Avaliação e perícia em engenharia é atividade sem rotina

A definição é de Antonio Sérgio Liporoni e Octavio Galvão Neto, engenheiros civis, que atuam nessa área, graduaram-se pela Escola de Engenharia Mauá, em 1972 e 1978 respectivamente, e são membros do Ibape Nacional (Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia).

Ambos afirmam ter paixão pela profissão, o que consideram ser requisito essencial  para enfrentar o mercado de trabalho. A atividade é regulamentada pela Lei Federal 5.194, no artigo 7º, que define que laudos, avaliações, perícias e pareceres são atribuições do engenheiro de todas as modalidades e do arquiteto. Contudo, é necessária formação adicional para a função, tendo em vista que essa não integra a grade curricular dos cursos de engenharia.  Liporoni constatou esse fato já no primeiro emprego, em 1973, como perito da Comissão de Avaliação da Prefeitura de Santo André, onde ficou por 10 anos. A saída foi buscar em instituições especializadas o conhecimento que lhe faltava. Em 1974,  associou-se ao Ibape-SP, que se propõe a suprir essa lacuna oferecendo cursos de extensão universitária e de pós-graduação (www.ibape-sp.com.br). Acabou tornando-se militante do setor e ocupou vários cargos na instituição, sendo presidente de 1991 a 1995. Entre 1995 e 1997, presidiu o Ibape nacional.


Mercado de Trabalho
A avaliação na engenharia civil visa determinar o valor de um imóvel e a perícia averiguar o motivo de danos, como rachadura, desabamento ou situações de risco. Galvão explica que uma vez supridas as lacunas na formação, por exemplo, de conhecimento jurídico, o engenheiro encontrará campo para atuar como autônomo, podendo ser perito judicial e assistente técnico. Pode ainda ser empresário, fornecendo serviços a empreendimentos particulares ou ao Estado. No poder público, pode atuar também como empregado nos departamentos de avaliações, a exemplo dos existentes na Companhia do Metrô e na Prefeitura Municipal de São Paulo.

Há ainda oportunidade nos bancos, que realizam avaliações financeiras, e nas grandes e pequenas empresas, que precisam constantemente reavaliar seus ativos. O Código de Defesa do Consumidor também aqueceu o mercado, já que as pessoas recorrem ao judiciário para se queixar de deficiências na construção. 

Liporoni atua como autônomo na área judicial, elaborando pareceres que auxiliam nessas decisões. Na sua empresa, está fazendo um trabalho de assessoria tributária na Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, envolvendo as áreas ligadas à cobrança do IPTU — são 170 mil imóveis cadastrados a serem avaliados. Ele afirma que nessa área é comum realizar vários trabalhos ao mesmo tempo, que, em geral, levam de três a cinco dias para serem concluídos. 

Galvão ingressou na área 10 anos depois de formado, como perito judicial e assistente técnico de um advogado. Não deixou mais o ramo e acaba de se associar a outro profissional, visando ampliar sua atuação, aproveitando os novos nichos de mercado.

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