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A segunda reunião do Coletivo de Mulheres da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), realizada no dia 20 de setembro, em São Paulo, deu passos importantes para a organização do 1º Encontro Nacional da Profissional Universitária, que acontecerá no dia 14 de março de 2014, integrando as comemorações do Dia Internacional da Mulher.  Entre eles, a constituição das comissões de saúde, trabalho e política que se debruçarão sobre os temas respectivos para formatar o evento do ano que vem. Também ficaram agendados novos encontros preparatórios para 29 de novembro e 7 de fevereiro, ambos às 15 horas. 
 

Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Coletivo CNTUdentro 
* Confira as fotos do encontro


Ao abrir a atividade, a coordenadora geral da iniciativa e vice-presidente da confederação, Gilda Almeida de Souza, destacou a atual condição feminina nos três aspectos que são foco do coletivo e a clara necessidade de avanços: “As mulheres são 54% do contingente que têm nível superior de escolaridade no País, mas ocupam apenas 14% dos cargos de chefia e 10% das vagas no  Congresso. A saúde é também questão importante para as mulheres, que cuidam de si mesmas e dos filhos.” Segundo ela, trabalhando com base nesse tripé, a CNTU pretende contribuir com propostas efetivas que combatam a desigualdade.

Trabalho, Saúde e Política

A coordenação da comissão que tratará do tema “trabalho” ficou com a engenheira Fátima Cristina Palmieri. Entre as pautas nesse aspecto, ela destacou a luta por maior reconhecimento e respeito à mulher no trabalho e a garantia de autonomia financeira. Defende-se ainda a ratificação pelo Brasil da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares. Palmieri considera ainda importante a entrada do gênero nas carreiras de exatas. “É um passo importante para vencer a barreira na área corporativa e na política”, afirmou.

As questões de saúde ficaram na comissão sob responsabilidade da psicóloga Maria Alice Bueno, que enfatizou a necessidade de combater as desigualdades que tem efeitos também nesse campo. Essas, lembrou ela, são construídas no campo social, e não determinadas pelas diferenças biológicas. A coordenadora propôs três focos de ação. Em primeiro lugar, o alto índice de violência sexual, física, psicológica ou moral ainda praticado contra as mulheres. “A violência doméstica ainda é muito comum, e em todas as classes”, salientou. O segundo ponto é o direito ao controle sobre o próprio corpo e à saúde sexual e reprodutiva.  O terceiro são as doenças cardiovasculares que hoje atingem mais mulheres que homens.

A zootecnista Marta Lívia Suplicy ficou encarregada da comissão de política. Na sua avaliação, a CNTU, organizada em federações, sindicatos de várias categorias profissionais, tem muito a contribuir com o tema. Aspecto fundamental, afirmou, é o esforço que precisa ser feito para que as mulheres ganhem protagonismo na política a partir da discussão de gênero. Segundo ela, embora os números ainda sejam pequenos, as mulheres têm ocupado cargos no Legislativo e no Executivo, inclusive atualmente o de presidente da República, mas esse acesso não representa necessariamente um conquista feminista. “Existem vitórias político-partidárias e até familiares, mas não das mulheres”, ponderou. Outro item fundamental, defendeu, é a proposição de políticas públicas específicas.

Formação das comissões

Após as exposições, as e os participantes do encontro integraram, de acordo com sua preferência e disponibilidade, uma ou mais comissões para colaborar nos trabalhos de organização do encontro nacional previsto para março do ano que vem. Além dos membros já definidos, os grupos serão ainda reforçados por outros nomes indicados pelas federações. Confira a abaixo a lista provisória:

Trabalho
Claudia Saleme
Daniela Fernandes
Ernane Silveira Rosas
Fátima Cristina Palmieri (Coordenadora)
Ivanilde Maria Galvão
Luciana Helena
Maria Maruza Carlesso
Marta Lívia Suplicy
Milcira Teixeira Filho
Regina C. Silveira
Vera Lucia A. C. Allegro
Welington Mello

Saúde
Claudia Saleme
Denise Maria Neves
Desiree Arteiro
Helene Louise Costa Nunes
Maria Alice Santos Bueno (Coordenadora)
Maria Maruza Carlesso
Neuza Maria Galvão Candido
Renata Thomas Rosa Vignali
Rosemarly F. Mendes Candil
Sandra Sherin
Vera Lucia A. C. Allegro
Welington Mello

Política
Claudia Saleme
Dalva da Silva
Daniela Fernandes
Darlene Ramos da Silva
Desiree Arteiro
Fuad Sobrinho
Luciana Helena
Maria Isabel C.Martins
Marta Lívia Suplicy (Coordenadora)
Nani Venâncio
Sergio Storch
Vera Lucia A. C. Allegro
Welington Mello

 

Rita Casaro
Comunicação CNTU




Acontece nesta quinta-feira (26/09), das 8h30 às 18h, seminário que marcará um ano da Norma Regulamentadora (NR) 35, que estabelece os requisitos mínimos de segurança para o trabalho em altura. A atividade, que ocorrerá na sede do sindicato, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista), tem o apoio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do SEESP, e do Ministério do Trabalho e Emprego, além do patrocínio de diversas empresas e entidades.

* Confira aqui a programação

Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Esta condição é uma das principais causas de acidentes de trabalho no Brasil. Segundo o conselheiro fiscal do Seesp, José Manoel Teixeira, 40% dos acidentes de trabalho no Brasil são acidentes em desnível. “A FNE saiu na frente quando propôs a criação dessa norma tão importante para preservar a vida de milhões de trabalhadores", disse ele na ocasião. Isso porque a ideia de criar a NR-35 surgiu após a realização do “1º Fórum Internacional de Trabalho em Altura”, em setembro de 2010, em São Paulo, promovido pela FNE, em parceria com o Seesp, a Ideal Work e o Ministério do Trabalho e Emprego. Preocupada com essa questão, a Federação Nacional dos Engenheiros solicitou ao Ministério do Trabalho a criação de um grupo tripartite para elaboração de uma norma específica para trabalho em altura.

Ao regulamentar esse tipo de atividade, a NR-35 determina os requisitos mínimos e as medidas de proteção para os trabalhadores, do planejamento à execução. Um ano após sua publicação, os procedimentos, problemas na implementação, boas práticas e alterações futuras da NR-35 serão objeto de palestras e debates entre especialistas e participantes inscritos para o seminário.

Além da NR-35, a Portaria n° 313, do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada no DOU há um ano atrás, criou a Comissão Nacional Tripartite Temática (CNTT) da NR-35, com o objetivo de acompanhar a implantação da nova regulamentação.

 

Fonte: CNTU, FNE e Fator Brasil




Até o fim do ano, o governo deverá oferecer um serviço de e-mail gratuito criptografado para a população. O sistema, que será oferecido pelos Correios, está sendo desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

O presidente do Serpro, Marcos Mazoni, defende que o sistema do Serpro é mais seguro por usar infraestrutura própria e software livre, além de ser um e-mail criptografado. “A gente tem um domínio maior. No mundo da tecnologia, não podemos dizer que todas as portas estão fechadas, mas é [um sistema] auditável porque usa software livre”, disse Mazoni.

Segundo ele, o Serpro vai fazer o trabalho técnico junto com os Correios. Caberá ao Ministério das Comunicações fazer uma articulação para potencializar uma infraestrutura capaz de atender à população do país.

O e-mail será gratuito, e o projeto será custeado pelo governo, informou Mazoni. O sistema deverá ser nos mesmos moldes do serviço de e-mail Expresso Livre que já é oferecido pelo Serpro a seus clientes corporativos.
 

Fonte: Agência Brasil




O SEESP deverá entrar com ação na Justiça Federal de São Paulo, em nome dos seus associados, contra a Caixa Econômica Federal (CEF) para recompor as perdas inflacionárias do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) registradas desde 1999. A decisão relativa à ação coletiva, que torna o sindicato substituto processual dos engenheiros filiados, será tomada em assembleia extraordinária, na próxima sexta-feira, dia 27, às 13h, em primeira convocação, e às 13h30, em segunda, na sede da entidade, na Capital paulista. Na oportunidade, também serão aprovados os procedimentos referentes ao processo.

O assunto foi tratado em reunião na segunda-feira, dia 23, em São Paulo, da qual participaram a Diretoria Executiva do SEESP e os presidentes das 25 delegacias sindicais da entidade. Na ocasião, todos os aspectos do objeto da ação foram informados e discutidos entre os dirigentes e a assessoria jurídica do sindicato.

A iniciativa de buscar a recomposição se baseia na  Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que definiu, entre outras regras, a correção do FGTS, com atualização monetária e juros, “de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações”. Todavia, esse preceito legal não tem sido observado e o dinheiro do fundo dos trabalhadores tem, a cada ano, sofrido sensivelmente com perdas inflacionárias.

Isso se deve, explica o assessor jurídico do sindicato, Jonas Matos, à composição dessa correção, estabelecida pelo Banco Central (BC), de 3% ao ano de juros mais a Taxa Referencial (TR), que, nos últimos meses, tem sido zero por cento. A TR é uma cesta de índices ligados ao sistema financeiro brasileiro e não tem qualquer relação com a inflação. “O objeto da nossa ação, que será coletiva, é exigir a substituição da TR por um índice que realmente reflita a inflação”, observa. As opções seriam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Decisão no Supremo

Para reforçar a tese das perdas inflacionárias do FGTS, Matos informa que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento de três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins), decidiu que a TR não é um índice medidor de inflação e que deveria ser substituída, portanto, pelo INPC ou IPCA.

“Está absolutamente claro que a TR não corrige monetariamente o saldo do Fundo e que ela se tornou um indexador. Ou seja, uma situação totalmente lesiva ao trabalhador”, afirma o assessor jurídico do sindicato. Tomando-se como base, por exemplo, a inflação medida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 1999 a 2013, a inflação do período chega a 43,8%. “Não há dúvida que a perda é grande.”



Foto: Luís Henrique Costa
FGTSDelegaciasSindicaisOutras fotos da reunião neste link 

 

Rosângela Ribeiro Gil
Edição Rita Casaro
Imprensa - SEESP




Em prosseguimento às atividades da Semana da Mobilidade 2013, organizada pela Secretaria Municipal de Transportes da Prefeitura de São Paulo, acontece nesta terça-feira (24/09), a partir das 15h, na sede do SEESP, na Capital paulista, importante debate Faixas Exclusivas e Corredores de Transporte Coletivo.

O evento, que começou no dia 18 último e termina nesta quarta-feira (25), tem como intuito reunir especialistas para criar um movimento permanente de crítica e mudança dos hábitos das pessoas sobre como circular na cidade. A ideia é chamar a atenção para o uso excessivo do automóvel particular e propor soluções possíveis como praticar a carona entre amigos e vizinhos (para aumentar a lotação dos carros e diminuir o número de veículos nas ruas), procurar usar o mais possível o transporte coletivo, considerar fazer pequenas viagens a pé ou de bicicleta.

A mesa de discussão sobre Faixas Exclusivas e Corredores de Transporte Coletivo contemplará os seguintes temas e debatedores: "As medidas Estruturais para o Transporte Coletivo", com Ana Odila de Paiva Souza - Diretora de Planejamento de Transporte da SPTrans; "Mobilidade urbana no Projeto Arco do Tietê", com Gustavo Partezani Rodrigues, diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo; "Os resultados das Faixas Exclusivas para Ônibus", com Joaquim Carlos Mendes Barreto, superintendente de Engenharia de CET; "Por que priorizar o transporte público?", com Ailton Brasiliense Pires, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP).O moderador dos trabalhos será o diretor do SEESP, Edilson Reis.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP




- Senhora CLT!

Imersa em pensamentos, não atentara para o chamado. Era estranho que, naquele ano, em que completava 70 anos, declinassem tantas referências, especialmente ao seu legado.

- Senhora CLT!

Olhou, levantou-se e, como fizera outras 69 vezes, acompanhou o atendente que a conduziria à sala que bem conhecia. Encontraria velhos amigos, que cuidavam da saúde dela.

A chefe geral era muito mais nova que todos. Nascera em 1988, em um parto difícil. Maternidade e paternidade atribuídas a muitos. Apesar de jovem, já sustentava o mais longo período democrático do país, o que revelava sua força e beleza. Sabia que jovem a admirava e queria vê-la forte e com muita saúde.

Os demais já eram velhos conhecidos. Sindicatos, federações, confederações, centrais sindicais, ministérios, justiça, associações, ordens, conselhos, entre outros.

Estava mais ansiosa. Por quê? Fazia regularmente os exames e ouvia diferentes diagnósticos. Todos valorizavam o legado dela, falavam do papel que teve no passado e os desafios que teria no futuro, preconizavam condutas, valores e ideários. Sempre que entrava naquela sala ampla, admirava a beleza da chefe geral, capaz de reunir nos frágeis braços o interesse geral de todos.

Conhecia os interesses específicos de cada um e sabia que a soma destes não resultavam no interesse geral. Sempre se perguntava: Como consegue?

- Como vai? – perguntaram a ela.

Sabia que teria uma recomendação para qualquer resposta, por isso, simplesmente sorriu. Trouxera uma pilha de exames, mas sabia que todos tinham cópias. Um de cada vez, os vários especialistas anunciaram o diagnóstico de cada órgão e função. Nada ficava sem crítica.

- Obrigada pela atenção e pelos cuidados e recomendações. Quero falar o que se passa aqui - disse indicando o coração e o peito. Sentia-se diferente, queria falar!

- Nasci há 70 anos, também de parto difícil. Levei um tempo para me situar. A história é longa. Mas, o que me angustia hoje é o nosso futuro e o meu papel nisso tudo.

Todos se mexiam nas cadeiras, não gostavam de falar sobre o futuro. A chefe geral redobrou a atenção. Sorria.

- Conheço a vida dos brasileiros e de outros que aqui vivem e trabalham. País rico e dramaticamente desigual, onde milhões de trabalhadores vivem sem bem-estar social e sem qualidade de vida. Curioso, trabalham e vivem mal! Ah! Há aqueles que vivem mal porque não conseguem trabalho. Outros são tão pobres que...

Calou-se. Não entendia como isso podia ser possível. Depois, continuou.

- Fui criada para elevar o padrão de humanidade para homens e mulheres no mundo do trabalho. Cada pessoa é uma humanidade, disse Mia Couto em um conto. Trouxe-me alívio porque, a cada nova pessoa que protejo, é a humanidade que promovo. Essa humanidade que deveria ser óbvia, produzida e promovida a cada encontro, em cada relação.

Todos se olhavam preocupados. Pensavam: afinal, onde vai parar aquela conversa?

- Tenho a tarefa de proteger e promover a qualidade de vida no mundo do trabalho. Sei que, apesar das diferenças, todos reconhecem o nosso esforço. Alguns me consideram complicada, cheia de detalhes ou querendo tudo resolver. Fizeram-me assim! Perguntam-me se posso mudar. Respondo: devo mudar! Afinal, são tantas as mudanças no mundo do trabalho que somente isso já exigiria a minha permanente adequação, aperfeiçoando minha capacidade de promover boas condições de trabalho. Mas, no fundo, não é isso que me preocupa. Quero ajudar o desenvolvimento do meu país para que todos tenham bem-estar e qualidade de vida. Há algo de errado nisso?

Havia certo desconforto, mas também era possível detectar muita curiosidade entre os presentes. Estando ciente disso, a Senhora CLT continuou.

- Diferentemente dos diagnósticos do passado, continuamos surpresos com os últimos resultados. É inacreditável a mudança do quadro de proteção, com os milhões de empregos formais criados, não? Mas, ainda temos milhões de trabalhadores assalariados sem proteção. E os milhões que não são assalariados e que vivem sem a minha proteção? E mesmo entre os assalariados, há muita precarização. Não seria possível e desejável que todos tivessem os mesmos direitos? Espanta-me que me responsabilizem pela minha ausência. O que de fato querem? Uma eterna mãe? Cresçam! Sei, sei... Há enormes dificuldades para construir a proteção que demandam a partir das relações diretas, não? Por que não apostam efetivamente em ampliar as bases da proteção por meio da negociação? Porque falta o sujeito que promove capacidade, força. Pois aqui há uma mudança que deveria ser promovida: apostar e investir na negociação, em todos os níveis, desde o local de trabalho até as grandes negociações. Sinto que nisso sou meio culpada! Tenho dificuldades para me libertar. Penso muito sobre como apostar na democracia como base estruturante de um sistema de relações de trabalho construído, nas relações assalariadas, a partir da efetiva organização sindical desde o chão da empresa. Olho para minhas coirmãs no mundo e vejo que países fortes contam com sindicatos fortes, organizados desde o local de trabalho. Por que temos tanto medo de apostar nisso?

Temos medo de ser grandes e fortes?

Os conflitos, inerentes às relações de trabalho, poderiam ser tratados e enfrentados onde ocorrem. Mas, para isso, é preciso apostar na formação dos sujeitos de representação coletiva, que reequilibre as desigualdades presentes nas relações de trabalho. Sim, estou falando da representação sindical no local de trabalho.

Neste momento, a curiosidade entre os presentes aumentou e a Senhora CLT, ao perceber o interesse que sua fala suscitava, continuou animada.

- Perguntam-me: e a nossa cultura? Ao que respondo: falta confiança!

Para que arranjar “sarna para se coçar”? São frágeis os argumentos ou será que encobrem verdadeiros motivos? Creio que é necessário que a negociação promova o pleno cumprimento do direito à proteção em cada contexto e situação concreta.

A flexibilidade não é com o objeto do direito, mas como ele efetivamente se materializa em cada contexto. As diferentes situações não justificam a desigualdade na observância da proteção, mas as desigualdades econômicas das empresas devem ser consideradas para que se promova a efetiva proteção. Ou não? As questões são muitas. Mas, enfim, não difundiremos a prática da proteção se carecemos dos sujeitos coletivos capazes de fazer emergir, sempre e em cada lugar, uma cultura da melhor proteção, fruto da adaptação ao contexto, somente possível pela prática viva da sua construção na relação de regulação que a negociação permite.

Percebendo que os ouvintes permaneciam interessados e ficaram receptivos aos argumentos que usava, concluiu:

- O caminho não é longo. É permanente! Sem sujeito, não há história, não há sociedade. É no encontro que descortinamos possibilidades. A forma inteligente de descoberta, nas relações de trabalho, chama-se negociação. Seria outra, mais forte e leve, se apostássemos verdadeiramente nesse fundamento. A minha verdadeira força não está na obrigatoriedade. Apesar de saber que ela é necessária, porque a vida é dura. Serei forte mesmo quando aquilo a que me proponho for resultado de relações efetivamente construídas com essa intenção.

Todos olhavam os exames, que pouco diziam sobre o futuro. Aquela conversa exigia a construção de outro paradigma de relação. Eles também precisariam mudar.

* por Clemente Ganz Lúcio, sociólogo, diretor técnico do Dieese, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e do Conselho de Administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Artigo publicado originalmente no Correio Braziliense




Estão abertas, até 15 de outubro, as inscrições para o concurso que visa preencher uma vaga de professor efetivo para o Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O professor selecionado atuará nas áreas de ensino em síntese, otimização, instrumentação e controle de processos químicos e pesquisa em simulação e controle de processos químicos.

O docente será contratado sob o regime de dedicação exclusiva e receberá remuneração de R$ 8.049,77. O candidato deve possuir título de doutor em qualquer área e graduação em Engenharia Química ou título de doutor em Engenharia Química e graduação em qualquer área.

O concurso prevê a realização de provas escrita e de didática, arguição do projeto de pesquisa e análise do curriculum vitae.

A prova escrita, com duração máxima de quatro horas, terá como base um dos temas da lista que consta no edital. Os candidatos que obtiverem pontuação média inferior a 7 estarão desclassificados.

Na prova de didática, os candidatos serão avaliados pelo desempenho didático-pedagógico, capacidade de planejamento de aula, conhecimento na área e comunicação e síntese do assunto. Ela será realizada em sessão pública, porém os candidatos concorrentes não podem assistir às provas uns dos outros.

Na arguição do projeto de pesquisa, serão avaliados a relevância e a atualidade do tema do projeto de pesquisa, assim como conhecimento, metodologia, experiência, produção técnica e científica na área e a projeção dos resultados esperados. A análise do currículo considerará a produção científica, artística, técnica, cultural, a atividade didática e a atividade técnico-profissional.

Mais informações http://www.concursos.ufscar.br/home.php

 

Fonte: Agência Fapesp




Na década de 1980, os estrangeiros que chegavam ao Estado de São Paulo se concentravam na região metropolitana da capital paulista. Hoje, há um movimento significativo de grupos como bolivianos, paraguaios, chineses e coreanos partindo em direção a diferentes regiões do interior, para o trabalho em setores agrícolas, industriais e do comércio.

Os próprios paulistanos já vêm engrossando o movimento de interiorização da população desde os anos 1980, movimento que agora ganha impulso por conta de fatores como saturação do mercado de trabalho na cidade de São Paulo, aquecimento de segmentos variados no interior e busca por melhor qualidade de vida. Os mesmos motivos fazem crescer a migração de retorno aos estados de Minas Gerais e Paraná, bem como a movimentação de brasileiros entre outros estados que não o de São Paulo.

Essas são algumas das conclusões do Projeto Temático Observatório das Migrações em São Paulo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e coordenado por Rosana Baeninger, professora do Departamento de Demografia e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (Nepo/Unicamp).

O conjunto dos dados levantados, desde 2009, por Baeninger, 16 pesquisadores e 38 alunos de mestrado, de doutorado e de iniciação científica deu forma à coleção de 12 volumes Por Dentro do Estado de São Paulo, lançada em agosto.

“Nosso objetivo foi analisar a configuração dos movimentos migratórios atuais a partir das raízes históricas desses processos. Para tanto, investigamos a formação social paulista desde o século 19, na passagem para o século 20 e ao longo dele, chegando ao início do século 21”, afirmou Baeninger, à Agência Fapesp.

As informações até 1950 foram obtidas a partir da naturalidade registrada em certidões de casamento, de anuários demográficos sanitários e de arquivos da Hospedaria dos Imigrantes, na cidade de São Paulo. A partir de então, foram analisadas séries históricas dos censos demográficos e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

“Contudo, como o censo demográfico mais recente contém informações que vão somente até 2010, entender as migrações contemporâneas, inclusive as ocorridas nos três últimos anos, exigiu uma série de visitas a campo, tanto nas regiões de origem quando na de destino das migrações”, contou Baeninger.

Dois exemplos de viagens como essas foram investigações sobre piauienses que deixam o Piauí para trabalhar em plantações paulistas de cana-de-açúcar e de laranja e bolivianos que partiram de seu país em direção não apenas à região metropolitana de São Paulo, como era de costume, mas também a polos têxteis como Indaiatuba e Americana.

Durante as visitas, os pesquisadores do Observatório das Migrações fizeram entrevistas qualitativas nas prefeituras e em órgãos vinculados à assistência social, questionando os profissionais sobre como percebem a chegada ou a partida de moradores.

De acordo com Baeninger, tais dados foram complementados com entrevistas biográficas feitas com os próprios migrantes internos e internacionais. “Pedíamos que nos contassem suas trajetórias, começando sempre com relatos mais recentes e contando quando e com quem migraram, onde moraram, entre outros aspectos.”

Razões das mudanças

Em relação à migração internacional, Baeninger afirmou que as novidades se explicam por conta da inserção de novas regiões paulistas na lógica do capital internacional – ou seja, mais investimento externo, mais demanda por mão de obra.

“Profissionais bem qualificados continuam chegando a polos de alta tecnologia como Campinas, vindos de países como Alemanha e França. Mas agora há também uma interiorização da mão de obra não qualificada que antes se concentrava na capital”, explicou a pesquisadora.

Nesse cenário, enquadram-se bolivianos e paraguaios na indústria têxtil de Indaiatuba e Americana; chineses no comércio de Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto; coreanos na indústria de semijoias e bijuterias de Limeira; e haitianos na construção civil de diferentes regiões.

A interiorização também cresce entre brasileiros, que continuam partindo da região metropolitana. “As oportunidades vêm florescendo no interior desde os anos 1970. Agora, outros fatores entram em jogo, como o aumento da violência na capital e a busca por uma melhor qualidade de vida”, disse Baeninger.

Tais motivadores também levam ao aumento da migração de retorno aos estados de Minas Gerais e Paraná, bem como à diminuição da migração dos demais estados para São Paulo. Sobre esse último aspecto, a pesquisadora afirmou que “trabalhadores que potencialmente migrariam ficam em suas regiões, quando aquecidas, ou seguem o capital internacional por diferentes estados do país”.

Os títulos dos 12 volumes publicados são: Estado de São Paulo – Regiões Metropolitanas e Polos Regionais; Regiões Metropolitanas; Polos Regionais – São José dos Campos, Sorocaba e Ribeirão Preto; Polos Regionais – Bauru, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente; Região de Limeira; Regiões Canavieiras; Retrato Paulista do Censo Demográfico de 2010; Povos Indígenas – Mobilidade Espacial; Migrações Internacionais; Processos Migratórios no Estado de São Paulo – Estudos Temáticos; Imigrantes Internacionais no Pós-Segunda Guerra Mundial; e Região Central.

 

Fonte: Agência Fapesp





Paraisópolis é uma verdadeira cidade dentro da metrópole, mas poucas pessoas conhecem a riqueza cultural existente dentro dela. E foi pensando em transpor o muro invisível que separa a realidade dos mais de 100 mil moradores da comunidade daqueles que desconhecem os tesouros escondidos em suas vielas que a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP) desenvolveu um roteiro turístico dentro da segunda maior favela paulistana.

O projeto "Paraisópolis das Artes" tem como objetivo estimular a visitação a pontos como a oficina onde artista plástico Berbela transforma sucatas de ferros e outros materiais em esculturas; a "Casa de Pedra", obra de Estevão Silva da Conceição - famoso internacionalmente como o “Gaudí brasileiro“; e a casa construída inteiramente com garrafas PET por Antenor Clodoaldo Alves Feitosa, outro morador local. O programa inclui ainda apresentações do Ballet e das Orquestras Filarmônicas de Paraisópolis, além de passeios pelos estúdios da rádio comunitária Nova Paraisópolis 87,5 FM, pelas obras de urbanização da comunidade e pelo  Condomínio E, exemplo de moradia popular sustentável premiado com o Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal.  

Os visitantes poderão ainda se deliciar com um café da manhã especial, oferecido pela cooperativa Mãos de Maria, e participar de um bate papo com lideranças sobre a história da região e seus principais projetos sociais. A visita termina com uma passagem pelos comércios da área e uma loja para compra dos diferentes produtos feitos por residentes locais.

“Existem muitos mitos sobre a vida de quem mora e trabalha em uma comunidade. Assim como tantas outras localidades de São Paulo, Paraisópolis é cenário de uma grande efervescência cultural, reunindo ateliês de arte, espaços para prática de dança, música e teatro e inúmeros projetos socioeducativos“, comenta Gilson Rodrigues, presidente da UMCP e um dos responsáveis pela iniciativa.

Os interessados em participar das visitas monitoradas à Paraisópolis devem entrar em contato pelo telefone (11) 3501-3275 ou enviar email para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. 


Imprensa - SEESP
Com informação da UMCP




 

Os casos de trabalho infantil no mundo tiveram redução de um terço entre 2000 e 2012, segundo dados do estudo Medir o Progresso na Luta contra o Trabalho Infantil: Estimativas e Tendências, divulgado nesta segunda-feira (23/09) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalhando nos últimos 12 anos caiu de 246 milhões para 168 milhões.

Para a OIT, o avanço no combate ao trabalho infantil foi possível devido à intensificação de políticas públicas e da proteção social das crianças e dos adolescentes nos últimos anos, acompanhada pela adesão a convenções da organização e pela adoção de marcos legislativos sólidos no âmbito nacional. A instituição verificou que os maiores progressos na queda do uso desse tipo de mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012.

De acordo com a OIT, essa redução, no entanto, não é suficiente para eliminar as piores formas de trabalho infantil - meta assumida pela comunidade internacional em parceria com a organização, por meio da Convenção 182. A estimativa é que mais da metade das crianças envolvidas em algum tipo de trabalho exercem atividades consideradas perigosas.

“Estamos nos movendo na direção correta, mas os progressos ainda são muito lentos. Se realmente queremos acabar com o flagelo do trabalho infantil no futuro próximo, é necessário intensificar os esforços em todos os níveis. Existem 168 milhões de boas razões para fazê-lo”, declarou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

As piores formas de trabalho infantil são as consideradas perigosas - atividade ou ocupação, por crianças ou adolescentes, que tenham efeitos nocivos à segurança física ou mental, ao desenvolvimento ou à moral da pessoa. O trabalho doméstico, por exemplo, é considerado uma das piores formas. Segundo a OIT, aproximadamente 15 milhões de crianças estão envolvidas nesse tipo de atividade. Só no Brasil, são quase 260 mil.

A divulgação do estudo levou em consideração a proximidade da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que será realizada em Brasília, em outubro.

Regionalmente, o maior número de crianças em atividade no mercado de trabalho está na Ásia - 78 milhões, cerca de 46% do total. Proporcionalmente à população, no entanto, o Continente Africano é o que concentra o maior percentual de menores de 18 anos envolvidos nesse tipo de atividade, 21%.

Em relação ao setor em que crianças e adolescentes são encontrados trabalhando com maior frequência, a agricultura é o que tem a maior concentração, 59% dos casos (98 milhões). Os setores de serviços (54 milhões) e da indústria (12 milhões) também mostram incidência de uso de mão de obra infantil, especialmente na economia informal.


Fonte: Agência Brasil




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