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     O
    resultado do primeiro turno das eleições no Brasil, em 6 de outubro,
    trouxe consigo uma inesperada mensagem do povo brasileiro com relação a
    sua vontade de mudar a política e a vida em nosso País. Nada disso
    aconteceria hoje se não tivéssemos passado por um natural processo de
    democratização do País nos últimos 17 anos.
    
     
     
    Não cabe aqui entrar no mérito das ações desse ou daquele Governo. O
    importante é perceber que o Brasil, apesar das dificuldades, sacramentou em
    definitivo a vigência da democracia, fortalecendo no povo o sentimento de
    cidadania e de garantia dos seus direitos individuais, conforme previsto na
    Constituição brasileira. 
     
    Distante das sombras da ditadura, o eleitorado brasileiro pôde ir às urnas
    e demonstrar a sua vontade de mudança. No caso, traduzida por um forte
    apelo em favor do crescimento econômico nacional, com a conseqüente criação
    de mais postos de trabalho.  Outro
    fato auspicioso foi o repúdio a representantes das velhas oligarquias
    conservadoras, embora tenha ocorrido a volta ao Congresso de personagens
    como Jader Barbalho, Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda.
    
     
     
    Mais um sintoma positivo foi a redução do índice de brancos e nulos, que
    caíram dos 18%, em 1994 e 1998, para 10,4%. Isso apesar da provável
    dificuldade em se escolher seis candidatos numa única votação em urna
    eletrônica, equipamento com o qual boa parte do eleitorado não tem
    intimidade. Não obstante a taxa de abstenção tenha se mantido dentro dos
    já históricos 18%, o crescimento de votos válidos, sem dúvida, significa
    maior consciência e desejo de participar da tão falada festa da
    democracia.
    
     
     
    O Sindicato dos Engenheiros espera ter colaborado com o sucesso dessas eleições,
    promovendo o “Ciclo de Debates – Eleições 2002”, que contou com a
    participação de candidatos a senador e governador. Agora, rumo ao segundo
    turno, fazemos um novo esforço nesse sentido e trazemos, nesta edição do
    JE, entrevistas com Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra sobre questões
    cruciais para o engenheiro. Boa escolha.
    
     
    Eng.
    Murilo Celso de Campos Pinheiro
    
     
    Presidente
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