O
papel da imprensa independente |
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Em 1999, apresentamos o trabalho “Desenvolvimento e
evolução econômica e sociopolítica do setor elétrico no novo cenário
de competitividade”, no XV SNPTEE (Seminário Nacional de Produção e
Transmissão de Energia Elétrica), realizado na cidade de Foz do Iguaçu
– PR. Entre outros pontos, abordava o papel da mídia como instrumento
legitimador da reformulação no setor, iniciada no Governo Collor e
intensificada por Fernando Henrique Cardoso, que propiciou, entre outras, a
privatização das empresas públicas. Além da entrega do patrimônio que
pertencia a todos os brasileiros a preços significativamente subestimados,
esse processo gerou aumento de tarifas e ajudou a produzir a crise que nos
obrigou a um racionamento. Nesse episódio, como em outros, os meios de comunicação
comerciais, em sua maioria pertencentes a grandes conglomerados empresariais
e comprometidos com os donos do poder, deixaram de desempenhar seu papel de
bem informar e defender o interesse público. Se, durante a ditadura
militar, o desafio era superar a censura à informação imposta pelo
Estado, hoje a barreira é a repressão representada pelo poder econômico,
até mais eficaz que aquela praticada nos anos de chumbo, pois a manipulação,
a desinformação e a omissão são recursos que foram aprimorados.
Fica a pergunta: publicaria um jornal matéria crítica e isenta a
respeito de um grande anunciante? Um exemplo dessa submissão da informação
aos interesses comerciais é a mudança editorial do antigo Diário Popular
após sua compra pelo Grupo Globo. Contudo, o problema também é similar em
outros jornais e revistas de grande circulação. A missão de transpor tais interesses ficou a cargo
dos veículos independentes, ligados a organizações não-governamentais,
movimentos sociais em geral, com destaque para os sindicatos. O jornalismo
independente, que teve um reflorescimento com a Internet, torna-se cada vez
mais imprescindível para que se possa buscar a informação isenta,
especialmente em períodos eleitorais como o atual.
Nessa categoria de informativos, destaca-se o Jornal
do Engenheiro, publicado pelo SEESP: a seleção de temas é atual e
satisfaz a necessidade e os interesses dos leitores; o conteúdo, redação
e composição demonstram competência e profissionalismo. E, diferentemente
do que ocorre com a chamada grande imprensa, conseguimos lê-lo na íntegra.
Eng. Álvaro Martins |
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