Saulo Krichanã
O Fórum Econômico Mundial elabora um Índice Mundial de Competitividade, a partir da análise de 12 indicadores em 93 países do mundo: o Brasil – como a 9ª economia do mundo – está na 81ª colocação nesse ranking, atrás de países como a Albânia, Armênia e Guatemala e na frente de países como Montenegro, Chipre e Namíbia. As estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ajudam a decifrar esse enigma: entre 65 países aferidos pelo programa internacional que avalia o ensino básico de matemática, linguagem e ciências (Pisa), o Brasil é o 58º.
O tempo que estamos discutindo a reforma (sic) do ensino – 20 longos anos – é o que a Coreia levou para fazer sua revolução na educação e, por conseguinte, alcançar posição relevante na produção mundial das indústrias automobilística, naval, eletroeletrônica, entre outras.
Nossas políticas públicas, desde os anos 1950, continuam sua busca pela maior mudança que poderíamos aspirar enquanto sociedade: aquela que só a educação é capaz de promover, já que essa é a única política de inclusão que diferencia países de nações e sociedades de civilizações.
O SEESP, nesse contexto em que tantos falam e clamam por melhorias na educação e por transformações na sociedade, decididamente é um “ponto fora da curva”. Nos anos 1990 – quando todas as categorias discutiam o perfil dos seus profissionais no século XXI –, o sindicato mergulhou mais fundo para trabalhar naquela que é a fonte primária de qualquer transformação social e inovação que se pretenda permanente: o conhecimento.
O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) realizará o seu quarto vestibular em dezembro de 2016. A proposta do seu curso de graduação em Engenharia da Inovação é bastante radical: inverter a equação “ensino e aprendizagem” por “ensinar a aprender sempre”, já que em um mundo em permanente mudança, o domínio do conhecimento passa a ser a variável estratégica mais importante para gerar valor e incluir pessoas à sociedade.
Os resultados? Ao final do segundo ano, os estudantes do Isitec já trabalham em conjunto com os profissionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, de Campinas, no arranjo institucional do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) Mantiqueira do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, no desenvolvimento de uma cartilha virtual para disseminar conceitos de inovação e de propriedade industrial para alunos dos ensinos fundamental e médio.
O futuro? É do tamanho da ousadia do SEESP em empreender para transformar, bem como do corpo de professores e demais profissionais do Isitec em cumprir a missão de “formar engenheiros capazes de inovar e empreender, humanizando a sociedade em que vivem”.
Saulo Krichanã é diretor geral do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec)