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O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, Lino Barañao, assinaram, na segunda-feira (22/02), acordos bilaterais que reforçam a parceria estratégica entre os dois países. Durante visita a Buenos Aires, Pansera colocou à disposição da comunidade científica argentina dois importantes projetos brasileiros: o supercomputador Santos Dumont e o acelerador Sirius, fonte de luz síncrotron de quarta geração.


Foto: Ascom/MCTI
MCTI 2 
Ministros Celso Pansera e Lino Barañao assinam acordos em nanotecnologia e astropartículas, em Buenos Aires
 

"Sabemos bem a importância estratégica que a Argentina tem para o Brasil em termos políticos e científicos", disse Pansera. "A visita de uma delegação brasileira é um salto quântico para o estreitamento de relações entre os dois países", acrescentou Barañao.

O ministro Celso Pansera também destacou a importância de uma parceria em torno do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que, segundo ele, dará ao Brasil autonomia na produção de fármacos até 2022. "É uma estratégia de governo", disse.

Além da assinatura de acordos nas áreas de nanotecnologia e astropartículas, os dois ministros discutiram a cooperação nas pesquisas da dengue e do zika vírus. Pansera lembrou que a presidenta Dilma Rousseff deve anunciar investimentos para pesquisas e desenvolvimento de vacinas. "O zika vírus é uma novidade que o Brasil está encarando de frente. Temos que olhar e enfrentar esse problema", afirmou.

Saída da crise
Celso Pansera também celebrou o novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, sancionado em janeiro pela presidenta Dilma. Segundo ele, o marco destrava as relações entre as universidades e o setor produtivo. "Nos próximos anos, o marco terá um significado muito grande para produção científica brasileira e, particularmente, para a geração de riqueza e o bem-estar social a partir de novos conhecimentos", disse.

Para Pansera, os investimentos em CT&I devem ser vistos como uma saída para a crise. "Estamos discutindo com a sociedade e com o governo para que esse seja o momento da ciência, da tecnologia e da inovação. Que a crise nos ensine isso de forma consistente para sair dela. E para sair bem."

Junto com o novo marco, segundo Pansera, um empréstimo em negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai ajudar a "oxigenar" as pesquisas científicas no Brasil. "O dinheiro deverá chegar ao sistema em 2016, o que nos dará oxigênio para nossas pesquisas", disse o ministro.

 

Fonte: MCTI

 

 

 

 

 

 

O programa gerador da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2015 será liberado, nesta quinta-feira (25/02), no site da Receita Federal. A Instrução Normativa que aprovou o programa este ano foi publicada no Diário Oficial da União.

Para enviar a declaração, o contribuinte deverá usar o Receitanet, que poderá também ser baixado do site, onde estarão disponíveis as configurações mínimas dos computadores que executarão o programa.

Embora possa instalar os programas no computador, o contribuinte só conseguirá enviar a declaração no dia 1º de março. As pessoas que enviarem as informações nos primeiros dias do prazo terão a chance de receber a restituição, caso tenha direito, nos primeiros lotes, que devem ser liberados a partir de 15 de junho. Têm prioridade, ainda, contribuintes com mais de 60 anos e quem tem alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave. O prazo termina no dia 29 de abril.

comprovante de rendimento para o trabalhador preencher a declaração terá que ser entregue pela fonte pagadora, pessoas físicas e jurídicas, até o dia 29 de fevereiro.

Quem deve declarar
Estão obrigadas a entregar a declaração este ano, as pessoas físicas que ganharam, em 2015, R$ 28.123,91 em rendimentos tributáveis. Isso equivale a R$ 2.343,66 por mês, excluindo o décimo terceiro salário, que tem tributação própria.

Devem declarar, ainda, o Imposto de Renda Pessoa Física quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, acima de R$ 40 mil em 2015; quem obteve, em qualquer mês do ano passado, ganho de capital na venda de bens ou fez operações no mercado de ações; quem tem patrimônio individual acima de R$ 300 mil e proprietários rurais que obtiveram receita bruta acima de R$ 140.619,55.

O contribuinte pessoa física que não entregar a declaração no prazo pagará multa de 1% do imposto devido por mês de atraso ou de R$ 165,74, prevalecendo o maior valor. A multa máxima equivale a 20%, caso o contribuinte atrase a entrega por 20 meses.

O supervisor do Imposto de Renda, Joaquim Adir, estima que 28,5 milhões de contribuintes deverão enviar à Receita Federal a declaração . O número representa crescimento de 2,1% em relação ao ano passado.

 

Fonte: Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) avalia a utilização do software i-Tree, uma ferramenta inovadora que quantifica o valor econômico que a vegetação do Parque do Ibirapuera pode devolver à cidade de São Paulo. O trabalho do administrador de empresas Fernando Antonio Tolffo propõe a valoração das áreas verdes livres e dos parques urbanos como recurso que integre estratégias para o desenvolvimento da qualidade ambiental das cidades. O estudo também destacou a importância e efetividade das florestas urbanas e áreas verdes na redução os impactos causados pela urbanização acelerada.

O i-Tree é um software desenvolvido pelo USDA Forest Service, nos Estados Unidos, e uma equipe de colaboradores institucionais, sendo revisado periodicamente. “Ele proporciona o dimensionamento e a valoração de vários serviços ecossistêmicos, ou, para alguns, ambientais, proporcionados pela vegetação arbóreo-arbustiva presente nas cidades”, afirma o Tolffo. “São utilizadas uma grande série de dados atmosféricos e fitossociológicos, que foram obtidos em diversas instituições de pesquisa, adaptados e transferidos para processamento pela equipe do i-Tree nos Estados Unidos”.

De acordo com Tolffo, as árvores urbanas exercem as mesmas “funções” de suas congêneres no campo. “Agrupadas ou isoladas, elas favorecem a redução do escoamento das águas pluviais, melhoram a qualidade do ar pela filtragem e absorção dos poluentes atmosféricos considerados no estudo, sequestram CO2, favorecem a economia de energia e as propriedades próximas a áreas verdes são normalmente mais valorizadas, além de questões vinculadas à melhoria do microclima, como as ilhas de calor”, aponta.

“São esses os serviços ecossistêmicos, aspectos que podem ser conhecidos e valorados a partir da aplicação do i-Tree, tanto em pequenas áreas verdes livres como para o total da vegetação remanescente em uma metrópole”.

Serviços ecossistêmicos
A pesquisa utilizou o Parque Ibirapuera como um microcosmo para, utilizando o ITree, fazer o levantamento dos serviços ecossistêmicos proporcionados por uma área verde inserida no meio urbano. “O estudo demonstra que as 14.334 árvores do Ibirapuera consideradas na análise retinham em 2011, por exemplo, 8.740 toneladas (t) de carbono e mantém absorção anual de 76,3 t”, aponta o administrador. “Além do carbono, conseguimos verificar a quantidade de monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), óxido nítrico (NO2), material particulado (PM10 e PM 2,5) e dióxido de enxofre (SO2) removida pelo conjunto das árvores do Ibirapuera”.

O pesquisador aponta que os valores obtidos na pesquisa são extremamente conservadores, “haja vista algumas limitações com que fomos confrontados e ter sido analisada apenas a população arbórea, neste primeiro estudo”. O trabalho adotou valores monetários fornecidos pelos Estados Unidos, devido ao desconhecimento da existência de mercado equivalente no Brasil. “Por exemplo, chegou-se a R$ 11.080,37 o valor de remoção do O3 durante um ano. Em compensação, a remoção do CO foi valorada em R$ 133,44/ano. Evidentemente, as cotações poderão futuramente serem nacionalizadas”, ressalta Tolffo.

“É uma experiência que revelou-se satisfatória quanto aos seus objetivos e passível de ser replicada às cidades brasileiras independentemente do porte, podendo ser utilizada como uma ferramenta em políticas públicas voltadas à sustentabilidade urbana”, assinalda o administrador, “bem como na nem tão utópica eventualidade dos serviços ecossistêmicos e o patrimônio natural passarem a integrar as metodologias de medição dos índices de desenvolvimento humano e social e do Produto Interno Bruto (PIB) das nações”.

Tolffo destaca que a floresta urbana pode desempenhar importante papel coadjuvante em um cenário de efeitos severos decorrentes das alterações do clima, influenciando na qualidade de vida e aspectos da saúde ambiental. “Por isso é importante o conhecimento de suas dinâmicas de interação com a população humana nas cidades visando o seu manejo e preservação na gestão do espaço urbano”.

A dissertação de mestrado O pagamento por serviços ecossistêmicos como instrumento de gestão ambiental para o espaço urbano, apresentada por Tolffo, sob orientação dos professores Leandro Luiz Giatti, da FSP, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, foi apresentada no Departamento de Saúde Ambiental da FSP/USP.

 

 

Fonte: Agência USP de Notícias

 

 

 

 

 

 

 

 

Viomundo - Por 33 votos a 31, o Senado votou, na noite desta terça-feira (23/02), para manter o regime de urgência na tramitação do Projeto de Lei (PL) de autoria do senador José Serra (PSDB/SP) que permite às petrolíferas estrangeiras explorar o pré-sal sem fazer parceria com a Petrobras. Portanto, o Plenário do Senado deve retomar nesta quarta-feira (24), em sessão marcada para às 14h, a discussão do projeto que revoga a participação obrigatória da Petrobras na exploração do petróleo da camada do pré-sal (PLS 131/2015). 

Dezesseis senadores estavam ausentes, dentre eles os petistas Walter Pinheiro e Jorge Viana e Lídice da Mata, do PSB, que poderiam ter ajudado a reverter o resultado. Eram os três votos que faltaram. Marta Suplicy, agora no PMDB, votou com Renan, Serra e Aécio.

O governo Dilma assistiu ao desastre à distância.

Milhares de brasileiros, enquanto isso, debatiam no twitter o destino dos integrantes do BBB.

Uma coisa, como notamos, está umbilicalmente ligada à outra.

Só um país idiotizado aceita a entrega de seu patrimônio a preço de banana. É uma decisão que dilapida a soberania nacional ao tirar poder da Petrobras.

O argumento de Serra é de que a estatal brasileira não dispõe de fundos para tocar a exploração do petróleo no ritmo em que deveria fazê-lo.

Portanto, segundo o tucano, é preciso acabar com a exigência de que a Petrobras tenha participação de ao menos 30% na exploração de cada uma das áreas do pré-sal.

Em discurso recente no Senado, o senador Roberto Requião (PMDB-Paraná) elencou seis motivos para sua oposição ao projeto de Serra.

Primeiro: Este é o pior momento para se vender uma grande reserva de petróleo extraído a baixo custo.

Segundo: Sem o Pré-Sal a Petrobras entraria em falência
.

Terceiro: A Petrobras é fundamental para a segurança estratégica do Brasil.

Quarto: O desemprego avança no país. A Petrobras e suas operações no pré-sal são de extrema importância para a retomada do desenvolvimento e para combater o desemprego.

Quinto: A Petrobras e o Brasil devem reservar-se o direito de propriedade, exploração e de conteúdo nacional sobre o pré-sal, porque foram conquistas exclusivamente brasileiras após décadas de pesado esforço tecnológico, político e humano.

Sexto: O projeto Serra, que já era inconveniente e anti-nacional, com os baixos preços do petróleo passou a ser lesivo, um crime contra a pátria.

Requião, no discurso, estranhou a pressa para aprovar o projeto de Serra num momento em que alguns países praticam dumping de petróleo, numa guerra geopolítica. Fez a seguinte comparação: é como vender a própria casa a preço baixo com a garantia de que nossa mãe será mantida no cargo de cozinheira.

O senador paranaense também observou que o projeto de Serra está sendo tocado às pressas, sem passar por comissões, enquanto lobistas frequentam os gabinetes em nome de multinacionais como a Shell e a British Petroleum.

Repete-se, aqui, de forma atenuada, o caso da mineradora Vale, vendida a preço de banana por FHC: o ritmo de exploração do minério de ferro passou a ser ditado exclusivamente pela conveniência dos compradores e do "mercado".

O PL patrocinado pelo tucano Serra – e apoiado por Renan Calheiros, do PMDB – é visto como o primeiro passo para a entrega completa do pré-sal.

Em seguida viriam a volta do regime de concessão, aquele em que a petrolífera paga um valor adiantado ao Tesouro e fica com 100% dos lucros do petróleo extraído. É um regime que beneficia extraordinariamente as empresas estrangeiras, já que o risco de não encontrar petróleo nos campos do pré-sal é zero!

O governo Dilma já está patrocinando o desmantelamento da Petrobras, com a venda parcial ou total de vários negócios da empresa.

Não há dúvida de que a privatização da Petrobras, que Fernando Henrique Cardoso não conseguiu conduzir em seu governo, está no horizonte.

O senador Roberto Requião, no twitter, observou: "Teria o Brasil perdido a maioria no plenário do Senado para as multinacionais do petróleo? Ainda espero que não."

Por sua vez, a Carta Maior escreveu, na mesma rede social: "Não é sugestivo destes tempos que o responsável pela funcionária-fantasma não tenha sido arguido pela mídia e lidere a entrega do pré-sal?".

É uma referência ao fato de que José Serra emprega em seu gabinete a irmã da ex-amante de FHC, Mirian Dutra – "Meg" Dutra Schmidt bate o ponto no Senado mas não trabalha; segundo Serra, está envolvida em um "projeto secreto".

Com o resultado de ontem, a votação do PLS 131 segue em regime de urgência.

Como notou Paulo Henrique Amorim, a ação pública de Dilma em defesa dos direitos da Petrobras resumiu-se a publicar uma nota no Facebook.

 

 

Fonte: Rede Brasil Atual
Foto da home: Marcos Oliveira/Agência Senado 

 

 

 

 

 

 

 

No início de janeiro, a renomada revista norte-americana Science, que publica as descobertas e os avanços científicos mais importantes ao redor do mundo, divulgou pesquisa realizada por Miguel Petrere Júnior, professor visitante da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que atua no Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Uso de Recursos Renováveis (PPGPUR) do Campus Sorocaba.

O estudo desenvolvido em parceria com cientistas dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Camboja aponta que as três bacias hidrográficas mais ricas em biodiversidade no planeta estão ameaçadas por um mesmo perigo: a construção de usinas hidrelétricas. A pesquisa identificou nas bacias do Rio Mekong (Ásia), do Rio Congo (África) e do Rio Amazonas (América do Sul) uma perda significativa da biodiversidade da ictiofauna (conjunto das espécies de peixes de determinada região), decorrente da construção de grandes represas.

De acordo com Petrere Júnior, “um terço das espécies de peixes que habitam os rios dessas bacias poderão ser biologicamente extintas ao não se adaptarem aos novos habitats criados pela construção dos reservatórios”. Além disso, “a usina de Belo Monte - que está sendo erguida em Altamira, no Pará - pode estabelecer um recorde mundial de perda de biodiversidade, porque há um número excepcional de espécies que só vive ali”, afirma o pesquisador da instituição de ensino.

Atualmente, já se estima que 25% das espécies de peixes de água doce do mundo foram extintas como resultado da poluição, do desmatamento ciliar, da canalização e da construção de diques, açudes e grandes reservatórios, com consequências negativas para o equilíbrio ambiental e alterando o modo de vida de populações tradicionais que têm que ser realocadas com alto custo social e econômico. E esse cenário tende a se agravar, tendo em vista que ao menos 450 barragens ainda devem ser construídas nas usinas das três bacias estudadas.

Para o professor visitante da universidade, apesar da energia elétrica de origem hídrica ser considerada “limpa” e sustentável, os meios para gerá-la, com a construção das usinas hidrelétricas e seus grandes reservatórios, trazem – como revelou a pesquisa - incontestáveis perigos para o ecossistema. “É claro que o desenvolvimento econômico e o conforto que ele traz dependem de energia elétrica abundante, mas as políticas públicas adotadas para sua geração precisam ser revistas e discutidas pela sociedade”, pondera Petrere Júnior.

Nessa direção, de acordo com o grupo de cientistas autores do estudo, faltam protocolos para orientar a construção de hidrelétricas em regiões tropicais ricas em biodiversidade. Para o grupo, as instituições que financiam a construção de hidroelétricas devem exigir estudos científicos que mostrem o impacto da obra na biodiversidade e nas mudanças climáticas.

Destaque internacional
Segundo Petrere Júnior, essa pesquisa “é um feliz e oportuno resultado de uma colaboração conjunta de especialistas de três continentes” e a publicação pela revista Science “é uma grande conquista institucional e pessoal, pois de cada 100 artigos a ela submetidos, menos de três são aceitos”. Muitos ganhadores do Prêmio Nobel tiveram artigos publicados pela Science, “o que coloca a UFSCar, por meio do Campus Sorocaba, do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS) e do PPGPUR em honrosa companhia”, finaliza o professor.

 

 

Fonte: Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

 

 

 

 

 

 

Cinquenta e cinco por cento das brasileiras com 16 anos ou mais são economicamente ativas e acumulam tarefas por causa das demandas profissionais e do cuidado com a família e o domicílio. Já 30% das mulheres são consideradas economicamente inativas, estando nesse segmento as donas de casa, apesar da sua rotina de afazeres domésticos que chega a 34 horas de trabalho semanais.

Estudo de doutorado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) realizado no município de Campinas apontou que, mesmo trabalhando fora e acumulando atividades profissionais e domésticas, ainda assim as trabalhadoras remuneradas apresentaram melhor saúde mental e bem-estar do que as donas de casa.

A investigação mostrou que ser dona de casa está associada a uma maior prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) e a uma pior qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). “A ausência de trabalho remunerado associou-se aos piores indicadores de saúde mental”, concluiu Caroline Senicato, autora da pesquisa.

Entre as mulheres de alto nível socioeconômico (com melhor escolaridade e maior renda familiar per capita), ter um trabalho remunerado ou ser dona de casa não afetou a qualidade de vida. As que tinham nível socioeconômico intermediário e baixo, entre as quais as donas de casa, apresentaram pior qualidade de vida relacionada à saúde, sobretudo quanto a aspectos ligados à saúde mental.

Essa pesquisa foi feita no Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS), que fica no Departamento de Saúde Coletiva da FCM, o qual monitora as condições de saúde da população e analisa dados de mortalidade para o município.

História
O crescimento das mulheres no mercado de trabalho e a escassez de dados brasileiros sobre as condições de saúde das donas de casa aguçaram o interesse de Caroline. Cerca de 90% delas têm uma jornada de trabalho de 34 horas semanais, muito próxima da jornada das trabalhadoras remuneradas, mas sem receber nada.

Há 50 anos, os efeitos do trabalho na saúde da mulher eram pouco estudados. As pesquisas se voltavam ao trabalho masculino na indústria. Também a visão da saúde das mulheres em geral se atinha aos aspectos reprodutivos. Quando muito se avançava na saúde ocupacional nos aspectos dos efeitos nocivos do trabalho sobre a reprodução e o concepto.

Entre 1970 e 1980, vieram os primeiros estudos internacionais sobre o efeito do trabalho remunerado na saúde da mulher, que atingiram o auge nas décadas de 1980 e de 1990. Mas não permitiam generalizações diante da especificidade da realidade cultural e da condição feminina de cada país.

As diferenças de gênero, por exemplo, interferem no modo de encarar o emprego feminino e as atividades da dona de casa. Em alguns países, o trabalho feminino fora de casa é pouco aceito e, em outros, é apoiado. Daí o valor de estudos nacionais e locais para ampliar o conhecimento sobre as diferenças na situação de saúde das mulheres, segundo inserção ou não no mercado de trabalho, e gerar subsídios à elaboração e implementação de políticas públicas.

As principais estratégias do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres do triênio 2013-2015 incluem a eliminação das desigualdades de gênero e sociais no trabalho, além de buscar propiciar uma saúde integral das mulheres centrada nos direitos sexuais e reprodutivos, e o enfrentamento de todas as formas de violência. Buscam-se a igualdade entre homens e mulheres no trabalho, e a autonomia econômica feminina.

Instrumentos
Os dados do Inquérito de Saúde de Campinas (ISACamp), coordenado pela professora da FCM Marilisa Berti de Azevedo Barros, orientadora da tese, permitiram descrever o perfil de saúde e explorar os comportamentos e a qualidade de vida relacionada à saúde de trabalhadoras remuneradas e donas de casa. Foram utilizados dados de 2008 e 2009.

Três mil entrevistas domiciliares foram feitas com adolescentes (10 a 19 anos), adultos (20 a 59 anos) e idosos (mais de 60 anos). A tese ficou focada em 668 mulheres com 18 a 64 anos que compunham os segmentos de trabalhadoras remuneradas e de donas de casa. As desempregadas, aposentadas e estudantes não foram incluídas no presente estudo.

Resultados
A autora observou dois segmentos de mulheres socialmente distintos. As donas de casa eram mais velhas, tinham menor escolaridade, mais filhos, a maioria tinha companheiro e menor renda familiar per capita em relação às trabalhadoras remuneradas.

Caroline dividiu o estudo em três objetivos. No primeiro, analisou a associação de uma série de doenças crônicas (hipertensão, diabetes, doenças do coração, entre outras), problemas de saúde (dor de cabeça e nas costas, alergia, problema emocional, tontura), presença de TMC, relato de acidentes, violência e avaliação que a mulher fazia da própria saúde com a situação da mulher de ser trabalhadora remunerada ou ser dona de casa.

Ao examinar os comportamentos, a autora avaliou a frequência do consumo e o uso abusivo de álcool, tabagismo, dieta alimentar, atividade física no lazer e nas atividades domésticas, e duração diária do sono. 

As donas de casa mostraram maiores prevalências de problemas emocionais referidos e de TMC, mas não houve diferenças entre trabalhadoras remuneradas e donas de casa em relação às condições de saúde física, exceto menor prevalência de asma, bronquite e enfisema nas donas de casa. Também não foram verificadas diferenças nos comportamentos relacionados à saúde.

Para atender ao segundo objetivo, a pesquisadora avaliou o bem-estar de trabalhadoras remuneradas e de donas de casa por meio do instrumento SF-36, que avalia QVRS, mensurando o impacto das condições de saúde/doença sobre a funcionalidade do organismo, o bem-estar físico e mental, e o desempenho em atividades sociais. 

Nesse instrumento, o componente físico compreendeu as escalas de capacidade funcional, aspectos físicos e dor, e o componente mental compreendeu as escalas de aspectos sociais, emocionais e saúde mental. As escalas de vitalidade e de saúde geral fizeram parte dos dois componentes. 

Conforme a pesquisadora, ser dona de casa associou-se com a pior QVRS sobretudo nos aspectos mentais, mas esta associação é modificada pelo nível socioeconômico. Nos segmentos de intermediário e baixo nível socioeconômico, as donas de casa apresentaram pior QVRS do que as trabalhadoras remuneradas, mas não houve diferenças no alto estrato socioeconômico. 

“É plausível que, nos segmentos com piores condições socioeconômicas, as donas de casa tenham poucas perspectivas de desenvolvimento e satisfação pessoal, e isso se reflita desfavoravelmente na saúde e bem-estar dessas mulheres”, esclareceu a doutoranda. 

Já no terceiro objetivo, a autora aprofundou sua análise sobre os fatores associados à saúde mental feminina. O instrumento SRQ-20, da Organização Mundial da Saúde, faz o rastreamento de casos suspeitos de TMC em países em desenvolvimento. Caracterizam-se como TMC sintomas depressivos, estado de ansiedade, irritabilidade, insônia, fadiga, dificuldade de memória e concentração e queixas somáticas. 

Caroline verificou que os TMC, além de serem mais prevalentes nas donas de casa, também foram mais frequentes nas mulheres sem companheiro, com muitos filhos, com comportamentos alimentares inadequados, que dormem pouco, com doenças crônicas e que sofreram algum tipo de violência.

Políticas
O trabalho de Caroline converge para quatro eixos centrais que podem contribuir para um melhor nível de saúde das mulheres e podem ser trabalhados pelas políticas públicas: ações que favoreçam o aumento da inserção feminina no mercado de trabalho; acesso à escolarização; valorização do trabalho doméstico; e atenção à saúde mental feminina.

Ela ressalta o valor das políticas sociais no acesso à educação e à inserção da mulher no mercado de trabalho. “Para diminuir as desigualdades em saúde, deve-se investir em educação e criar meios que permitam que as mulheres trabalhem, como a implantação de creches para as crianças, mas sem desvalorizar o trabalho doméstico.”

O tempo gasto com os afazeres domésticos pelas donas de casa é próximo à jornada de trabalho remunerado, mas suas conquistas em termos previdenciários são incipientes e recentes. Elas precisam ter um tempo mínimo de contribuição para se aposentar e ter direito ao auxílio-doença, por exemplo, e muitas desconhecem até este direito”, enfatizou Caroline.

A autora do estudo acentua que, dentro das ações de saúde, o papel da equipe de saúde na detecção e abordagem de quadros de comprometimento da saúde mental das donas de casa é importantíssimo, por isso é necessário capacitação e apoio às equipes, já que elas são a porta de entrada dessas mulheres no sistema de saúde.

 

 

 

Fonte: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

 

 

 

 

 

 

 

Didático e repleto de ilustrações do cartunista Carlos Latuff e texto de Vito Giannotti e Claudia Santiago, a cartilha "Origem socialista do Dia da Mulher", organizada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), questiona a versão de que o 8 de março teria começado a partir de uma greve ocorrida em 1857 em Nova Iorque, quando teriam morrido 129 operárias queimadas vivas. A obra lembra que, ao contrário do que foi intensamente divulgado, o Dia Internacional da Mulher tem uma origem socialista, que remonta ao início do século 20. Inclusive o 8 de março foi fixado a partir de uma greve iniciada no dia 23 de fevereiro (calendário russo) de 1917, na Rússia. Uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de Petrogrado foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa. Como escreveu Alexandra Kollontai, membro do Comitê Central do Partido Operário Social Democrata Russo, “nesse dia as mulheres russas levantaram a tocha da revolução”.


A Livraria Antonio Gramsci fica na Rua Alcindo Guanabara, 17. Cinelândia - RJ. Mais informações pelo telefone (21) 2220-4623 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


Mulher NPC

 

Fonte: NPC

 

 

 

 

 

O Departamento de Engenharia de Transportes (PTR) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) coordena uma pesquisa que estuda a combinação de diversos tipos de materiais para encontrar as melhores soluções em pavimentação em concreto continuamente armado, com aplicações em áreas de tráfego de veículos pesados, como rodovias, aeroportos e corredores de ônibus. Estão sendo estudados dois tipos diferentes de aço, quatro tipos de concreto e dois tipos de cimento em uma pista-teste — um trecho de 200 metros foi pavimentado no último dia 26 de janeiro, na Cidade Universitária (zona oeste de São Paulo).

A pesquisa é coordenada pelo chefe do departamento e do Laboratório de Mecânica de Pavimentos (LMP), José Tadeu Balbo, e dela participam as empresas Votorantim Siderurgia, Votorantim Cimentos, Engemix, Engenharia de Pisos, Construtora OAS, Serveng Mineração, Construtora Norberto Odebrecht e Grace, além da Prefeitura do Campus da Capital. Foram investidos cerca de R$ 500 mil, e todo o financiamento vem da iniciativa privada. Foram dois anos e meio de conversas para construir a parceria.

Enquanto a pavimentação asfáltica dura cerca de dez anos, uma feita em concreto convencional pode durar 20 anos e uma em concreto continuamente armado, como o que está em teste na USP, pode chegar a 40 anos. “O Brasil é um país essencialmente rodoviário e carente de soluções de alta durabilidade. Precisamos de pavimentos mais robustos em grandes rodovias e que demandem pouca manutenção”, aponta o professor Balbo.

A pista-teste fica paralela à raia da USP, perto da Portaria 2, um trecho no qual circulam carros e ônibus coletivos. Uma de suas inovações é o fato de ser um longo trecho sem juntas como o pavimento de concreto convencional, o que aumenta o conforto e a segurança ao se dirigir, além de reduzir os custos com o desgaste dos veículos. Até agora a Poli tinha feito pesquisas semelhantes usando uma variedade menor de materiais e em trechos mais curtos, os quais, tecnicamente, não precisam de emenda.

Concreto para pavimentação
No Brasil já se usa concreto para pavimentação, mas, por limitações de custos e de transferência dos conhecimentos acadêmicos, é muito mais frequente a aplicação do asfalto. Países europeus e Estados Unidos usam o concreto armado ou a combinação de concreto e asfalto, soluções mais caras, mas cujos custos se diluem ao longo dos anos pela economia na manutenção e maior durabilidade. Trata-se de uma solução viável para rodovias, corredores de ônibus, pátios de estacionamento de aeronaves em aeroportos, por exemplo.

Foram usados 26 caminhões de concreto de sete metros cúbicos cada um para pavimentar os 200 metros da pista-teste na Cidade Universitária. Ela foi dividida em trechos, nos quais foram aplicadas diversas combinações de materiais, cujo desempenho será avaliado ao longo de cinco anos do estudo.

Dos quatro tipos de concretos que estão sendo testados, dois têm agregados reciclados. Metade da pista utiliza aço comum e a outra, aço galvanizado. Além disso, os pesquisadores da Poli estão trabalhando com dois tipos diferentes de cimento, um produzido no Sul do Brasil e outro no Sudeste.
Os primeiros testes começam a ser realizados no dia 26 de fevereiro, quando a pista será liberada totalmente para os veículos. “Queremos entender, especialmente, como as fissuras ocorrem no concreto”, conta. Equipamentos de mensuração serão instalados em campo e vários testes serão feitos em laboratório. Os pesquisadores analisarão as fissuras causadas no verão e no inverno; farão provas de carga, com o uso de veículos pesados para verificar o comportamento do concreto armado; extração de material para análise de corrosão do aço; extração de material onde houver fissura, para verificar se o agregado sofreu fratura, entre outros testes. Estima-se o envolvimento de, pelo menos, dez alunos de mestrado e doutorado ao longo dos anos de execução da pesquisa.

 

 

Fonte: Agência USP de Notícias

 

 

 

 

 

 

Brasil e Argentina acertaram o lançamento de uma chamada pública conjunta para startups, com previsão de investimentos de US$ 500 mil, em reunião setorial paralela à visita do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Celso Pansera, a Buenos Aires, nesta segunda-feira (22/02). De acordo com o secretário de Política de Informática do ministério, Manoel Fonseca, a ideia é incubar e acelerar cinco empresas nascentes de base tecnológica em cada país.

O encontro setorial em tecnologias da informação e comunicação (TICs) possibilitou, ainda, conversas em torno da cooperação voltada ao compartilhamento com grupos de pesquisa argentinos do uso do supercomputador Santos Dumont, em Petrópolis (RJ), por meio de projetos binacionais.

O diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI), Augusto Gadelha, acompanhou o secretário nas negociações, que definiram a criação de uma subcomissão mista, responsável por estabelecer prioridades de utilização da máquina e um edital para seleção.

Fonseca destacou a retomada de um plano de ação bilateral firmado em 2013. "Estabeleceu-se a reformatação das comissões, pelos dois lados, para, no prazo de 15 dias, elaborarmos um novo cronograma", informou o secretário.

Segundo ele, a programação pode incluir dois workshops, um em cada país, em três frentes principais: cibersegurança, internet das coisas e big data. "Tratam-se de temas de interesse comum, transversais para o futuro das TICs."

 

 

Fonte: MCTI

 

 

 

 

 

 

 

O artigo de André Singer na Folha de S. Paulo do último sábado (20/02) explicou o inevitável conflito de classes entre trabalhadores e empresários nas discussões sobre a Previdência e enfatizou as dificuldades criadas por esta disputa nos rumos da aliança produtivista entre capital e trabalho, ou seja, nos rumos do Compromisso pelo Desenvolvimento.

E ele tem razão. A luta dos trabalhadores será difícil em todos os seus aspectos e muito complicada.

Mas, pode-se acrescentar à análise outras contradições que devem ser levadas em conta.

Do nosso lado há, inegavelmente, a contradição entre os trabalhadores da ativa e os aposentados (no regime de repartição), bem como a contradição etária entre os trabalhadores (principalmente em uma situação de retração econômica) e as contradições entre as diversas formas de previdência pública (para homens e mulheres, para trabalhadores urbanos e rurais, para funcionários públicos e para os regimes especiais).

Mas a vida e a luta ensinaram, aqui no Brasil e no resto do mundo, que tais contradições podem e devem ser superadas pelo empenho unitário e pelo bom senso do movimento sindical.

Do lado dos empresários comparece a contradição forte entre os rentistas e os empresários produtivos.

Os primeiros estão obcecados pelos aspectos financeiros da operação, pela previdência privada e por “liberar” as despesas estatais dos encargos sociais, aumentando ainda mais os recursos abocanhados da dívida pública.

Não é outra a explicação para as intermináveis matérias sobre a reforma da Previdência editadas no Jornal Nacional da TV Globo. Em uma delas, um jovem, dado como exemplo, capitaliza desde os nove anos de idade sua previdência privada, alheio aos debates previdenciários, mas dando forças às reformas restritivas.

Para o empresário produtivo o enfoque financeirista da operação previdenciária é secundário, bem como o açodamento pela previdência privada. Ele, como o trabalhador, está muito mais preocupado pela retomada do desenvolvimento, pelo efeito econômico estabilizador da previdência pública e, sobretudo, pelos ganhos de produtividade decorrentes desta estabilização. Com o crescimento econômico e melhor arrecadação todos os eventuais problemas previdenciários serão melhor equacionados.

Foi o que pudemos constatar na própria reunião do Fórum Quadripartite, onde apenas um representante patronal, confrontado com a oposição unânime da bancada trabalhista à reforma previdenciária, apoiou a reforma, vinculando-a a uma também irresponsável reforma trabalhista. Nas conversas de corredor (que são o sal da terra de tais reuniões) os outros representantes patronais apoiaram a posição sindical pela maior relevância, agora, da luta pela retomada do desenvolvimento.


 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical







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