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Um software de visualização de dados astronômicos pela internet permite que cientistas em diversas partes do mundo acessem milhares de imagens de objetos celestes, coletadas por grandes telescópios espaciais, por observatórios e por instituições internacionais de pesquisa em astronomia.

Por meio desses dados, os usuários podem realizar análises temporais e combinar observações realizadas em vários comprimentos de onda de energia irradiada pelos corpos celestes, como raios X, radiação infravermelha, ultravioleta e gama e ondas de rádio, para elucidar os processos físicos que ocorrem no interior desses objetos e compartilhar suas conclusões.

Denominado World Wide Telescope, o software, que começou a ser desenvolvido em 2002 pela Microsoft Research, em parceria com pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, é um exemplo de como as novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) mudaram a forma como os dados científicos passaram a ser gerados, administrados e compartilhados, além da própria maneira como se faz ciência hoje, afirma Tony Hey, vice-presidente da Microsoft Research.

“Os telescópios espaciais, assim como as máquinas de sequenciamento genético e aceleradores de partículas, estão gerando um volume de dados até então nunca visto. Para lidar com esse fenômeno e possibilitar que os cientistas possam manipular e compartilhar esses dados, precisamos de uma série de tecnologias e ferramentas de ciência da computação que possibilitem fazer ciência de forma melhor, mais rápida e com maior impacto. É isso o que chamamos de eScience”, disse Hey durante o Latin American eScience Workshop 2013, realizado nos dias 14 e 15 de maio no Espaço Apas, em São Paulo.

Promovido pela FAPESP e pela Microsoft Research, o evento reuniu pesquisadores e estudantes da Europa, da América do Sul e do Norte, da Ásia e da Oceania para discutir avanços em diversas áreas do conhecimento possibilitados pela melhoria na capacidade de análise de grandes volumes de informações produzidas por projetos de pesquisa.

A cerimônia de abertura do evento foi presidida por Celso Lafer, presidente da FAPESP, e contou com a presença de Michel Levy, presidente da Microsoft Brasil, e de José Tadeu de Faria, superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado de São Paulo, representando o ministro.

Também conhecida como ciência orientada por dados, a área de eScience integra pesquisas em computação a estudos nas mais variadas áreas por meio do desenvolvimento de softwares específicos para visualização e análise de informações.

A integração permite a interpretação dos dados, a formulação de teorias, testes por simulação e o levantamento de novas hipóteses de pesquisa com base em correlações difíceis de serem observadas sem o apoio da tecnologia da informação.

“Algumas tecnologias utilizadas na ciência da computação vão ajudar a resolver problemas científicos. Em contrapartida, a utilização dessas ferramentas para solucionar problemas científicos também possibilitará o próprio desenvolvimento da ciência da computação”, disse Hey, que foi professor da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Segundo Hey, a análise, visualização, prospecção (data mining, na expressão em inglês), preservação e compartilhamento de grandes volumes de dados representam grandes desafios não só na ciência hoje, mas também no setor privado.

Por isso, na opinião dele, é preciso treinar os cientistas para lidar com o big data – como é chamado o conjunto de soluções tecnológicas capaz de lidar com a acumulação contínua de dados pouco estruturados, capturados de diversas fontes e  da ordem de petabytes (quatrilhões de bytes) – tanto para realização de projetos científicos, como também para atuarem, eventualmente, em empresas. “O data scientist [cientista capaz de lidar com grandes volumes de dados] será um requisito imprescindível para o cientista”, disse Hey.

A ciência intensiva em dados não é nova, mas as escalas espaciais e temporais de estudos realizados atualmente sobre temas relacionados às mudanças climáticas globais, por exemplo, são cada vez maiores, exigindo novas ferramentas. Por meio de novas tecnologias da informação, também é possível analisar dados gerados em tempo real, como no monitoramento de hábitats.

De acordo com Hey, desde 1950 se começou a utilizar computadores para explorar, por meio de simulações, áreas da ciência até então inacessíveis. “No início, no entanto, os cientistas não sabiam o que era ciência da computação e os profissionais da computação não entendiam a complexidade dos problemas científicos”, disse.

“Foi necessária a realização de um trabalho conjunto, de longo prazo, para que os dois lados entendessem qual era a contribuição que cada um poderia dar em suas respectivas áreas, e iniciar o desenvolvimento de novos algoritmos, hardware, software e da programação de linguagens para possibilitar a realização de experimentos em diversas áreas”, contou.

Oportunidades em temas ousados

Durante o evento da FAPESP e da Microsoft Research foram apresentados diversos projetos por pesquisadores que utilizam o eScience em diversos países, em áreas como energias renováveis, mudanças climáticas globais, transformações sociais, econômicas e políticas nas metrópoles contemporâneas, caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade, medicina e saúde pública.

Um desses projetos, coordenado pela professora Glaucia Mendes Souza, coordenadora do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), pretende desenvolver um algoritmo para o sequenciamento do genoma da cana-de-açúcar e, com isso, possibilitar o desenvolvimento de variedades da planta com maior quantidade de sacarose e mais resistente a pragas e às mudanças climáticas.

“A colaboração entre a FAPESP e a Microsoft tem aberto para a comunidade científica do Estado de São Paulo inúmeras oportunidades de realizar pesquisas em temas ousados relacionados com o uso de tecnologias da informação em áreas como a de energia e meio ambiente”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, na sessão de abertura do workshop.

“Temos grandes expectativas em relação à eScience. Se soubermos utilizá-la adequadamente, ela poderá trazer grandes avanços não só em pesquisas mas também na própria maneira de se fazer ciência”, disse Brito Cruz.

Ele disse que a FAPESP planeja lançar em breve um programa voltado para apoiar pesquisas na área de eScience.

“Temos a clara convicção de que um papel importante da FAPESP é estar na vanguarda da inovação e do conhecimento, e consideramos muito importante o apoio à pesquisas em eScience, cuja aplicação em áreas como a de meio ambiente é inequívoca, mas que também apresenta um grande potencial de utilização nas Ciências Humanas, por exemplo”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.

Levy destacou a parceria da Microsoft com a FAPESP e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento realizados pela empresa no país. “A Microsoft tem aumentado seus investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento no Brasil nos últimos anos e um dos mais importantes exemplos disso é a parceria bem sucedida que mantemos com a FAPESP”, afirmou.

 

Fonte: Agência Fapesp




O Sinatub Tecnologia realiza, nos dias 6 e 7 de junho, o curso “Caldeiras, vapor e energia” com o objetivo de mostrar a eficiência energética e os avanços tecnológicos nas gerações de vapor e de energia elétrica, aplicada às plantas industriais e centrais termoelétricas. Também abordará os principais tópicos de necessidade utilizados pelos usuários industriais, contribuindo com o aprimoramento da qualidade e produtividade das caldeiras e dos sistemas de vapor, criando procedimentos de Especificações, Trabalho e Segurança, envolvendo também Estruturação e Implantação de Projetos de Centrais Geradoras de Energia, evoluções operacionais dos equipamentos envolvidos e consciência ecológica. Mais informação pelo www.sinatub.com.br ou pelo telefone (16) 3911-1384. A atividade será no Hotel Nacional Inn Vilage, auditório Cenacon (Av. Presidente Castelo Branco, 1925 - Lagoinha - Ribeirão Preto /SP). Carga total de 16 horas.


Imprensa - SEESP




Nos dias 5 e 6 de junho, será realizado o workshop "Biodiversidade no Município de Sorocaba", das 9h às 17h, no Parque Tecnológico, como parte da programação da Semana do Meio Ambiente. A organização é da prefeitura local.

Sorocaba possui um polo universitário, composto por universidades, faculdades, institutos, entre outros, com importantes grupos de pesquisa acadêmica na área ambiental como a Universidade de São Carlos (Campus Sorocaba), Universidade Estadual de São Paulo (Campus Sorocaba) Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba, Universidade Paulista (Unidade de Sorocaba) e Universidade de Sorocaba.

Essa característica possibilita a produção de pesquisa sobre a biodiversidade em amplo aspecto utilizando o espaço territorial do município. Esta produção científica ocorre pela publicação de artigos científicos isolados ou livros que focam aspectos específicos da fauna ou da flora.

O objetivo do workshop será o de promover a discussão entre pesquisadores que atuam nas universidades locais, resultando em uma publicação referência em âmbito nacional e internacional sobre o levantamento de estudos sobre a diversidade nos ecossistemas terrestres e aquáticos no município. Com isso, Sorocaba se destacará como um dos poucos municípios do Estado de São Paulo que promovem este tipo de iniciativa, facilitando o acesso dos cidadãos a este tipo de informação e criando um instrumento de pesquisa de referência.
 

Fonte: Prefeitura de Sorocaba




Teve início nesta terça-feira (14/05) o período para inscrições destinadas à participação da população na 4ª Conferência Municipal, que será realizada no dia 25 próximo, no anfiteatro da Faculdade Anhanguera. O evento, inclusive, serve como etapa preparatória à 5ª Conferência Estadual das Cidades. Representantes de todos os segmentos da sociedade podem participar. O objetivo é que sejam elaboradas propostas para toda a cidade. A inscrição pode ser feita pelo portal da Prefeitura de Jundiaí ou pessoalmente na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, no Paço Municipal, 5º andar, Ala Sul, das 9h às 17h.

“Queremos legitimar a realização das questões urbanas da cidade e levar para as demais fases do evento as 30 ações e demandas mais importantes de Jundiaí. Assim poderemos, por exemplo, solicitar a vinda de recursos específicos”, explica a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Câmara Sutti.

No momento da inscrição, o participante deverá informar o segmento que representa e escolher em qual sala temática deseja discutir e apresentar propostas: Planejamento Urbano e Habitação; Meio Ambiente e Saneamento Básico e Mobilidade e Transporte.

A discussão será baseada em quatro eixos relacionados ao SNDU (Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano), que serão tema para palestras: Participação e Controle Social no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano; Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano; Instrumentos e Políticas de Integração Intersetorial e Territorial e Políticas de Incentivo a Implantação de Instrumentos de Promoção da Função Social da Propriedade.


Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Jundiaí




“CNTU Brasil 2022” é o mais novo projeto que a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados propõe ao País, com um debate essencial: o que fazer para que, ao se chegar à comemoração dos 200 anos de emancipação nacional, tenham sido superados os entraves ao desenvolvimento e ao bem-estar de toda a população brasileira. Nesse sentido, realiza a 4ª Jornada da Campanha Brasil Inteligente no dia 24 próximo, na sede do SEESP, na capital paulista.

A entidade destaca que é um projeto “que não está pronto” e será elaborado a partir de um debate coletivo que terá 10 anos para alcançar seus objetivos. Para o diretor de Articulação Nacional da CNTU, Allen Habert, os 200 anos de Independência, a serem comemorados daqui a uma década pelo Brasil, marcam a maioridade de um povo. Ele recorda que os demais países da América do Sul já comemoram os seus bicentenários e que o Brasil foi o último a fazer a sua independência. Foi um processo muito peculiar.  

Ambiciosa, a iniciativa é, antes de tudo, necessária, tendo em vista a dívida social que ainda precisa se resgatar no Brasil. Com engajamento das categorias ligadas à CNTU e do conjunto dos profissionais universitários, e em diálogo permanente com a sociedade, o objetivo é avançar em um projeto de país próspero, justo e democrático a ser colocado em prática.

Para mais informação ou inscrição ligue para (11) 3113-2641 ou para (61) 3225-2288 ou pelos e-mais Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

* O evento terá transmissão ao vivo pela internet neste link

Programação

9h Abertura

Lançamento da revista Brasil Inteligente nº 2 e do kit campanhas Brasil Inteligente

10h30 “A Independência já conquistada e a nação por construir” - Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)

12h30 Intervalo

14h “As profissões e as perspectivas do trabalho” – Marcio Pochmann, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e presidente da Fundação Perseu Abramo

16h Posse dos novos membros do Conselho Consultivo da CNTU

2ª Plenária do Conselho Consultivo:

Debate sobre o projeto CNTU Brasil 2022

17h40 Coffee break

18h Apresentação teatral “Gandhi, um líder servidor”, por João Signorelli

19h10 Coquetel


Imprensa - SEESP




A Conferência Nacional das Cidades é uma oportunidade de participação ao construir um espaço para a sociedade compartilhar a elaboração de políticas públicas e a avaliação de sua implementação nas questões relativas ao desenvolvimento urbano. Algumas cidades do Grande ABC já realizaram suas conferências municipais, mas há tempo ainda de participar em São Caetano do Sul (23/05), em Santo André (25/05), e em Mauá (25/05).

Com a realização dessas conferências locais, as cidades da região se mantêm integradas a um movimento nacional, que culminará com a realização da conferência nacional, em novembro, em Brasília, para debater a formação de um Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.

Após a realização das etapas municipais serão realizadas as conferências estaduais, entre os dias 26 e 28 de setembro próximo, que contarão com delegados eleitos em cada cidade e debaterão propostas encaminhadas pelos seus municípios a partir do tema nacional “Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já”. E ainda serão eleitos os delegados à conferência nacional.

Para participar, você deve procurar a entidade, associação, instituição, organização ou conselho da cidade que melhor represente seu segmento na sociedade e se inscrever. O SEESP está participando por meio de suas Delegacias Sindicais, que abrangem as cidades de todo o Estado de São Paulo. Mais informação sobre as conferências do Grande ABC pelo telefone (11) 4438-0817 e 4438-7452 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Participe! Leve as suas ideias, propostas e soluções para as questões como habitação, saneamento, transporte e mobilidade, meio ambiente e desenvolvimento.

 

Com informação da Delegacia do Grande ABC
Imprensa - SEESP




No dia 23 próximo, das 8h30 às 16h30, acontece o III Simpósio Internacional - Excelência em Produção: Novos Materiais & Novos Processos, na capital paulista, onde será apresentado o que há de mais moderno no mundo da produção, com foco na tecnologia aplicada na Alemanha e no Brasil.

Diversos tópicos serão abordados, tais como a implementação da fibra de carbono no ramo automobilístico e aeroespacial; incentivos para empresas inovadoras, e tecnologias de ponta implementadas na fabricação de carrocerias nos mais diversos modelos da AUDI. Além disso, haverá a apresentação de conceitos não destrutivos no controle de qualidade de materiais e processos e uma mesa redonda com a participação das empresas Rehau, Mercedes-Benz, ITA, moderada pela AT Kearney.

O evento, realizado pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI-Brasil), com apoio da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), também servirá de palco para o lançamento da campanha +ProPro – mais Produtividade na Produção. O objetivo é “agrupar” os engenheiros e responsáveis pela organização e pelo planejamento da produção nas empresas a nível nacional, informando-os periodicamente sobre novas tendências e experiências positivas na produção (“Best Practice”). Além de tudo, a campanha contará com a participação de renomados palestrantes da Alemanha e do Brasil.

O evento será realizado no Club Transatlântico (Rua José Guerra, 130 – Chácara Santo Antônio, Zona Sul da capital paulista). As inscrições podem ser feitas por meio do site da VDI-Brasil, canal Eventos. Mais informações neste link.

 

Com informação da Assessoria da VDI-Brasil
Imprensa - SEESP





Professor da Universidade Central da Venezuela, Andrés Serbin é presidente-executivo da Cries (Coordenadoria Regional de Pesquisas Econômicas e Sociais), uma rede que congrega mais de 70 centros de pesquisa, acadêmicos, ONGs, fundações e associações de profissionais da América Latina e Caribe, com sede na Argentina. No Brasil, Serbin mantém intensa parceria com a UNESP. Esteve recentemente no Encontro Internacional sobre participação e políticas públicas promovido pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. Na ocasião visitou a sede do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Unesp, em São Paulo (SP), onde concedeu esta entrevista em que aborda o panorama da América Latina. 

IPPRI – Como o senhor observa as relações entre Estado e sociedade civil na América Latina?
Serbin –
Os progressistas chegaram ao poder na América Latina com o apoio dos movimentos sociais. Neste sentido, esses movimentos se sentiram representados, deixando de ser anti-governo. O cidadão participa em função dos temas ou porque há uma crise geral que mobiliza todos os segmentos. Atualmente, observa-se claramente na agenda regional um processo de desmobilização da sociedade civil. Nesse momento existem focos dessa agenda onde se pode observar uma participação mais ativa. Um deles questiona a posição de alguns governos da América Latina frente ao desmantelamento do sistema interamericano de direitos humanos. São os mesmo que apoiaram os governos de esquerda que chegaram ao poder na década de 1980. É interessante observar essa espécie de retorno. 

IPPRI – Qual a percepção da América Latina sobre o Brasil, único país do continente membro dos BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, países com economias emergentes).

Serbin – Todo mundo reconhece o destaque do Brasil nesse marco da reconfiguração regional. Reconhece também suas conquistas econômicas e sociais nos últimos anos. Mas o que a América Latina se pergunta é quando o Brasil vai se tornar um líder mais pró-ativo em termos regionais. O Brasil tem uma agenda global muito clara. Mas exclui dela seus sócios sul-americanos. A diplomacia brasileira é muito cautelosa. Em muitos momentos, a presidência é muito mais pró-ativa do que o Itamarati. Por outro lado, em nosso processo de regionalismo predominam os interesses dos países membros. A soberania nacional é intocável. Os avanços ocorrem em função dos interesses. 

IPPRI – Entre outros escritos, o sr. é autor do livro “Chávez, Venezuela e a reconfiguração política da América Latina e do Caribe. O que mudou nessas regiões depois de 1998, quando o militar Hugo Chávez foi eleito pela primeira vez?

Serbin – Creio que a grande contribuição de Chávez e que vai para a história é que ele foi um importante agente de uma agenda social. Ele trabalhou para dar visibilidade a populações historicamente excluídas. Nessa direção creio que há uma coincidência entre os partidos de esquerda que estão nos governos. Essa é a reconfiguração de fundo da América Latina. Apesar de continuarmos uma região desigual, os que antes estavam à margem da agenda se tornaram visíveis, participativos e incluídos nas políticas em desenvolvimento. 

IPPRI – O sr. acredita que essa inclusão baseada em assistencialismo pode gerar distorções políticas?

Serbin – Vivemos em um sistema político que tem as suas perversões. Nem sempre a inclusão e a participação são virtuosas. Muitas vezes configuram o que deveria ser a democracia e a luta para erradicação da pobreza e desigualdade. Em diversas ocasiões, as políticas sociais são utilizadas com um critério assistencialista. Se por um lado inclui pela primeira vez uma quantidade de gente excluída, por outro essas pessoas são manipuladas de forma que as benfeitorias que recebem geram votos aos doadores, configurando clientelismo político. Temos muitos exemplos na América Latina. 

IPPRI – Como avançar nesse jogo?

Serbin – É preciso que os incluídos formem-se como cidadãos. A cidadania não se faz em curto prazo. Estamos nisso desde a queda dos regimes militares e da reconstrução da democracia. Ainda que essa democracia seja imperfeita, esse é o menos imperfeito de todos os sistemas.
 

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa do Ippri/Unesp




Não há dúvida que a eleição do diplomata Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi a maior vitória de um governo brasileiro na área de comércio exterior. E que, em função desse êxito, até certo ponto inesperado, nunca como agora o País reúne condições para alavancar a sua participação no comércio global, hoje limitada a 1,3% do que se vende e compra no planeta.

Obviamente, Azevêdo não foi alçado ao cargo para defender exclusivamente os interesses brasileiros, mas, acima de tudo, para atuar como magistrado na busca de soluções conciliatórias para conflitos comerciais entre os países-membros. Mas a sua presença no posto dá automaticamente ao Brasil o status de player importante no comércio internacional. Cabe agora ao governo saber tirar proveito da situação favorável na OMC para destravar negociações que vinham prejudicando o País.            

É o caso da Rodada Doha, pela qual o Brasil muito lutou no último governo, ao lado da União Europeia, mas que foi abandonada pela política externa da presidente Dilma Rousseff em 2012, ao aumentar as tarifas de uma centena de produtos. É de lembrar que, em 2008, houve uma última e desesperada tentativa de garantir o êxito da Rodada Doha, que foi abortada por EUA, Índia e China. O curioso é que, em 2013, o representante brasileiro teve contra si a força política dos EUA e da União Europeia e o apoio da China, Índia, Rússia e outras nações emergentes.            

Por que a estratégia mudou? O que se imagina é que o governo chegou à conclusão que a indústria brasileira perdeu sua competitividade, o que significa que o País perdeu também a capacidade de negociar acordos. Como se sabe, para se chegar a acordos comerciais, é preciso fazer concessões. E hoje não há como fazer concessões em setores que mal se sustentam em pé. É por isso que o governo também não tem hesitado em fazer uso de mecanismos de defesa comercial quando cabíveis. E se mostra atento a práticas ilegais que prejudiquem a indústria nacional.            

A estratégia de Azevêdo em trabalhar para que a China ocupe uma das quatro vice-presidências da OMC é compreensível, até porque certamente fez parte do acordo costurado nos bastidores de Genebra para a sua eleição. O que o Brasil precisa é analisar com cautela o aprofundamento dessa parceria, tendo em vista o interesse nacional. Faz sentido vender recursos naturais para a China não só para equilibrar a balança comercial como para desenvolver a economia. Mas os interesses estratégicos do País precisam ser protegidos. Tampouco o Brasil pode correr o risco de vir a ser reduzido a uma posição de neocolônia da China ou de qualquer outra potência.            

Para tanto, precisa aproveitar as facilidades que a vitória na OMC pode abrir para fazer crescer o seu comércio externo, se não com acordos com outras nações e blocos, ao menos com uma presença maior em feiras. E esse crescimento tem que se dar principalmente pela venda de produtos manufaturados.              

Ao mesmo tempo, o governo necessita estimular a participação de micro e pequenas empresas no comércio exterior a partir de financiamentos do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF). Hoje, essa participação em exportações está ao redor de 3,5%, enquanto a média mundial é 60%.

           
Além disso, é preciso estabelecer um plano que preveja facilidades para a importação de máquinas e equipamentos destinados à renovação do parque industrial. Por fim, o Brasil não pode se descuidar das vendas para a União Europeia e para os EUA, o que não é incompatível com a busca de mercados alternativos para os produtos nacionais.
 

* por Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)




Neste momento em que a sociedade civil debate a concepção do novo Plano Diretor da Cidade de São Paulo, um desafio que se coloca é o de aperfeiçoar os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, entre eles o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), cuja finalidade é controlar o impacto de empreendimentos que tanto tem comprometido a qualidade de vida dos paulistanos. 

O Fórum Suprapartidário por uma São Paulo Saudável e Sustentável promove, no dia 28 próximo, das 18h50 às 22h, o "Ciclo de Diálogos e Debates com a Sociedade Civil sobre Temas Urbanos e a Revisão do Plano Diretor de São Paulo", que abordará o tema Estudo de Impacto de Vizinhança e a Qualidade de Vida da População da Cidade de São Paulo. Para saber mais sobre o tema clique aqui. 

O evento é aberto ao público e será realizado no auditório do SEESP, que fica na Rua Genebra, 15, Bela Vista, São Paulo. 

Programação 

19h/19h30 – Análise do conteúdo do EIV e dificuldades de implementação, com a arquiteta Patrícia Maroja Barata Chamié (mestre em planejamento urbano pela FAU/USP). 

19h30/20h – Impacto de Vizinhança e Mapeamento da Paisagem Sonora da Cidade de São Paulo – com o engenheiro Fúlvio Vitorino (pesquisador e coordenador do Centro de Tecnologia do Ambiente Construído do IPT). 

20h/20h30 – Estudo de Impacto de Vizinhança e a atuação da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público, com o promotor Dr. José Carlos de Freitas (PJHUMP). 

20h30/21h – Regulamentação do EIV na Câmara Municipal de São Paulo, com o vereador Nabil Bonduki (relator do projeto de lei em tramitação na Câmara).

 

21h/22h00 Debate.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP




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