Ao falar do grande número de turistas previstos para o ano de 2014 no Plano Aquarela, divulgado ontem, ministro do Turismo defende obras e capital estrangeiro para o setor. O documento estima a vinda de 8,1 milhões de estrangeiros para o Brasil
O ministro do Turismo, Luiz Barretto, disse ontem (16) que há problemas de infraestrutura em aeroportos brasileiros. Segundo ele, assim como as companhias aéreas podem precisar de mais investimentos, os terminais do país necessitarão de intervenções para dar conta do aumento do turismo durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
As melhorias são necessárias para que o Brasil alcance a marca de 11,1 milhões de visitantes em 2020, conforme previsto no Plano Aquarela, divulgado hoje pelo ministério. O documento estima também que o país pode aumentar em até 304% a entrada de divisas com os gastos desses estrangeiros, alcançado a marca de U$ 17,6 bilhões até lá.
“Certamente há intervenções a serem feitas. Tem que ter sim investimentos em Cumbica [Guarulhos], como na área de estacionamento de aviões. A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] limitou em 45 voos por hora as partidas nos horários de pico no terminal, poque não há espaço para estacionamento, afirmou Barreto, durante entrevista de divulgação do plano, no Rio.
As declarações de Barretto não fecham com os números apresentados pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ontem (15), no Congresso Nacional, Jobim afirmou que a Copa representa apenas um “soluço” no aumento de passageiros, estimando em cerca de 2 milhões o contingente de pessoas que visitarão o país nos meses de junho e julho de 2014.
O número de turistas previstos para o ano de 2014 é muito maior, segundo o documento divulgado hoje pelo Ministério do Turismo. O Plano Aquarela estima a vinda de 8,1 milhões de estrangeiros para o Brasil, somente no ano da Copa.
Para dar conta da demanda entre 2010 e 2020, Barreto citou medidas em discussão no governo, como a concessão de aeroportos à iniciativa privada e a capitalização de companhias aéreas com dinheiro estrangeiro. “Está em tramitação no Congresso projeto que amplia o limite de capital externo nas companhias brasileira dos atuais 20% para 49%. Isso aumenta a competitividade das empresas porque elas podem fazer mais investimentos”, comentou Barreto.
Em relação à infraestrutura aeroportuária, o ministro também defendeu mudanças nos aeroportos do Galeão (RJ) e de cidades do Nordeste. “No Galeão, há um problema de gestão. É um aeroporto que pode crescer muito na área internacional. Há espaço, como há em Viracopos [SP]. Também podemos projetar uma descentralização [de voos] em Recife, Fortaleza e Salvador.”
FNE – Federação Nacional dos Engenheiros
17/12/2009
http://www.fne.org.br
Tendo começado sob o signo da crise, 2009 encerra-se certamente com saldo positivo. Embora o resultado em termos de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) tenha ficado bastante aquém do registrado em 2007 e 2008 – no fechamento desta edição, as previsões do mercado oscilavam em torno de crescimento zero –, o desemprego seguiu em queda e as oportunidades para os engenheiros se ampliaram.
No final do ano, voltou a ser pauta constante da imprensa a escassez dessa mão de obra, essencial a projetos como o Minha casa, Minha vida, à demanda gerada pelas reservas de petróleo na camada do pré-sal, a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a toda a preparação necessária à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Lançada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006, a discussão sobre a premência de multiplicar o número de engenheiros formandos finalmente entrou na agenda das empresas, das escolas e do Governo, que já anunciou a necessidade de dobrar o número de vagas na engenharia nos próximos seis a oito anos.
Segundo o censo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), vinculado ao Ministério da Educação, em 2008, matricularam-se nos 2.032 cursos existentes cerca de 140 mil alunos e graduaram-se pouco mais de 40 mil. A quantidade de novos profissionais no mercado, embora tenha crescido nos últimos dois anos, ainda está aquém das necessidades. Chama a atenção sobretudo a disparidade entre os que entram e os que saem das escolas. Como vem sendo alertado também pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, é urgente que se faça um trabalho para assegurar que os estudantes concluam os cursos. Isso exige, claro, melhoria na formação básica, sobretudo em física e matemática.
Mais que um problema, o quadro atual é de oportunidades para que haja avanços no País e em benefício dos engenheiros. Nessa linha, deu-se também a atuação do SEESP em 2009, ano que ficará marcado por uma significativa ampliação da estrutura própria da entidade, com a reforma da antiga sede na Capital, a compra do terreno ao lado e a aquisição de cinco imóveis no Interior. Além de toda a mobilização por reajustes salariais e aumentos reais, a defesa do emprego da categoria e melhores condições de trabalho, o sindicato deu ênfase a aperfeiçoar o atendimento ao associado e fincar raízes nas cidades em que tem delegacias sindicais, demonstrando seu compromisso duradouro em cada região.
A atuação por aprimoramentos constantes continuará em 2010, quando tem início também um novo mandato da gestão Trabalho–Integração–Compromisso. Tudo indica que teremos um ano de grandes conquistas e que, unidos, os engenheiros mais uma vez poderão alcançar seus objetivos.
Célia Sapucahy
Cumpriu seu papel o Jornal do Engenheiro, neste ano de 2009. Deu conta de divulgar a intensa atividade do sindicato. No início do ano, acompanhou o grupo que foi ao Fórum Social Mundial em Belém, onde o SEESP promoveu a discussão sobre o desenvolvimento da Região Amazônica, com a certeza de que a biotecnologia levará a uma fórmula de explorar a floresta sem destruí-la.
Em março, os engenheiros começaram a preparar as negociações para os acordos salariais com as empresas e o “Seminário de Campanhas Salariais”, que dá início a essa fase do ano, foi repercutido pelo JE, mostrando a expectativa das empresas e dos trabalhadores.
Durante todo o ano, o SEESP esteve atento à lei que implantou a assistência técnica gratuita, e o jornal permitiu que os engenheiros estivessem constantemente informados sobre o assunto, divulgando os eventos promovidos na Capital e no Interior. Da mesma forma, acompanhou os trabalhos da Caep (Comissão de Assuntos do Exercício Profissional) por todo o Estado em notícias na sua seção Canteiro, na qual também é feita a divulgação das atividades sindicais e afins, enfim, tudo o que se refere a qualquer uma das 25 delegacias do Estado, como, por exemplo, a aquisição das sedes próprias em Bauru, Lins, Presidente Prudente, Campinas e São José dos Campos.
As atividades dos conselhos tecnológicos mereceram sempre atenção da imprensa do sindicato. Seus trabalhos, debates, visitas técnicas, como as realizadas ao Laboratório Síncroton, em Campinas, e à Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) e ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos, foram pautas constantes.
Contudo, o JE não se limita a divulgar as atividades do SEESP. Assunto tratado com insistência foi o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, pela sua importância não apenas nesse, mas em todos os sindicatos filiados à FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). A mesma atenção tem sido dada ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), cujo sétimo balanço quadrimestral teve uma análise publicada na edição 347.
O Conselho Editorial tem como preocupação constante colocar em pauta assuntos da engenharia de interesse nacional, como energia, tema de inúmeras matérias ao longo do ano. Foram abordadas as reservas de petróleo na camada do pré-sal e as inúmeras possibilidades que se abrem para os engenheiros e para o País, a energia eólica e outras fontes limpas.
A agronomia nacional foi tratada quando do evento promovido pela Aeasp (Associação dos Engenheiros Agrônomos de São Paulo) sobre os efeitos da crise no setor de agronegócio.
Com a mesma atenção, o JE foi a Barretos, Sorocaba, Santos e Marília discutir o desenvolvimento regional ou a Piracicaba para homenagear a engenharia dos irmãos Rebouças, lá deixada em uma ponte construída em 1873.
Entre os editoriais escritos pelo presidente Murilo Celso de Campos Pinheiro, destaca-se o que tratou da 98ª Conferência da OIT (Organização Internacional do Trabalho), realizada em Genebra.
A seção Opinião sempre esteve aberta aos engenheiros e nesse espaço interessantes artigos foram publicados. Mensalmente são divulgadas informações sobre convênios oferecidos aos associados, cursos, seminários e congressos e vagas existentes na área de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional.
Merecem destaque ainda as capas do JE, que têm sido produzidas com tanto esmero que ganharam espaço no calendário anual do SEESP.
Por fim, como coordenadora do Conselho Editorial do JE, preciso agradecer aos seus membros e a todas as pessoas que direta ou indiretamente fazem acontecer este jornal. Parabéns!
Soraya Misleh
Como ocorre tradicionalmente desde 1987, o SEESP celebrou o Dia do Engenheiro – 11 de dezembro – homenageando aqueles que se destacaram durante o ano em suas áreas de atuação. Na data, foi entregue em solenidade realizada na sede da entidade, na Capital paulista, o prêmio Personalidade da Tecnologia 2009. Em sua 23ª edição, a iniciativa contou com a presença de aproximadamente 150 pessoas, incluindo autoridades e personalidades da área.
Compuseram a mesa de abertura, além do presidente do sindicato, Murilo Celso de Campos Pinheiro, o ex-reitor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e presidente da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, Hélio Guerra; o diretor atual dessa escola Ivan Falleiros e o eleito, José Roberto Cardoso, o qual é coordenador do CT (Conselho Tecnológico) estadual do SEESP; o vereador de Olímpia Luiz Antônio Moreira Salata, que preside a Delegacia Sindical em Barretos; além do presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, Edgar Horny, e do secretário adjunto de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, Flávio Brízida.
Temas de grande importância ao Brasil, como pré-sal, empreendedorismo e a demanda por profissionais da categoria a que o País dê um salto qualitativo dominaram as falas na oportunidade. Não à toa. Como apontou Pinheiro, “o prêmio traduz o que o SEESP discute o ano inteiro. Em especial com o ‘Cresce Brasil’ (cuja edição atualizada foi distribuída no ensejo), pensamos naqueles que contribuem e apresentam propostas ao desenvolvimento nacional”. Cardoso explicou como se deu essa escolha: “Foi feita por uma comissão de alto nível, constituída por 34 pessoas.” Como resultado, foram indicados pelo CT seis nomes: Paulo Hilário Nascimento Saldiva (na categoria Ambiente/Sustentabilidade), José Roberto Bernasconi (Consultoria), Roseli de Deus Lopes (Educação), Paulo Assis Benites (Empreendedorismo), Fernando Leite Siqueira (Energia) e Almino Monteiro Álvares Affonso (Valorização profissional) – este último representado na ocasião por Emiliano Stanislau Affonso Neto, diretor do SEESP.
Cardoso lembrou que a preocupação inicial em 2009 foi com a educação, tema premente à engenharia brasileira. Na área, “são lançados no mercado algo em torno de 30 mil profissionais por ano e faltam continuamente cerca de 20 mil”. Segundo ele, o problema, patente e alertado pelo sindicato há anos, não está na oferta: são perto de 1.500 cursos e 150 mil vagas. Todavia, a evasão é surpreendente. “O rendimento é de 20% apenas. Isso não ocorre com profissão alguma.” Para ele, contribuição a esse resultado é dada no ensino médio. “Os vetores da carreira tecnológica – física, química, matemática – precisam ser bem dados.” Mas não basta: “As escolas de engenharia necessitam fazer algumas ações.”
Lopes foi indicada por sua contribuição nesse sentido. Ao ser agraciada, ela destacou o papel da informação na busca pela profissão. E foi mais longe: “Temos 50 milhões de estudantes na educação básica e muitos desistem às vezes antes de chegar ao ensino médio, porque estão destruindo sua criatividade.” Na sua concepção, isso acontece também nos cursos de engenharia. “É preciso aproveitar a tecnologia para propiciar ambientes mais criativos e divertidos. Em lugares como a Estação Ciência, a gente tenta mostrar que educação é muito bom. E com a Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, realizada na Poli), tenta demonstrar como nossos jovens são talentosos não só no futebol, mas na ciência e tecnologia. E podem ser úteis para resolver os problemas do País.”
Engenharia pelo desenvolvimento
Patologista, Saldiva lembrou, ao receber o prêmio, que foram os engenheiros que contiveram, por exemplo, doenças de disseminação hídrica, “com saneamento básico”. Agora, cabe-lhes garantir sua universalização, mobilidade urbana e toda a infraestrutura necessária a uma melhor qualidade de vida dos cidadãos. O planeta, reforçou ele, sofre com uma série de sintomas, e “a demanda terapêutica não está na medicina, mas na engenharia”.
Bernasconi enalteceu o papel da profissão diante das oportunidades colocadas ao País, entre elas com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A primeira, observou, “é o maior evento midiático do planeta”, visto por milhões de pessoas em todo o mundo. E o Brasil tem a chance de promover transformações não só nas arenas em que ocorrerão os jogos, mas sobretudo em sua infraestrutura. “O País não pode se dar ao luxo de desperdiçar essas chances.” Para tanto, frisou, é fundamental “aumentar o coeficiente de engenharia”. Atitude empreendedora faz parte dessa receita e foi o que motivou a entrega do prêmio nessa categoria a Benites, que se comprometeu a dar ainda maior contribuição, trabalhando “pela qualidade de vida para transformar essa numa grande nação”.
Disso depende também garantir que a riqueza do pré-sal seja apropriada pelos brasileiros, a quem pertence. É o que ressaltou Siqueira, o qual aproveitou a homenagem para reforçar a luta em defesa do patrimônio recém-descoberto, “que pode abreviar as mudanças necessárias e ajudar o Brasil a sair da triste condição de ter 50 milhões de pessoas vivendo em condição de miséria”. Pode ainda, na sua ótica, estimular os jovens a entrarem na engenharia, “porque as perspectivas são fantásticas”.
Personalidades da Tecnologia 2009
Ambiente/Sustentabilidade
Paulo Hilário Nascimento Saldiva
Formado pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em 1977, é doutor, livre-docente, professor titular em Patologia e pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental na mesma instituição. Dirigiu diversos serviços e divisões no Hospital das Clínicas e nos últimos dois anos publicou 36 trabalhos. É consultor ad hoc da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e membro do Comitê Assessor do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), na área de Biomédicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Empreendedorismo
Paulo Assis Benites
Engenheiro eletricista formado pela UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) em 1990, é mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Pertenceu ao quadro do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) entre 1988 e 1995, atuando como assessor técnico do Departamento de Projetos Básicos e na unidade executiva do Programa Integrado de Transportes Urbanos. Atualmente é presidente da Trends Engenharia e Infraestrutura, empresa que fundou em 1995. É membro do Conselho Diretor da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e da UITP (International Association of Public Transport). Possui diversos artigos técnicos publicados em revistas especializadas.
Consultoria
José Roberto Bernasconi
Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) em 1965, na qual foi professor entre os anos de 1970 e 1975, no Departamento de Estruturas e Fundações. É também advogado e já participou de diversas entidades de classe, como CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Upadi (União Panamericana de Associações de Engenheiros) e Instituto de Engenharia. Atualmente é diretor do Departamento da Indústria da Construção da Fiesp, além de estar à frente da Maubertec Engenharia e Projetos e do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva).
Energia
Fernando Leite Siqueira
Engenheiro eletricista formado pela Escola Nacional de Engenharia em 1969, iniciou sua carreira na Petrobras em 1971, na qual exerceu várias funções gerenciais até 1995. Reeleito presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), cargo que já exerceu por quatro mandatos, também está à frente do Conselho Fiscal da Petros (Fundação Petrobras de Seguridade) e é vice-presidente do Clube de Engenharia. Publicou recentemente o livro “La Batalla por el petróleo y el gas en America Latina”. Participa ativamente da campanha que defende os interesses da população brasileira no que diz respeito à exploração das reservas de petróleo na camada do pré-sal.
Educação
Roseli de Deus Lopes
Engenheira eletricista formada pela USP (Universidade de São Paulo) em 1987, é mestre, doutora e livre-docente do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos na mesma instituição. Trabalhou em diversos projetos
de pesquisa e desenvolvimento de sistemas gráficos e técnicas de processamento de imagens aplicadas à medicina. Atuou no projeto e na implementação da Caverna Digital, primeiro sistema multiprojeção estereoscópico de cinco faces da América Latina. Hoje é diretora da Estação Ciência e faz parte do grupo de trabalho de assessoria do Projeto UCA (Um Computador por Aluno), do MEC (Ministério da Educação).
Valorização profissional
Almino Monteiro Álvares Affonso
Advogado formado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) em 1953, possui longa carreira na vida pública. Foi ministro do Trabalho e Previdência Social do Governo João Goulart, sendo cassado pelo golpe militar de 1964. Viveu no exílio durante 12 anos, retornando ao Brasil em 1976. Entre os cargos que assumiu ao voltar ao País, o de vice-governador de São Paulo entre 1987 e 1991 e o de secretário dos Negócios Metropolitanos do Estado entre 1983 e 1986. É autor do projeto que deu origem à Lei nº 4.950-A/66, que estabelece o salário mínimo profissional dos engenheiros. Atualmente é assessor especial do Governador de São Paulo.
Lucélia Barbosa
É assim que a gestão Trabalho–Integração–Compromisso, comandada pelo engenheiro Murilo Celso de Campos Pinheiro, encerra a segunda jornada de trabalho à frente do SEESP e começará o novo mandato em 1º de janeiro de 2010.
Nos últimos quatro anos, a diretoria desenvolveu uma série de ações em defesa da profissão e da categoria, garantindo o fortalecimento de sua representatividade e ampliando o número de associados, hoje mais de 50 mil.
Dando prioridade à ação sindical, aprofundou o diálogo com as empresas e sindicatos patronais, evitou demissões, firmou acordos e convenções coletivas e assim conquistou muitas vitórias para a categoria. Exemplo disso foi o resultado das campanhas salariais de 2009, que, apesar da crise financeira global, obteve ganhos reais acima da inflação e manteve cláusulas preexistentes, como as relativas à reciclagem tecnológica e ao piso profissional.
Outro passo importante foi a compra de cinco sedes próprias nas cidades de Bauru, Campinas, Lins, Presidente Prudente e São José dos Campos, que propiciarão melhores condições para atender os engenheiros e bem representá-los. Além disso, a antiga sede na Capital foi reformada e teve seu auditório reinaugurado, e o terreno ao lado foi adquirido. Ambos os espaços integrarão o futuro Complexo Casa do Engenheiro, onde será construída universidade corporativa.
O portfólio de benefícios praticamente dobrou. Hoje os associados podem contar com mais de 190 opções de convênios que dão descontos em produtos e serviços nas áreas de saúde, educação, seguros, lazer e turismo. O Plano de Saúde do Engenheiro continua em franco desenvolvimento e já abrange 30 mil vidas.
Na área de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional, o SEESP melhorou as ações de apoio ao orientar os filiados para recolocação no mercado de trabalho, buscar vagas e realizar treinamentos como o “Programa Engenheiro Completo”, criado nessa gestão.
No âmbito jurídico, ofereceu ampla assistência ao impetrar diversas ações a favor do sindicalizado, entre elas a recuperação de perdas com as correções das cadernetas de poupança durante os planos econômicos Bresser, Verão, Collor I e II e a restituição do IR (Imposto de Renda) para os engenheiros aposentados que pagaram imposto sobre as férias e licenças-prêmio não gozadas.
Atuação política
O SEESP vem atuando não apenas para os interesses corporativos, como também para o bem-estar de toda a população brasileira. Ao longo dessa gestão, tem travado uma série de debates de maneira ampla e democrática, envolvendo outras organizações e os poderes públicos, com o objetivo de levantar problemas e apontar as melhores soluções técnicas para as questões municipais, estaduais e nacionais.
Desenvolveu papel fundamental nas mais importantes discussões do Estado, como no caso do leilão de privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), cancelado em março de 2008, em que o sindicato fez gestões junto a parlamentares, à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ao Ministério de Minas e Energia, apontando ilegalidades no processo e propondo alternativas.
A diretoria também intensificou ações junto à FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e ao projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006, que reúne as contribuições da categoria a uma plataforma nacional de desenvolvimento com inclusão social. Para levar tais ideias a todo o Estado, o sindicato criou 19 Conselhos Tecnológicos Regionais, que discutiram as proposições dos engenheiros em cada município, de forma a incentivar o desenvolvimento local nas áreas de transporte, energia, saneamento básico, meio ambiente, comunicação, agricultura e ciência e tecnologia.
Ainda dando continuidade à proposta da FNE, em 2008 o SEESP lançou o “Cresce Brasil Região Metropolitana de São Paulo”, o qual debateu e propôs saídas ao desenvolvimento sustentável dessa área do Estado que congrega 39 municípios e mais de 20 milhões de habitantes.
Conseguiu também somar esforços com o movimento sindical brasileiro ao participar de manifestações e lutar por questões de interesse geral dos trabalhadores, como a redução da jornada, a implementação da Convenção 158 (proibição à demissão imotivada) e a redução da carga tributária sobre os profissionais.
Estabeleceu aproximação com várias entidades, entre elas o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, que reconheceu a competência do SEESP com relação à segurança e saúde do trabalhador.
Firmou ainda parcerias, como a com a VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), na qual se estabeleceu um termo de cooperação científico-tecnológica assegurando aos filiados de ambas entidades a participação em atividades e cursos promovidos por elas.
Finalmente, teve papel decisivo na criação da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), cujo registro foi oficializado em 9 de outubro de 2008.
São Paulo homenageia SEESP por seus 75 anos de luta
Por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel (PSB), ocorreu no dia 7 de dezembro sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo em homenagem aos 75 anos do SEESP – completados em 21 de setembro último. Na oportunidade, foi entregue por esse parlamentar uma placa ao presidente do sindicato, Murilo Celso de Campos Pinheiro. Cerca de 500 pessoas prestigiaram a atividade. Entre os que lá estiveram, o prefeito Gilberto Kassab.
À abertura, foi apontada a grandeza da entidade. Como lembrou Pinheiro, são 190 mil representados por ela e aproximadamente 50 mil associados em todo o Estado. Para garantir melhor atendimento, o SEESP conta com 25 delegacias no Interior, além de sua sede na Capital.
Eliseu Gabriel explicou que a homenagem ao sindicato foi pensada por sua atuação não só em defesa da categoria, mas também em prol do interesse nacional. Como continuou ele, vem indicando a necessidade de um plano de desenvolvimento sustentável ao País com distribuição de renda. O vereador Jamil Murad (PCdoB) destacou: “O Brasil e São Paulo não teriam a menor chance de ser o que são sem a participação desses profissionais.”
Portanto, a categoria precisa ser valorizada e a formação na área, estimulada. “Agora que o País voltou a crescer, os jornais afirmam que vão faltar engenheiros.” Ele observou que o sindicato, juntamente com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), já levantava essa questão, no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – o qual foi lançado há três anos e atualizado em 2009. Essa foi a tônica da fala de José Roberto Cardoso, coordenador do Conselho Tecnológico Estadual do SEESP e diretor eleito da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), o qual indicou um dado preocupante: de cada 150 mil ingressantes nos cursos de engenharia, apenas perto de 30 mil se formam. “É preciso melhorar esse rendimento”, finalizou. Compuseram a mesa, ainda, o vereador de Olímpia Luiz Antônio Moreira Salata, presidente da Delegacia Sindical do SEESP em Barretos; e o diretor do Departamento da Indústria da Construção da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Manoel Rossito, representando o presidente da entidade, Paulo Skaf.
Delegacias de Campinas e São José dos Campos de casa nova
Em dezembro, o SEESP inaugurou duas subsedes próprias no Interior paulista, em São José dos Campos e em Campinas – nos dias 9 e 14, respectivamente. Com isso, foram entregues aos engenheiros cinco espaços em 2009 – ao longo do ano, Presidente Prudente, Bauru e Lins também passaram a funcionar em novas instalações. Ambas as sedes estão localizadas estrategicamente (confira endereços neste site no link Sedes regionais) e contam com boa estrutura para melhor atender a categoria. Na inauguração em São José dos Campos, o presidente da delegacia, Odair Bucci, destacou que, com esse ato, “estamos fincando raízes (na cidade). A ideia é continuar a crescer”.
Em Campinas, a ocasião foi ainda marcada pela comemoração dos 30 anos de fundação da subsede do SEESP. Entre as personalidades que prestigiaram a iniciativa, o deputado estadual Jonas Donizette (PSB) e o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Mohamed Habib. O presidente da delegacia local, Rubens Lansac Patrão Filho, relatou a história da entidade na região – a qual abrange 47 municípios.
Nos ensejos, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente estadual do SEESP, enfatizou que a meta para 2009 de fixar-se nas regiões foi cumprida. E que em 2010 a pretensão é adquirir espaços próprios em pelo menos mais cinco cidades. Ele lembrou que esse é o sindicato que mais cresceu no Brasil. “Não só defendemos o engenheiro, como participamos de todas as discussões importantes para a sociedade graças ao trabalho conjunto da nossa diretoria e das nossas delegacias. Em todo o Brasil, há 500 mil sindicalizados. O SEESP tem 10% desse montante.”
Reconhecimento ao trabalho
Durante a décima edição do seminário “O Ministério do Trabalho e Emprego e o fortalecimento das entidades sindicais”, promovido no dia 15 de dezembro, em São Paulo, pela Secretaria Nacional de Relações do Trabalho, o presidente do SEESP e da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), Murilo Celso de Campos Pinheiro, recebeu um troféu em reconhecimento a sua relevante atuação na busca pela democratização das relações do trabalho. Além dele, foram premiadas diversas personalidades do movimento sindical, entre elas o consultor João Guilherme Vargas Netto. A homenagem foi feita pelo superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, José Roberto de Melo, e pelo secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, o qual agradeceu as organizações sindicais por ajudarem na interação com o MTE. “O balanço das atividades da Secretaria foi positivo porque conseguimos tornar essas entidades mais representativas”, concluiu.
Plano Collor I: direito de revisão da poupança
Ainda podem ser propostas ações visando a recuperação das perdas do Plano Collor I. Todas as pessoas que possuíam poupança entre março e junho de 1990 têm direito à devolução da diferença, mesmo que a conta tenha sido encerrada ou o banco tenha sido incorporado por outro. Caso o correntista tenha falecido, o herdeiro ou inventariante poderá acionar a Justiça. Os responsáveis pelos créditos são as instituições bancárias em que o correntista tinha conta poupança.
Quem teve bloqueados 50 mil cruzados novos à época tem hoje a receber aproximadamente R$ 4.000,00. Contudo, em pelo menos três situações, é possível conseguir revisão acima desse valor: se a conta era conjunta; aos aposentados; e a quem conseguiu um mandado judicial impedindo o confisco. Mais informações com o escritório Noronha Gustavo Advogados, pelos telefones (11) 3101-2887 / (19) 3295-3573 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Ou com o Departamento Jurídico do SEESP, (11) 3113-2660.
Durante a décima edição do seminário “O Ministério do Trabalho e Emprego e o fortalecimento das entidades sindicais”, promovido no dia 15 de dezembro, em São Paulo, pela Secretaria de Relações do Trabalho, o presidente do sindicato e da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), Murilo Celso de Campos Pinheiro, foi homenageado com um troféu em reconhecimento por sua relevante atuação na busca pela democratização das relações do trabalho. Além dele, foram premiadas diversas personalidades do movimento sindical, entre elas, o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto. A homenagem foi feita pelo Superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, José Roberto de Melo, e pelo secretário de Relações de Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, que agradeceu as entidades sindicais por ajudar a secretaria a aumentar a interação entre elas e o MTE. “O balanço das atividades da Secretaria foi positivo porque conseguimos tornar essas entidades mais representativas”, finalizou.
Por quatro dias, mais de 1.600 delegados de todos os estados e do Distrito Federal vão discutir políticas de comunicação, mídia e direitos e deveres da cidadania
A 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação) começa hoje (14), às 19h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Os trabalhos serão abertos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Participam da cerimônia os ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, além de parlamentares, representantes de movimentos sociais e de organizações empresariais.
Durante quatro dias, mais de 1.600 delegados de todos os estados e do Distrito Federal vão discutir políticas de comunicação, mídia e direitos e deveres da cidadania. Sob o tema Comunicação: Meios para a Construção de Direitos e de Cidadania na Era Digital, a conferência vai promover vários painéis para subsidiar os debates dos 15 grupos de trabalho que serão formados.
A solenidade de abertura vai homenagear o jornalista gaúcho Daniel Herz, falecido em 2006. Ele fundou o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.
O tema já foi tratado neste portal da FNE, por ser um debate também para engenheiros. Em artigo sobre a Confecom, o engenheiro Marcos Dantas explica que, para garantir que, nos próximos anos, as comunicações avançadas estejam acessíveis também aos mais pobres e excluídos, há que se subordinar as novas redes e infraestruturas a um regime similar ao da antiga radiodifusão ou da telefonia fixa. Além da Engenharia, a Confecom interessa a toda sociedade. "Como não se trata mais de mera telefonia, mas de acesso, por essas redes, a canais de TV, portais de Internet, sítios de música etc., a produção e distribuição de conteúdos também precisará estar regulada de modo democrático, plural, conforme os maiores interesses nacionais", diz Dantas.
FNE – Federação Nacional dos Engenheiros
14/12/2009
http://www.fne.org.br
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (14), no programa semanal Café com o Presidente, que em 2010 a economia brasileira vai crescer de forma sustentável. Ele garantiu o crescimento de setores como agricultura, indústria e comércio devido a facilidades de financiamento e ao aumento do crédito.
Lula lembrou que o governo vai expandir a linha de crédito para máquinas e equipamentos e também para caminhões e ônibus. Outros destaques, segundo ele, é a decisão de destinar R$ 15 bilhões a mais, para financiar a indústria naval, e a desoneração do setor petroquímico para facilitar a construção de refinarias. “Ao invés de deixar para anunciar em 2010, anunciamos em 2009, aproveitando o final de ano e que as coisas estão bem para mostrar que o Brasil não tem retorno. A gente vai continuar crescendo porque o Brasil vai se transformar em uma grande economia.”
Ao comentar as medidas anunciadas na semana passada pelo setor econômico do governo, o presidente afirmou que o Brasil terá um 2010 “extraordinário”. Ele lembrou que, em dezembro de 2008, pediu que à população que aumentasse o consumo e que o país se encontra agora em situação mais confortável. “A economia já está crescendo de forma razoável e o que nós anunciamos foram medidas para garantir que a economia cresça muito forte em 2010”, disse Lula ao destacar o anúncio de R$ 80 bilhões para financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Se for necessário, colocaremos mais R$ 20 bilhões para financiar a Petrobras na exploração do pré-sal”, completou.
Ele ressaltou que a decisão de prorrogar até junho de 2010 as desonerações em setores como a linha branca serve para incentivar que o povo continue comprando, além de fomentar a produção. “Além de continuarmos incentivando o consumo, estamos incentivando os investimentos, que as empresas contratem mais trabalhadores. É uma complementação daquilo que nós fizemos no ano passado”.
Outro destaque, segundo o presidente, foi permitir que o sistema financeiro privado – que normalmente não emprestar dinheiro a longo prazo – passe a fazê-lo. Para Lula, a medida abre caminho para uma “competição” com o BNDES.
Agência Brasil
14/12/2009
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