logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Administrator

Administrator

       Brasília – Enviados para o Egito para a cobertura da crise política no país, o repórter Corban Costa, da Rádio Nacional, e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram detidos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos. 

       “É uma sensação horrível. Não se sabe o que vai acontecer. Em um primeiro momento, achei que seríamos fuzilados porque nos colocaram de frente para um paredão, mas, graças a Deus, isso não aconteceu”, afirmou Corban, que volta hoje (4) com Gilvan para o Brasil.

       Para serem liberados, os repórteres foram obrigados a assinar um depoimento em árabe, no qual, segundo a tradução do policial, ambos confirmavam a disposição de deixar imediatamente o Egito rumo ao Brasil. “Tivemos que confiar no que ele [o policial] dizia e assinar o documento”, contou Corban.

       No caminho da delegacia para o aeroporto do Cairo, Corban disse ter observado a tensão nas ruas e a movimentação intensa de manifestantes e veículos militares nos principais locais da cidade. Segundo ele, todos os automóveis são parados em fiscalizações policiais e os documentos dos passageiros, revistados. Os estrangeiros são obrigados a prestar esclarecimentos. De acordo com o repórter, o taxista sugeriu que ele omitisse a informação de que era jornalista.

       Há dez dias, o Egito vive momentos de tensão em decorrência de onda de protestos contra a permanência de Hosni Mubarak na presidência do país. A situação se agravou ontem, depois que manifestantes pró e contra o governo se enfrentaram nas ruas das principais cidades egípcias.De acordo com as Nações Unidas, até agora, mais de 300 pessoas morreram nos confrontos e cerca de 3 mil ficaram feridas.

 

www.cntu.org.br

 

 

 

        Maputo (Moçambique) – As economias dos países africanos ao sul do Saara, em conjunto, devem crescer algo em torno de 5,5% este ano, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para 2012, a previsão é de resultados parecidos (5,7%). Os dados constam do Relatório Global de Estabilidade Financeira e Previsões Econômicas e Financeiras para 2011.

        “A recuperação econômica continua a fazer-se a um ritmo mais lento nas economias avançadas, e muito mais rápido nas economias emergentes”, disse o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard. O crescimento global está projetado para 4,4% em 2011 e 4,5% no próximo ano. Mas o conjunto dos países ricos deve crescer apenas 2,5% por ano até 2012.

        A região depende fortemente da ajuda financeira dos países ricos. Um corte neste financiamento traria consequências na projeção de crescimento. Mas a perspectiva é boa, diz o FMI.

        O crescimento subsaariano destaca-se também pelo fato de outras regiões terem sido mais severamente atingidas pela desaceleração dos últimos anos, forçada pela crise nascida nos países ricos. Mas há particularidades.

        “Os principais fatores foram a minimização e diminuição do número de conflitos civis internos - que têm efeito devastador sobre a economia [além das questões humanas] – e um processo de escolha de políticas mais apropriadas”, afirma Victor Duarte Lledo – representante do FMI em Moçambique, em entrevista à Agência Brasil. “Boa parte desses países conseguiu controlar melhor a inflação, por meio de políticas fiscais mais sustentáveis”, completa Lledo.

        De acordo com o representante do FMI, reformas importantes, “principalmente nos marcos regulatórios”, ainda precisam ser aceleradas, para sustentar esse crescimento no médio prazo. Segundo ele, também é preciso “aumentar o acesso ao crédito de pequenas e médias empresas e lidar com a questão de déficit de infraestruturas públicas, que são essenciais para complementar o investimento privado.”

        O pesquisador Dipac Jaiantilal diz ser um começo. “Algumas reformas que foram feitas nos países africanos têm sido muito positivas. A procura dos investidores externos tem sido grande. E há um take off de alguns países, que saíram de um período de guerra - como Moçambique e Angola –, e que ajudam no crescimento de África."

        Jaiantilal afirma que, no entanto, ainda é difícil sentir a divisão dessa nova riqueza. “Na maioria dos casos, o crescimento tem sido muito concentrado, com poucos empregos e poucas grandes empresas. A base social de benefício desse crescimento é muito reduzida.”

        “Veja o caso de Moçambique”, destaca o pesquisador, doutor em economia e coordenador do Instituto de Investigação Cruzeiro do Sul, de Maputo.“Não houve de redução da pobreza significativa, embora o crescimento tenha sido elevado, a taxa de média de 8% a 9%. Ainda há muito que fazer no campo de distributivo e redistributivo”, acredita.

        Para dividir melhor a riqueza, Victor Duarte Lledo cita como exemplo o que o ocorreu no Sudeste da Ásia. “Eles voltaram-se para exportação, por meio de reformas no ambiente de negócios, comércio, financiamento de pequenas e médias empresas.” Mas, segundo ele, já há algum avanço na redução da pobreza em países como a Uganda e a Etiópia.

        Boa parte da África depende economicamente da exploração de recursos minerais, por isso o representante do FMI acredita que a atenção ao setor precisa ser maior. “É um grande benefício potencial, mas tem gerado problemas de governança, às vezes de competitividade. É preciso taxar o setor de forma apropriada, para que esse dinheiro possa financiar o combate aos déficits que eles tenham, com sistema de orçamento transparente”.

 

(Agência Brasil)
www.cntu.org.br

 

 

 

        O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, será o representante do governo brasileiro na edição do Fórum Social Mundial (FSM) de 2011. O evento, cuja primeira edição ocorreu no ano 2000 em Porto Alegre como uma alternativa ao Fórum Econômico de Davos, será realizado este ano em Dacar, no Senegal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve em todas as edições brasileiras do FSM, também confirmou presença em Dacar. Essa deverá ser sua primeira participação em eventos internacionais após deixar o cargo.

        As atividades do FSM 2011 ocorrerão de 6 a 11 de fevereiro. A presidenta Dilma Rousseff já participou de edições anteriores do evento ainda como ministra, mas, no seu primeiro ano de mandato na Presidência, optou por enviar uma equipe representando o governo brasileiro. Carvalho participará de discussões sobre as relações do Brasil com diversos países, principalmente da África.

        Representantes das secretarias especiais de Direitos Humanos, de Promoção de Políticas da Igualdade Racial e de Mulheres e dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e da Saúde também participarão de atividades no fórum. Não está confirmada a presença de outros ministros. A comitiva brasileira levará material sobre as principais ações e políticas do governo para ser distribuído aos participantes do fórum.

        Para o sociólogo Cândido Grzybowski, um dos fundadores do FSM, a presença de Lula deverá causar “alguma confusão”. “As pessoas vão estar muito curiosas para vê-lo. Hoje, ele tem uma visibilidade muito grande e acho que ele é até mais respeitado lá fora do que aqui”, opina. O organizador do fórum acredita que a ausência de Dilma é natural, já que, dessa vez, o Brasil não é o anfitrião do evento.

 

(Amanda Cieglinski e Ivanir José Bortot, Agência Brasil)
Acompanhe a cobertura compartilhada do FSM
www.cntu.org.br

 

 

No encontro entre a presidente Dilma Rousseff e sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner, foi assinada uma Declaração Conjunta, que inclui diversos pontos relacionados à cooperação científica e tecnológica.

        Entre os temas incluídos estão energia nuclear, nanotecnologia, biocombustíveis e bioenergia, banda larga, TV digital, pesquisas na Antártica e desenvolvimento de satélites. Questões de defesa, incluindo desenvolvimento de tecnologias, também estão na declaração.

        No texto diplomático, as presidentes "congratularam-se pela assinatura do 'Memorando de Entendimento sobre a Cooperação na Área de Bioenergia Incluindo Biocombustíveis', importante passo para a realização de ações conjuntas na promoção da produção e do uso das energias renováveis".

        Além disso, o texto destaca a criação do Plano Nacional de Banda Larga do Brasil e do Plano Nacional de Telecomunicações Argentina Conectada, reforçando os esforços para "expandir e integrar a infra-estrutura de aceso a Internet em banda larga, em benefício do desenvolvimento e da integração dos dois países".

        As pesquisas na Antártica aparecem no destaque à "importância da 34ª Reunião Constitutiva do Tratado Antártico, a realizar-se em Buenos Aires em 2011, no marco dos 50 anos da entrada em vigor do Tratado".

        A declaração traz ainda o "firme propósito" de acelerar projetos do Mecanismo de Integração e Coordenação Bilateral Brasil-Argentina. Entre eles, há alguns destaques na cooperação científica e tecnológica.

        Um dos exemplos é o projeto do Satélite Argentino-Brasileiro de Observação dos Oceanos (SABIA-MAR). Outro é o Centro Binacional de Nanotecnologia (CBAN), cujo cronograma para 2011 está destacado na declaração (estão previstos quatro escolas e quatro oficinas de trabalho no âmbito do CBAN).

        Também mereceu destaque o Programa de Energias Novas e Renováveis. Um trecho da Declaração Conjunta registra "o avanço na elaboração do Plano de Trabalho Científico-Tecnológico, no marco das áreas definidas como prioritárias do Programa Bilateral de Energias Novas e Renováveis, e, em particular, na definição de projetos na área de células de combustíveis, de produção de hidrogênio a partir de alcoóis".

        O texto diplomático reitera ainda a importância da cooperação nuclear entre Brasil e Argentina, destacando os avanços em diversos projetos da Comissão Binacional de Energia Nuclear (Coben) e "a particular relevância da área de reatores de pesquisa multipropósito, em que se identificou a semelhança nos projetos de ambos os países, o que abre a perspectiva de uma cooperação de grande impacto para o desenvolvimento dos respectivos setores nucleares".        A declaração também instrui a Coben a "continuar avançando na área de educação e formação conjunta de recursos humanos" e ressalta a assinatura do Convênio de Cooperação entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a Comissão Nacional de Energia Atômica (Cnea) da Argentina sobre o Projeto de Novo Reator Multipropósito.

Leia a íntegra da Declaração Conjunta assinada pelas presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner em http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/declaracao-conjunta-por-ocasiao-da-visita-da-presidenta-dilma-rousseff-a-republica-argentina-2013-buenos-aires-31-de-janeiro-de-2011

 

www.fne.org.br

 

 

        Nota da Secretaria-Geral da Presidência divulgada na terça-feira informou a próxima reunião com a Centrais para discutir o Salario Minimo ficou programada para sexta-feira (4), em São Paulo.

        Pelo lado do governo, participarão os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Guido Mantega (Fazenda) e Carlos Lupi (Trabalho). Pelo movimento sindical estarão representantes de cinco centrais sindicais - Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

        Na sexta-feira da semana passada, a presidente Dilma Rousseff endureceu o discurso e disse que a oferta do governo para o salário mínimo será mantida em R$ 545. Segundo ela, uma discussão simultânea do reajuste da tabela do Imposto de Renda nas negociações "não é correta". O mesmo tom foi mantido na mensagem enviada hoje pela presidente para a abertura do ano legislativo.

        "O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção do acordo [feito com o governo Lula] pelo período do nosso governo. Se querem, o que nós propomos para esse ano é R$ 545", disse. O governo já vem pagando R$ 540, valor reajustado no final do governo Lula. As centrais querem R$ 580, reivindicação apoiada pela CNTU através de Nota Pública.

        Após a declaração da presidenta, a Força Sindical prometeu reagir. "Se ela [Dilma] estiver jogando duro, vamos ter que ir para o Congresso pressionar, fazer manifestações, colocar aposentados no Congresso", disse o presidente da central, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

        O presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central não aceitará o valor de R$ 545 e que continuará a pressionar o governo. "Vamos manter um processo de mobilização e de pressão", disse Henrique.

        Para o sindicalista, o problema do governo não é o reajuste de 2011, mas o do próximo ano. "A política de valorização do mínimo vai fazer com que, em 2012, o reajuste seja de 13% a 14%".

 

(Com Diap e Folhapress)
www.cntu.org.br

 

 

A falta de mão de obra qualificada é o principal problema da construção civil do país, segundo sondagem feita pela CNI com 375 empresas do setor.

        A falta de mão de obra qualificada é o principal problema da construção civil do país, segundo sondagem feita pela Confederação Nacional Indústria (CNI) com 375 empresas do setor. Segundo o levantamento, 68,4% dos empresários do ramo apontam a dificuldade em contratar empregados aptos a trabalhar em obras como um dos três maiores entraves da atividade.

        Nas grandes empresas, o problema é mais crítico. No levantamento da CNI, realizado entre os dias 3 e 20 janeiro, 85,4% das empresas consultadas apontaram a falta trabalhadores qualificados como um de seus principais problemas. Entre as pequenas, 61,5% dos empresários ouvidos reclamaram da falta de mão de obra qualificada.

        Esses dados foram divulgados hoje (31) e se referem aos três últimos meses do ano passado. De acordo com o gerente executivo da Unidade de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, a escassez de mão de obra é causada pelo crescimento acelerado do setor da construção combinado com a pequena capacidade de formação de profissionais para a atividade.

        “Houve um crescimento muito forte e um descolamento entre demanda por mão de obra e a quantidade de trabalhadores qualificados”, afirmou Fonseca, em entrevista coletiva promovida para a apresentação dos resultados da sondagem.

        Para ele, os dados preocupam porque as dificuldades para contratação vêm aumentando. Também porque isso pode impactar nos custos da construção e comprometer resultados do setor. “Isso pode reduzir a velocidade do crescimento”, disse Fonseca.

        A falta de trabalhadores qualificados, por exemplo, era apontada como um dos principais problemas da construção por 53% dos empresários há um ano - um crescimento de quase 15 pontos percentuais no período. Ao mesmo tempo, o percentual de empresários que consideram o custo da mão de obra como um entrave do setor cresceu de 17% para 27,4% – aumento de 10 pontos percentuais.

        Independentemente disso, a sondagem mostrou que a maioria das empresas trabalhou durante todo ano de 2010 em ritmo de atividade acima do usual e com número de empregados crescente. A expectativa para os próximos meses também é de contratações.

        Depois da falta de mão de obra qualificada, a carga tributária é o segundo maior entrave para a construção civil, na opinião do empresariado.

 

www.fne.org.br

 

 

 

 

 

       Encontrar culpados pelo aquecimento global é atividade da moda na comunidade acadêmica. Porém, quando a culpa recai sobre um interesse estratégico do país, a defesa é necessária. Publicações internacionais apontaram nações de clima tropical com ampla quantidade de reservatórios de hidrelétricas como potenciais emissores de gases do efeito estufa.

       Como resposta, o Ministério de Minas e Energia (MME) disponibilizou, no fim do ano passado, aproximadamente R$ 26 milhões para pesquisar 11 reservatórios, nas cinco regiões do Brasil. A pesquisa, que começa no mês que vem, possibilitará avaliar o real efeito das hidrelétricas sobre o aumento da temperatura global.

       O coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata mineira, Fábio Roland, explica que o estudo em âmbito nacional será a continuação de uma pesquisa iniciada em 2003 e financiada por Furnas Centrais Elétricas.

       O objetivo dessa primeira análise era estudar o balanço de carbono em reservatórios de hidrelétricas localizadas no cerrado brasileiro, com atenção especial aos processos de regulação e às emissões de gás carbônico e metano. O professor ressalta que outros elementos relacionados ao efeito estufa também foram estudados, apesar de não serem integrantes do ciclo do carbono.

       A pesquisa, concluída em 2008, focou oito reservatórios, com diferentes idades de enchimento, distintas características morfológicas e variadas capacidades de geração de energia.

       Os resultados estão em fase de publicação em documentos científicos internacionais, mas Roland adianta: "Os reservatórios das hidrelétricas estudados no cerrado não são vilões para as mudanças climáticas, sobretudo se comparados às termelétricas movidas a óleo e a carvão, estas significativamente mais emissoras de gases associados ao efeito estufa". O professor da UFJF destaca ainda que a discussão é integrante fundamental da agenda nacional e internacional associada às mudanças climáticas.

Condenação
       Na opinião de Roland, o Brasil entende a temática como estratégia científico-tecnológica vital para a soberania nacional: "Além do Brasil, outras importantes economias mundiais, como China, Índia, Rússia e Canadá, têm suas matrizes energéticas associadas à hidroelétricas e não devem ser condenadas por isso. O Brasil, porém, pode ser condenado por outros graves desvios no uso dos recursos naturais, como as queimadas, os desmatamentos e a poluição dos recursos hídricos, que transformam expressivamente as rotas no ciclo do carbono, promovendo desequilíbrios no balanço de CO2".

       O estudo iniciado em 2003 também concluiu que os reservatórios antigos emitem menos gases que os novos. Isso se deve à decomposição da biomassa - vegetação e solo - inundada durante o período de enchimento do reservatório, derivado do barramento dos rios.

       Os resultados obtidos pelo projeto financiado por Furnas são estratégicos. No momento da instalação da segunda fase do projeto, o MME decidiu ampliar a pesquisa para todo o complexo Eletrobras, atingindo um maior espectro do território nacional, abrangendo os principais biomas brasileiros. A nova fase de pesquisa inclui reservatórios como Itaipu e alguns localizados na Região Norte. A hidrelétrica de Belo Monte também será objeto de pesquisa no âmbito do projeto.

       Além da UFJF, que sozinha receberá R$ 2,6 milhões, o projeto está construído com base na cooperação com outras instituições: as universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), do Paraná (UFPR) e do Pará (UFPA), o Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A coordenação do projeto ficará a cargo do Centro de Energia Elétrica (Cepel), da Eletrobras.

       As instituições envolvidas são responsáveis por estudar os diferentes compartimentos dos reservatórios - coluna d'água, fundo sedimentar e bacia de drenagem - e a atmosfera, além de criar modelos matemáticos que podem fazer previsões.

Ecossistemas tropicais
       De acordo com o professor Roland, o imenso banco de dados que será gerado permitirá ainda um avanço na compreensão dos ecossistemas tropicais. A primeira reunião técnica será em 8 de fevereiro. Os dados coletados pela pesquisa deverão ser usados no relatório de emissão de gases do efeito estufa do governo federal e no Painel Brasileiro sobre Mudanças Climáticas (PBMC). O projeto tem prazo de dois anos para ser concluído.

       O professor explica que a dificuldade dos cientistas que estudam os ecossistemas aquáticos é que, na maioria das vezes, não é possível ver o objeto estudado. Esse fato exige a adequação e o uso de equipamentos especiais para as coletas e as análises das amostras. Na pesquisa nacional, serão avaliados 11 reservatórios, e as equipes irão a campo quatro vezes por ano, para respeitar as diferenças entre as estações climáticas. Com isso, uma ampla malha horizontal de amostragem será executada.

       "É muito importante estudar as algas, por exemplo, pois elas retiram nutrientes da água, fazem fotossíntesse, puxam dióxido de carbono e liberam oxigênio", acrescenta Roland. Outros micro-organismos, como bactérias e animais microscópicos também atuam nos fluxos de CO2 nos ecossistemas aquáticos. Ele destaca ainda o papel das bactérias metanotróficas, responsáveis pela síntese do gás metano em reservatórios.

       "O metano, quando liberado para a atmosfera, exibe um potencial de aquecimento cerca de 21 vezes maior que o CO2". Porém, o professor minimiza esse efeito, afirmando que parte do metano é oxidado na coluna d'água e transformado em CO2 antes de chegar à superfície. Ele informa ainda que, considerando toda a emissão de carbono pelos ecossistemas aquáticos do planeta (excluindo os oceanos), os reservatórios de hidrelétricas são responsáveis por menos de 5% da emissão total.

 

(Daniel Camargos,Correio Braziliense)
www.cntu.org.br

 

 

     O Brasil assume nesta terça feira a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em fevereiro, o comando será brasileiro. O posto é rotativo e sempre ocupado por um dos 15 membros do órgão. Há anos, o Brasil tenta ocupar um assento permanente no conselho e defende sua reforma. Ao assumir o comando, o objetivo é ampliar os debates para as áreas de conflito nas regiões mais pobres do mundo.

     As informações são confirmadas pelas Nações Unidas. No dia 11 de fevereiro, o Brasil promove um debate sobre as questões de paz, segurança e desenvolvimento. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, deverá participar das discussões.

     Na ONU, o Brasil é representado pela embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. De acordo com diplomatas que acompanham as discussões nas Nações Unidas, o momento é para observar com atenção o que ocorre no Kosovo, no Congo e em Guiné Bissau, além dos efeitos do plebiscito no Sudão.

     No ano passado, em sessão das Nações Unidas em nome do governo brasileiro, o então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a reforma urgente da atual estrutura do Conselho de Segurança. Criado em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, o formato do órgão estabelece que cinco países tenham assento permanente e dez ocupem provisoriamente, por dois anos, as vagas.

     Uma das propostas em discussão é que, entre os seus integrantes permanentes, sejam incluídos mais dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África. Atualmente, são integrantes permanentes do conselho os Estados Unidos, a Rússia, China, França e Inglaterra. Já o Brasil, a Turquia, Bósnia Herzegovina, o Gabão, a Nigéria, Áustria, o Japão, México, Líbano e Uganda são membros rotativos no órgão, com mandato de dois anos.

     É o Conselho de Segurança das Nações Unidas que autoriza a intervenção militar em um dos 192 países-membros da organização e também que estabelece sanções – como ocorreu ao Irã, em junho. Os conflitos e crises políticas são analisados pelo conselho, que define sobre o envio e a permanência de militares das missões de paz.

     No ano passado, em junho, Brasil e Turquia, que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas, votaram contra as sanções ao Irã. O Líbano se absteve da votação, mas 12 países foram favoráveis às restrições. Para a comunidade internacional, o programa nuclear do Irã é suspeito de produção secreta de armas atômicas. Os iranianos negam.

 

www.cntu.org.br

 

 

        Mulher que adotou uma criança de cinco anos de idade deve receber salário-maternidade do Instituto Nacional do Seguro Social por 120 dias, como qualquer outra mãe. A mãe adotiva havia recebido o benefício apenas por 30 dias. A decisão é do juiz Leonardo Müller Trainini, da 2ª Vara do Juizado Especial Federal Previdenciário de Blumenau. Cabe recurso às Turmas Recursais de Santa Catarina.

        A vitória da mulher pode ser creditada à uma lei editada em 2002, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho, estendendo às mães adotivas o direito à licença e ao salário-maternidade. Antes disso, outra lei presente tanto na Lei de Benefícios da Previdência Social (LBPS) quanto na CLT classificava o tempo que a mãe adotiva poderia ficar em casa conforme a idade da criança.

        Esse tempo variava de 120 dias, para crianças até um ano, a 30 dias, para crianças entre quatro e oito anos. A regra foi suprimida da CLT em 2009, mas não da LBPS.

        Para o juiz, a revogação foi tácita. Segundo ele, a licença-maternidade no âmbito previdenciário também passou a ser regulada pela mudança da CLT. "Referido entendimento decorre de uma natural isonomia que deve haver entre o direito das gestantes e o das adotantes", afirmou.

        Ele observou, ainda, que "o escalonamento contido na legislação anterior, além de destoar da norma constitucional, emprestava maior óbice à já árdua tarefa de se buscar famílias dispostas a adotar crianças com idade superior a um ano".

        Ele lembrou que, quanto mais velha a criança, mais difícil é o período de adaptação ao novo lar.

 

(Com informações da Assessoria de Comunicação da JF-SC)
www.cntu.org.br

 

        A escassez de mão de obra qualificada levou as empresas a reduzirem o grau de exigência nas contratações em 2010, ano em que o emprego formal bateu recorde e atingiu 2,5 milhões de vagas. Foram admitidos trabalhadores com menor nível de escolaridade e até quem não sabe ler e escrever conseguiu emprego formal, revela um estudo da MCM Consultores, feito com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

        Quase um quarto das contratações líquidas até outubro de 2010 foi de pessoas com ensino fundamental completo, perto de 500 mil trabalhadores. Já em 2009, quando a economia não estava aquecida, o saldo de contratações foi negativo para o perfil de trabalhador menos qualificado. Isto é, o total de demissões superou o de admissões.

        "Por causa da escassez de mão de obra em 2010, a dinâmica do emprego mudou", afirma o economista Marcos da Costa Fantinatti, responsável pelo estudo. Entre 2004 e 2009, mais de 90% do saldo médio das contratações formais se concentrava nos trabalhadores com ensino médio incompleto para cima. No caso das contratações com ensino médio incompleto e de analfabetos, o saldo era negativo. E a parcela de trabalhadores com ensino fundamental completo nas contratações era reduzida.

        Em 2010 houve uma interrupção dessa tendência, observa Fantinatti. Apesar de a maioria das contratações (77,8%) formais ocorrer entre os trabalhadores com ensino médio incompleto para cima, houve aumento da fatia da admissão de pessoas com ensino fundamental, principalmente incompleto (12,7%), e até de analfabetos (0,4%). Ele ressalta que a mudança de tendência ocorreu em todos os setores, exceto nas contratações da administração pública.

        "Diminuímos o tamanho da régua", admite Waldomiro Sesso Filho, gerente de Treinamento da Brasanitas, especializada em serviços de limpeza. Ele conta que flexibilizou o quesito nível de escolaridade. Até 2009 era exigido que o candidato à vaga de servente de limpeza tivesse cursado até 7.ª série do ensino fundamental. Em 2010, a exigência caiu para a 3.ª ou 4.ª série.

        Sesso Filho explica que a escassez de mão de obra ocorreu no seu setor porque a construção civil "roubou" muitos trabalhadores para desempenhar funções que exigem pouca qualificação. Prova disso é que a rotatividade de empregados cresceu. "Começamos 2010 contratando 600 trabalhadores por mês. Ultimamente esse número chegou a mil."

        Haruo Ishikawa, vice-presidente de Capital Trabalho do Sinduscon-SP, diz que a escassez de mão de obra na construção civil é generalizada. Nas suas contas, perto de 30% das admissões feitas pelas construtoras no Estado de São Paulo em 2010 foram de pessoas sem qualificação.

        A dificuldade para recrutar profissionais com formação técnica faz com que muitas empresas passem hoje por uma situação totalmente atípica: tenham vagas e não consigam profissionais para preenchê-las. Esse é o caso da Cast, especializada em desenvolvimento de programas de computador para vários setores. José Calazans da Rocha, presidente da companhia, conta que há hoje 400 vagas abertas para profissionais de tecnologia de informação nas fábricas de São Paulo, Rio, Fortaleza e Brasília. "No nosso caso é mais difícil. Não podemos mudar o requisito mínimo para contratação. Não podemos flexibilizar."

        A Johnson Controls, maior fabricante de baterias do mundo, é outra que enfrenta escassez de mão de obra com formação técnica na fábrica de Sorocaba (SP). "Faltam mecânicos eletricistas", exemplifica o diretor de Recursos Humanos da divisão Power Solutions, Daniel Luz.

        Para resolver o problema, a empresa ficou mais flexível nas admissões. No lugar de contratar técnicos, começou a admitir trabalhadores com o ensino médio completo. "Hoje levo cinco meses para preencher uma vaga e 80% dos contratados têm de receber treinamento", diz Luz.

        Dois lados. Fantinatti, da MCM, diz que a mudança do perfil das contratações tem impacto positivo porque trabalhadores menos qualificados conseguem uma vaga formal. Mas, por outro lado, há reflexos no custo e na produtividade. O custo da mão de obra não qualificada foi o que mais subiu entre 2004 e 2010, com aumento real de 30% dos salários.

 

www.fne.org.br

 

 

Receba o SEESP Notícias *

agenda