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05/11/2011

Eficiência energética e recursos hídricos em pauta

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O uso de aquecedor solar como alternativa ao chuveiro elétrico e a cobrança pelo uso da água foram temas abordados na manhã deste sábado (5), durante o EcoSP.

       O uso de aquecedor solar como alternativa ao chuveiro elétrico e a cobrança pelo uso da água para assegurar recursos à preservação foram os temas abordados na manhã deste sábado (5), no EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo). Claudete Canada abriu a plenária. Doutoranda em recursos hídricos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ela recorreu em sua fala à Declaração de Dublin, de 1992, para explicar de onde surgiu a ideia da cobrança, ainda incipiente no Brasil. O documento a que se referiu, segundo relatou a especialista, foi resultado de uma conferência na capital irlandesa que reuniu mais de 500 pessoas e 100 países. A preocupação central era como atuar perante a escassez de recursos hídricos, “ligada ao desperdício”. Entre as conclusões, a declaração aponta o papel crucial da sociedade para garantir água no futuro e a necessidade de sua conservação e gestão, tendo em vista que a cada 20 anos dobra o volume consumido pela população. Proteção e preservação que, disse Canada, “devem ser promovidas em todos os usos econômicos”. O caminho encontrado para melhorar a eficiência seria a cobrança pela utilização da água - o que está previsto, de acordo com a especialista, nas políticas paulista e nacional de recursos hídricos e vai se expandir no País. O repasse a quem está nas bacias hidrográficas vem “através de projetos para garantir os diversos usos”, completou. A forma de resolver conflitos, na sua ótica, seria instituir tribunais da água, a exemplo do que existe em países europeus.

       Outro tema fundamental quando se fala em preservação ambiental, a eficiência energética foi abordada por Paulo Roberto dos Santos, também doutorando pela Unicamp. Destacando sua importância, já que o consumo atual – em constante ascensão - vai dobrar até 2030, ele explanou sobre o assunto a partir de estudo de caso sobre os “impactos do uso solar para o aquecimento de água em novos conjuntos habitacionais populares no Brasil”. A análise foi feita com base em projeção feita caso as 1 milhão de moradias prometidas pelo governo federal na primeira fase do programa “Minha casa, minha vida” utilizassem aquecedor solar em lugar de chuveiro elétrico. Uma das conclusões é que a redução de picos de consumo seria imensa, “o que faria muita diferença” para o sistema como um todo. “Consigo economia e sucessos ambientais enormes”, complementou.

       O chuveiro elétrico, “uma invenção brasileira”, presente em aproximadamente 73% dos domicílios no País, representa cerca de 25% da conta de energia nas residências. “O investimento inicial e de instalação é baixo, é muito eficiente (para garantir banho quente), mas o consumo é muito elevado”, enfatizou Santos. Como faltam incentivos governamentais ao uso de aquecedores solares e seu custo não é tão vantajoso - além de a eficiência depender da temperatura ambiente -, a utilização híbrida com os chuveiros elétricos seria, na sua concepção, a solução. Asseguraria melhora na eficiência energética e menor impacto ambiental, segundo sua preleção.



foto: Beatriz Arruda
www.fne.org.br




Lido 4168 vezes Última modificação em 05/11/2011
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