“Mais acertos do que erros.” É o que terá o novo prefeito se utilizar ao planejamento da cidade as propostas apresentadas pelo Conselho Tecnológico Regional de Rio Claro e pelo SEESP na localidade. A opinião é do presidente dessa delegacia sindical, Maxwell Wagner Colombini Martins. As contribuições estão reunidas no documento “Cresce Brasil – Rio Claro”, o qual foi entregue antes das últimas eleições a todos os candidatos a prefeito do município.
“O vencedor (Du Altimari, do PMDB) ficou de marcar uma conversa conosco”, informa Colombini. Os próximos passos são passar o material às mãos dos vereadores eleitos e também dos gestores dos vizinhos Santa Gertrudes e Ipeúna. Além de outras autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil organizada.
Como parte das iniciativas visando a descentralização do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com a adesão do SEESP – de modo a se discutir problemas e soluções localmente, decidiu-se pela implementação de conselhos tecnológicos regionais inicialmente nos destinos em que o sindicato tinha delegacias. São 19 até o momento. O de Rio Claro foi instalado há pouco mais de um ano e o resultado é o documento em questão. Coordenador geral desse trabalho, Francesco Rotolo, vice-presidente da delegacia sindical na região, relata como foi essa trajetória. Segundo ele, definiram-se sete temas – emprego e relacionamento universidade-empresa, inovação e produtividade, qualificação e requalificação profissional, agricultura e soberania alimentar, energia, comunicação e transporte, urbano e da memória da engenharia e arquitetura, saneamento, meio ambiente e mudanças climáticas. Com o intuito de tratar de cada um, foram definidos comitês específicos, com dois coordenadores por assunto. Para abordá-los, realizaram-se sete seminários, que apontaram os diagnósticos e as soluções que compõem o “Cresce Brasil – Rio Claro”. Ainda conforme Rotolo, participaram especialistas, representantes do poder público, de empresas, de entidades, de instituições de ensino e da comunidade em geral.
As contribuições
Parte de uma microrregião bastante desenvolvida, conforme consta do documento, Rio Claro e entorno formam o maior pólo cerâmico das Américas. A cidade de cerca de 193 mil habitantes possui vários equipamentos culturais, é servida por boa malha viária, vegetação nativa e uma das maiores reservas de eucalipto reflorestado do Estado. Além de contar com a Floresta Estadual Navarro de Andrade, o antigo Horto Florestal.
Para sua expansão econômica de forma sustentável e organizada, como afirma Rotolo, as ações e propostas são dirigidas aos diversos segmentos. Entre elas, destaca, “que seja criado o Instituto de Pesquisa e Planejamento no município de Rio Claro, nos moldes do de Curitiba. E ainda, tome-se como exemplo o Parque Científico e Tecnológico do Rio Grande do Sul, de modo a se gerar renda através de incubadoras”. De acordo com Rotolo, na área de transporte, por exemplo, o trabalho concluiu que seria um erro pensar-se localmente e apresenta propostas para a região. O resultado esperado é mais qualidade, menores tarifas e otimização.
Também entre as propostas constam considerar ainda mais a vocação da cidade na constituição dos cursos superiores, buscar ampliar a formação na área de exatas, bem como a capacitação de gestores e empreendedores. E ainda, articular parcerias entre governo, empresas e universidades para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento. Além de as diversas instituições, públicas e privadas, incrementarem o investimento em inovação. O documento contempla ainda a implementação de educação continuada em todos os níveis, estudos de revitalização urbana e restauração com reciclagem de edifícios, criação de inventários do patrimônio físico cultural, integração de bacias de drenagem, controle da disposição de resíduos da construção civil, ampliação da coleta e tratamento de esgoto e, na área agrícola, a implantação do que está previsto no plano diretor do município.
No setor de energia, a lista inclui a construção imediata da subestação de Santa Gertrudes e o estímulo à geração a partir de fontes renováveis. E na comunicação, a divulgação e o incentivo ao uso de fibra óptica como solução de infra-estrutura para a comunicação de voz e dados, cujos investimentos são menores.
Soraya Misleh