Ônibus movido a hidrogênio e a etanol são algumas das iniciativas da EMTU para reduzir a poluição no transporte coletivo
Dando início ao ciclo de palestras do V EcoSP, na manhã desta sexta-feira (4), Ivan Carlos Regina, gerente de planejamento da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) apresentou iniciativas ambientais da empresa para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera pelos ônibus.
Considerado um grande avanço tecnológico e ambiental, o projeto do ônibus movido a células a combustível de hidrogênio em transporte urbano garante emissão zero de poluentes. Liberando apenas vapor d'água na atmosfera, o protótipo possui baterias recarregáveis com recuperação de energia.
Coordenado pela EMTU, o projeto tem o apoio do MME (Ministério das Minas e Energia) e conta com recursos do GEF (Global Environment Facility), aplicados por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Conta ainda com um consórcio formado por oito empresas nacionais e internacionais.
Em operação desde dezembro de 2010, a tecnologia tem capacidade para 63 passageiros, potência de 210 KW, carrega 45 quilos de hidrogênio e tem autonomia de 300 km. “Vamos adquirir mais três unidades e em breve será inaugurada também a estação de produção e abastecimento de hidrogênio que será operada pela Petrobras e com apoio técnico da Hydrogenics”, mencionou Regina.
Entre os objetivos estratégicos, contribuição na redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa e dos poluentes locais e demonstração da viabilidade dos ônibus e sua infraestrutura de produção de hidrogênio e abastecimento. “Além disso, visamos também o desenvolvimento da engenharia, integração de sistemas e testes, alcançar uma melhor performance dos ônibus com envolvimento e comprometimento sólido da indústria brasileira”, reforçou.
Ônibus a etanol
Essa é a principal característica do projeto internacional Best (BioEthanol for Sustainable Transport) que tem a finalidade de estimular o uso do etanol como combustível alternativo ao óleo diesel e à gasolina em ônibus coletivos.
Parceira do projeto, a EMTU tem a função de testar a viabilidade dessa tecnologia. “A nossa participação no projeto BEST se deu no sentido de verificação da viabilidade da tecnologia para utilização nos corredores e sistemas por ela geridos, incorporando os benefícios verificados em termos de custo, tecnologia e meio ambiente”, detalhou Regina.
Segundo ele, o modelo verde têm a mesma eficiência do motor diesel, no entanto tem a vantagem de ser um combustível renovável, limpo e biodegradável. Reduz também a poluição local do ar em 90% de material particulado, não contém enxofre – responsável pela chuva ácida, diminui mais de 80% as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, estimula empregos na zona rural, possui preços competitivos, é um produto disponível em larga escala, além de ser brasileiro.
A tecnologia foi testada entre 2008 e 2009 e mostrou que é altamente confiável, não tendo havido nesse período a ocorrência de problemas relacionados ao sistema de tração. Outro fator importante constatado nos testes é que o ônibus a etanol apresenta um consumo 64% maior que o diesel, valor considerado bom já que o etanol tem poder calorífico 70% menor que o diesel.
O palestrante citou ainda o “Programa de Retrofit para frotas metropolitanas cativas”, que visa reduzir as emissões de gases e poluentes provenientes da utilização de diesel no transporte público.
Ainda segundo o palestrante, os resultados obtidos com esse programa até o momento, mostram uma redução acima de 90% nas emissões de material particulado, um dos maiores causadores de problemas à saúde da população e que tantos malefícios traz ao meio ambiente. “A atualização tecnológica dos ônibus urbanos poderá trazer grande contribuição para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, especialmente se realizada nos veículos dos corredores de transporte urbano”, acredita.
Para finalizar, Regina citou os programas “Ligado” – que atende crianças com deficiência física e o “Conscientizar” – que tem o objetivo de diminuir a emissão de poluentes dos ônibus a diesel que operam em sistemas gerenciados pela EMTU, no qual técnicos da empresa informam sobre a necessidade de manter os motores regulados.
foto: Beatriz Arruda
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V Econtro Ambiental de São Paulo, promovido pelo Seesp e pela FNE, acontece até 5 de novembro, no Anhembi, em São Paulo e coloca em debate boas práticas embientais e produção limpa.
Teve início na noite de 3 de novembro a quinta edição do EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo), promovido pelo Seesp e pela FNE. Abrindo o evento, o vice-presidente do sindicato paulista e coordenador da iniciativa, Carlos Alberto Guimarães Gacez pontuou o seu objetivo central: nosso intuito é levar a mais pessoas as boas práticas ambientais. Neste ano, informou ele, o EcoSP terá cerca de 2 mil participantes, entre profissionais da engenharia e estudantes.
Lembrando a origem do evento, que nasceu em Taubaté como Ecovale e depois expandiu-se para a discussão em âmbito estadual, o presidente do Seesp e da FNE, Murilo Pinheiro, destacou a importância do conceito de sustentabilidade. “Temos a certeza de estar no caminho correto, trabalhando para reforçar o compromisso dos engenheiros com a qualidade de vida da população”, afirmou.
Esse foi o papel da categoria destacado pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT/SP):
“O Brasil vive uma grande oportunidade de crescimento, já somos a sexta economia do mundo, dispomos do diferencial da tecnologia agrícola e da produção de energia limpa, com as hidrelétricas e o etanol. O grande desafio é construir uma sociedade que seja ambientalmente equilibrada.”
Na mesma linha, o presidente da VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), Edgar Horny, lembrou a necessidade de “oganizar a sociedade de forma sustentável”.
O diálogo feito entre a temática do V EcoSP e a Rio + 20, que acontecerá em junho de 2012 no Rio de Janeiro, foi ressaltado pelo presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Marcos Túlio de Mello. “Propostas tiradas aqui devem ser levadas à conferência no ano que vem”, defendeu.
Participaram ainda da cerimônia de abertura o secretário adjunto de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rogério Menezes, e o diretor geral do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), Roberto Lobo. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, passou pelo evento antes de abertura e cumprimentou os organizadores.
Candidatos apoiados pelo SEESP e FNE para as eleições da próxima terça-feira (8) no sistema CREA-CONFEA-Mutua, Amaury Hernandes (CREA-SP), Álvaro Cabrini (Confea) e João Oliva (Mútua), são aplaudidos na noite de abertura
Foi aberto na noite de quinta-feira (3), a quinta edição do ECO SP (Encontro Ambiental de São Paulo), promovido pelo SEESP (Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo) e FNE (Federação Nacional de Engenharia), no auditório Elis Regina, no Anhembi, capital paulista. O evento discute as saídas possíveis ao desenvolvimento nacional sem prejuízo aos recursos naturais das futuras gerações entre os dias 3 e 5.
Na mesa principal de abertura estiveram presentes Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado e FNE (Federação Nacional dos Engenheiros); deputado federal Paulo Teixeira (RJ); Rogério Menezes, secretário-adjunto de Planejamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado (representando o secretário Edison Geriboni); Marcos Túlio de Melo, presidente do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia); professor Roberto Lobo, presidente do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia do SEESP; o presidente do VDI Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha) Edgar Horny, e o engenheiro Carlos Roberto Guimarães Garcez, vice-presidente do Seesp e coordenador do ECO SP.
No auditório, os candidatos apoiados pelo SEESP e FNE para as eleições da próxima terça-feira (8) no sistema CREA-CONFEA-Mutua, Amaury Hernandes (CREA-SP), Álvaro Cabrini (Confea) e João Oliva (Mútua), muito comentados e aplaudidos pelo auditório quase que tomado por engenheiros, autoridades e convidados.
Mudanças climáticas, agricultura sustentável, energias solar e eólica, política e tecnologia de tratamento de resíduos, entre outros temas, são discutidos no evento, que apresentará o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” com propostas à inclusão social por meio do desenvolvimento sustentável do país.
Além de palestras e debates, o evento inclui a tradicional exposição de produtos reciclados e serviços que visam à preservação do meio ambiente, como também uma mostra com mais de 30 estandes temáticos.
Veja imagens da primeira noite do V Eco SP no Blog do Com Com, no DIHITT:
http://www.dihitt.com.br/barra/engenheiros-de-sao-paulo-abrem-5-eco-sp-para-o-debate-do-desenvolvimento-sustentado
Stand foi montado por organizações paulistas para divulgar a Cúpula dos Povos para a Rio+20 no V ECO SP. Conheça as propostas do governo e o processo da sociedade civil para a Conferência Ambiental da ONU que ocorrerá no Rio em 2012
O governo apresentou terça-feira (1º) a versão oficial do documento com oito propostas para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, a ser realizada no Rio de Janeiro de 28 de maio a 6 de junho de 2012. O documento apresentado hoje pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e pelo Itamaraty, em coletiva de imprensa, em Brasília.
A primeira proposta é a criação de um programa de proteção socioambiental global, cujo objetivo é assegurar garantia de renda para superar a pobreza extrema no mundo e promover ações estruturantes que garantam qualidade ambiental, segurança alimentar, moradia adequada e acesso à água limpa para todos.
A ideia desse programa, conforme consta do documento, é fazer com que "toda estrutura multilateral opere" para facilitar o acesso a tecnologias, recursos financeiros, infraestrutura e capacitação, a fim de que todas as pessoas tenham a quantidade e qualidade mínima de alimento, água e ambiente saudável.
Pela proposta brasileira, esse programa teria como foco uma estratégia de garantia de renda adequada às condições de cada país, diante de um momento de crise internacional em que se mobilizam vastos recursos globais para a recuperação do sistema financeiro. "O programa seria uma aposta no componente social, importante na solução brasileira para o enfrentamento da crise", destaca o documento. "Essa é uma plataforma de diálogo global que poderia ser um passo crucial rumo ao desenvolvimento sustentável, com potencial para reforçar o papel virtuoso do multilateralismo", complementa.
Na segunda proposta, o governo sugere a implementação de "objetivos de desenvolvimento sustentável", adotando um programa de economia verde inclusiva, em lugar "de negociações complexas que busquem o estabelecimento de metas restritivas vinculantes". Dentre outros, esses objetivos poderiam estar associados a erradicação da pobreza extrema; a segurança alimentar e nutricional; acesso a empregos adequados (socialmente justos e ambientalmente corretos); acesso a fontes adequadas de energia; a microempreendedorismo e microcrédito; a inovação para a sustentabilidade; acesso a fontes adequadas de recursos hídricos; e adequação da pegada ecológica à capacidade de regeneração do planeta.
Compras públicas sustentáveis - Na terceira proposta, o Brasil sugere um pacto global para produção e consumo sustentáveis. Ou seja, um conjunto de iniciativas para promover mudanças nos padrões de produção e consumo em diversos setores. Dessa forma, poderiam ser adotadas, com caráter prioritário, iniciativas que ofereçam suporte político a compras públicas sustentáveis, já que essas representam parte significativa da economia internacional, de cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial; a classificações de consumo e eficiência energética; e financiamento de estudos e pesquisas para o desenvolvimento sustentável (com o objetivo de qualificar recursos humanos de alto nível e apoiar projetos científicos, tecnológicos e inovadores).
A quarta proposta sugere estabelecer repositório de iniciativas para dinamizar os mecanismos nacionais e de cooperação internacional, inclusive a utilização de recursos dos organismos multilaterais. Já a quinta sugestão propõe a criação de protocolo internacional para a sustentabilidade do setor financeiro.
Na sexta proposta o governo sugere novos indicadores para mensuração do desenvolvimento. Hoje os mais importantes são o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Produto Interno Bruto (PIB) que, como medida de desenvolvimento sustentável, "são claramente limitadas", por não integrarem a grande diversidade de aspectos sociais e ambientais aos valores econômicos, o que induz, segundo o documento, a percepções errôneas do grau de desenvolvimento e de progresso dos países.
Na sétima proposta o governo sugere a implementação de um "pacto pela economia verde inclusiva. A ideia é estimular a divulgação de relatórios e de índices de sustentabilidade por empresas estatais, bancos de fomento, patrocinadoras de entidades de previdência privada, empresas de capital aberto e empresas de grande porte. Ou seja, além dos aspectos econômico-financeiros, essas instituições incluam nas divulgações, obrigatoriamente, e de acordo com padrões internacionalmente aceitos e comparáveis, informações sobre suas atuações em termos sociais, ambientais e de governança corporativa.
Por sua vez, a oitava proposta é ligada a "estrutura institucional do desenvolvimento sustentável. Essa aborda vários tópicos, dentre os quais a adoção de mecanismo de coordenação institucional para o desenvolvimento sustentável"; reforma do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), transformando-o em Conselho de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas; aperfeiçoamento da governança ambiental internacional; o lançamento de processo negociador para uma convenção global sobre acesso à informação, participação pública na tomada de decisões e acesso à justiça em temas ambientais; e a governança da água. (Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
SP NA CÚPULA DOS POVOS PARA A RIO + 20
Como ocorre durante as conferências da ONU sobre temas que interessam de perto a sociedade civil, organizações e movimentos sociais promovem atividades paralelas autônomas com agenda própria, para influenciar governos a decidirem em favor dos interesses sociais. Para a Conferência ambiental de 2012, a sociedade civil prepara uma Cúpula dos Povos que debaterá temas como a soberania alimentar e a necessidade de mudanças na matriz energética dos países que utilizam combustíveis poluentes, os direitos ambientais dos povos indígenas e a filosofia do Bom Viver como alternativa ao consumismo, além de formas de resistência ao modelo econômico capitalista que esgota recursos naturais e promove desigualdades no acesso aos bens da humanidade.
O Comitê Paulista para Rio + 20 está debatendo as propostas para a Conferência do ponto de vista dos movimentos e organizações da sociedade civil e preparando sua participação na Cúpula dos Povos. O processo de construção da Cúpula é aberto e o Comitê Paulista estará na V ECO SP com stand para estimular a participação e mobilizar a sociedade civil paulista para levar suas propostas aos debates no Rio em 2012. Pessoas interessadas devem contatar o email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.