, e não apenas montados, internamente. É essa a única maneira de se fazer real transferência de tecnologia.

        Para que esses anseios tornem-se realidade, é essencial começar 2012 com uma agenda prioritária: manter a luta pelo desenvolvimento.




Allen Habert



         É com grande júbilo que chegamos aos 25 anos de premiação da Personalidade da Tecnologia. Um quarto de século é sempre uma ocasião para um brinde e uma reflexão. Nesses anos, foram premiados 151 profissionais de excelência, em dezenas de áreas da engenharia e tecnologia, assim como na economia, arquitetura, educação, saúde, geografia, relações internacionais, biologia, cooperativismo, sociologia, comércio exterior, empreendedorismo e gestão participativa.

         Em 1987, quando foi criado o prêmio juntamente com o Conselho Tecnológico, o Brasil tinha uma recentíssima democracia de dois anos e estava em pleno processo constituinte. O Ministério da Ciência e Tecnologia estava recém-criado, iniciativa que contou com a participação ativa do SEESP. O prêmio, que contou com o apoio de vários cientistas de ponta, como os professores Rogério Cerqueira Leite, Crodowaldo Pavan, Sérgio Mascarenhas e Hélio Guerra, foi se afirmando através das várias diretorias da entidade e mostrou com clareza o caminho que o sindicato via no processo de desenvolvimento das tecnologias de base e de ponta e como isso se liga com o social, o político e o econômico. Precisávamos resistir ao processo de desestruturação da economia nacional e do setor de engenharia consultiva. Década de 90... Tínhamos claro que um país sem domínio da concepção de projetos de engenharia e tecnologia é sempre refém das outras nações. Perde sua soberania e sua capacidade de direcionar seu desenvolvimento.

         Lembro disso porque, hoje, necessitamos que o País ouse muito mais nas áreas da educação, ciência, tecnologia e inovação. Faz tempo que não temos uma nova Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), sonho de Santos Dumont e Casimiro Montenegro. Quem era jovem em 1987, é agora profissional maduro. Não havia notebook, celular, banda larga, célula-tronco, nanotecnologia. Mas, hoje, devemos voltar a voar, como Santos Dumont fez em 1906, em Paris. Acreditar que podemos dar um salto no nosso desenvolvimento com tecnologias de ponta, comprando, se for o caso, empresas multinacionais de TI para nos dar respaldo em grandes projetos nacionais, nas áreas de design digital, da indústria do mar, de satélites, em TICs.

         Os 151 profissionais premiados nesses 25 anos, seis a cada homenagem, ajudaram e ajudam, com os seus exemplos, a aumentar a autoestima dos engenheiros e de nossas entidades. São um comando ético da engenharia. Exemplo disso é a criação corajosa pelo SEESP do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), nossa faculdade de engenharia que vai formar a partir de 2012 engenheiros de inovação. Precisamos reforçar esse projeto-semente, pois ele vai irradiar-se pelo sistema produtivo auxiliando a requalificar profissionais da engenharia, investir em cérebros e desenvolver a inovação.

         O prêmio Personalidade da Tecnologia é hoje, sem sombra de dúvida, um dos principais prêmios de tecnologias do País, maduro e reconhecido. Estamos projetando um salto nos próximos anos e, contando com novas parcerias, vamos dar a ele dimensão ainda maior. Ano que vem, por exemplo, queremos realizar a premiação em grande estilo na Sala São Paulo, para 1.300 pessoas, com a apresentação da Orquestra Sinfônica da USP (Universidade de São Paulo), regida por uma maestrina formada em engenharia. Vamos inserir o prêmio na vida cultural da cidade e do País.

         Vida longa e inovação permanente ao prêmio Personalidade da Tecnologia nos seus próximos 25 anos!


Allen Habert é engenheiro de produção e mestre pela Escola Politécnica da USP, foi presidente do SEESP (1986-1989) e é diretor de articulação nacional da CNTU.




 


 

Soraya Misleh


       Como ocorre tradicionalmente desde 1987, o sindicato entregou o prêmio Personalidade da Tecnologia a seis profissionais que se destacaram durante o ano em 9 de dezembro. A cerimônia, que marcou o Dia do Engenheiro – celebrado no dia 11 do mesmo mês –, aconteceu na sede do SEESP, na Capital paulista. Contou com a presença de autoridades como o vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB) e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante Oliva, ele próprio agraciado nesta 25ª edição, na categoria “Valorização profissional”.

       Ao todo, prestigiaram a solenidade cerca de 200 pessoas. À abertura, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, enfatizou: “Temos a honra de escolher profissionais que contribuem para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento do País.”

       Em alusão aos agraciados da noite, José Roberto Cardoso, diretor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP – responsável pela seleção dos nomes –, frisou que ali estava retratada “a cara da engenharia” na atualidade.

       Antonio Octaviano, diretor do sindicato e secretário executivo do CAD (Conselho de Administração) do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), saudou Mercadante como inspirador da fundação deste último. “Ele e os demais homenageados mostram o acerto dessa iniciativa pioneira no Brasil de se implantar uma instituição voltada à inovação.” Reitor da USP, João Grandino Rodas ressaltou: “Sem inovação, não há possibilidade de progresso.” Para Edgar Horny, presidente da VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), nessa direção, a homenagem serve de exemplo da excelência da ciência, tecnologia e engenharia.


Com a palavra, os agraciados
       Primeiro a receber o prêmio, Mercadante informou que a ênfase de sua gestão será em inovação. Nesse sentido, comprometeu-se em apoiar o esforço de implantação do Isitec. Ademais, aproveitou o momento para apresentar a proposta de estratégia nacional de C, T & I para os próximos quatro anos. Essa inclui, como afirmou ele, áreas fundamentais, como espacial, de tecnologia de informação, de biotecnologia, gás e petróleo, energias limpas. “A expectativa é inaugurar em 2013 grandes projetos.” E continuou: “Já somos a sétima economia do mundo. Temos que aproveitar o momento para olhar o conhecimento, a economia verde, atrair inteligências.” Assim, Mercadante foi enfático: “Vamos passar de 5.500 bolsas no exterior para 100 mil nos próximos três anos, sobretudo nas áreas das engenharias, tecnológicas e de ciências básicas. Estamos também abrindo edital para jovens talentos. Serão mil vagas a doutores que foram trabalhar fora e queiram voltar ao País. E vamos aumentar em R$ 2,5 bilhões o orçamento do Ministério para o ano que vem e contratar mil pesquisadores.” Incrementar o número atual de formandos em engenharia – um a cada 50 que saem das faculdades – foi outra pretensão anunciada pelo premiado. Ele cobrou ainda dos profissionais de destaque presentes a construção de tablet brasileiro. “Temos 70 milhões de alunos em escolas públicas que precisam ter acesso a essa tecnologia.”

       Agraciado como Personalidade da Tecnologia em Inovação, Vanderlei Salvador Bagnato afirmou que “é preciso ‘futebolizar’ o conhecimento e a ciência, tornando-a parte do nosso dia a dia”. Na sua ótica, isso é fundamental para se reverter o quadro atual em que o Brasil é exportador e produtor de commodities, não de produtos com valor agregado. “Temos que investir em inovação. Em alguns anos, teremos 25 milhões de pessoas no País acima de 80 anos de idade, e temos muito o que fazer para garantir qualidade de vida a essa sociedade.” Representando seu pai, Luiz de Queiroz Orsini, indicado na categoria “Educação”, Sérgio Orsini leu discurso escrito pelo homenageado no qual esse destacou com orgulho as evoluções tecnológica e na engenharia elétrica ao longo dos últimos 50 anos e sua participação nesse processo.

       Laureado na área de agricultura, Antonio Mauro Saraiva também apontou o incremento havido nesse segmento. Segundo ele, o sucesso em competitividade e produtividade vem crescendo, “graças ao uso intensivo de tecnologia desenvolvida por nossas instituições e pesquisadores”. E concluiu: “Nenhum conflito com a preservação da natureza é necessário, mas para isso é preciso tecnologia. É a isso que tenho me dedicado nos últimos 22 anos.”

       A oportunidade de participar da grande mudança na indústria brasileira havida nos últimos 50 anos, através da inovação e do desenvolvimento, foi destacada pelo premiado em Informática, Lucas Antonio Moscato. “No começo dos anos 70, o País não tinha eletrônica digital, mas tinha a consciência de que essa podia ser desenvolvida. O primeiro projeto foi o computador Patinho Feio, desenvolvido pela Poli. Depois, foi a vez de sistemas mais complexos”, rememorou.

       Preservar essa e outras histórias que vêm sendo construídas por tais personalidades tem sido o trabalho ao qual vem se dedicando Shozo Motoyama, o que lhe garantiu a homenagem na categoria “História da engenharia”.


PERSONALIDADES DA TECNOLOGIA 2011

Educação
Luiz de Queiroz Orsini
Engenheiro mecânico-eletricista formado pela Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) em 1946, é doutor pela Universidade de Paris (Sorbonne). Dedicou-se por mais de seis décadas à educação superior, e sua atuação é considerada crucial na modernização do ensino de engenharia elétrica no Brasil. É livre-docente, professor catedrático e emérito na Poli/USP. Participou da criação de novos cursos e laboratórios e promoveu o uso de computadores como ferramenta de ensino. Realizou também pesquisas na área de circuitos e instrumentação eletrônica. Trabalhou nos laboratórios de Yves Rocard, em Paris. Ocupou o cargo de diretor do Instituto de Física em 1975 e de pró-reitor de graduação entre 1988 e 1990 na USP. Tem o título de Life Fellow pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos. É autor de diversos livros, entre eles “Curso de circuitos elétricos” e “Introdução aos sistemas dinâmicos”.


Inovação
Vanderlei Salvador Bagnato
       Físico formado pela USP (Universidade de São Paulo) em 1981, é também engenheiro de materiais pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). É mestre em física pela USP e doutor pelo MIT (Massachussets Institute of Tecnology/USA). Foi responsável pelo desenvolvimento do primeiro laboratório de átomos frios no Brasil. Realizou vários trabalhos em metrologia de tempo e frequência com a construção do primeiro relógio atômico em todo o hemisfério Sul. Na área de biofotônica, liderou um projeto pioneiro que culminou no surgimento de diversas técnicas de diagnóstico e tratamento de câncer. Lidera diversas iniciativas de difusão da ciência, como a administração de um canal de TV totalmente dedicado ao tema. É livre-docente e professor titular na USP. Orientou vários trabalhos de mestrado e doutorado, publicou mais de 300 artigos científicos e inúmeros livros. Atualmente é coordenador da Agência USP de Inovação.


Agricultura
Antonio Mauro Saraiva
       Engenheiro eletrônico formado pela Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) em 1980, é também agrônomo pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) em 1987. Mestre, doutor, livre-docente em engenharia na Poli/USP, professor titular e vice-chefe do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais. Criou o laboratório de automação agrícola. Presidiu a SBIAgro (Associação Brasileira de Agroinformática) e foi chairman de tecnologia da informação da Cirg (International Commission of Agricultural Engineering). É assessor técnico da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e do Ministério do Meio Ambiente. Participa do Biodiversity Information Standards. Atualmente é presidente da Comissão de Pesquisa da Poli/USP e pesquisador 1-D do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).


História da engenharia
Shozo Motoyama
       Físico formado pela USP (Universidade de São Paulo) em 1967, é doutor em ciências, livre-docente e professor titular da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) pela mesma instituição. Ocupou o cargo de secretário-geral da Sociedade Brasileira de História da Ciência entre 1982 e 1988. Atuou como diretor do CHC (Centro Interunidade de História da Ciência) da USP e do Museu Histórico de Imigração Japonesa no Brasil. Recebeu vários prêmios acadêmicos. Atualmente é presidente do Centro de Estudos Nipo-Brasileiro e membro titular da cadeira nº 15 da Academia Paulista de História. É autor de 31 obras, algumas na área de engenharia, como “Tecnologia e industrialização – Uma perspectiva histórica”; “Educação técnica e tecnológica em questão: 25 anos do Ceeteps – História vivida”; e “Escola Politécnica, 110 anos construindo o futuro”. Escreveu ainda 47 capítulos de outros livros e mais de 200 artigos.


Informática
Lucas Antonio Moscato
       Engenheiro eletrônico formado pela Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) em 1969, é mestre em engenharia de sistemas, doutor em eletrônica, livre-docente e professor titular pela mesma instituição. Possui também título de especialista em administração de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Com vasta experiência na área de engenharia mecatrônica, com ênfase em robótica, atuou em vários projetos de desenvolvimento de tecnologia, entre eles no primeiro computador brasileiro e robô industrial e do sistema de controle de trens de subúrbio para a antiga Fepasa (Ferrovia Paulista S/A). Criou a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, instituição em que exerceu os cargos de diretor tesoureiro e vice-presidente. Desenvolveu e coordenou o curso de engenharia mecatrônica e fundou o departamento dessa modalidade na Poli/USP. Atualmente é suplente do pró-reitor de Cultura e Extensão da USP.


Valorização profissional
Aloizio Mercadante Oliva
       Economista formado pela USP (Universidade de São Paulo), é mestre em ciência econômica e doutor em teoria econômica pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É professor licenciado de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e da Unicamp. Foi deputado federal por dois mandatos e senador da República por São Paulo entre 2003 e 2011, período em que exerceu as funções de líder do governo, da bancada do PT e do bloco de apoio e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Presidiu o Parlamento do Mercosul (Mercado Comum do Sul) em 2010 e atualmente exerce o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. É autor de diversas obras, entre elas, “Brasil: A construção retomada”; “Observatório: Coletânea de artigos sobre a evolução do Brasil nos últimos anos”; “Brasil: Primeiro tempo – Análise comparativa do governo Lula”; e “O Brasil pós-real: a política econômica em debate”.




Lucélia Barbosa


       Um termo de cooperação será assinado entre o Ministério do Esporte e a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) tendo como objetivo a atuação da entidade no acompanhamento das obras previstas para a Copa do Mundo de 2014, produzindo relatórios técnicos sobre a situação de cada projeto. O anúncio da parceria foi feito pelo ministro Aldo Rebelo, no dia 5 de dezembro, em reunião realizada na sede do SEESP, na Capital paulista, com a participação do presidente do sindicato e da federação, Murilo Pinheiro, e de diretores dessa entidade.

       “A FNE é uma instituição consolidada e representativa não só dos profissionais, mas da engenharia nacional. Portanto, tem capacidade, legitimidade, seriedade e conhecimento para prover o Ministério de opiniões e informações não só das obras dos 12 estádios, como também dos projetos de infraestrutura”, afirmou Rebelo. Segundo ele, os termos do documento, que definirão a forma e a abrangência da atuação da federação, serão elaborados pelo órgão federal.

       Ainda de acordo com o ministro, está prevista a realização conjunta de um grande seminário, que deve acontecer no primeiro trimestre de 2012, abordando a Copa e as Olimpíadas de 2016 e seus reflexos no desenvolvimento nacional. “Esse jogos têm impactos multidisciplinares na vida dos países que os acolhem do ponto de vista da engenharia, em todas as suas áreas, e essas estão ligadas à federação”, pontuou.

       Na prática, a nova tarefa intensificará a atuação da FNE, que já vem realizando debates sobre Copa do Mundo por meio do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. “As diretorias do SEESP e da federação estão empenhadas em acompanhar as obras do mundial de futebol. A meta é que os engenheiros, através de um trabalho externo, possam ajudar o Ministério do Esporte fiscalizando e dando subsídios técnicos”, ressaltou Pinheiro.

       Ele lembrou ainda a importância de haver planejamento para que as obras sejam bem-sucedidas e também atinjam o objetivo de deixar um legado positivo ao País, após as competições esportivas.


Balanço geral
       Durante o encontro, o ministro do Esporte falou também da situação das obras dos 12 estádios. “Todos estão em dia, um deles até um pouco adiantado, que é o caso do Castelão, no Ceará. Nele inauguramos a primeira etapa, e na área construída já estão instaladas três secretarias estaduais com mais de 600 servidores públicos trabalhando. Além disso, algumas arenas terão o calendário antecipado, conforme a previsão dos construtores e governantes”, mencionou. A exceção, conforme Rebelo, é o estádio do Internacional de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde existem divergências entre os conselheiros do clube. “De qualquer maneira, há um outro estádio sendo construído na região, que é o do Grêmio. Portanto, creio que não haverá problema, porque existe essa alternativa, caso o Inter não termine a tempo”, explicou o ministro.

       Quanto aos gargalos de infraestrutura, Rebelo ressaltou a necessidade inadiável de ampliar os aeroportos em função do aumento da demanda. “É fundamental investir também nos portos, não apenas pela força da economia do Brasil que são as atividades de embarque e desembarque de mercadorias, como também pelos passageiros, já que a previsão é de muitos cruzeiros chegando para a Copa do Mundo. Além disso, as obras viárias devem ser priorizadas para melhorar a mobilidade das metrópoles”, enumerou.

       Outro assunto abordado na ocasião foi o aumento da previsão dos custos dos preparativos para o evento mundial. Na visão de Rebelo, é natural que esses valores estejam num patamar mais elevado, já que os preços dos insumos utilizados sofreram reajustes entre o período de planejamento e execução e também pela valorização da mão de obra, que teve aumentos salariais. “Esses orçamentos devem ser elaborados, discutidos e deliberados com o máximo de controle público e dos órgãos de Estado encarregados dessa função”, ponderou.

       Na avaliação do ministro, não existe a hipótese de o País não estar pronto para os jogos em 2014. “Se o Brasil precisasse fazer a Copa do Mundo daqui a dois meses, com certeza faríamos. Não nas mesmas condições e com o mesmo conforto que será realizada daqui a três anos, mas faríamos. Já temos grandes estádios prontos, como o Morumbi, em São Paulo, e o Santa Cruz, em Pernambuco, que dariam conta de realizar qualquer evento internacional”, concluiu.




16/12/2011

CANTEIRO

Workshop sobre parque tecnológico de São Paulo
      
O evento ocorreu no dia 8 de dezembro, na Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), na Capital paulista, e reuniu especialistas que apresentaram novos estudos sobre o Parque Tecnológico de São Paulo – Leste. Promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho de São Paulo, o encontro contou com a presença de membros do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, no qual tem assento o SEESP. Para o secretário Marcos Cintra, o empreendimento contribuirá para mudar o cenário na zona leste, “além de aumentar seus índices sociais”.


Encontro nacional da CNTU online
       As palestras e conclusões desse evento, em sua primeira edição, rea­lizado em 18 de novembro último, na sede do SEESP, na Capital paulista, podem ser assistidas em http://migre.me/78iGV. Resultado de quatro fóruns regionais efetuados nas cidades de Maceió, Vitória, Goiâ­nia e Porto Alegre, o evento visou discutir o papel da classe média e dos profissionais universitários na construção de um Brasil desenvolvido e includente. E assim impulsionar a participação da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) nos debates e na formulação de políticas públicas.


Vagas, orientação, treinamentos
       Por intermédio de sua área de Oportunidades & Desenvolvimento Profissional, o SEESP oferece diversos serviços aos engenheiros. Entre eles, orientação profissional (vocacional) e para elaboração de currículo, coaching de carreira e emissão de carteira de trabalho (primeira e segunda vias), esta última via convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego. Além disso, conta com o Programa Engenheiro Completo, através do qual coloca à disposição da categoria treinamentos diversos, mediante parcerias. E permite a divulgação de portfólio e projetos/serviços por intermédio do Engenheiro Online.


Oportunidades
       Outro serviço é o cadastramento de currículos e vagas para auxiliar na colocação no mercado de trabalho. Segundo levantamento feito até dia 12 de dezembro, atualmente há 53 vagas, sendo 40 para engenheiros das diversas modalidades e 13 para estudantes. Para se candidatar, clique aqui. Mais informações pelos telefones (11) 3113-2669/74.


Planejar a cidade de São Paulo para 2040
       Ao encontro do seu papel, os engenheiros podem influir no planejamento estratégico da cidade de São Paulo, tendo como horizonte o ano de 2040. Está em consulta pública pela internet até 9 de janeiro de 2012 o SP 2040. Apresentado pela Prefeitura de São Paulo, este contempla uma visão estratégica de longo prazo para orientar o desenvolvimento sustentável da cidade de São Paulo. Fundamenta-se em cinco eixos: oportunidade de negócios, desenvolvimento urbano, mobilidade e acessibilidade, coesão social e melhoria ambiental. O SEESP integra o Conselho Consultivo do SP 2040, tendo como titular seu presidente Murilo Pinheiro e como suplente seu diretor Antonio Octaviano, secretário executivo do CAD (Conselho de Administração) do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia). Para participar da consulta pública, acesse http://consultapublicasp2040.questionpro.com.




Na oportunidade, o ex-presidente da empresa, o engenheiro Ozires Silva foi homenageado pelos diretores. Aniversariante do dia (completou 81 anos), ele foi cumprimentado e recebeu amigos para autografar o livro de sua autoria.

        A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) anunciou ontem, terça-feira (13) a contratação de 200 engenheiros para a empresa, visando atender a demanda de novos investimentos e negócios desenvolvidos em todo o mundo. O anúncio aconteceu durante a realização do 8º Almoço de Confraternização com a Imprensa, em São Paulo.

       De acordo com o diretor-presidente do grupo, Frederico Fleury Curado, a Embraer investiu em 2011 cerca de R$ 450 Milhões em suas unidades. Curado fez um breve discurso sobre os avanços e consolidação de novas parcerias e o aumento de contratos para fornecimentos de aeronaves. A empresa estima um crescimento de 5% de receita em comparação a 2010.

       Na oportunidade, o ex-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica, o engenheiro Ozires Silva foi homenageado pelos diretores. Ozires Silva, aniversariante do dia (completou 81 anos), ele foi cumprimentado e recebeu amigos para autografar o livro de sua autoria. Para os presentes, relembrou passagens como aviador e também como primeiro presidente da Embraer, no seu início de tudo, em 1969.



foto:Lucas Lacaz Ruiz / AgoraVale
legenda da foto:Engenheiro Ozires Silva completou 81 anos
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico se junta ao setor privado para duplicar o número de bolsas de iniciação científica e tecnológica em engenharia, que hoje é de 6 mil por ano.

        Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que o Brasil pode sofrer um "apagão de engenheiros" em 2020, caso a previsão de crescimento médio da economia permaneça em torno de 4,5%. Com o objetivo de estimular a formação de novos profissionais, e ajudar o país a evitar que esta previsão ocorra, a Vale e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) vão investir, em 2012, R$ 24 milhões para duplicar o número atual de bolsas de iniciação científica e tecnológica em engenharia no país, que hoje é de 6 mil por ano.

        A parceria vai viabilizar o programa Forma-Engenharia, que irá oferecer, durante o ano de 2012, 4 mil bolsas para estudantes do ensino médio e técnico, graduação e professores de universidades brasileiras. Serão focadas diversas áreas de engenharias, entre as quais, a de Minas, Elétrica, Metalúrgica e Mecânica, preferencialmente em instituições das regiões Norte e Nordeste. O CNPq também está investindo em outros programas para atingir a meta de duplicar as bolsas de iniciação científica.

        "Essa iniciativa, pioneira, visa a garantir a nossa atuação no longo prazo. É também uma ação conjunta com nosso departamento de Recursos Humanos e que de forma mais ampla contribui também para o Brasil. Parafraseando um nosso slogan recente, não há futuro sem mineração, e não há mineração sem planejarmos os engenheiros para o nosso futuro", afirma Luiz Mello, diretor-presidente do ITV (Instituto Tecnológico Vale), que representa a Vale no convênio.

        Para o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, "a parceria, além do estímulo à formação de pessoas nas áreas de fronteira para o desenvolvimento do país, é um exemplo emblemático para outras empresas de que a inovação é a principal estratégia de competitividade no mundo moderno".

        Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação mostram que, entre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o que menos forma engenheiros por ano. São cerca de 30 mil - em torno de 40 mil, se incluídos tecnólogos e habilitações em Construção Civil, Produção e Meio Ambiente. Na Índia, são pelo menos 220 mil; na Rússia, 190 mil; e na China, 650 mil.

        Outro importante indicador é a porcentagem de engenheiros graduados em relação ao total de concluintes na educação superior. Este indicador reflete a vocação, atratividade da carreira e o incentivo que os países dão para a inovação tecnológica. Segundo a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico), em 2007, a média dos países do grupo era de 14%, sendo de 19%, no Japão; 25%, na Coréia; e 18%, na Rússia. No Brasil, apenas cerca de 4% dos concluintes estão nas áreas de Engenharia.

        O Programa Forma-Engenharia fomentará mil bolsas de graduação; 2 mil para estudantes de nível médio e técnico; e outras mil para professores vinculados a departamentos de engenharia. A idéia do Programa é promover a cultura da inovação no ensino médio, despertando o interesse vocacional pela profissão e pela pesquisa tecnológica e, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir a evasão de alunos nos cursos de engenharia do país. Segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), hoje mais de 50% dos estudantes deixam a faculdade, sendo a maioria nos dois primeiros anos do curso.



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Com a aprovação do inventário hidrelétrico, o próximo passo é a elaboração do projeto básico e dos estudos de viabilidade para a construção de novas usinas no Rio Jari, afluente da margem esquerda do Rio Amazonas.

       O Rio Jari, que fica na divisa dos estados do Pará e Amapá, poderá ter mais três hidrelétricas, além da Santo Antônio do Jari que está em construção. Os estudos de inventário hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Jari foram aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e totalizam uma potência de 1.362 megawatts (MW), divididos em três empreendimentos.

       Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que elaborou os estudos, os três aproveitamentos hidrelétricos podem ser construídos no curso do rio principal. O Açaipé B, o maior identificado, tem potência instalada de 831,1 MW. Os demais, Urucupatá e Carecuru, têm respectivamente 291,5 MW e 240,2 MW.

       A Usina Santo Antônio do Jari terá potência instalada de 373,4 (MW) e já recebeu licença de instalação para o início das obras. A previsão é que a hidrelétrica comece a operar em dezembro de 2014.



(AgBr)
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Os temas de destaque na Conferência de Políticas para Mulheres são violência, aborto, trabalho e creche. A ministra Iriny Lopes aponta a creche como a principal necessidade para as mulheres entrarem no mercado de trabalho. 

       A ampliação do número de creches como a forma mais eficaz para garantir a entrada da mulher no mercado de trabalho, a desigualdade de renda entre os gêneros e a violência contra as mulher são alguns dos principais temas em debate na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que começou ontem (12), em Brasília. A conferência deve reunir cerca de 3 mil pessoas e a presença da presidenta Dilma Rousseff participará da cerimômia de abertura.

       “A creche é o principal equipamento público para o atendimento adequado das necessidades da mulher para entrar no mundo do trabalho”, disse a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes. Uma das promessas da presidenta Dilma Rousseff é justamente construir 6 mil creches até 2014.

       Com relação à diferença de salários, apesar do maior nível de escolaridade em relação aos homens, as mulheres ganham 30% menos e, quanto mais especializadas, mais distantes ficam do salário de um homem com as mesmas qualificações ou que ocupem as mesmas funções.

       Sobre o combate à violência, a ministra disse que o encontro irá consolidar o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, firmado há quatro anos. Iriny Lopes avalia que o andamento do plano foi “médio”. Ela atribuiu o fraco desempenho ao grande número de ações propostas sem uma lista de prioridades. “O plano é bom. Mas é preciso ter uma hierarquia e isso faz uma enorme diferença”, disse ela, lembrando que na última conferência foram aprovadas cerca de 400 propostas.

       Em relação ao aborto, tema que também consta da pauta de debates e que sempre provoca polêmica, Iriny Lopes disse que essa é uma discussão permanente da sociedade. “Esse é um tema que perpassa a sociedade de maneira permanentemente, não trata somente da conferência. É um debate autônomo que está dentro da sociedade”.

       Sobre a reforma ministerial prevista para janeiro, Iriny Lopes negou que Dilma Rousseff esteja pensando em fundir a pasta com a Secretaria de Direitos Humanos. “A presidenta Dilma já disse que não pretende retroceder nas conquistas do povo. Não há nenhuma discussão sobre isso dentro do governo”.



(AgBr)
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