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    Falta
    de inspeção veicular causa desperdício e inúmeros riscos  | 
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     É notório o sucateamento da frota
    em circulação no País. A idade média supera os 11 anos para os veículos
    leves e está próxima dos 15 para os pesados. O funcionamento deficiente de
    seus componentes e sistemas de segurança favorece a ocorrência de
    acidentes. Da mesma forma, o correto funcionamento dos dispositivos para
    controle das emissões veiculares está diretamente relacionado à redução
    das poluições atmosférica e sonora. O controle da frota circulante
    previsto na legislação brasileira desde o antigo Código Nacional de Trânsito,
    de 1966, nunca foi implementado. A lei ambiental que criou o Proconve
    (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) em 1986
    estabelecia, além de níveis máximos de emissões gradualmente mais
    rigorosos para os veículos novos, a instalação de um programa de controle
    da frota em circulação. Na prática nada foi feito e, em conseqüência,
    os Detrans de todo o País licenciam anualmente veículos sem as mínimas
    condições de permanecerem em circulação. 
 Sob a ótica das condições de
    segurança, o problema é igualmente grave. Em recente levantamento do
    estado de manutenção de uma amostra de veículos leves da Região
    Metropolitana de Curitiba promovido pelo Detran paranaense, os resultados são
    extremamente preocupantes. Mesmo adotando critérios não muito rigorosos,
    verificou-se que 70% seriam reprovados. Até nos considerados semi-novos –
    com até três anos de fabricação – a porcentagem de reprovação é
    significativa: 25%. Os defeitos mais freqüentes estavam relacionados aos
    sistemas de freios, suspensão e iluminação. Apenas em três veículos –
    menos de 1% da amostra – não foram identificados quaisquer defeitos. A saúde mecânica da frota
    circulante exige a imediata implantação do programa de ITV (Inspeção Técnica
    Veicular). Os procedimentos técnicos para a sua efetivação 
    já estão amplamente estabelecidos nas normas da ABNT (Associação
    Brasileira de Normas Técnicas) e nas resoluções do Conama (Conselho
    Nacional do Meio Ambiente). Resta a regulamentação pelo Governo Federal
    para a instalação de um sistema de inspeções único e integrado (segurança
    e emissões) em todo o País, com critérios uniformes para a avaliação e
    aprovação dos veículos.  Os benefícios desse programa já
    foram bastante discutidos pela comunidade técnica. E para que seus
    objetivos sejam plenamente atendidos, são oportunas ações complementares.
    Entre elas, de incentivo à renovação da frota, certificação de autopeças
    e de serviços de reparação e, principalmente, um programa de conscientização
    dos proprietários para uma manutenção adequada em seus veículos. Eng. Adauto Martinez Filho  | 
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