Amaury Hernandes
Na era da informação e do conhecimento, uma dimensão fundamental da valorização profissional é capacitação e constante atualização. Esse esforço deve ser empreendido pelos governos, pela academia, pelo setor produtivo e também pelas organizações da sociedade civil. O SEESP e a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) criaram o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” justamente para discutir e propor meios de se implementar um plano de expansão econômica com inclusão social, sustentabilidade ambiental e avanço tecnológico.
Obviamente, é parte fundamental desse debate a formação e a requalificação da mão de obra necessária aos desafios de uma empreitada como essa.
Indo além e avançando nesse trabalho, o SEESP decidiu criar o Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), cuja meta será atender as novas demandas do mercado, com a formação de profissionais voltados à inovação. Quando estiver funcionando, a futura instituição de ensino superior será uma referência na área, destacando-se pela excelência no ensino e pela visão de vanguarda.
Tal papel, que a representação sindical dos engenheiros vem desempenhando com louvor, seria também do Sistema Confea/Creas (Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), pois é sua função salvaguardar a sociedade dos maus profissionais, valorizando os bons, promovendo um constante aprimoramento de suas aptidões. Deveria promover palestras, cursos, seminários, formando profissionais conhecedores dos preceitos éticos e morais do seu ofício e fomentando essa discussão em todas as entidades ligadas ao Sistema. No entanto, você já participou de algum seminário, curso ou palestra promovido pelo Crea-SP sobre o tema? Quando esse se movimentou para atender os anseios dos profissionais da área tecnológica?
Lamentavelmente, a ineficiência nessa área, que seria o apoio à capacitação, não é isolada e contamina todo o desempenho do conselho. Por isso mesmo, o Crea-SP, que dispõe de um orçamento milionário, tem baixo reconhecimento e aprovação dos profissionais. O atendimento não tem a transparência e a agilidade necessárias; conseguir certidões e outros documentos, principalmente para empresas, demora exageradamente, o que prejudica a participação em concorrências públicas e a atuação junto a órgãos governamentais.
Outra falha é a falta de iniciativas visando o fortalecimento das entidades de classe, com as quais o Crea não deveria concorrer, mas estabelecer parcerias, voltadas inclusive, e especialmente, à valorização profissional. Por fim, chegamos a um grave pecado que se tem observado no Sistema: a ausência de democracia no processo eleitoral. É preciso que haja urnas disponíveis nos locais onde estão os profissionais e que também se faça uso dos meios eletrônicos para tornar o direito de voto o mais amplo e efetivo possível. Isso daria legitimidade ao pleito e garantiria uma participação efetiva na busca do Crea que todos queremos.
Amaury Hernandes é engenheiro civil e de segurança do trabalho,
presidente da Delegacia Sindical do SEESP em São José do Rio Preto,
atua como consultor e professor e já foi secretário municipal de Trânsito de São José do Rio Preto
e de Planejamento em Olímpia