O professor José Roberto Cardoso, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP, nesta entrevista, fala sobre a engenharia na atualidade. Cenário, afirma, que exige um profissional além do conhecimento técnico, que reúna competências que envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais e saiba se comunicar corretamente na escrita e na linguagem oral, bem como tenha humildade para saber ouvir, aprender e interagir com equipes cada vez mais multidisciplinares.
Como o senhor vê a evolução da engenharia no País?
Mudou completamente o perfil do engenheiro, que antes saía sabendo mais do que a indústria, agora não mais. Esse profissional tem que ter um dos atributos mais caros à engenharia: o prazer de continuar a aprender, não parar de estudar nunca. Ele já sai da escola e deve fazer um curso de MBA (em inglês Master of Business Administration), de especialização ou até de pós-graduação e ter persistência para tentar acompanhar a tecnologia.
Isso tem reflexos na forma de trabalho?
Sim. A forma de trabalho dos engenheiros também é outra. Na época em que me formei (1974), trabalhava como projetista e tinha de fazer os cálculos, não havia computadores pessoais. Eu usava calculadoras antigas e fazia o meu projeto de forma isolada. Ficava lá pensando, terminava e daí passava para a fabricação, e o pessoal ia fazendo o desenho com os cuidados adequados. Não existe mais esse isolamento. Um projeto agora envolve diversas habilitações com que o engenheiro precisa saber interagir. Por exemplo, um veículo hoje tem de tudo: programas de mecânica, de elétrica, de química, de logística, de produção, o que exige muitos engenheiros, pessoal de designer, marketing, de humanas etc.. Ou seja, trabalha-se com uma equipe multidisciplinar que, às vezes, não está fisicamente no mesmo local, encontra-se até espalhada no mundo inteiro, cujo contato se dá por meio de programa de computadores, plataformas digitais. O engenheiro trabalha com profissionais de áreas distintas, ou seja, precisa ler bastante, inclusive sobre economia. Isso exige muita flexibilidade.
Como se preparar para essa realidade?
Esse engenheiro precisa ter alguns atributos além da técnica. Por exemplo, trabalhar em equipe exige saber se comunicar tanto na escrita como na comunicação oral. Nas plataformas digitais a maior parte do contato é via e-mail. Estamos falando que esse profissional precisa saber escrever e ler adequadamente, inclusive em outros idiomas. Além disso, fazer gráficos para apresentar uma ideia. Aprender a ouvir é outra virtude.
Oportunidades na engenharia
Profissionais e mercado de trabalho mais próximos
Reformulado em abril último, o setor de Oportunidades na Engenharia do SEESP abre-se ao atual cenário em que se desenvolve essa área no País. O que temos hoje é uma profissão altamente impactada pelas novas tecnologias da informação, principalmente, pelas mudanças nas relações de trabalho, pela discussão das novas diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Engenharia e pela economia ainda desacelerada. Ao mesmo tempo, as vagas de trabalho oferecidas têm viés ainda mais desafiador, agregando ao conhecimento técnico competências comportamentais e saberes multidisciplinares (inclusive da área de humanas). Os pré-requisitos exigidos pelo mercado apontam para uma qualificação e aprendizado permanentes.
Conheça mais o setor de Oportunidades na Engenharia.
Curso de idiomas com desconto no SEESP
A Casa do Engenheiro, plataforma digital que reúne diversos benefícios e serviços aos associados ao sindicato e seus dependentes, também tem curso de inglês e espanhol com qualidade reconhecida. É o caso da Cel.Lep, há 50 anos na área de ensino de idiomas no Brasil, que mantém unidades em diversos bairros da capital paulista e nas cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul, Campinas, Piracicaba e Sorocaba.
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Qualificação
Isitec oferece pós-graduações
Estão abertas vagas para cursos de pós-graduação na área de engenharia pelo Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec). São eles: Geração de Energia Solar Fotovoltaica, com carga de 360 horas; MBA Executivo de Energia, com 400 horas; Projeto e Produção de Estruturas Metálicas e Mistas na Indústria 4.0, com 480 horas; Projeto e Construção de Edificações nos Sistemas Construtivos Wood Frame (WF) e Light Steel Frame (LSF), também com carga de 480 horas; Inovação dos Processos de Inspeção e Manutenção Veicular, com 12 horas; e Manutenção de Pneus, reduzindo custos, oito horas. Mais informações no site http://www.isitec.edu.br/ (inserir link) e pelo telefone (11) 3113-2600, ramal 342.