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1º de maio de 2002 – comemoração em meio a dificuldades |
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Neste ano, as comemorações do Dia do Trabalhador
acontecem num cenário que oferece pouco a festejar. Provavelmente, o
momento, de grandes dificuldades, terá sido traduzido nos muitos eventos
realizados ao redor do mundo, pelas várias instituições ligadas ao
trabalho, cada uma a sua maneira. Na França, por exemplo, assustada com a
chegada de Jean-Marie Le Pen ao
segundo turno das eleições, a população – boa parte arrependida de não
ter comparecido às urnas – protesta contra o avanço da ultradireita. No Brasil, em ano de eleições, inclusive para
presidente, as diversas centrais sindicais promovem debates, atos e shows
lembrando a data. E mesmo os acontecimentos mais animados devem ter em pauta
os desafios que se colocam ao movimento sindical. Para o SEESP, que abre suas campanhas salariais em
maio, o momento é importante para reforçar sua luta em defesa dos direitos
dos trabalhadores e do interesse público. Tema certamente em pauta nas
mesas de negociação e nos debates que antecederão as votações de
outubro. Durante o II Cetic
(Congresso Estadual Trabalho–Integração–Compromisso), realizado entre
os dias 22 e 24 de março, que editou a II Carta de São Pedro, o
posicionamento em relação a um ponto fundamental ficou mais uma vez reforçado:
a luta contra a alteração da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
visando flexibilizar direitos e fragilizar ainda mais a situação de
empregados e desempregados, deve ser encarada como fundamental. O fato é que não devemos ou sequer podemos esmorecer
diante das intempéries políticas e econômicas que nos assombram nos dias
de hoje. Para recuperar o ânimo, cabe lembrar a origem do feriado que
marcou a história da resistência dos trabalhadores. Em 1º de maio de
1886, mais de 350 mil operários cruzaram os braços na cidade de Chicago,
nos Estados Unidos, num protesto contra as terríveis condições de
trabalho a que eram submetidos. Entre outros pontos, eles pleiteavam redução
da jornada e fim do trabalho infantil. O movimento foi reprimido
violentamente pela polícia e quatro dos líderes da greve foram enforcados.
Três anos mais tarde, a data tornou-se o Dia Internacional dos
Trabalhadores, em homenagem aos “mártires de Chicago”. É verdade que desde então se avançou bastante, mas
tristemente as reivindicações de mais de 100 anos atrás continuam atuais.
Especialmente num país em que milhares de crianças estão fora da escola e
trabalham, muitas em condições perigosas e insalubres, e ainda há
trabalho escravo. É preciso resistir e avançar. E não podemos hesitar. Eng. Laerte Mathias de Oliveira |
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