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O CNPq anunciou na sexta-feira (10/12) que, no próximo ano, serão concedidas duas mil novas bolsas para mestrado e doutorado. A medida representa um aumento de 10% no número de auxílios nessas modalidades, já que, atualmente, 19.765 estudantes são beneficiados.

        No total, o CNPq concede mais de 93 mil bolsas em várias modalidades, apoiando desde jovens pesquisadores com bolsas de Iniciação Científica até pesquisadores altamente qualificados, com a modalidade Produtividade em Pesquisa.
        As novas bolsas serão concedidas aos cursos em forma de cotas. Vários critérios foram estabelecidos pelo CNPq para a distribuição das cotas, como o conceito do curso junto à Capes, o desenvolvimento de atividades em consonância com as diretrizes do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI), número de alunos sem bolsa e sem vínculo empregatício e localização regional.
        As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão um mínimo de cotas garantidas, como parte de uma política governamental de diminuir as desigualdades regionais em ciência e tecnologia.
        Os alunos interessados devem solicitar as bolsas dessas modalidades diretamente nas coordenações dos cursos em suas instituições, não ao CNPq. A duração da bolsa de mestrado é de até 24 meses e a de doutorado até 48 meses, improrrogáveis.
        Alguns requisitos são exigidos dos candidatos à bolsa, como estar regularmente matriculado no curso de pós-graduação beneficiário de bolsas, dedicar-se integralmente às atividades acadêmicas e de pesquisa, não ser aposentado, e não receber remuneração proveniente de vínculo empregatício ou funcional, concomitante com a bolsa do CNPq, exceto quando exercer atividades relacionadas ao ensino e a pesquisa e desde que devidamente autorizado pela coordenação do curso, com a anuência do orientador.

Mais informações sobre bolsas em:
http://www.cnpq.br/normas/rn_06_017_anexo4.htm

 

(Informações da Assessoria de Comunicação do CNPq)
www.cntu.org.br

 

 

        Brasília - O governo envia na próxima segunda-feira (13) ao Congresso Nacional as sugestões de cortes no Orçamento da União, informou há pouco o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. “São R$ 12 bilhões de cortes de receitas brutas. Arrendondando, porque afeta transferências também, são R$ 8 bilhões de receitas líquidas que vão ser cortadas nas despesas”, disse.
        Segundo o ministro, os técnicos do governo trabalharão durante o fim de semana para elaborar uma planilha sugerindo ao Congresso onde deverão ser feitos os ajustes. Paulo Bernardo disse que, como a estimativa de receita para o ano que vem foi reduzida, o governo está propondo o pontos de corte no Orçamento porque não seria justo deixar o problema para o Congresso resolver.
        “Como nós tiramos R$ 12 bilhões da receita, que significam praticamente R$ 8 bilhões de receita líquida a menos, nós achamos que não seria justo politicamente com o Congresso dizer: 'se virem'. Vamos indicar despesas, sim, a serem cortadas”, afirmou Bernarndo.
        O ministro admitiu que, como o Orçamento está no Congresso, os parlamentares podem acatar ou não as propostas de cortes feitas pela equipe econômica. Ele disse que, ao fazer os cortes, o governo retira os valores da Lei Orçamentária Anual, que não poderão ser repostos posteriormente. “Não tem como falar que vai liberar se não constar da lei. Nós vamos reduzir as dotações”.
        O Orçamento terá que ser cortado porque a estimativa de arrecadação para o próximo ano caiu de R$ 532 bilhões para R$ 520 bilhões, depois que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal refizeram as contas.

 

Yara Aquino, Daniel Lima, Pedro Peduzzi e Vinicius Doria, Agência Brasil
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       Os investimentos no mercado global de energia limpa - solar, eólica e biomassa - podem chegar a US$ 2,3 trilhões até 2020, segundo levantamento da Pew Charitable Trusts, instituição sem fins lucrativos com sede na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
       De acordo com o relatório, os investimentos podem crescer US$ 546 bilhões, além do US$ 1,7 trilhão previsto para o período, caso os países membros do G20 avancem em suas políticas ambientais. Em 2009, o mercado de energia limpa atingiu US$ 162 bilhões, após crescer 230% desde 2005.
       O relatório leva em conta projeções feitas com três cenários possíveis. No primeiro deles, os países do G20 não mudariam suas políticas ambientais. No segundo cenário, as nações adotariam as medidas necessárias para alcançar as metas voluntárias divulgadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (COP-15), no ano passado. No terceiro cenário, o mais otimista, os países criariam políticas para ações de grande capacidade de redução dos gases causadores do efeito estufa.
       Em todos os cenários, porém, a estimativa indica que a maioria dos investimentos seguirá para a Ásia, que substituiu a Europa na liderança desse mercado. Até 2020, China, Índia, Japão e Coreia do Sul contabilizarão aproximadamente 40% dos investimentos mundiais em projetos de energia limpa.
       Segundo as projeções, a China irá se manter na liderança no setor, atraindo sozinha investimentos na casa dos US$ 620 bilhões ao longo da década, fruto de iniciativas para expandir a matriz energética nacional e atender as demandas domésticas crescentes.
       A Europa, que havia liderado o setor até agora graças a políticas de mitigação incentivadas pelo Protocolo de Kyoto, ainda pode crescer 20% além das previsões iniciais, caso adote políticas ambientais mais profundas.
       O Brasil, no cenário mais otimista, pode dobrar a capacidade de atração de investimentos de US$ 4 bilhões para US$ 8 bilhões anuais até 2020. O relatório lembra que o país já tem uma matriz energética limpa, além de ostentar o posto de segundo maior mercado de biocombustíveis.
       Por outro lado, o relatório afirma que o Brasil "poderia ter mais sucesso" se o governo baixasse os impostos para projetos de infraestrutura e energias renováveis. Além disso, recomenda que o governo reduza os juros para que o crédito a projetos ambientais seja mais acessível por meio de outras instituições além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

(Agência Estado, 9/12)
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A próxima edição centraliza da do Fórum Social Mundial acontecerá entre 6 e 11 de fevereiro no Senegal. Atividades devem ser inscritas em um dos 12 eixos temáticos

         As organizações tem até o dia 15 para inscrever atividades e participar da próxima edição centralizada do Fórum Social Mundial, que acontece entre 6 e 11 de fevereiro, em Dacar (Senegal), no campus da Universidade Cheikh Anta Diop. As inscrições individuais continuarão abertas. A programação geral do evento está organizada da seguinte maneira:

1º dia (6/02/2011): Marcha de Abertura
2º dia (7/02/2011): Dia da África e da Diáspora
3º dia (8/02/2011): Atividades autogestionadas
4º dia (9/02/2011): Atividades autogestionadas
5º dia (10/02/2011): Assembleias de Convergência
6º dia (11/02/2011): Assembleias de Convergência /Assembleias das Assembleias

        A orientação da organização do FSM é que a partir da leitura dos 12 eixos temáticos as organizações façam suas inscrições escolhendo o mais apropriado às suas atividades. Há duas modalidades de inscrição: individual e organização. Esta possibilita, posteriormente, demais participações como Assembleias de Convergência, Atividades Expandidas, estandes. Assim como nas demais edições centralizadas, somente as organizações podem inscrever atividades. Caso vá participar como indivíduo, preencha o formulário de inscrição individual mesmo.
         As organizações que tiverem dificuldades de acesso à Internet, ou se você souber de organizações que necessitam de registro e enfrentam o mesmo problema, recomendamos que entre em contato com a Secretaria da Comissão Organizadora, em Dacar:

+221 33 825 13 81
+221 77 436 88 01
+221 76 281 26 21

Ou por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Para inscrever-se
       
Há duas modalidades para inscrição: individual e organização. Para as taxas clique aqui. As organizações podem enviar até 5 delegados e inscrever até 3 atividades mediante o pagamento da taxa de inscrição. O prazo para efetuar o pagamento é dia 25 de dezembro. Após esta data não será mais possível inscrever atividades autogestionadas, mas alterações de conteúdos das mesmas (dados da organização, das atividades e dos participantes) serão permitidas pelo sistema. Para esta operação, porém, também haverá prazo limite, também no dia 25 de dezembro. A opção de pagamento estará habilitada em breve.
Clique aqui para acessar o sistema de inscrição.
Valores inscrições, clique aqui.

Passo a passo
       
Caso tenha alguma dificuldade para preencher os formulários ou saber mais detalhes sobre o processo de inscrição, clique aqui e acesse o passo a passo.

Eixos
       
Se você tem dúvidas do eixo mais apropriado para inserir sua atividade, clique aqui para relê-los.

Atividades Expandidas
       
As atividades “Dacar Expandida” podem ser preparadas, a distância, por você e/ou sua organização com o intuito de participar do FSM 2011 mesmo não estando em Dacar, fazendo uma interlocução com assuntos relacionados aos 12 eixos da edição. Caso haja interesse, escreva para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. com as seguintes informações: Local, data, horário, organização proponente, pessoa contato, tema, formato da atividade.
Mais informações: http://openfsm.net/projects/fsm-extendido-lu/project-home

Tradutores comunitários
       
Uma rede de tradutores voluntários contribuirá para a organização de Dacar 2011 e será responsável pela tradução simultânea a diferentes línguas. Está sendo constituída uma equipe de voluntários locais de línguas africanas que receberão uma formação dias antes do evento. Um outro grupo de voluntários técnicos, que atuará junto a estes, irá providenciar tal assistência para os equipamentos de tradução que serão instalados permanentemente em algumas salas. Será necessário que você indique a necessidade de tradução no formulário de inscrição de atividades e que está ciente dos diferentes custos da tradução. Abaixo, o chamado que a subcomissão de tradução do Comitê Organizador fez para as pessoas que tenham domínio em Inglês, Francês, Espanhol, Português, Árabe e línguas da África Ocidental.
Chamado: Uma introdução à tradução simultânea de 20h (do começo de Janeiro a Fevereiro) 
Línguas: Inglês, Francês, Espanhol, Português, Árabe e línguas da África Ocidental.
Requisitos: excelente conhecimento de línguas. Este é um curso de técnicas que irão garantir a comunicação de uma língua para outra durante o Fórum. Um laptop ajudará nos exercícios oferecidos em DVD.

        Devido a restrições orçamentais, serão selecionados somente voluntários da África e da Europa. O Comitê Organizador do Fórum Social Mundial vai arcar com passagens aéreas e hospedagem. Haverá uma diária de 15.000 CFA / dia (22 €) para cobrir alimentação e transporte em Dacar e o alojamento será, provavelmente, em apartamentos compartilhados. Mais detalhes sobre logística em breve. Se você estiver interessado em participar, acesse: http://goo.gl/KV1me e preencha o formulário.
Encaminhe dúvidas: Judith Hitchman - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. /Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Voluntários
       
O Comitê Organizador do FSM2011 faz um chamado especial para pessoas que desejam ser voluntárias no evento. Além do Senegal, serão selecionadas pessoas de países vizinhos (Gâmbia, Guiné, Guiné-Conacri, Mali, Mauritânia), mas também são esperados grupos que venham da Europa, América, Ásia etc. Os interessados serão chamados prioritariamente se tiverem fluência em francês e/ou inglês. Para aqueles que não residem em Dacar, o Comitê não poderá arcar com despesas de passagem e hospedagem.

Clique aqui para baixar o formulário de inscrição para voluntários.

Mais informações: volontariat / volunteers: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Acomodação
       
A Comissão de Logística do Comitê Organizador preparou uma lista dos hotéis e outros tipos de hospedagens (apartamentos mobiliados, pousadas e casas de família).
Hotel: tarifas para grupos estão disponíveis em alguns hotéis, com os quais você pode fazer sua reserva diretamente acessando a lista aqui. Para aqueles que preferirem, uma equipe local pode facilitar as reservas não só para hotéis, mas apartamento, casa etc. Serviço de facilitação de hospedagem em Dacar - Facilitation dakarguestservices: http://www.dakarguestmultiservices.com/Reservation.html
Casas de família: A Comissão também está negociando tarifas para grupos e identificando famílias que desejem receber participantes. Para este fim, um formulário para hospedagem em casas de família foi feito para cadastrar essas famílias (Family Form for Homestay: http://fsm2011.org/br/acomodacao . Para mais detalhes: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e telefone + 221 / 33 825 13 81.

Estandes
        
As organizações ainda podem fazer pedidos de estandes de exposição. Para isso, clique na aba “Estandes” no menu superior durante o ato de inscrição (no sistema). Atentem-se às taxas adicionais! Tipos de estandes: http://fsm2011.org/br/estandes 

Assembleias de Convergência
       
As orientações para as inscrições de Assembleias de Convergência estarão disponíveis em breve.

Inscrição de comunicadores
         É necessário baixar um formulário, preenchê-lo e enviar até 15 de dezembro para: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Por enquanto, apenas em Francês. Outros idiomas em breve. Acesse: http://fsm2011.org/fr/centre-de-presse

Secretaria : Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. /Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Inscrições: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Atvidades expandidas: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Voluntários: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Logística: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Webmaster: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Para os demais, acesse o site oficial do FSM 2011: http://fsm2011.org/

 

 

 

Ministro Guido Mantega volta atrás sobre redução de recursos para obras mas diz em nota que programa poderá andar mais lentamente

 

        O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou atrás e negou cortes no Orçamento para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no próximo ano. Em nota divulgada hoje (7), o ministro afirmou que novos projetos começarão mais lentamente, mas que isso não indica redução de verbas.
        “Em relação ao PAC, o ministro disse que a prioridade é terminar os que já estão em andamento, que levam um ano ou dois para terminar. Quanto aos novos projetos do PAC, previstos para 2011, o ministro afirmou que começarão mais lentamente. É mais uma questão de ritmo”, diz o comunicado.
        De acordo com a nota, Mantega afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem razão ao dizer que os cortes no Orçamento ocorrerão no custeio. Segundo o texto, esses cortes permitirão o aumento dos investimentos em infraestrutura.
        Em evento ontem (6) no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda afirmou que empreendimentos novos do PAC seriam postergados e não começariam no próximo ano. Na ocasião, Mantega disse que as obras em andamento não sofreriam redução de verbas, apenas os projetos ainda não iniciados.

 

(Wellton Máximo, Agência Brasil)
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"Ninguém tem dúvidas de que as energias renováveis vão dominar no futuro. É um processo muito demorado, mas irreversível", afirma o economista e engenheiro Edmilson Moutinho dos Santos, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.

       Na atual disputa por uma economia de baixo carbono, o Brasil poderia estar no topo do pódio e permanecer nele por muito tempo devido ao seu vasto potencial de energias renováveis. Mas, segundo especialistas, o país vem desperdiçando oportunidades de explorar fontes de energia limpa - o grande motor para o desenvolvimento em tempos de mudanças climáticas.
       "Ninguém tem dúvidas de que as energias renováveis vão dominar no futuro. É um processo muito demorado, mas irreversível", afirma o economista e engenheiro Edmilson Moutinho dos Santos, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.
       "Mas o Brasil, mesmo com todo seu potencial, pode ficar para trás se não investir mais nessa área de energia verde", alerta o coordenador do Greenpeace, Ricardo Baitelo.
       China, Estados Unidos e alguns países europeus estão aplicando bilhões de dólares para expandir suas energias verdes, especialmente eólica, solar e de biomassa (produzida a partir de lixo orgânico e sobras agrícolas, como o bagaço da cana). Na Europa, por exemplo, do total de novos mecanismos de geração de energia instalados no ano passado, 60% foram para renováveis.
       Um estudo do Pew Environment Group com países do G-20 mostrou que enquanto o investimento da China nessa área foi de US$ 34,6 bilhões em 2009, o do Brasil foi de US$ 7,4 bilhões.
       A culpa dessa "lentidão" do governo pode estar justamente na situação confortável do Brasil, com imenso seu potencial hidrelétrico, que faz com que 47% das fontes de energia do país sejam limpas. No entanto, para os especialistas, esse índice não pode ser visto como um motivo para se acomodar.
       "Até há alguns anos, o país ainda tinha um grande potencial hidrelétrico a ser explorado. E o governo alegava que a Europa só investia em fontes renováveis por não ter esse potencial", diz Baitelo. "Hoje, ele já percebeu as dificuldades ligadas a hidrelétricas e as vantagens de energias como a eólica."
       Para a professora de gestão ambiental da USP, Neli Aparecida de Mello, o problema não está nas hidrelétricas em si, mas na aposta que sempre se fez nas obras grandiosas, como Itaipu e Balbina, e também na sua localização.
       "Não é uma questão de banir o modelo, mas sim de mudá-lo. Em primeiro lugar, deveríamos construir hidrelétricas menores, mais locais", diz. "Também é preciso levar em conta que atualmente os novos projetos estão na Amazônia, como Belomonte. Além do impacto ambiental, temos de ver o grande problema de logística para controlar essas longas linhas de transmissão que trazem a energia para o Sudeste."
       Outro desafio passa pelas emissões vindas do setor energético. A meta do governo é permitir que esse tipo de emissão - que hoje representa 16,5% do total - dobre em dez anos. Segundo Baitelo, o governo usa a desculpa de que, como as emissões desse tipo são baixas, não há problemas em aumentá-las. "É um absurdo que se permita duplicar esse valor num país como o Brasil, com tantas alternativas energéticas", diz.
       Os especialistas também apontaram para outro motivo para esse certo atraso do Brasil em investir nas fontes verdes: o pré-sal. "No início do governo Lula, o etanol era prioridade. Com o pré-sal, houve um deslumbramento e ele acabou sumindo um pouco do discurso", afirma Baitelo, lembrando que o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão chegou a dizer que queria ver carros de passeio a diesel.
       Santos destaca ainda que essa empolgação pré-sal acabou tirando o foco de uma questão essencial: o destino do gás gerado pela exploração desse petróleo. As projeções para essas emissões são tão altas que poderiam substituir as geradas pelo desmatamento, se esse fosse erradicado.
       "Para quem está pensando em sustentabilidade, é um absurdo não aproveitar bem esse gás", diz o engenheiro, acrescentando que, aliado a outras fontes, o gás poderia ajudar no abastecimento de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
       Outro contrasenso indicado por Santos é não se incentivar ônibus movidos à gás - e sim a diesel e etanol. "Para suprir frotas grandes como a de São Paulo seria preciso plantar muito mais cana, tirando espaço de outro tipo de lavouras."
       Segundo os especialistas, esses erros e políticas mal articuladas tiveram seu ápice há cerca de cinco anos. "O governo acabou sujando sua matriz energética ao incentivar as térmicas a óleo, que são baratas de se construir", lembra Baitelo.
       Mas essa tendência vem se revertendo, ainda que em um ritmo muito mais lento do que o esperado. "Governo viu que o foco estava errado e passou a investir um pouco mais em outras energias, como a eólica", diz o coordenador do Greenpeace.
       A participação da eólica na matriz elétrica nacional cresceu 5% em 2009. Mesmo assim, essa fonte corresponde a apenas 0,2% do total de energia gerada, enquanto tem potencial para gerar até três vezes mais do que o Brasil necessita.
       Para mudar esse cenário, falta mais incentivo do governo: "O BNDES, por exemplo, fica financiando apenas as grandes obras, como estádios para a Copa e Belomonte", afirma Santos.
       Os especialistas também criticam o baixo investimento sem ciência e pesquisa, que acabam ficando mais concentrado em áreas ligadas ao petróleo e a biocombustíveis. "O discurso oficial sempre pendeu mais para 'vamos esperar o preço cair' do que para criar legislação que incentive essas energias renováveis", diz Baitelo.
       Ele cita o fato de não haver produção nacional de painéis solares. "Se houvesse mais incentivos a esse tipo de negócio, poderíamos exportar essa tecnologia, como fazemos com o etanol."
       Tarifas especiais para quem poupa energia também são raras no Brasil. Em países europeus e asiáticos, essa iniciativa é corrente e vai além: o consumidor que usa energia solar pode vender de volta para o Estado o excedente, criando um ciclo virtuoso.
       "Incentivos e garantias ao consumidor é uma questão chave para se melhorar nossa maneira de usar energia", afirma a professora da USP, fazendo uma comparação com os carros a álcool. "Demorou um tempo para se embarcar nesse mercado. Mas se a política for mantida aos poucos, o consumidor vai vendo que é algo viável, vantajoso e passa a comprar equipamentos que economizam energia, painéis solares."

 

(BBC, G1, JC-Online)
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       A partir de 2030, a mudança climática causará indiretamente cerca de um milhão de mortes por ano, trazendo, também, prejuízos anuais de US$ 157 bilhões, segundo informe divulgado em Cancún, México.
       A miséria se concentrará em mais de 50 dos países mais pobres do planeta, mas os Estados Unidos vão pagar o maior preço econômico, diz o estudo.
       "Em menos de 20 anos, quase todos os países do mundo perceberão sua alta vulnerabilidade ante o impacto do clima, à medida que o planeta se aqueça", advertiu o relatório apresentado na conferência da ONU sobre o clima celebrada em Cancún, leste do México.
       O estudo, compilado por uma organização humanitária de países vulneráveis a mudanças climáticas, avaliou a forma como 184 nações serão afetadas em quatro áreas: saúde, desastres climáticos, perda do hábitat humano devido à desertificação e à elevação do nível do mar, além do estresse econômico.
       Os que enfrentam "aguda" exposição são 54 países pobres ou muito pobres, incluindo a Índia. São os que sofrerão desproporcionadamente em relação a outros, porque são os últimos culpados pela emissão de gases de efeito estufa que provocam as mudanças, diz o informe.
       "Se não houver ações corretivas", diz uma nota à imprensa, que acompanha o estudo, o mundo "se dirigirá a uma triste situação".
       Mais da metade dos US$ 157 bilhões em perdas - em termos da economia atual - terá lugar nas potências industrializadas, encabeçadas por EUA, Japão e Alemanha. Mas em termos de custo para o PBI, a proporção será muito menor nestas nações.
       O documento foi divulgado por DARA, uma ONG com sede em Madri, e o fórum climático vulnerável, uma coalizão de ilhas-nação e outros países mais expostos à mudança climática.
       As delegações de mais de 190 nações estão reunidas em Cancún desde 29 de novembro e até 10 de dezembro com o objetivo de reavivar a negociação internacional sobre a luta contra a mudança climática.

 

(France Presse, G1, JC-Online)
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        O atraso nas negociações diplomáticas na primeira semana criou uma barreira para o sucesso da COP-16, a conferência do clima de Cancún, no México. Os ministros do Ambiente que se encarregarão de fechar o "pacote" de decisões da COP já chegaram à cidade, mas não puderam examinar um texto com uma proposta de resultado produzido pelo LCA, o grupo de se encarrega das ações de longo prazo contra a mudança climática.
        A proposta recebeu tantas críticas na plenária do sábado que os ministros resolveram ter apenas conversas informais durante o domingo (5/12).
        A negociação de verdade deve começar somente amanhã. O problema é que o resultado final precisa ser decidido na sexta-feira.
        "As negociações não começaram ainda, e isso está me preocupando", disse o negociador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo.
        O principal nó do processo é a chamada "forma legal" do futuro acordo do clima. Até agora, nenhuma menção a um tratado legalmente vinculante -ou seja, que possa valer como lei doméstica nos países- foi feita. Pior ainda, as nações ricas têm deixado na geladeira a continuidade do Protocolo de Kyoto.
        Para os países em desenvolvimento, é crucial que Kyoto ganhe um segundo período de compromisso, no qual as metas dos países ricos sejam ampliadas.
        As nações que estão em Kyoto, por outro lado, querem pular fora do protocolo. O Japão já afirmou que em hipótese alguma se associaria com uma segunda fase.
        "Alguns países desenvolvidos mantêm posições tradicionais contra o Protocolo de Kyoto e nós temos dito que não vemos resultado equilibrado em Cancún se isso não se resolver", disse à Folha a negociadora venezuelana Claudia Salerno.
        Salerno protagonizou o racha final na cúpula de Copenhague, ao transmitir a posição dos países da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) de que não aceitariam o Acordo de Copenhague, o documento final produzido pela conferência.
        "O problema é que não ouvimos até agora dos países desenvolvidos o que eles estão dispostos a cumprir. Não recebemos nenhum sinal de flexibilidade sobre Kyoto."
        O texto do LCA, embora não vá ser usado em negociações formais, servirá para informar os ministros sobre o progresso nas negociações.
        ONGs consideraram que o texto traz alguns avanços. Na chamada "visão compartilhada", ou seja, o conjunto de linhas gerais para o combate ao aquecimento global no futuro, ele concorda em manter o aquecimento "abaixo de 2ºC" no fim do século.
        Não há, porém, menção ao chamado "buraco das gigatoneladas", ou seja, ao fato de que as metas de corte de emissões propostas até agora pelos países são insuficientes para cumprir os 2ºC.
        Outro tema sobre o qual se vislumbra acordo em Cancún é o chamado MRV, ou como verificar as ações de redução de emissões dos países em desenvolvimento.
        Uma proposta indiana prevê que todas as nações fora do Protocolo de Kyoto -inclusive os EUA- tenham um tipo de análise internacional da eficácia de suas ações domésticas.
        Porém, a frequência dessas análises deverá variar. Apenas os países que respondam por mais de 1% das emissões globais serão objeto de escrutínio frequente.
        Isso diferencia grandes emissores emergentes (como Brasil, China, Índia e México) dos países mais pobres, e atenua o temor destes de as análises se transformem em barreira comercial.
        "A reação tem sido positiva, dos EUA inclusive. Da China, comme ci, comme ça", disse o ministro do Meio Ambiente indiano, Jairam Ramesh, que chegou neste sábado a Cancún (e estranhou a ausência de Lula e Dilma Rousseff no encontro).

 

(Cláudio Ângelo, Folha de S. Paulo)
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        A economia brasileira pode passar por um processo de desindustrialização, caso o governo acelere a licitação das áreas de exploração de petróleo da camada pré-sal. Isso ocorreria porque a cadeia produtiva do setor petrolífero já está funcionando no nível máximo de sua capacidade e, dessa forma, não teria como atender à demanda por equipamentos e serviços.
        O alerta é do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Segundo ele, com a aprovação do regime de partilha da produção, surgem duas forças contraditórias quanto à velocidade de licitação dos novos campos do pré-sal. Uma é pela licitação rápida das áreas para que o petróleo se transforme em riqueza e financie o Fundo Social. A outra é o fato de a indústria nacional ainda não estar preparada para atender à demanda.
       "Se você acelera muito isso [as licitações], impossibilita que a indústria nacional se habilite para ser fornecedora. Então, aumenta o risco da "doença holandesa"", diz Gabrielli nesta entrevista ao Valor. As importações aumentariam fortemente e, combinadas com a apreciação da moeda nacional, reduziriam drasticamente a competitividade da indústria nacional.
       Apenas a Petrobras e seus fornecedores investirão nos próximos quatro anos algo entre US$ 624 bilhões e US$ 824 bilhões. "De janeiro a setembro, a Petrobras investiu, aproximadamente, R$ 2.370 por segundo", conta Gabrielli, acrescentando que a estatal responde hoje, sozinha, por 10% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) do país.
       Embora não confirme, Gabrielli continuará presidindo a Petrobras após o fim do governo Lula, em 31 de dezembro. Ele, que está no cargo desde julho de 2005, revelou que, "se isso acontecer", promoverá mudanças na governança da empresa, que passará a contar com mais uma diretoria - a 7ª , batizada de "corporativa". "Se eu fosse despachar com cada uma das pessoas que obrigatoriamente têm que passar por mim, eu precisaria de 60 horas por dia", diz ele.

Valor: O sr. não teme que o forte desenvolvimento do setor petrolífero, a partir da Petrobras, faça o país sofrer a "doença holandesa"?
José Sérgio Gabrielli: Com a aprovação do novo marco regulatório, o governo vai ter que definir a velocidade de colocação das novas áreas. Hoje, só 42% da camada pré-sal foi concedida. A velocidade de licitação das novas áreas vai ter duas forças contraditórias.

Valor: Quais?
Gabrielli: De um lado, a necessidade de acelerar a produção para monetizar a riqueza, gerando recursos para o Fundo Social. Para esse objetivo, quanto mais rápido, melhor. Por outro lado, isso está sendo feito num momento da economia brasileira em que a indústria do petróleo já está a todo o vapor. Se você acelera muito isso, impossibilita que a indústria nacional se habilite para ser fornecedora. Então, aumenta o risco da "doença holandesa". Logo, é preciso modular o crescimento, levando em conta que tem que acelerar mais para gerar recursos para o fundo social, mas ao mesmo tempo não pode ser muito rápido porque, se o for, chegaremos a uma situação em que a indústria nacional não conseguirá atender às necessidades. E, aí, teremos um problema de desindustrialização e de incapacidade para a indústria brasileira competir. Essa vai ser a tensão mais interessante quanto à liberação das novas áreas do pré-sal.

Valor: A capitalização foi suficiente para levantar os recursos necessários aos investimentos da Petrobras nos próximos quatro anos?
Gabrielli: A capitalização foi feita para aumentar a estrutura de capital. Estávamos com uma taxa de alavancagem [razão entre capital de terceiros e capital próprio] de 35%. Depois da capitalização, caiu para 18%.

Valor: Qual a vantagem disso?
Gabrielli: Abriu espaço para aumentarmos a dívida. A nossa meta auto-referenciada, mas que tem uma relação com a avaliação das agências de rating, é manter uma relação entre capital de terceiros e capital próprio em torno de 30%, 35%. Como estamos em 18%, temos espaço para nos endividar. O programa de investimento até 2014 prevê aplicação de US$ 224 bilhões. Além disso, temos dívida vencendo até lá de US$ 38 bilhões. Isso significa que temos que gerar US$ 262 bilhões para pagar a dívida vincenda e os investimentos.

Valor: De onde sairá o dinheiro?
Gabrielli: Se o preço do barril de petróleo ficar mais ou menos em torno de US$ 80, com a nossa atividade operacional geramos US$ 155 bilhões depois dos dividendos, que representam em torno de 29% do lucro anual. Dos US$ 107 bilhões que ficam faltando, levantamos na capitalização US$ 27 bilhões. Tínhamos no início do ano US$ 11 bilhões em caixa, então, a conta cai para US$ 69 bilhões. Desse montante, US$ 38 bilhões é dívida a ser rolada. Então, US$ 31 bilhões é o que precisamos captar em quatro anos. Isso é absolutamente normal para a Petrobras.

Valor: Como esses recursos serão captados?
Gabrielli: Um terço deve ser dívida bancária, outro 1/3 vai vir de agências de promoção de exportação e bancos de desenvolvimento e um 1/3 do mercado de capitais.

Valor: Esse grau de alavancagem é compatível com o dos concorrentes da Petrobras lá fora?
Gabrielli: A indústria de petróleo em geral é pouco alavancada porque tem uma geração de caixa grande. As IOCs (sigla em inglês de companhias internacionais de petróleo) são empresas com poucos projetos, porque não têm muito acesso a reservas. Por causa disso, a alavancagem é baixa, em torno de 10% a 15%.

Valor: O que distingue a Petrobras?
Gabrielli: Primeiro, ela tem o maior programa de investimento do mundo. Ninguém tem neste momento um plano de US$ 224 bilhões para os próximos quatro anos. De janeiro a setembro, a Petrobras investiu, aproximadamente, R$ 2.370 por segundo. Esse volume leva, evidentemente, a uma situação de superalavancagem, quando comparada à de outras empresas de petróleo. Comparando com companhias de outros setores, somos pouco alavancados.

Valor: Em que medida?
Gabrielli: A alavancagem média das empresas está em torno de 40%, 45%.

Valor: A previsão de barril a US$ 80 não é otimista, uma vez que as economias avançadas estão fracas ou em crise, como a Europa?
Gabrielli: O que vai segurar o preço nesse patamar não é a demanda. Suponhamos que a demanda mundial nos próximos anos seja flat, a mesma de hoje - 85 milhões de barris por dia. O mundo vai precisar, daqui até 2020, de algo entre 45 e 65 milhões de barris por dia de produção nova, só para substituir o declínio da produção atual. Portanto, não é para crescer a demanda, mas para substituir o que vai desaparecer. O preço do petróleo não vai ficar fixo em US$ 80, vai ter uma grande volatilidade. Esperamos uma faixa de variação entre US$ 65 e US$ 85.

Valor: O investimento do campo de Tupi se paga com que valor de barril?
Gabrielli: Tupi tem um breakeven, ou seja, um preço que paga todos os custos operacionais, de extração e de capital, abaixo de US$ 45.

Valor: Quais são as possíveis restrições ao sucesso desse plano?
Gabrielli: O que pode vir a existir é uma limitação da capacidade do sistema produtivo de entregar o que precisamos.

Valor: Onde estão os possíveis gargalos?
Gabrielli: Não digo gargalos, mas há áreas críticas, estrangulamentos. Uma delas é a de sondas. Uma sonda leva de três a quatro meses para perfurar poços a mais de 2 mil metros de profundidade da lâmina d"água. Uma FSPCO (sigla em inglês de plataforma de produção de petróleo) usa de 15 a 20 poços. Portanto, com uma sonda você leva quatro anos para montar um sistema de produção. É um elemento crítico e o Brasil não fabrica.

Valor: Há outras carências?
Gabrielli: Sim. Os sistemas submersos, tubulações que ligam o fundo do mar à superfície, por exemplo. Hoje, temos a capacidade mundial praticamente contratada e vamos precisar de mais. Empresas inglesas e francesas estão vindo para o Brasil porque aqui é onde está a demanda. Precisamos avançar na área de grandes turbo-compressores, que são geradores flutuantes de eletricidade. É uma área que precisa crescer para atender à nossa demanda. Estamos falando de uma quantidade gigantesca de equipamentos.

Valor: De quanto aproximadamente?
Gabrielli: Cada sistema de produção produz entre 100 e 180 mil barris por dia. Então, se vamos produzir 4,5 milhões de barris por dia em 2020, precisamos ter 40, 41 sistemas desse. Cada sistema custa algo em torno de US$ 3 bilhões. Para funcionar, cada um precisa, em média, de cinco barcos de apoio. Estamos falando, portanto, de 200 barcos de apoio de todo tipo (rebocadores, chata, "anchor handling", navio-bombeiro etc.). Para produzir 4 milhões de barris, vamos precisar de muitos petroleiros para transportar tudo isso. Se pensarmos em termos de Suezmax [petroleiro com capacidade de carga de 1,1 milhão de barris], vamos precisar diariamente em torno de 20 a 30 navios.

Valor: Há alguma estimativa sobre o investimento necessário por parte dos fornecedores da Petrobras?
Gabrielli: O BNDES estima que, para cada dólar investido pela Petrobras, será investido algo entre US$ 1,6 e US$ 2. Além dos US$ 224 bilhões da Petrobras, terá que ser investido, portanto, um volume entre US$ 400 bilhões e US$ 600 bilhões.

Valor: Já falta mão de obra especializada em diversos setores da economia. Esse é um problema para a Petrobras?
Gabrielli: É para a cadeia de fornecedores. A Petrobras tem 77 mil empregados; 51% têm menos de nove anos de empresa; 48% têm mais de 20, e 1%, entre nove e 20. Vamos contratar mais 14 mil pessoas. Não acreditamos que tenhamos problema para fazer isso. No último concurso, para a Petrobras Biocombustível, oferecemos 90 vagas e tivemos 36 mil candidatos. O problema existe para nossos fornecedores.

Valor: Por quê?
Gabrielli: Porque as empresas precisam de soldadores, engenheiros mecânicos, eletricistas especializados, operadores de guindaste, operadores de trator de duto, engenheiro detalhista de 3D e CAD [software para desenho de projetos], engenheiro especializado em tubulação e em corrosão, geógrafo etc. Mapeamos 720 ocupações em que há dificuldades.

Valor: Como resolver esse problema?
Gabrielli: Temos, junto com o governo federal, o Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo (Prominp), que vai treinar 270 mil pessoas. Já treinamos 70 mil.

Valor: Os estrangulamentos não são preocupantes, à medida que o Brasil tem uma estrutura de capital cara e uma carga tributária que inibem o investimento?
Gabrielli: Temos preocupação, mas estamos atuando em várias áreas. A primeira característica do enfrentamento desses problemas é dar um horizonte de planejamento ao fornecedor.

Valor: Como se faz isso?
Gabrielli: Com transparência. Os nossos projetos de investimento são detalhados. A nossa demanda está identificada em 3.200 componentes, atualizada trimestre a trimestre, até 2014. Quando entra um novo projeto, a demanda é atualizada. Por exemplo: o fornecedor de parafuso sextavado [com seis faces] sabe que vamos precisar de 25 mil unidades para o terceiro trimestre de 2010. Além disso, identificamos e segmentamos o tipo de fornecedor. Temos pelo menos três grandes famílias de fornecedores.

Valor: Quais?
Gabrielli: A primeira é a que já é competitiva por escala, tecnologia, gestão etc. e que, portanto, não precisa de nenhum incentivo. Nesse caso, nosso objetivo é atuar mais nas deficiências sistêmicas. Viabilizar, por exemplo, acesso a capital com taxas de juros menores, ajudar na questão regulatória para minimizar custos, tirar dos projetos alguns riscos desnecessários...

Valor: Por exemplo?
Gabrielli: Risco ambiental. Só fazemos contrato depois de obtida a licença ambiental. A segunda família de fornecedores é aquela que dificilmente vai ter escala e condições competitivas no horizonte de que estamos falando. Não há o que fazer. A terceira, talvez a maior, é aquela que, com alguma ajuda, aumenta a competitividade. Esta é a que teremos que dar maior atenção.

Valor: De que indústria o sr. está falando?
Gabrielli: Da indústria naval, por exemplo. A gente sabe que a indústria brasileira não tem condições de começar ofertando ao mesmo preço dos competidores internacionais, mas ela tem que convergir ao longo do tempo.

Valor: O que a Petrobras está fazendo para ajudar essa indústria?
Gabrielli: Primeiro, oferecemos pacotes grandes, com sete sondas, dez navios, 3 mil alternadores etc. Com isso, aumentamos a escala e dizemos o seguinte ao fabricante: "O primeiro equipamento vai custar mais, tudo bem, mas o décimo tem que custar o mesmo preço do internacional." Em segundo lugar, estamos padronizando e simplificando os projetos. À medida que fazemos isso, ajudamos o fornecedor, porque ele não tem que fazer nada especial. Além disso, temos hoje 670 termos de cooperação assinados para identificar qual é o estrangulamento daquele fornecedor específico. Uma vez identificado o problema, adotamos um programa para remediar a deficiência. Por fim, estamos investindo no aumento da capacidade da comunidade científica e tecnológica brasileira. Montamos 50 redes temáticas no país, envolvendo 70 universidades e centros de pesquisa e estamos construindo capacidade de infraestrutura nessas áreas para pesquisa empírica - laboratórios, bibliotecas, redes de comunicação etc.

Valor: Há alguma iniciativa na área financeira?
Gabrielli: Sim. Trabalhamos na montagem de FIDC [fundos de investimento de direito creditório] para viabilizar a utilização de recebíveis dos fornecedores e de fundos de participação que entram no equity dos fornecedores. Estamos lançando também o programa Progredir, com cinco bancos brasileiros, em que o fornecedor do primeiro elo de relação com a Petrobras pode repassar para os seus fornecedores parte do contrato. Com isso, amplia-se para os fornecedores dos fornecedores, e assim por diante, a garantia de Petrobras.

Valor: Investidores se queixam que a Petrobras é uma empresa muito grande para ter apenas seis diretorias.
Gabrielli: Já fizemos mudanças estruturais. A primeira não foi muito percebida, mas foi a transformação das unidades de negócios em unidades operacionais. A mudança não foi semântica, mas de concepção. Além disso, criamos os gerentes executivos de empreendimentos para cuidar dos projetos.

Valor: As mudanças param aí?
Gabrielli: Não. Uma outra mudança é no nível da presidência. Se eu fosse despachar com cada uma das pessoas que obrigatoriamente têm que passar por mim, eu precisaria de 60 horas por dia. Tenho sete gerentes executivos e seis diretores ligados a mim, fora as subsidiárias da Petrobras e os assessores diretos. Para mudar isso, vamos montar uma diretoria administrativa e corporativa, que vai cuidar essencialmente do que se chama, numa empresa normal, de área administrativa, ou seja, de serviços gerais, jurídico, recursos humanos. A presidência vai se voltar mais para novos negócios, a estratégia, o desempenho.

 

(fonte: Valor Online)
www.fne.org.br

 

 

 

       O ato de posse da presidenta eleita Dilma Rousseff, no dia 1º de janeiro, deve começar às 14h30 no plenário Ulysses Guimarães do Congresso Nacional. Às 14h, Dilma sairá da Catedral de Brasília, em carro aberto, em direção ao Legislativo. As informações são do Ministério das Relações Exteriores, que participa da organização do evento.
       A posse à tarde permitirá a presença de governadores eleitos, que tomarão posse em seus estados pela manhã. Cerca de 1.700 convidados devem comparecer à cerimônia no Congresso Nacional, onde Dilma e o vice Michel Temer farão, individualmente, perante a Nação, o juramento de “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
Além dos parlamentares, a solenidade reunirá autoridades do Judiciário, ministros de Estado, representantes estrangeiros e parentes da presidenta e do vice-presidente.
       Após ser empossada, ainda no Congresso, Dilma fará o primeiro discurso como presidenta da República. Às 16h30, seguirá até o Palácio do Planalto, onde será recebida na rampa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passará a faixa presidencial à sucessora. No Planalto, Dilma receberá os cumprimentos dos chefes de Estado e de autoridades presentes. Às 17h, Lula e Dilma devem falar ao público do parlatório do palácio, em frente à Praça dos Três Poderes. Depois, dará posse aos seus ministros.
       À noite, a partir das 18h30, Dilma oferecerá um coquetel no Palácio do Itamaraty para autoridades e missões estrangeiras enviadas especialmente para a posse.

 

(Fonte: Blog Dilma )
www.cntu.org.br

 

 

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