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Opinião – Engenheiro florestal, imprescindível ao desenvolvimento sustentável

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Cleber Vitorio

 

O Brasil é um país ímpar e privilegiado em biodiversidade. Apenas na Mata Atlântica existem 1,6 milhão de espécies de animais, incluindo os insetos. No caso dos mamíferos, por exemplo, estão catalogadas 261 espécies; das aves, cerca de 620; dos anfíbios, 280; e dos répteis, 200. Estima-se ainda que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica. O País possui ainda outros cinco biomas: Pantanal, Amazônia, Cerrado, Pampa e Caatinga, este último exclusiva e tipicamente brasileiro.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) possui imensa responsabilidade para com essa diversidade biológica brasileira. Frente às necessidades da sociedade com o progresso, existe o engenheiro florestal. Analisar as condições dos ecossistemas, planejar a exploração sustentável dos recursos naturais, produzir relatórios de impacto ambiental, realizar inventários florestais e de fauna são apenas algumas das atribuições desse profissional.

A grade curricular, com disciplinas relacionadas às atividades de dendrometria, fitossociologia, sensoriamento remoto, inventário florestal, geoprocessamento, topografia, ajustamento e observações geodésicas, silvicultura, entomologia florestal, manejo florestal, entre outras, lhe confere ainda exclusividade em algumas áreas de atuação, como implantação de viveiros, tecnologia de sementes e inventário florestais, manejo e conservação da vegetação e da flora e atividades correlatas.

É papel dos conselhos a fiscalização do exercício profissional. A Resolução nº 480, de 10 de agosto de 2018, do Conselho Federal de Biologia (CFBio), dispõe sobre a atuação do biólogo em funções de exclusividade do engenheiro florestal. É totalmente inadequada a realização de uma atividade profissional sem a devida especialização e conhecimento técnico. O engenheiro florestal o possui.

Ele tem ainda a função de atuar em prol da recuperação de áreas degradadas, promover a arborização de cidades, além do planejamento e gerenciamento de projetos de parques ambientais, reservas biológicas ou naturais. Uma de suas principais atribuições é a elaboração de planos de manejo em unidades de conservação.

No mercado de trabalho, o engenheiro florestal pode atuar em fábricas de papel, recantos da vida silvestre, laboratórios de entomologia aplicada, empresas de consultoria ambiental especializadas em manejo de flora e fauna, madeireiras ou indústrias de carvão vegetal, planejando a área a ser desflorestada, fiscalizando o processo de extração das árvores e viabilizando projetos de reflorestamento.

Para que o desenvolvimento sustentável e a proteção dos recursos naturais sejam plenos, é sempre necessária a presença desse profissional de conhecimento interdisciplinar, auxiliando de forma técnica e ética as atividades humanas sobre os ecossistemas terrestres.

 

 

Cleber Vitorio é engenheiro florestal, mestre em Ciências Ambientais e Florestais, professor da Universidade Estácio e diretor da empresa Helium Verde Engenharia

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