Engenheiro providencia infra-estrutura para Internet 
em ondas de rádio

Como alternativa à conexão discada, lenta e sujeita a interrupções constantes, e à banda larga com linha dedicada, geralmente cara, o internauta já tem as ondas de rádio. O serviço é oferecido em São Paulo pelo DirectNet (www.directnet.com.br), provedor sediado em São José dos Campos, que garante acesso três vezes mais rápido que o convencional, totalmente digital.

É compatível com plataformas PC e Macintosh e sistemas operacionais Windows 95, 98, NT, ME e Linux. A placa de rede Ethernet padrão PC é instalada por técnicos gratuitamente, em regime de comodato. Além da praticidade, a economia é outro atrativo: custo mensal de R$ 59,00 pela assinatura, sem taxas de adesão ou instalação.

Para que a novidade funcione, é preciso, contudo, a infra-estrutura adequada à tecnologia. É aí que entra o trabalho de Elvis Carvalho da Silva, gerente dessa área na empresa DirectNet. Graduado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica de Telecomunicações, pela Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em 1998, ele optou pelo ramo porque já trabalhava como técnico em infra-estrutura em instalações na construção civil.

Na DirectNet, sua rotina envolve todas as providências necessárias para que os usuários tenham acesso a esse provedor, o que inclui instalação de tubulações, antenas, rádios, teste e escolha de equipamento adequado para uma determinada solução e  até negociação de contratos com concessionárias.

Sistema
Para estabelecer a conexão, é preciso montar uma estrutura em cada prédio. Ela é composta por uma antena, cujos sinais são codificados por um rádio que os envia aos concentradores. Esses têm oito ou 16 portas e são responsáveis pela distribuição do acesso aos apartamentos. Ainda são necessários racks para armazenar os equipamentos, sendo que desses saem cabos que levam o acesso a cada usuário. O rádio trabalha com uma freqüência específica liberada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), de espalhamento espectral, o que reduz drasticamente a possibilidade de interferências. Na opinião de Silva, uma das vantagens da tecnologia é ter mais opções de bandas, com várias possibilidades de tráfego.

O serviço está disponível desde 1999, ainda limitado a prédio de apartamentos ou ao uso corporativo, nesse último caso podendo atingir velocidade de até 256 kilobytes por segundo. Os moradores de residências unifamiliares devem ter o sistema à disposição em cerca de três anos, tempo estimado para se encontrar a solução adequada a esse cliente. A exceção é um projeto piloto em um condomínio horizontal em São José dos Campos, em que os postes da concessionária de energia elétrica servem de suporte às fibras ou cabos ópticos, solucionando o problema representado pela distância entre as casas, inexistente no caso dos edifícios.

Existem aproximadamente 22 mil pessoas ligadas à DirectNet nas cidades de São José dos Campos, Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Sorocaba e São Paulo.  Entusiasmado com o sucesso da tecnologia, Silva acredita que os engenheiros especializados em telecomunicações têm boas perspectivas. “Apesar da crise que gerou demissões no setor, o mercado tem muito a crescer”, aposta.

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JE 199