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27/06/2023

 

A política de juros do Banco Central

 

Decisão de manter a taxa Selic em astronômicos 13,75% vai contra os interesses da sociedade brasileira, que anseia pela retomada do desenvolvimento, e a própria lógica monetária.

 

Apesar da tendência de queda da inflação brasileira, agora com previsão de 5,8% para 2023, e contrariando as expectativas de todos que anseiam pela retomada do crescimento econômico, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central manteve, na reunião de 21 de junho, a taxa Selic em inacreditáveis 13,75%, patamar em que se encontra desde agosto de 2022.

 

Conforme o comunicado da instituição, a decisão se baseou em questões como a existência de “pressões inflacionárias globais” e “alguma incerteza residual” sobre a votação pelo Congresso da regra fiscal que deve vir a substituir o teto de gastos e influenciar a trajetória da dívida pública.  A argumentação adiciona insulto à injúria. 

 

Em primeiro lugar, excetuando os porta-vozes do mercado financeiro, que alcançam ampla e desproporcional repercussão da mídia, inúmeros e renomados economistas vêm explicando didaticamente que a inflação brasileira não se dá por demanda, ou seja, não é causada pela expansão da atividade econômica. Pelo contrário, a baixa taxa de investimento, o mau desempenho da indústria nacional e o desemprego apontam de forma evidente para um cenário de crise que exige medidas anticíclicas para ser superada.

 

Assim, de nada adianta elevar a taxa de juros, medida que resulta na asfixia da atividade produtiva, ao encarecer o crédito para empresas e famílias, e tornar a especulação financeira negócio mais atrativo que qualquer outro empreendimento.

 

Além disso, se há preocupação com as contas públicas e o endividamento do governo, o movimento óbvio seria baixar a Selic, que causa a elevação da dívida sem que a União realize investimentos ou dispêndios para atender a população com serviços essenciais.

 

Um dado fornecido pelo professor Antonio Corrêa de Lacerda em entrevista dá a dimensão assustadora dessa dinâmica. O gasto com o pagamento de juros da dívida pública brasileira deve atingir R$ 700 bilhões em 2023, enquanto o orçamento para o investimento é de R$ 70 bilhões. Isso significa um rio de recursos migrando de obras de infraestrutura, saúde, educação, ciência, tecnologia e inovação e tudo o mais que é necessário para melhorar a vida dos brasileiros para os ricos detentores de títulos públicos, boa parte deles, por sinal, pós-fixados, ancorados na Selic.

 

A autonomia operacional do Banco Central não pode ser interpretada como sua privatização. A instituição responsável pela política monetária deve atuar em linha com os interesses do País, e colaborar para o conjunto da política econômica, cujo fim último é o crescimento e o bem-estar da população.

 

Conforme vimos afirmando no nosso projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, é hora de avançar e implementar medidas que tragam prosperidade e justiça social. Para tanto, é essencial a retomada de investimentos públicos e privados, o que não acontecerá em hipótese alguma sob o império do rentismo. É mais que tempo de o Banco Central trabalhar pelo Brasil.

 

 

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

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Comentários  
# Quem mais comentou foi quem não entendeu ainda nada....Leandro 21-11-2023 13:02
Quem mais comentou aqui foi quem não entendeu nada ainda (devem ter dinheiro aplicado kkkk, só pode ser...). Meu Deus..
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# Eng CivilRONALDO J C VAZ 29-06-2023 12:55
Perfeito, colega Murilo! Realmente, já passou da hora de 'brincar' com dinheiro público, criando dificuldades econômicas e politicagens...
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# taxa SelicMANOEL SIMÕES 29-06-2023 11:25
Esse barulho desse desgoverno é para justificar eventual fracasso econômico. Outra coisa não é o presidente do Banco Central que mantém a taxa alta e sim um colegiado de especialistas. O que esse goveno tem que fazer é diminuir os gasto públicos, porque sua divida esta atrelada a SELiC, mas não, eles querem é gastar!!!. Lula já gastou 7,3 milhoes só em hospedagem, não quem aguente essas despesas. Baixar os juros sem cortar gastos é suicidio. Baixando juros, eles vão gastar mais,gerar inflação que afeta os mais pobres, com isso para cobrir os gstos vão aumentar os impostos. Ainda bem que esse banco Central não está nas mãos deles. Acho que tem que baixar os juros, entretanto que antes se corte gastos, só assim teremos resultados promissores.
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# Acho que vc não leu a matéria e nem jornal né..Leandro 21-11-2023 12:59
Acho que vc não leu a matéria e nem jornal né.
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# #autonomia e progressoAdriano 29-06-2023 10:19
O Banco Central poderia muito bem se deixar dobrar por forças de opiniões políticas do executivo mas no campo das finanças e contabilidade nacional não se pode brincar de política, por isso que a nossa constituição sabiamente proferiu esse grau de independência de determinadas instituições.
É só colocarmos o olhar não muito longe de terras brasileiras como por exemplo o nosso vizinho Argentina e vermos as consequências de uma inflamada inflação numa economia enquanto por aqui o dólar já caindo quase abaixo de 4 reais de trazendo uma nova janela de oportunidades de acesso para o mercado de alta tecnologia que trás muito mais emprego e menos concentração do que o nosso agronegócio.
Talvez o que nos falta é um maior grau de conhecimento dos porquês de determinadas decisões institucionais. Proponho a organização de alguma espécie de seminário convidando algum palestrante técnico do banco central antes ficarmos colocando quaisquer posições com leviandade de conhecimento sobre o assunto.
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# Dreno fiscalFernando Palmezan Ne 27-06-2023 17:16
Segundo o Vice Presidente Geraldo Alckmin, para cada 1% da selic acima da inflação, o País paga adicionais 38 bilhões de reais. A cada 5% adicionais de selic o Pais arca com praticamente 200 bilhões de reais, que são canalizados diretamente para especulação financeira, especulação essa que não se traduz em investimentos e muito menos para matar a fome de nosso povo.
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# Eng. Eletricista e de Seg. do Trabalho.Alvaro 27-06-2023 16:54
Gostei, Presidente Murilo.
Att.
Álvaro
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