Pleiteando verbas para projetos atinentes à área desde 2004, o município é um dos que reúnem mais de 150 mil habitantes abrangidos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Estão previstos à cidade R$ 72,1 milhões, sendo R$ 58,3 milhões repasse de financiamentos do governo federal e o restante, contrapartida local. O montante inclui a complementação da Represa do Jundiaí-Mirim e o manejo de águas pluviais.
Esse último projeto abarcará a maior parte dos recursos: R$ 54,1 milhões, sendo R$ 43,3 milhões investimento da União.
Segundo Solange Aparecida Marques, superintendente da Fumas (Fundação Municipal de Ação Social), agente executor da proposta, serão 24 intervenções, incluindo a realização de galerias de águas pluviais e a canalização de córregos. “O objetivo é drenar toda a água do município”, diz Alexandre Gonçalves Pereira, assessor da entidade. Como parte do projeto, a Av. 9 de Julho, principal corredor viário local, será remodelada e terá, inclusive, a construção da terceira pista. A melhoria é necessária, conforme Eduardo Pereira da Silva, diretor-superintendente da DAE (Água e Esgoto de Jundiaí), porque a avenida “foi feita para um perfil de 30 anos atrás”. Durante esse tempo, continua ele, “houve uma impermeabilização da região que aumentou a contribuição de águas pluviais na 9 de Julho”. Conseqüentemente, forma-se ali, enfatiza Marques, uma “película de água”. Com as intervenções previstas, que deverão beneficiar diretamente em torno de 200 mil pessoas, a projeção é de que o município não tenha problemas por 100 anos, mesmo com chuvas fortes, assegura Gonçalves. A expectativa é de que as obras tenham início ainda neste ano. A partir daí, a conclusão está prevista em 15 meses. Represa duplicada
O outro projeto inserido no PAC – ao custo de R$ 18 milhões, sendo R$ 15 milhões oriundos de repasse do governo federal – garantirá água aos moradores e investidores de Jundiaí para os próximos 40 anos. É o que assevera o diretor-superintendente da DAE, empresa que apresentou a proposta. “Vamos ter condições de atender uma população de 600 mil pessoas”, acrescenta. Ao final da empreitada, daqui a aproximadamente um ano, a represa terá capacidade de 12 bilhões de litros, contra os 5,5 bilhões atuais. O investimento já é necessário hoje, salienta. “Na época da estiagem, que começa mais ou menos em junho e se estende até outubro, fazemos a captação do Rio Atibaia, a 32km de distância. Esse bombeamento gera uma despesa enorme, portanto, quando a ampliação da represa estiver concluída, vamos ter uma economia anual de energia elétrica em torno de R$ 1,5 milhão.” Além disso, a iniciativa permitirá a regionalização da DAE.
O projeto engloba diversas obras e ações. Entre elas, já teve início o alteamento da estrada municipal do Pinheirinho, que passa no meio da área que será alagada. Além disso, estão previstas a construção de uma ponte no local, desassoreamento da represa secundária (de acumulação), que fica ao lado da principal, adaptação do vertedouro, desapropriações e remoção de 40 famílias para loteamentos públicos em fase de construção e urbanização. Paralelamente deve ocorrer a duplicação pelo governo estadual da Rodovia Constâncio Cintra (que liga Jundiaí e Itatiba) e construção de duas pontes nas áreas que sofrerão interferência com a ampliação da represa.
A cota de alagamento estimada é de três metros na altura, informa ele. Estão previstas algumas compensações ambientais. “E vamos futuramente ampliar o Parque da Cidade.” Atualmente com 500 mil metros quadrados, esse foi construído visando a ocupação planejada no entorno da represa.
por Soraya Misleh