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    Engenheiro
    naval encarrega-se de travessias litorâneas  | 
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     Neste verão, milhares de veículos e passageiros,
    todos os dias, utilizarão as balsas de travessias litorâneas, operadas
    pelo Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.). Evitar problemas nesse
    trajeto rumo ao esperado descanso na praia é a missão do engenheiro naval
    Fernando Ribeiro Monteiro, responsável pela coordenação e fiscalização
    da manutenção das embarcações e atracadouros da empresa.  São oito rotas diferentes, feitas por 28 embarcações,
    com mais de 20 anos de uso, além de três estaleiros (Guarujá, São
    Vicente e Iguape) e uma oficina em São Sebastião, que demandam reformas e
    manutenção constantes em caldeiraria e mecânica. O transporte de veículos
    nas balsas é executado entre Santos e Guarujá, Guarujá e Bertioga, Iguape
    e Juréia, Porto Cubatão e Cananéia, Cananéia e Ilha Comprida, São
    Sebastião e Ilhabela. Aos passageiros, são destinadas balsas mistas entre
    Santos e Guarujá, Santos e Vicente de Carvalho e uma lancha de Cananéia a
    Ariri — próximo à divisa com o Paraná. 
     Para evitar surpresas, segundo Monteiro, a cada 15
    dias é feito um trabalho preventivo para averiguar as condições das
    embarcações. Também é realizada a manutenção corretiva, quando surgem
    problemas, e a planejada, que demanda interrupção das atividades de uma
    embarcação e precisa ser programada. A manutenção mecânica e elétrica
    é executada por quatro engenheiros, um naval e três mecânicos vinculados
    à SER, uma empresa terceirizada. Esses engenheiros atuam com autorização
    e orientação do Departamento de Manutenção do Dersa, sob a chefia de
    Monteiro, responsável técnico da estatal perante a Capitania dos Portos e
    o Crea-SP.  
 O destino do Mauá retrata, de acordo com o
    engenheiro, o que se passou com o mercado na última década. A maioria dos
    estaleiros foi vendida a empresas estrangeiras, restando apenas dois
    totalmente nacionais na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. Juntamente com
    a indústria naval, a política de desnacionalização pode ter atingido a mão-de-obra
    especializada, que, sem alternativa, migrou para outras áreas. “Se houver
    um plano governamental, o Brasil tem capacidade instalada para crescer nesse
    setor, mas corremos o risco de receber encomendas e não ter quem as faça”,
    alerta.  | 
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