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Questões essenciais ao desenvolvimento sustentável, ao bem-estar da população e à economia nacional serão colocadas em pauta em evento organizado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), na quinta-feira, 10 agosto, às 14 horas, em Belém. Entre os temas em debate, estão recursos hídricos e inovações técnicas na produção de alimentos e inovação, segurança alimentar e políticas públicas para o desenvolvimento sustentável na agricultura.

A discussão acontece na mesa-redonda proposta pela entidade e que integra a programação da 74ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), que será realizada na capital paraense, entre os dias 8 e 11. A atividade contará com palestras de Edson Eiji Matsura, professor titular da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estatual de Campinas (Feagri/Unicamp), e Rui Machado, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), e será realizada no auditório do evento.

“A agricultura brasileira tem uma importância vital na garantia de segurança alimentar para a população e papel central na nossa economia. Trata-se, portanto, de uma área estratégica, na qual devemos avançar em produtividade e em sustentabilidade”, afirma o presidente da FNE, Murilo Pinheiro. Para o dirigente, a questão é fundamental ainda aos profissionais da engenharia que atuam no setor. “São eles os responsáveis pelo sucesso da nossa agricultura, pelas inovações, pelas safras cada vez maiores e também quem pode garantir que tudo isso seja feito de forma segura e preservando o meio ambiente. Assim, esse debate necessariamente deve incluir a valorização desses quadros, que têm muito a contribuir”, ressalta.

A Soea
A 74ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) acontece em Belém, entre 8 e 11 de agosto, com o tema “A responsabilidade da engenharia e da agronomia para o desenvolvimento do País”. O evento será sediado no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia e deve reunir 3 mil profissionais.

Serviço
Mesa-redonda FNE – Agricultura Sustentável

10 de agosto, das 14h às 16h

Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia - Auditório

Confira programação completa

 

Comunicação SEESP
Da Redação FNE

 

 

 

 

No dia 5 de agosto último, o Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP se reuniu para discutir o projeto "Ciclo educativo de sustentabilidade", que é a segunda fase do "Cresce Brasil - Itaim Paulista". Jéssica Trindade Passos, estagiária do núcleo, apresentou um panorama visual da situação de degradação em que se encontra a escola estadual Wilson Rachid, onde ocorrerá o ciclo educativo e os trabalhos que são desenvolvidos por voluntários dentro da escola, com o intuito de levar atividades extracurriculares para os moradores do bairro que sofrem com a falta de ambientes adequados para o lazer. Ela salientou o quanto é importante a ação do núcleo em bairros como esses, que não recebem o investimento necessário para as demandas da comunidade.

A colaboradora do núcleo, a professora Claudia Saleme, da Tecnologia Mottainai e gestora de Sustentabilidade da Brasil Sustentável Editora, falou sobre a importância do projeto para a sociedade. Já o professor Claudio Barboza, da Universidade Nove de Julho (Uninove), deu sugestões de oficinas que deverão ser apresentadas à comunidade no dia do evento.

Na segunda parte da reunião, os integrantes do núcleo foram instruídos a se dividir em grupos para desenvolver três eixos de temas: esporte, cultura e saúde.  E pensar as oficinas que serão realizadas no dia do evento.

 

Comunicação SEESP

 

 

 

 

À mesa-redonda que abriu o seminário “Inovação, segurança alimentar e logística”, no dia 4 de agosto último, no SEESP, o pesquisador Paulo Estevão Cruvinel, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA); e Luiz Antonio Pinazza, consultor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), abordaram o tema “Produção e cadeia de valor”.


Fotos: Beatriz Arruda
Primeira mesa do seminário abordou a cadeia de valor e a produção do campo.
Ao microfone o coordenador do painel e do projeto "Cresce Brasil", Fernando Palmezan.

Iniciando a apresentação, Cruvinel citou o pensador italiano Giordano Bruno, do século XVII, para quem a única certeza que existe é a mudança. “Por isso, precisamos planejar as mudanças que nos levem a uma sociedade mais agregada e com mais qualidade de vida”, ensinou. Esse é o paradigma que ele usa para pensar a agricultura cujo desafio é a “expansão da demanda mundial por alimentos impulsionada pelo crescimento populacional e pela inserção de novos consumidores na economia de mercado”.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, a Organização das Nações Unidas (ONU) indica que, em 2023, poderemos ter uma população mundial em torno de oito bilhões de habitantes, desses, 60% estarão em cidades. Em países em desenvolvimento, esse percentual sobe para 80%. A partir desse cenário, Cruvinel indica que o setor precisa, cada vez mais, trabalhar com dois conceitos básicos inseridos na cadeia de valor – que engloba infraestrutura, gerenciamento de recursos humanos, desenvolvimento de tecnologias e compras e aquisição de insumos: segurança alimentar e do alimento. “Ao mesmo tempo em que temos de fazer com que os alimentos cheguem a todas as pessoas no mundo, precisamos garantir um produto de qualidade e que traga benefícios à vida”, expôs.

Outra questão se apresenta como desafio nesse horizonte, o da assimetria do crescimento populacional. “A maior parte desse aumento é esperado na África Subsaariana e na Ásia. Áreas de baixa renda com níveis relativamente baixos de produtividade agrícola”, explicou Cruvinel (foto à esq.). Associado a isso, prosseguiu ele, tem a questão “das mudanças climáticas e os estresses térmicos e hídricos que tendem a se intensificar nos trópicos e o aumento da pressão para a “descarbonização” das economias”. Ele informou que a International Food Policy Research Institute (IFPRI) – entidade criada em 1975 e com sede nos Estados Unidos –, no estudo “Segurança alimentar em um mundo em crescente processo de escassez de recursos naturais”, de 2014, apresenta um conjunto de 11 tecnologias indicadas para aumento de produtividade. Entre essas estão o plantio direto; o gerenciamento integrado de fertilidade do solo; a agricultura de precisão, ou seja, o fornecimento de insumos agrícolas assistidos por GPS (em inglês global positioning system), além de práticas de gestão de tecnologia simples que visem controlar todos os parâmetros do campo, desde o fornecimento de insumos ao espaçamento de plantas e ao nível da água. Fazem parte desse conjunto, também, a agricultura orgânica; a coleta de água; a irrigação por gotejamento e por aspersão; as variedades com tolerância ao calor e à seca; eficiência do uso de nitrogênio; e proteção de culturas.

Toda sistematização para otimizar a produtividade no campo não pode “perder de vista, em nenhum momento, a dimensão da sustentabilidade”, asseverou Cruvinel. E continuou: “Estamos falando de demandas crescentes por alimentos e de recursos finitos.” Aqui, explicou, entra o Fator Total de Produtividade (TFP) – associação dos resultados alcançados pela agricultura e a utilização dos insumos de entrada, como terra, serviços, fertilizantes, máquina – que aumenta quando os resultados crescem mantendo os mesmos percentuais de insumos utilizados. Segundo dados internacionais, indicados por Cruvinel, a “produtividade global de fatores agrícolas (TFP) deve crescer da taxa atual de 1,40 %, para uma taxa média de pelo menos 1,75 % ao ano, para dobrar a produção agrícola, até 2050”.

Nesse sentido, o pesquisador apontou as regiões em condições de aumentar a produção. O Brasil é o que melhor apresenta área disponível para a agricultura com mais de 400 milhões de hectares (ha) – hoje a agropecuária nacional ocupa pouco mais de 50 milhões de ha. Um quadro que mudou radicalmente, segundo ele, em pouco mais de 40 anos. “Saímos de uma realidade de total insegurança alimentar, com dependência extrema da importação, para uma ascensão mundial que levou em conta políticas públicas, criação de instituições de pesquisa, inovação, competitividade, sustentabilidade e intensificação.” E elogiou: “A nossa agricultura é baseada em ciência, conhecimento e informação.” Algumas das contribuições dessas pesquisas, exemplificou, estão na “fertilidade construída”, transformar solos ácidos e pobres para o cultivo de soja, como é o caso do Cerrado; ou a fixação biológica no nitrogênio.

A sustentabilidade da agricultura brasileira, de acordo com Cruvinel, também está no uso intensivo de matriz energética limpa. “Somos o melhor no mundo na utilização de energias renováveis, com 47,3%; sendo que no restante do mundo esse índice é de apenas 18,6%.”

Agricultura 4.0
O Brasil, assim como outros países, informou Cruvinel, caminha para a “agricultura 4.0”. Traçando uma linha do tempo com as “forças de influência” no meio rural, ele discorreu sobre quatro grandes “marcos”: “Em 1782, e durante 200 anos, tivemos a introdução da produção mecânica movida à água e vapor; em 1913, ganhou-se a mobilidade com a industrialização; em 1954, tivemos a automação eletrônica; e vivemos, a partir de 2015, o momento com a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e a automação inteligente, baseada em sistemas de produção ciber-físicos.” A era das tecnologias da informação está presente no campo brasileiro, hoje, com o uso de drones (veículos aéreos não tripulados) para mapeamento e análise da cobertura vegetal e outras características, banco de dados espacial, sensores, controle e automação avançadas entre outras ações.

Apesar do bom desempenho da agricultura brasileira, o pesquisador da Embrapa disse que o País, assim mesmo precisa ser rápido em ações e políticas públicas que intensifiquem uma maior integração entre governos, universidades e instituições de pesquisas e o setor produtivo. Nesse sentido, ele salientou a necessidade de se pensar em alternativas realmente sustentáveis, como, por exemplo, a “verticalização da agricultura para reduzir o crescimento horizontal por novas áreas de cultivo”. “Está aí um bom desafio para a pesquisa e a engenharia.”

Andar em grupo
Luiz Antonio Pinazza (foto à dir.), consultor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), iniciou sua prelação citando ditado africano que diz que “quando a gente quer acertar a gente anda em grupo”, referindo-se sobre o acerto da FNE de criar o movimento “Engenharia Unida”. Na sequência, falou sobre o merecido reconhecimento, por parte da sociedade brasileira, dos avanços alcançados pela agricultura do País. O que fez mudar e melhorar o conceito de segurança alimentar, passando da mera quantidade – produzir mais arroz, trigo e milho, por exemplo – para a questão nutricional, onde o foco é o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida, “em tudo isso precisamos de muita pesquisa, conhecimento, tecnologia e inovação”. Ele lembrou que produtos como o café e o açúcar, originários de outras regiões do mundo, foram tropicalizados. “O que exigiu muita tecnologia e inovação.”

Ele não tem dúvida de que o País será a segurança alimentar do mundo, “vale dizer que isso significa paz”, observou. “Não é uma questão de ser otimista ou pessimista, mas temos uma projeção espetacular no mundo. O Brasil começa a ter protagonismo no cenário agrícola internacional. De quem depende, nesse sentido, a China e a Índia? Da nossa produção.” Aliado a isso, temos a nosso favor as boas práticas agrícolas, assegurou Pinazza, como a utilização de energia renovável no campo. “O que vale dizer garantir a vida das gerações futuras”, preocupa-se.

Todavia, se o Brasil surpreende o mundo com a produção de cerca de 250 milhões de toneladas de grãos, como observou, por outro lado o País sofre por questões de logística, como de locais para armazenamento da produção e de infraestrutura eficiente e eficaz para o escoamento das safras. Esses são os gargalos, do ponto de vista de Pinazza, que precisam ser resolvidos o quanto antes. “Assim como temos de identificar as nossas oportunidades, e é o que estamos fazendo com muita pesquisa e ciência, precisamos fazer o mesmo com a parte logística”, defendeu.

A atividade teve a coordenação de Fernando Palmezan, do projeto “Cresce Brasil”, que, ao final, observou que o próximo passo é “fazer com que todos os brasileiros tenham acesso aos alimentos” produzidos pelo País.


Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Em mais um evento do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, a FNE realizou, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), o seminário “Inovação, segurança alimentar e logística”, na manhã do dia 4 de agosto último, na capital paulista, na sede do sindicato dos engenheiros (Seesp).


Fotos: Beatriz Arruda
Murilo Pinheiro, na tribuna, destaca importância dos avanços do meio rural à economia do País.

O coordenador do projeto, Fernando Palmezan, à mesa de abertura, salientou a importância da agricultura para a economia do País, dizendo que se deve aproveitar a expertise alcançada no setor para outras atividades econômicas. “O perfil dos nossos eventos tem dado impulso aos grandes debates nacionais, no sentido de avançarmos em diversos processos que signifiquem desenvolvimento e a valorização dos nossos profissionais.”

O consultor sindical João Guilherme Vargas Netto enfatizou que a grande contribuição do “Cresce Brasil” e da FNE e seus sindicatos filiados, a despeito de todos os problemas estruturais e conjunturais atuais do País na economia e na política, “é mostrar que há possibilidade de se conseguir convergências e aproximações por pontos comuns que façam avançar a nossa realidade”. Nesse sentido, Vargas Netto disse que o movimento Engenharia Unida – lançado em 2016 pela federação – cumpre o papel de aglutinar todas as engenharias num campo amplo e democrático com esse foco. “Estamos peneirando as ideias para que fiquem as melhores em nome da sociedade brasileira”, exortou.

A coordenadora de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação do município de São Paulo, Patrícia Panaro, que também participou da mesa de abertura, agradeceu o convite para participar de atividade de suma importância à pasta, já que a capital paulista, informou, é responsável por 2,2 milhões de refeições diárias nas escolas da rede municipal, “somos o maior restaurante do País”.

Agricultura que salva
O secretário estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, fez uma importante explanação do que é a agricultura hoje não só para o estado, mas para a economia nacional. “Sem ela, não conseguiríamos sobreviver numa conjuntura tão adversa de quase quatro anos de recessão econômica e 14 milhões de desempregados.” Jardim observou que a crise seria maior sem o desempenho tão promissor e positivo da agricultura, apresentando números: “A nossa economia diminuiu, em média, nos últimos três anos, 3% ao ano; sem a agricultura, essa queda seria de 10%.”

O secretário citou o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano, que aponta que o Brasil sempre pensou a indústria como grande indutor de ciclos econômicos, por três fatores básicos: poder de grande acúmulo de capital, impactar os outros setores da economia e ter capacidade de inovação. “Sempre pensamos assim, e o Brasil teve períodos virtuosos nesse sentido, especificamente nas décadas de 1940 e 1970, quando tivemos uma dinâmica industrial forte.” Todavia, prosseguiu Jardim e ainda citando o especialista da FGV, “o novo ciclo da economia terá muito mais condições de ser puxado pelo setor agropecuário, porque ele reúne, hoje, o acúmulo de capital, ainda basicamente nacional, e demanda logística, estrutura para as nossas fronteiras agrícolas e de armazenagem e logística de escoamento”. Ele arrematou: “É um momento novo ter o campo protagonista da nossa economia.”

Para acompanhar essa virtuosidade, como aposta o secretário, o Estado de São Paulo se prepara em quatro questões cruciais: a agricultura sustentável, onde se deve conciliar produção e preservação; diversidade fundiária e de cultura, fazer a convivência da agricultura de escala com a familiar ou do pequeno e médio agricultor; a inovação, uma preocupação permanente que tem ensejado a criação de núcleos de inovação; e garantir a alimentação saudável.

Concluindo os trabalhos iniciais, Murilo Pinheiro, como presidente da FNE, mostrou que é possível o País superar todas as dificuldades atuais, optando por unir esforços e discutir seriamente o “Brasil que queremos, deixando de lado as vaidades pessoais”. E prosseguiu: “Temos de aproveitar os anos de dificuldades para refletir e entender como intervir mais positivamente. Precisamos exercitar a nossa cidadania, acompanhando o que acontece e fazendo a melhor política. Discutir um Brasil com conhecimento e crescimento.” E finalizou: “Nesse horizonte está, sem dúvida nenhuma, a agricultura, que hoje nos oferece bons exemplos de desenvolvimento.”

Após a abertura, e ainda na parte da manhã, foi realizada a mesa-redonda “"Produção e cadeia de valor" com Paulo E. Cruvinel, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA); e Luiz Antonio Pinazza, consultor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). No período da tarde, a discussão seria em torno da "Tecnologia na produção de alimentos" com Luís Fernando Ceribelli Madi, diretor técnico de Departamento do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital); e Thiago Guilherme Péra, coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão Agroindustrial de Logística da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), com a coordenação de Orlando Melode Castro, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

 

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Em palestra na sede do SEESP, na Capital, no dia 3 de agosto, a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), Ivani Contini Bramante, não deixou dúvidas quanto à proporção do ataque a direitos contido na atual reforma trabalhista. Aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo governo Temer sob a forma da Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, a norma passa a valer 120 dias após sua publicação. Promove alterações na Consolidação das Leis do Trabalho que – na relação com o capital – desconsideram a hipossuficiência do trabalhador, ou seja, que trata-se da parte mais frágil. Sob essa ótica, ataca direitos históricos duramente conquistados, enfraquece a representação coletiva e restringe o acesso à Justiça do Trabalho.

O pacote de maldades foi demonstrado por Contini, ao traduzir para o público a complexa lei. “Agora não há mais grupo econômico por coordenação para atividade trabalhista. E não há nenhum limite para a terceirização, sendo possível inclusive a subcontratação pela terceirizada. É a teoria da cegueira deliberada”, apontou. Em outras palavras, a reforma trabalhista acaba com a responsabilidade compartilhada entre uma empresa e sua contratante como prestadora de serviços, como ocorria. “É o caso Zara”, exemplificou, referindo-se à rede fabricante de roupas que foi autuada em R$ 5 milhões por descumprir acordo junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT-SP) após constatação de trabalho análogo à escravidão na ponta de sua cadeia produtiva. E se um sócio vende sua parte livra-se da responsabilidade.

Outra das muitas mudanças perversas apresentadas por Contini é que antes o tempo ocioso na empresa, quando o funcionário aguardava por algum serviço em seu local de trabalho, era considerado tempo à disposição. “A nova lei tirou fora isso.” Na esteira disso, foi regulamentado, como informou a desembargadora, o teletrabalho, sem direito a horas extras e com “negociação entre as partes” sobre as responsabilidades pela infraestrutura para atuação a distância. “Há uma transferência do risco do trabalho para o trabalhador”, enfatizou. A reforma também instituiu os chamados trabalho intermitente – sem qualquer limite, em que a pessoa pode ser chamada para uma hora de serviço apenas por dia – e autônomo exclusivo, sem, contudo, qualquer vínculo com a empresa. “É a figura do ‘Ubertrabalho’”, denomina a desembargadora.

O negociado passa a se sobrepor ao legislado. Inclusive, banco de horas, jornada 12x36h – sem direito a feriados, domingos, descansos semanais remunerados e adicional noturno – agora podem ser firmados por “acordo individual” entre o trabalhador e o patrão. O intervalo para almoço pode também ser suprimido e as férias, fracionadas em três vezes, desde que haja um período mínimo de gozo de 14 dias. Aos “altos empregados, que recebem até dois tetos da Previdência (R$ 11.062, 62), acordo individual prevalecerá sobre o coletivo e sobre convenções”. E, como detalhou a especialista, “é possível prorrogar jornada em até duas horas por decisão unilateral do empregador, desde que esse comprove tal necessidade”. Ainda segundo ela, dificuldades adicionais à equiparação salarial, que fica a cargo do patrão, também constam da reforma. A lei também amplia possibilidade de perda de um cargo alcançado, já que permite que o trabalhador seja realocado a posto anterior sem incorporação da gratificação de função, o que “antes era automático”.

Ao acesso à Justiça do Trabalho, como informou Contini, mesmo beneficiário da justiça gratuita terá que pagar honorários advocatícios. E o trabalhador pode inclusive “sair devendo”, se o empregador conseguir reverter a ação a seu favor. Quanto à contribuição sindical, diferentemente do que tem sido veiculado, na concepção da desembargadora, “não foi extinta”. “Não houve alteração no regime jurídico.” 

Ação e engajamento
Para Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a reforma representa profunda mudança no paradigma do trabalho. Na sua ótica, diante do atual cenário, que se soma à desqualificação da política, é mister investir na formação política e cívica dos cidadãos. “É um momento difícil, de crise, mas também de oportunidades para soluções criativas e para aprender com os erros. Temos que ter clareza que conquistar e manter direitos depende apenas de nossa ação e engajamento.”

Na mesma linha – e denunciando o desmanche não só do Direito do Trabalho, mas do Estado –, o consultor sindical e político do SEESP, João Guilherme Vargas Netto, frisou: “Sofremos uma clamorosa derrota. O movimento sindical tem que se cobrir com a Constituição Federal de 1988, reagrupar-se, reorganizar sua capacidade de ação e se enraizar na base. Precisa resistir e estar junto com os trabalhadores.” Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, concluiu: “A sensação é de que precisamos nos unir mais. A responsabilidade é muito maior.” E assegurou: “Não será essa mudança que nos deixará acuados. Vamos dar as mãos, propor, sugerir e ir à luta.”

 

Soraya Misleh
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

O movimento sindical tenta organizar a resistência à reforma trabalhista. A medida, sancionada por Temer, corta direitos, agride a organização sindical e enfraquece a própria Justiça do Trabalho. É uma espécie de AI-5 (Ato Institucional baixado pelo regime militar em 13 de dezembro de 1968) despejado em cima do mundo do trabalho.

Como enfrentar as maldades da reforma? De que modo as categorias devem se posicionar? Vale abrir frente de luta também na Justiça? E como está a unidade sindical após a aprovação pelo Senado e a sanção de Temer? Entidades como os departamentos intersindicais de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Assessoria Parlamentar (Diap) também correm risco?

Essas e outras questões serão debatidas com o consultor João Guilherme Vargas Netto no Repórter Sindical na Web desta quinta-feira (3/08). O programa é ao vivo, das 20h às 21h, na TV Agência Sindical. Transmissão também no Facebook e reprise nas TVs Comunitárias de Guarulhos e Brasília.

Vargas Netto (à esq.) é um dos mais experientes e qualificados consultores sindicais do País.

Externa
A reportagem mostra a posse festiva da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, que ocorreu dia 29 durante a Festa Julina da categoria. O quadro Arquivo Sindical traz matéria sobre o Seminário Nacional de Comunicação das Centrais Sindicais realizado em outubro de 2009.

O Repórter na Web é exibido ao vivo toda quinta, das 20 às 21 horas, na TV Agência Sindical. Aos sábados, é veiculado na TV Guarulhos, Canal 3 da NET; às terças, em Brasília, na TVComDF, Canal 12 da NET.

Participe e assista
Perguntas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou WhatsApp (11) 94270.9363. O programa também pode ser acessado por smartphone ou Smart TV. Mais informações: www.agenciasindical.com.br

 

Da Agência Sindical
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Em atividade nesta quarta-feira (2/08), em seu auditório, na Capital, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, lançou o programa de apadrinhamento empresarial que passa a integrar grade curricular dos estudantes de Engenharia de Inovação. A primeira companhia parceira dessa iniciativa é a Citrosuco, cujas ações e planos de inovação foram apresentados no ensejo aos alunos por Fabio Thomazelli, head de Marketing, Business e Planejamento Estratégico dessa que é uma das maiores produtoras mundiais de suco de laranja.

Saudando o palestrante, Saulo Krichanã Rodrigues, diretor-geral do Isitec, explicou que o programa é resultado da “junção de esforços com empresas que têm atividade concreta e expertise na área de inovação”. Segundo ele, a ideia que motivou a iniciativa é “fazer aqui o que se faz em muitos lugares do mundo”, ou seja, compartilhar pequenos projetos com a sociedade, de onde podem surgir soluções simples.

Thomazelli informou que a Citrosuco, que tem 100% de seu capital nacional e como maiores acionistas os grupos Fisher e Votorantim, produz anualmente mais de 2,5 bilhões de litros de suco de laranja, o que equivale a aproximadamente 20% do total no mundo. A maior parte, como explicou, destina-se à exportação. A questão é: “Como perpetuar o negócio e melhor remunerar a laranja?”. Nesse sentido, ele explanou que a proposta é “fazer melhor e diferente, o que, para a Citrosuco, é inovação”. O que significa, conforme apontou, observar as necessidades do mercado e, assim, desde pensar em como aumentar a produtividade na colheita e melhores condições de trabalho até melhorar transporte e logística e o processo industrial, mediante desenvolvimento tecnológico. Entre os exemplos, ampliar a extração, produzir suco de baixa acidez, transformar a laranja em “papinha infantil” ou oferecer energético com sabor da fruta. Das inovações já em uso, Thomazelli comentou sobre veículo de dimensão que permite sua passagem entre as árvores, com uma cesta acoplada, para a colheita. “Ganha-se em tempo, segurança e consegue se coletar à noite, porque os carros têm holofotes.” Outra ação, desenvolvida em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é para eliminação e controle da praga greening no campo, com a produção de um “inimigo natural, uma vespa” em laboratório.

Coordenador das equipes de inovação e designer do Isitec, Diogo Dutra explicou como vai funcionar esse apadrinhamento, que é parte dos projetos do Centro de Inovação da instituição. “As equipes do quinto e sexto semestre terão o programa em suas disciplinas, com foco na inovação real e entrega de valor. A Citrosuco entrará com recursos necessários. O desafio proposto pela empresa é de um ano de desenvolvimento acompanhado por profissionais do Isitec. Haverá reuniões online, três imersões, com visitas ao campo, à indústria etc., será feita prototipagem pelos alunos e, ao final, entregue solução completa, com caráter inovador/tecnológico.” Mais informações sobre o instituto no site www.isitec.org.br.

 

Soraya Misleh
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Os engenheiros da Prefeitura Municipal de São Paulo, reunidos em assembleia, na tarde desta quarta-feira (2/08), na sede do SEESP, decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta de 0,01% de reajuste salarial e de 10% de majoração do vale-refeição apresentada pelo Executivo. A decisão se deu após ampla discussão dos profissionais sobre a situação da categoria na administração municipal. O presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, falou aos presentes, no início da atividade, destacando a importância da área técnica da prefeitura para garantir uma cidade melhor. “Estamos juntos em mais essa ação e lembramos da luta passada que conquistou importantes resultados. Precisamos repetir essa mobilização e a determinação de buscarmos a nossa valorização profissional”, destacou o dirigente.


Fotos: Rosângela Ribeiro Gil
Murilo Pinheiro, ao centro, destaca importância dos engenheiros da Prefeitura paulistana para a cidade.

Para ele, é fundamental garantir, em todos os níveis de governo, a carreira pública de Estado, matéria em discussão no Congresso Nacional. “Temos hoje, nesse debate, um aliado importante que é a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional”, informou. No bojo dessa discussão, segundo Murilo, está colocado o papel protagonista da engenharia brasileira na retomada do desenvolvimento nacional. Especificamente sobre as negociações com a prefeitura paulistana, a liderança exortou os profissionais a fazerem o bom combate, “já mostramos que unidos fazemos a diferença”.

A categoria aprovou, ainda, uma estratégia de mobilização com reuniões setoriais para esclarecer sobre o andamento das discussões e reafirmar a pauta de reivindicações aprovada e entregue à administração pública do município, em abril último, que prevê a reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos 12 meses, com base no Índice do Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV do Dieese); o reconhecimento da data-base em 1º de maio; a elevação do piso, conforme estabelecido na Lei 4.950-A/1966(inserir link), que regulamenta a remuneração da categoria a valor equivalente a nove salários mínimos por oito horas diárias (R$ 8.433,00).

Outro ponto é o reajuste do auxílio-refeição, que atualmente é de R$ 352,88 mensais, para 30 créditos de R$ 33,00, estendido ao período de férias e licença-gestante, retroativo à data-base. O auxílio-alimentação (R$ 321,67), que deixou de fazer parte dos rendimentos dos engenheiros neste ano, por conta da instituição do piso, que passou a vigorar a partir de janeiro de 2017.

A assembleia também reafirmou a importância de se manter as discussões no âmbito do Sistema de Negociação Permanente (Sinp). Ao final, os presentes fizeram um apelo pela unidade das categorias da área técnica que compõem o mesmo plano de carreira.


A diretoria executiva do sindicato também compareceu à atividade para mostrar unidade e coesão nessa luta.

Plantões de Defesa Civil
No início da assembleia, a mesa dos trabalhos destacou os encaminhamentos realizados pelo SEESP, junto ao Executivo, de questionamento da Portaria 39/2017, que vem suscitando dúvidas e intranquilidade. No documento protocalado foram apontados diversos aspectos no dispositivo, inclusive de ordem jurídica, infraestrutura e organizacional que atingem os engenheiros envolvidos. 

 

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Força-tarefa que uniu Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo e órgãos parceiros investiga esquema de agenciamento de pessoas para trabalho doméstico em residências de alto poder aquisitivo no Brasil. As agências Global Talent e SDI são apontadas como responsáveis pelo aliciamento de trabalhadores em investigação que começou no MPT em 2014 contra a primeira empresa.

Segundo os documentos obtidos em diligência da força-tarefa nos escritórios das empresas, as estrangeiras são aliciadas nas Filipinas, em Chipre, Hong Kong, Dubai, Cingapura e no Nepal com falsas promessas de trabalho doméstico em residências de alto padrão em São Paulo.

As trabalhadoras pagam taxas de mais de U$ 2.500,00 (mais de R$ 7.000,00) à agência para serem trazidas ao Brasil, após serem enganadas por anúncios oferecendo vagas com salário de U$ 700,00 (cerca de R$ 2.200,00) e benefícios como décimo terceiro e bônus de horas extras. Ao chegarem, são conduzidas, sem contrato formal de trabalho ou qualquer garantia de direitos, a famílias dispostas a pagar mais de R$ 10 mil à agência em troca das trabalhadoras.

Nas residências, sofrem maus tratos e são submetidas a jornadas que podem ir das 6h da manhã às 8h da noite, de domingo a domingo. Há relatos de mulheres obrigadas a ficar à disposição dos patrões 24 horas por dia. Segundo documentos obtidos na fiscalização, 180 pessoas foram trazidas ao Brasil através dessas intermediações. Muitas delas não mantêm mais qualquer contato com a agência e vivem no Brasil sem identificação ou documentos regulares de imigração.

A Global Talent (na época chamada Domésticas Internacionais CMIS Brasil) está na mira do MPT desde 2014, após denúncia anônima encaminhada naquele ano pela Secretaria da Justiça de São Paulo (via Disque 100). Segundo a denunciante anônima, quando chegou ao Brasil vinda das Filipinas, teve seus documentos retidos, recebeu valor bem abaixo da remuneração prometida e foi constantemente ameaçada de deportação, caso tentasse denunciar. Naquele mesmo ano, a Global Talent firmou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT comprometendo-se a formalizar ou auxiliar a formalização do contrato de trabalho de estrangeiros cuja mão de obra tivesse intermediado. Além disso, deveria regularizar documentos de trabalhadores contratados antes da entrada no território nacional, com obtenção de concessão de autorização de trabalho fornecida pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIG) e também de visto temporário ou permanente fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores. O acordo foi encaminhado ao Conselho Nacional de Imigração, Ministério do Trabalho e à Polícia Federal.

Em 2017, fiscalização do Ministério do Trabalho, a pedido do MPT, constatou que a Global Talent continuava intermediando mão de obra sem as devidas formalizações, o que reabriu as investigações. No mesmo ano, três filipinas fugiram das residências onde trabalhavam e recorreram à Missão Paz, que fez a denúncia formal ao MPT. Na mesma semana, as trabalhadoras foram ouvidas pessoalmente no MPT-SP, sendo constatadas condições degradantes de trabalho. O Ministério do Trabalho participou da audiência no MPT em que ficou decidido que os órgãos, em conjunto, realizariam diligência nos escritórios dos denunciados.

 

Do Ministério Público do Trabalho
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

A Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (EEL-USP) está lançando, na região do Vale da Paraíba, o "Desafio do Conhecimento". O evento faz parte da programação da Semana de Ciência e Tecnologia, que será realizada no mês de outubro próximo.

A competição é destinada a alunos dos ensinos fundamental II e médio de escolas públicas e particulares. A intenção é estimular a alfabetização científica por meio da curiosidade, aproximando os jovens do universo da ciência. Para se inscrever, o aluno deve criar uma conta de usuário neste site até o dia 6 de agosto.

As atividades propostas visam desenvolver e avaliar a capacidade de compreensão, cooperação, processo decisório e criatividade na resolução de problemas. Para isso, serão apresentados enigmas aos participantes.

Podem participar estudantes das 17 cidades que compõem a região da Diretoria de Ensino de Guaratinguetá: Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Lavrinhas, Lorena, Piquete, Potim, Queluz, Roseira, São José do Barreiro e Silveiras.


Estudantes dos ensinos fundamental II e médio podem participar. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O desafio está dividido em duas fases: a primeira, classificatória, pela internet, e a segunda, eliminatória. Na primeira fase, os alunos terão duas horas para resolver um total de dez enigmas, que estarão disponíveis neste endereço entre os dias 8, 9 e 10 de agosto. Para solucionar os desafios, podem ser usados diversos recursos, como a própria internet, consulta a professores, livros, entre outros. Já a segunda fase é presencial e será realizada nos dias 24 e 25 de outubro. São reservadas 210 vagas, a serem preenchidas de acordo com a nota de corte estabelecida. Nessa etapa, os selecionados serão divididos em equipes e terão que lidar com um desafio mais prático — será entregue um material a partir do qual se deve resolver uma tarefa. Depois, haverá uma prova individual de múltipla escolha.

 

Do Jornal da USP
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

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