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OPINIÃO - A boa safra de 2009 e os desafios de 2010

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João Guilherme Vargas Netto

       Se estivéssemos falando de vinhos, diríamos que 2009 foi de uma boa safra sindical para os trabalhadores brasileiros. Enfrentamos e derrotamos a crise externa, retomando o crescimento, com distribuição de renda e conquistas, a começar pelo reajuste do salário mínimo em fevereiro.
       O movimento sindical atuou com ímpeto de mobilização, com unidade de reivindicações e iniciativas das centrais, e realizou reuniões muito significativas, como os congressos das centrais, da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), de grandes categorias, e consolidou a presença da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) entre as entidades representativas dos trabalhadores.
       Agora, começamos 2010, ano eleitoral, em uma conjuntura econômica favorável a novas lutas que deverão – para ter êxito – levar em conta o que ocorreu de positivo no ano passado e corrigir aquelas fragilidades que ainda se revelaram.
       A persistência da luta pela institucionalização das conquistas, como a da redução da jornada para 40 horas semanais, deverá garantir mobilizações fortes e unitárias.
       Devemos realizar reuniões representativas dos diversos destacamentos sindicais procurando definir a pauta que nos interessa e nos oriente nos debates e confrontos sociais e político-eleitorais. O estabelecimento dessa plataforma deverá nos fazer convergir – apesar das diferentes concepções e práticas – em torno de candidaturas que a aceitem e a incorporem em suas campanhas.
       E, com a continuidade e aceleração do desenvolvimento econômico, haverá motivação suficiente para campanhas emergenciais de antecipação salarial; um dos pressupostos para tanto é a manutenção da luta pela queda dos juros e dos spreads bancários.
        O ano de 2010 não terminará em outubro. Mas, dada a importância peculiar deste mês de eleições, até lá se desenharão as linhas principais de efetiva atuação do movimento sindical.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical do SEESP

 

 

 

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